Capítulo 2
A Aposta
Existem duas coisas que você precisa saber sobre um Maroto.
Primeiro, você pode (e vai) se apaixonar por ele.
Segundo, ele vai ser sempre um Maroto.
Capítulo 2
As férias de Natal passaram e janeiro chegou com uma primavera colorida. A temporada de quadribol começou e os treinos passaram a consumir James de tal forma que ele não tinha tempo algum para procurar uma forma de se desculpar com Lily. Por outro lado, sua raiva por Snape parecia aumentar exponencialmente a cada vez que ele via o sonserino com Lily.
Numa tarde quente de primavera, Remus dissera algo que, até então, James não tinha percebido:
- Ele é totalmente a fim dela – disse o garoto magrelo de olhar perspicaz. – Mas acho que ela não sabe.
A partir daquele dia, James passou a notar como os olhares de Severus através da cortina de cabelos escuros eram indubitavelmente apaixonados e aquilo o preocupou.
O desafeto entre Severus e James deixou de ser apenas uma rixa de casas com o tempo. Eles simplesmente não se gostavam. Snape fora visto diversas vezes estudando os livros mais obscuros da sessão reservada e, em certa ocasião, quando Sirius iniciara um duelo entre os dois, usara um feitiço que ninguém mais conhecia e que Remus jurara se tratar de magia das trevas. Sirius ficara por três dias na enfermaria e Severus fora chamado na sala de Dumbledore e recebido uma detenção.
Se havia algo que James aprendera com a desprezar mais que a sonserinos, eram sonserinos metidos com magia proibida. E até que ponto Lily tinha conhecimento de tudo isso, ele não sabia.
O que nos leva ao quinto ano, quando as coisas alcançaram dimensões maiores.
Antes de contar o que aconteceu no nosso quinto ano em Hogwarts, é preciso voltar ao fim do quarto ano.
Eu estava preocupado com Lily. Era uma preocupação meio possessiva, eu confesso, mas sincera. Ranhoso, como o chamamos, tinha um comportamento perigoso e eu temia que ele pudesse fazer algo a Lily se ela não correspondesse aos seus evidentes sentimentos.
No entanto havia uma coisa que eu temia mais que isso. Eu temia que ela realmente correspondesse aos sentimentos dele. Era inegável que Snape tinha uma grande influência sobre ela e, aos meus quinze anos, eu era capaz de enxergar que uma garotinha de onze anos sem parentes bruxos certamente se agarraria desesperadamente ao primeiro bruxo amigo que conhecesse. Eu já sabia que eles moravam perto um do outro e que a condição de vizinhos e bruxos os aproximara. Era praticamente impossível vencer uma amizade de mais de quatro anos como aquela e fazê-la enxergar o que ele realmente era.
Então, numa tarde de domingo, Sirius e eu andávamos no castelo tendo acabado de voltar de Hogsmeade com algumas garrafas ilegais de uísque de fogo quando vimos Snape vindo na direção oposta. Ele estava, como sempre, cheio de livros sob seu enorme nariz e não nos viu até trombar com meu ombro direito. Na mesma hora eu disse:
- Olha por onde anda, Ranhoso.
Sirius riu. Meu melhor amigo, apesar de suas origens, sempre teve o mesmo horror que eu a magia das trevas.
- Saia da frente, Potter – ele retrucou sem sequer olhar para mim.
- Não fale assim comigo, Ranhoso – ordenei, empurrando-o. Ele desequilibrou com o peso dos livros e caiu.
Nós dois puxamos a varinha na mesma hora, mas eu tive a vantagem de estar em posição de ataque: desarmei-o.
- Não brinque comigo, Ranhoso – disse. E então aproveitei a deixa. – E se não quiser ter um final pior, é melhor deixar a Evans em paz.
Tomei cuidado para dizer seu sobrenome e manter qualquer interesse velado. Não funcionou. Snape riu e disse:
- Lily – ele frisou o nome dela, como se me dissesse que ele tinha intimidade suficiente para chamá-la assim – não quer que eu a deixe em paz. Desista, Potter, você não pode ter tudo o que quer.
