Capítulo II



Eight Souls - Capítulo II:


Caminhos Cruzados


 


Eu conhecia Emmeline desde o maternal, éramos amigos desde sempre, meu pai quer que eu me case com ela, mas eu só a vejo como uma amiga e não como uma futura esposa.


 


-Que bom que você está bem Emmeline, ficamos preocupados. –falou minha mãe.


 


- Não foi nada. –falou Emmy.


 


Emmeline tomou um gole d’água e voltou a comer, ela e o pai estavam jantando em casa, meu pai os havia convidado.


 


-Então James como vai Dartmouth? –Perguntou Michael.


 


-Bem, não é tão difícil quanto pensei. - falei, eu cursava Direito em Dartmounth, meu pai insistia para que eu cursasse Administração, mas consegui convence-lo a me deixar prestar Direito, claro que tive que dar minha apalavra que cursaria Administração assim que terminasse Direito.


 


Meus pais e o pai de Emmeline conversavam animadamente, na verdade faziam planos para o futuro, planos sobre o nosso casamento, Emmeline suspirou ela também não queria isso, ter que se casar comigo por que nossos pais queriam assim.


 


Depois do jantar Emmeline e eu fomos para a sala de estar, sentei no sofá e ela se sentou ao meu lado.


 


-Que tédio né. – ela falou - Eles ficam lá falando sobre o nosso casamento, eles tem isso como certo.


 


-Isso para eles já é um fato Emmy. –falei.


 


-Bobões - ela sussurrou, eu sorri. Emmeline sempre conseguia me animar.


 


-Então, seu pai falou que te contratou um segurança. – falei.


 


-Nem me lembre, ainda não acredito que ele faz isso. – ela disse irritada, Emmeline detestava que pensassem que ela era uma menininha que precisasse de cuidados.


 


-Você detesta isso não é?


 


-Detesto, mas detesto ainda mais, o que nossos pais estão fazendo. – ela disse, é eu também detestava.


 


-Acho que a gente pode dar um jeito. – falei.


 


-Como?


 


-Aceitamos essa idéia toda, e no dia do casamento você foge com outro, é fácil. – falei brincando, fazendo-a rir.


 


-Hey, quem sabe eu não faça isso mesmo. – ela riu.


 


 


Ficamos um bom tempo conversando até Michael e Emmeline irem embora.


 


 


 






 


 


A minha cabeça rodava, eu estava numa festa na casa da... Ashley? Brenda? Que seja, só sei que tem uma garrafa de vodka na minha mão e um cigarro na outra e estou no meio da rua, com quem eu vim mesmo com a Jessica? Jully? Não, espera foi com a Jenny, isso foi com a Jenny, mas cade ela? Droga! Está tudo embaralhado, a última vez que eu vi a Jenny ela estava com um cara, verdade, ela estava indo para um quarto com um cara.


 


Sentei-me na calçada e respirei fundo, meu estomago estava começando a embrulhar, traguei o cigarro que estava na minha mão e soltei a fumaça, o ar frio da noite batia em meu rosto, tomei um gole da garrafa que estava na minha outra mão, senti o líquido descer queimando a minha garganta, tudo isso me fazia esquecer, esquecer meu irmão e minha mãe que estavam em casa preocupados comigo, esquecer as marcas que minha mãe tinha no corpo, e principalmente esquecer o canalha do meu pai que foi embora a alguns anos, ele era o principal motivo para que eu levasse esse tipo de vida aos fins de semana, eu queria esquecer tudo o que eu vi, tudo o que eu senti.


 


Ouvi algumas risadas, olhei para a entrada da casa da... Sei lá quem que estava dando a festa. Jenny e o cara estavam saindo, doidões.


 


- Hey Dorc, o que faz ai? –ela me perguntou cambaleando até mim.


 


Mostrei o cigarro e a garrafa para ela, ela sentou-se ao meu lado e tirou o cigarro de minhas mãos fumando-o.


 


-E ai gata, para onde vamos agora? – perguntou o carinha.


 


-Dorc estamos indo dar um passeio quer ir com a gente? – ela falou, mal conseguindo pronunciar as palavras.