Aquilo mexeu comigo. Até então eu não tinha dito a ninguém que gostava dela ou que desejava chamá-la para sair. Eu sequer tinha pensado em algo assim, mas as palavras de Snape me despertaram.
- É o que veremos – eu não disse, mas pensei.
Aquela noite foi uma das mais difíceis da minha vida. Mal conseguia dormir e, quando conseguia, tinha sonhos confusos que me faziam acordar suado. Numa das vezes em que acordei, não suportei mais ficar deitado. Levantei-me, fui ao banheiro e lavei o rosto. Ali, diante do espelho, tomei uma das minhas maiores decisões, mas também uma das mais patéticas.
Decidi que conquistaria Lily.
Eu a chamaria para sair. De alguma forma – como da vez em que percebi que a respeitava –, naquela noite ficou bastante claro para mim que eu gostava dela. Além disso, eu pensava para me encorajar, talvez assim pudesse convencê-la de que Snape não era uma boa pessoa, estaria protegendo-a.
Lembro claramente de ter pensado, antes de adormecer pela última vez naquela noite, que Snape certamente fazia uma publicidade negativa de mim para ela. Que devia ser por isso, e não pelo meu comportamento de anos antes, que ela se mantinha distante de mim.
Eu não estava completamente errado. Ele realmente fazia uma publicidade negativa de mim, mas não era por isso que ela me evitava. Também não era por tudo o que aconteceu na nossa infância, Lily já tinha superado isso. Sabia que era coisa de criança. Ela se mantinha indiferente a mim por conta do meu comportamento atual. Nas palavras dela, por causa da minha “prepotência e arrogância e desprezo total pelas regras e pela organização”.
Foi isso que eu ouvi quando a chamei para sair no fim do quarto ano. Foi isso que eu ouvi durante todo o meu quinto ano em Hogwarts a cada vez que a chamava para sair ou a cada vez que fazia algo que ela considerava incorreto – como azarar o melhor amigo dela.
É difícil explicar a sensação de levar tantos foras. Eu não vou bancar o hipócrita e dizer que nunca levei um fora de uma garota antes dela. Eu já tinha levado, já tinha sofrido e já tinha superado. Mas com ela foi diferente. Eu fingi não levar a sério na frente dos Marotos, mas cada “não”- ou mesmo um simples revirar de olhos – me machucava mais ainda.
Não vou tentar justificar minhas ações, mas acho que toda essa frustração e, bem, dor, foi uma das razões para eu ter agido da forma como agi naquele ano. Eu era um adolescente. É claro que me divertia com aquilo. Como Sirius, Remus e Peter se divertiam em torturar o Ranhoso ou qualquer outro só para sair de um dia tedioso. Eu gosto de receber atenção, gosto de ser o melhor, mas quem não gosta? A maioria dos caras é competitivo por natureza, eu não fugia a essa regra.
Entretanto aconteceu algo no quinto ano que, de alguma forma, mudou tudo. Outra vez.
A segunda grande briga entre Snape e Lily. Eu costumava brincar que o Ranhoso era tão incompetente que, em cinco anos, só brigou pra valer com ela duas vezes enquanto eu sequer podia contar quantas vezes isso havia acontecido entre nós. Peter e Sirius riam, mas Remus costumava me olhar com pena. Remus me conhece bem. Ele é o tipo calado que vê, ouve e percebe absolutamente tudo. Ele sabia que eu estava realmente apaixonado por Lily. Ele sabia que eu, por mais que nunca sequer cogitasse assumir, invejava o relacionamento dela com Snape.
Bem, aconteceu mais ou menos na metade do quinto ano. Discretos como são, imagino que as discussões devam ter começado um pouco antes.
Até aquele ano quase ninguém sabia da ação de forças das trevas no nosso mundo. Eles foram se reunindo lentamente, espalhando seus ideais entre os mais próximos e entre os, eu considero, mais fracos e audaciosos. Como fatalmente acontece quando essas idéias são de purismo, domínio dos trouxas e poder, começou a haver uma grande movimentação na Sonserina. Os Servidores das Trevas estavam recrutando.
Não que eu ache que o recrutamento seja exatamente sutil e por livre arbítrio. Eu sei que eles podem ser bastante persuasivos, mas sempre vai existir uma forma de resistir, principalmente em Hogwarts, onde temos Dumbledore.
Snape sequer tentou. Ele quis se aliar. E quis levar Lily com ele!
Fiquei feliz em descobrir que a influência dele não era tanta. Ela agora conhecia os dois lados. Eu mesmo já havia dito a ela sobre essa preferência do Ranhoso em alguma de nossas brigas. Gosto de imaginar que a ajudei a escolher seu partido, mas sei que ela estaria conosco de todo jeito. Finalmente o orgulho e o idealismo dela me pareceram algo diferente de um comportamento cabeça-dura.
Não acredito que Lily tenha desistido dele mesmo depois de brigarem. Não, Lily é o tipo que jamais desiste do que acredita e, principalmente, de quem ama. E por mais que me irrite admitir: ela o ama. Ou o amava. Suponho que tenha tentado dissuadi-lo da mesma forma que ele tentou convencê-la, mas isso teve um fim logo após os N.O.M.’s de Defesa Contra as Artes das Trevas.
Eu me lembro do dia porque Peter não conseguiu dizer como identificar um lobisomem. Cá entre nós, Rabicho nunca foi muito esperto, mas ele andava com um lobisomem toda lua cheia, não havia como errar.
De qualquer forma, tínhamos saído do Salão Principal e nos sentamos aos pés de uma faia. Era um lugar tão nosso que ninguém mais se sentava por lá. Vantagens de ser um grupo popular.
Lily e suas amigas estavam sentadas no lago, molhando os pés. Eu brincava com um pomo de ouro que havia afanado enquanto observava seus cabelos refletirem a luz do sol, Remus lia um livro de Transfiguração, Peter me observava e Sirius resmungava estar entediado.
Foi quando vi Snape se levantar.
Eu não sei o que me moveu. Talvez várias coisas tenham me feito levantar e chamar Snape. Eu queria que ela olhasse para mim, que visse que eu estava do lado dela, contra o Ranhoso; eu queria divertir Sirius; eu queria chamar atenção de todos os quintanistas que estavam ali; e eu queria castigar Snape por ser tão... Snape.
Sirius já estava de pé. E mais uma vez eu desarmei Ranhoso antes que ele pudesse mirar. Nós discutimos. E Lily apareceu.
Por um instante fiquei satisfeito. Como se acreditasse que ela fosse me congratular por fazer bolhas de sabão cor-de-rosa saírem da boca dele e por colocá-lo pendurado de cabeça pra baixo.
Então eu imaginei que estava ali cumprindo sua função de monitora.
Até que ela sacou a varinha.
Eu não sei explicar tudo o que me passou pela cabeça. Eu a imaginei me lançando Imperio para que eu a beijasse; eu a imaginei tentando me estuporar; eu a imaginei me ajudando a humilhar Ranhoso. Mas o que realmente me deu medo foi a perspectiva de eu ter de atacá-la. E mesmo tendo dito, no instante seguinte, que ela não me forçasse a azará-la, eu temi que ela realmente quisesse duelar.
O importante é que ela me pediu – ordenou – que o colocasse no chão. Eu fiz o que ela pedia, claro, e disse a Snape que ele tinha sorte de Lily estar ali para defendê-lo. E ele disse que não precisava que nenhuma sangue-ruim imunda o defendesse.