 


-Não, podem ir se divertir. – falei, eu não ia sair com eles, fala sério, eles com certeza iam parar em algum canto e ficar se agarrando.


 


-Tem certeza? – perguntou ela soluçando.


 


-Uhum. – falei e voltei a fumar.


 


-Então ta bem. – ela disse levantando -e quase caindo- e indo para o seu conversível vermelho com o cara, vi quando ele passou a mão na bunda dela e ela sorriu safada.


 


Jenny arrancou com o carro e quase bateu em um poste, levei um susto com o barulho do carro derrapando, mas logo deixei de me preocupar quando ouvi Jenny rir e arrancar o carro novamente.


 


Continuei sentada na calçada bebendo e fumando e sem pensar em nada.


 


 


 






 


 


Já estava tarde, havia uns três casais na lanchonete, e eu e Lily torcíamos para que não chegasse mais ninguém, afinal era sábado à noite.


 


-Estou quebrada. – disse Lily encostando a cabeça em meu ombro.


 


-Somos duas, amiga. – falei.


 


O casal da mesa dois chamou e fui até lá.


 


-A conta, por favor. – falou o rapaz sorrindo.


 


-É pra já. – falei, fui até o caixa onde Josh somou a conta e voltei para a mesa, o rapaz me entregou o dinheiro e saiu, agora só faltam dois casais. Entreguei o dinheiro para Josh que sorriu.


 


-Então Lene, quem era aquele bonitão que estava aqui hoje de manhã. – falou Lily.


 


-Quem?


 


-Aquele que pediu o café preto, olhos azuis acinzentados, cabelos negros, corpo sarado. –ela falou sorrindo.


 


-Lily, passaram tantas pessoas por aqui hoje, mas acho que sei de quem está falando. –falei, eu me lembrava nitidamente dele, Sirius Black.


 


-Então quem era?


 


-Ele se chama Sirius Black, é só isso que sei.


 


-Eu vi como ele te olhou antes de sair, ele ficou interessado em você.


-Ah Lily, que nada. – falei sentindo meu rosto corar. O casal da mesa sete chamou, estava me levantando para ir até lá.


 


-Deixa que eu vou. – falou a Lily se levantando. Sentei no banquinho de novo e fiquei olhando para a rua, enquanto o casal pagava a conta.


 


Alguns minutos depois, o ultimo casal também foi embora.


 


-Graças a Deus, eu preciso de um banho quente e da minha cama. – falei tirando o avental preto.


 


-Idem. – falou a Lily colocando o casaco.


 


-Então meninas, até amanhã, sinto muito por ter perdido a folga Marlene. – falou Josh.


 


-Que isso Josh. – falei me despedindo dele. A outra garçonete Allyson estava de licença maternidade então até que ela voltasse Lily e eu não teriamos folga, nem no domingo.


 


Fomos andando para casa, não era longe apenas algumas quadras da lanchonete, estava um friozinho gostoso, só não tão gostoso por que eu estava de saia e as minhas pernas estavam começando a ficar geladas.


 


Estavamos passando em frente a um pequeno mercado vinte e quatros horas, quando Lily lembrou que Kitty a nossa gata precisava de ração, entramos, la dentro estava quentinho e aconchegante, Lily foi para a sessão de produtos para animais enquanto eu fui pegar algumas coisas para comer e beber, a noite fria pedia um vinho. Estava em duvida entre dois que pareciam ser os melhores da loja.


 


-Eu recomendo esse. – disse alguém apontando o que estava na minha mão direita. Ergui os olhos e paralisei, o bonitão de cabelos negros que aparecera hoje de manhã na lanchonete estava bem ao meu lado.


 


-Oi. – falei sorrindo.


 


-Oi.


 


-Black, não é? – falei, perguntando seu nome.


 


-É, mas pode me chamar de Sirius, Marlene. – ele falou sorrindo, não sabia bem o porquê mais gostei da forma como o meu nome soou quando ele o disse - Então o que faz perdida por aqui?


 


-Não estou perdida. – falei - A lanchonete é aqui perto e nosso apartamento também.