Aquilo me subiu a cabeça. Sirius o petrificara, eu ordenei que pedisse desculpas a ela. E Lily me disse com todas as letras que eu era tão ruim quanto ele. É óbvio que fiquei indignado! Eu jamais a chamaria daquilo, como disse a ela logo em seguida. E, então, ela me acusou de assanhar os cabelos para parecer que tinha desmontado da vassoura, exibir meu pomo “idiota” e azarar qualquer um só porque era capaz. De alguma forma, tudo isso era verdade, mas até que ponto relevante? Não era como se eu fosse adepto de magia das trevas.
Eu juro que nada me doeu mais do que “você me dá náuseas”. Ela tinha nojo de mim. O desprezo dela me doía. Não tinha mais o Snape para que eu usasse como desculpa para Lily não gostar de mim. E antes que eu pudesse contra-argumentar, ela já havia se afastado, como se nem eu nem Snape valêssemos seu tempo.
Antes que aquele ano acabasse, eu soube que Ranhoso havia acampado na frente do nosso Salão Comunal para falar com ela, que ele havia pedido milhares de desculpas, mas que finalmente havia acabado. Eu só tinha que me preocupar agora com algum tipo de vingança, mas os sentimentos dele por ela – a única coisa que tivemos e teremos em comum em nossas vidas – me davam alguma certeza de que ela não corria perigo. Não esse perigo.
O sexto ano passou rápido. O que vale a pena ser contado é que de alguma forma nos aproximamos. Não como namorados, tampouco como amigos. Apenas como duas pessoas que estão do mesmo lado numa guerra. Havia reuniões feitas às escondidas para nos atualizarmos sobre o que acontecia fora dos terrenos seguros de Hogwarts e nós dois participávamos. Havia planos de criar um grupo específico para lutar contra o chamado Lorde das Trevas e seus seguidores, ela estava tão interessada quanto eu e os Marotos.
Lily raramente falava, pois não tinha informações específicas do mundo bruxo. Mas recebia da mãe o jornal dominical trouxa e todos se sentavam para procurar alguma ação que parecesse bruxa, como mortes sem causa aparente, acidentes bizarros e fumaça no céu. Nessas situações, ela explicava como o governo trouxa lidava com aquilo e o que poderia estar escondido nas palavras bonitas do jornal. Eu ficava admirado toda vez que ela dava alguma explicação ou explicitava uma opinião, pois defendia o nosso mundo e o nosso lado com tanto fervor que eu jamais imaginaria que seis anos antes ela não sabia o que era magia ou Hogwarts. Lily, juntamente com Remus, também era útil por ser monitora e facilitava as coisas para nossos encontros.
Finalmente, a ocasião que tornou aquele ano o pior da minha vida.
Era sexta-feira à noite, estávamos saindo para uma reunião de atualização quando a Profª McGonagall chamou a mim e a Lily em sua sala. Primeiro ela falou conosco sobre as reuniões. Disse que Dumbledore tinha conhecimento delas e as apoiava, mas que deveríamos ser mais cuidadosos. Então ela pediu que Lily saísse porque queria falar em particular comigo. Depois de alguma hesitação e, juro, lágrimas, elas anunciou que meus pais haviam morrido.
Eu não me lembro muito bem de nada depois daquilo. Foi como levar um soco e um feitiço de confusão ao mesmo tempo. Eu havia recebido uma carta no dia anterior de minha mãe dizendo que estava tudo bem, que ela e meu pai estavam sendo prudentes e pediu que eu também fosse. Eu escrevi de volta dizendo que sempre era prudente. E disse que também os amava.
É impressionante como durante dias como esses em que a morte parece estar em cada esquina nos sentimos mais impelidos a demonstrar nossos sentimentos. Fico feliz em ter dito e gosto de acreditar que ela leu aquilo.
A professora explicou que havia sido um ataque dos Comensais da Morte a uma reunião no Ministério da Magia, que muitas pessoas haviam morrido. Alguém traíra o local e a hora da reunião. Lembro de ela ter dito que eles tinham lutado bravamente, mas estavam em menor número.