 


-Nosso? – ele perguntou.


 


-Meu e de Lily. – expliquei.


 


-A ruiva que trabalha com você? – ele perguntou.


 


-Ela mesma.


 


-Legal, então vocês dividem um apartamento?


 


-Sim, nós e uma gata siamesa reclamona. – falei e ele riu. – Mas e você o que faz perdido por aqui?


 


-Eu estava aqui por perto, na academia.  –ele falou. – Resolvi parar e comprar algo.


 


-Legal.


 


-Prontinho Lene, eu já... – disse a Lily parando ao ver Sirius ao meu lado.


 


-Lily, esse é o Sirius. – falei apresentando-o, Lily tinha aquele sorrisinho no rosto. –Sirius essa é a Lily.


 


-Prazer em conhecê-la. – falou ele


 


-O prazer é todo meu. – falou Lily pegando o vinho da minha mão. – Eu vou passar isso no caixa enquanto vocês conversam. – ela disse piscando para mim.


 


-Ah, eu acho que eu já vou. – falei.


 


-É, eu também já estava indo, até mais. –ele disse dando um beijo em meu rosto senti-o corar.


 


-Até. – sussurrei. Fui até o caixa onde a Lily estava, depois fomos para casa. Lily pegou sua chave e abriu a porta, Kitty nossa gata siamesa miou.


 


-Kitty, como vai garota? – falou Lily pegando-a no colo.


 


-Hey Kitty. – falei coçando atrás de suas orelhas.


 


Lily foi colocar ração para Kitty enquanto eu tomava o meu banho, os sábados na lanchonete eram de arrebentar qualquer um.


 


 






 


 


As luzes da academia ja estavam apagadas, mas eu não estava com vontade de ir para casa, continuei a treinar no tatame quando alguém me chamou.


 


-Edgar?


 


-Sim. – falei


 


-O que faz aqui? É meia-noite cara, vá para a casa. Sirius e os outros já foram, faz um bom tempo. – falou Gabriel o dono da academia.


 


-Desculpe se estou incomodando Gabe, não era a minha intenção. – falei.


 


-Não é incomodo rapaz, só achei que um rapaz como você teria mais o que fazer em um sabádo à noite. – falou acendendo as luzes.


 


-A única coisa que eu gosto de fazer é lutar e treinar Gabe, essa é a minha paixão.


 


-Vai ser uma pena você sair Edgar.


 


-É.


 


-Mas saiba que se precisar estaremos ai, pensei que começasse trabalhar amanhã.


 


-Eu ia, mas o Sr. Vance ligou e falou para eu ir só na segunda, então.


 


-Resolveu vir aqui se despedir do tatame.


 


-É. – falei sorrindo. – Mas agora vou deixar você fechar a academia e descansar. – falei pegando minha mochila.


 


-Que isso, fique o quanto quiser.


 


-Não eu já estava indo, até mais Gabe. – falei apertando sua mão


 


-Até mais Edgar.


 


Sai da academia, havia deixado a moto em casa, então ia a pé mesmo, um vento suave bateu em meu rosto, amanhã é domingo e eu começo a trabalhar na segunda, ainda estou me perguntando por que diabos eu aceitei esse emprego.


 


Emmeline Vance é tão mimada, ter a bolsa assaltada não era nada, ela deve ter milhões de bolsas para substituir a que quase roubaram, mas quando o pai dela me ofereceu o emprego confesso que não resisti. Passei por uma banca de jornal que por milagre ainda estava aberta a foto dela estava estampada em todos os jornais, o título Socialite Americana Assaltada parecia querer pular da página.


 


Abri a porta de casa, Zeus o meu labrador amarelo veio ao meu encontro.


 


-E ai garotão? – falei fazendo-lhe carinho, eu havia ganhado ele há cinco anos atrás, e quando me mudei não consegui deixá-lo na casa dos meus pais na Itália.


 


Entrei em casa e joguei a mochila no sofá, coloquei um pouco de comida para Zeus e tomei um banho quente. Fui para a cozinha, no congelador tinha lasanha congelada de queijo e lasanha congelada de carne, peguei qualquer uma e coloquei no microondas, liguei a TV, jogo dos Yankes perfeito, Zeus e eu somos apaixonados pelo time.