Confesso que posso contar as vezes em que chorei. Aqui em Hogwarts me lembro de duas vezes. A primeira, quando, no terceiro ano, fiz uma pirueta só para agradar o público e perdi o pomo para o apanhador adversário; e a segunda por causa de um maldito discurso de Remus sobre amizade depois de uma lua cheia particularmente turbulenta.
Aquela foi a terceira. E não foram apenas lágrimas que vinham aos olhos, foram lágrimas que despencavam como numa queda d’água sobre meu rosto. Eu quis sair dali imediatamente, balbuciei um agradecimento para McGonagall, abri a porta e fui andando sem rumo pelos corredores.
- James – eu ouvi Lily me chamar e parei, encostado a uma parede qualquer.
Ela havia ficado me esperando do lado de fora da sala para irmos à reunião. Perguntou à professora o que havia acontecido quando saí cegamente porta afora e me seguiu.
Eu me lembro de não ter olhado para ela. Por mais que sofresse, não queria que ela me visse daquela forma, tão vulnerável. Preferia a visão de prepotente que ela tinha de mim. Fiquei de olhos fechados, a parede era tudo o que me mantinha de pé, o sofrimento me consumindo lentamente como um fogo invisível.
Então ela me abraçou.
Lily não é muito menor que eu. Eu tenho um metro e setenta e três, ela deve ter por volta de um metro e sessenta e oito, talvez nove. De modo que ela passou seus braços em torno de mim e me abraçou com força.
Obviamente aquilo me surpreendeu. Nós nunca tínhamos sequer dado um aperto de mãos, imagine um abraço. Lentamente eu também a abracei.
Permanecemos ali por um tempo que não sou capaz de precisar. Eu chorava, me segurando a ela numa tentativa desesperada de me manter ali, fora da dor de perder a única família que eu tinha, fora do horror da guerra; e ela chorava murmurando coisas como “eu sinto muito” e “eu estou aqui” ao meu ouvido.
Ela não deu sinais de que me soltaria e, pouco a pouco, eu fui tomando consciência da presença dela ali, tão perto de mim. E fui tomado por uma vontade de beijá-la.
Não me entenda mal. Eu tinha acabado de receber a notícia de que meus pais tinham morrido, não estava romântico. Simplesmente sabia que, daquele jeito, eu esqueceria por alguns instantes de todo o resto. E sabia também que ela não me negaria aquilo, não naquele momento.
E foi isso que me fez parar quando minha boca já tocava sua bochecha molhada. Eu não queria que ela me beijasse por pena. Não queria que nada acontecesse naquele momento, porque deixaria de ter o significado que tinha. Não seríamos nós, juntos por vontade própria, unidos por um sentimento ou o que quer que seja. Seríamos nós, unidos por um momento de sofrimento, pela dor da perda.
Eu sabia que ela me compreendia, porque seu pai havia morrido de infarto um ano antes. Lily sabia o que era perder alguém da família. Não a família toda, como eu, mas uma pessoa amada.
É óbvio que duas semanas depois, quando contei tudo o que aconteceu naquela noite a Sirius, ele só não me xingou porque ainda estávamos de luto. Ele achava que eu devia ter aproveitado a oportunidade.
- Vai ficar tudo bem – ela me disse, finalmente se afastando, suas mãos segurando as minhas. – Parece o fim do mundo... É o fim do mundo... Mas vai passar. Eu sei que dói, James, juro que sei. Mas dói menos a cada dia.
Eu fiz um gesto de confirmação com a cabeça. Não acreditava ser capaz de falar naquele momento.
Hoje eu vejo o quanto aquele conselho era verdadeiro. Eu ainda sinto a falta dos meus pais, às vezes eu preciso deles e eles não estão aqui. A dor permanece, mas é suportável, até esquecível por algumas horas, dias ou semanas.
Naquele dia nós ficamos vagando em silêncio pelo castelo por horas. Eu me recusei a ir para o nosso Salão Comunal ou para o meu quarto e ela se recusou a sair de perto de mim.
Lily me disse que daria a notícia a Sirius quando chegássemos, depois que expliquei que ele morava conosco há um ano, que meus pais eram tão meus quanto dele. Eu contei a ela algumas histórias chatas e nostálgicas, ela riu e contou outras, menos chatas e nostálgicas.
Já passava das duas horas da manhã quando voltamos. Ela foi comigo até o quarto e enquanto eu tomava banho ela disse tudo a Sirius. Mais tarde descobri que ele não foi me procurar porque, olhando no Mapa do Maroto e vendo que estava com Lily, acreditou que eu estivesse me dando bem.
- Talvez devêssemos fazer uma atualização no Mapa para que ele mostre o que estamos fazendo ou ao menos como estamos nos sentindo – sugeriu Remus.
Eu discordei. Se eles tivessem ido até lá, eu não teria tido a minha pior e melhor noite do ano. Além do mais, mesmo entre amigos precisamos de alguma privacidade de vez em quando. Peter concordou comigo, como sempre. Disse que tínhamos o direito de fazer novos amigos, de ter nossas próprias prioridades. É nessas horas que gosto de Pete, ele está sempre do meu lado.
Creio que esse seja o fim do nosso sexto ano. Em suma, o mal saiu dos bastidores e começou a agir às claras, meus pais foram assassinados e Lily e eu passamos a ter um relacionamento razoável.
O sétimo ano é exatamente esse que estou começando agora. Faz duas semanas que chegamos a Hogwarts. Eu fui, sabe Dumbledore como, nomeado ao posto de Monitor Chefe juntamente com Lily. É isso aí, acreditem todos ou não, eu ocupo o cargo de maior autoridade da comunidade estudantil de Hogwarts.
Praticamente uma piada, considerando o número de vezes em que meu nome está presente no Livro de Detenções de Hogwarts. Todavia, se o maior bruxo de todos os tempos acha que sou capaz, quem sou eu para discordar?
N/A: Cá está. Morrendo de pressa pra postar a fic nova. Leiam também, se tiverem tempo.
Larissa McBlack: hey, obrigada! hihi. Espero que goste desse aqui também. Um beeijo!
Livinha: Amoreeee. Fiquei toda saltitante quando vi sua review. Tá sempre tão ocupada, fico muito feliz que tenha arranjado um tempinho pra mim! E é claro que a outra fic vai passar por você primeiro! Também te amo, chuchu.
LadyBarbiePontasPotterCullenS.: Confesso que tive que copiar e colar o seu nick. Hihi. Tá aí o seu capítulo, obrigada pela review!
Flor Cordeiro: Ah, muito obrigada. Espero que tenha gostado da ideia. É incrível como as fic James/Lily podem ser repetitivas sem a gente se cansar delas! E desse, você gostou? Um beijo!
Yuufu: Ah, você não sabe como eu ADOREI a sua review. É tão bom quando um leitor entende o que a gente quer fazer! Eu estava tão cansada dessa coisa toda de sempre. Queria por tudo o que a JK nos deu em RdM em uma história. Por mais que eu continue detestando o Snape, ele é parte de tudo isso. Espero que você não se arrependa de esperar minhas atualizações. Muito obrigada! Um beijo.
Kaah~: Oi! Bem, obrigada pelo elogio, espero não decepcionar. Ficarei feliz em saber o que você achou. Um beijo!
zihsendin: Ah, eu tenho certeza de que às vezes o James deveria manter sua boquinha fechada. Mas às vezes (só pra variar), ele diz a coisa certa. Hehe. Muito obrigada por acompanhar a fic.
Bruna G. Weasley: Aqui na minha terra a gente fala cumadi!! ahuahauhau Ah, mas eu fiquei tão mega feliz com a sua review! Foi uma surpresa. Ou devo dizer mais uma? Hehe. Brigada, mana! Mil beijoos. Amo.
Mil beijos!
Dana
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