 


 






 


 


-Remus, por favor. – ela insistia.


 


-Tchau mãe. – falei saindo pelo portão, minha mãe insistia para que eu ficasse em casa, mas eu estava morrendo por tanto tinha que aproveitar o tempo que me restava, entrei no carro e dei a partida, Brenda Houston a filha de amiga da amiga da minha mãe, estava dando uma festa de aniversário, não era longe daqui, mas preferi ir de carro, talvez assim minha mãe se preocupasse menos, ou não. A casa de Brenda era enorme e a reconheci de longe. Estacionei o carro do outro lado da rua, já estava tarde mais o som de dentro da casa me dizia que a festa ainda estava acontecendo, estava passando pelo portão quando notei alguem sentada na calçada, uma garota. Fui até ela.


 


-Oi – falei parando ao lado dela, a garota demorou um pouco para responder.


 


-Oi. – ela disse me olhando, seus olhos eram castanhos e estavam avermelhados, suponha que por causa da vodca que ela bebia direto da garrafa. Sentei ao lado dela na calçada.


 


-Quem é você? – ela perguntou fumando um cigarro.


 


-Remus Lupin e você? – perguntei olhando para ela. Ela demorou mais um pouco para responder, parecia nem lembrar o próprio nome.


 


-Dorcas Meadowes. – ela suspirou.


 


-Muito prazer Dorcas, mas me diga o que uma garota tão bonita faz aqui sozinha? –perguntei. – suas bochechas eram rosadas e os cabelos castanhos caiam pelas costas.


 


-Esquecendo. – ela respondeu.


 


-Esquecendo o que?


 


-Tudo.


 


Ficamos em silencio por um tempo, ela olhava para o nada e continuava a fumar, notei que havia vários cigarros apagados ao seu redor, então esse não era o primeiro.


 


-Você não devia fumar. – falei querendo quebrar o silencio chato.


 


-Ah, por favor. – pediu ela m tom de queixa.


 


-O que? – perguntei.


 


-Não me venha com essa de: ‘você não devia fazer isso’ ‘ você não devia fazer aquilo’ ‘isso faz mal’, já basta a minha mãe. – ela falou irritada, eu ri, é engraçado ve-la irritada, ela fica ainda mais bonita.


 


-Ok então, só queria ajudar.


 


-Obrigada – ela bufou.


 


-Disponha. – falei risonho. – Mas, você estava na festa da Brenda?


 


-Aham.


 


-Veio sozinha?


 


-Não, vim com uma amiga, Jenny.


 


-E onde ela está? Que tipo de amiga deixa a outra sozinha numa festa? – perguntei.


 


-Se divertindo em algum lugar, mas hey não estou sozinha. –ela falou.


 


-Não?


 


-Não, você está aqui comigo. – ela sorriu, um sorriso lindo, gostei como a frase havia soado.


 


-É, eu estou. – falei, ela suspirou pondo a mão na cabeça. - Tudo bem? – perguntei, ela parecia mal.


 


-Tudo, só um pouco tonta.


 


-Também. – falei apontando a garrafa.


 


-Ah, não enche. – ela disse dando um tapinha no meu ombro, eu ri e ela me acompanhou.


 


-Eu acho que já vou para casa.- ela falou depois de alguns minutos. – Eu não to a fim de ficar na festa, e acredito que minha carona não volte mais aqui hoje. – ela falou.


 


-Eu estou de carro, posso te levar. – falei.


 


-Ah não, não se preocupe eu vou a pé mesmo, tudo bem.


 


-Por favor, deixa eu te levar. – falei olhando bem dentro de seus olhos.


 


 


-Ah, então ta. – ela falou, levantei e fiquei em pé, ela levantou em seguida, mas se desequilibrou, quase caindo.


 


-Cuidado. – falei pegando-a, ela olhou para mim, estavamos tão perto.


 


-Obrigada. – ela falou desviando o rosto corado.


 


Entramos no carro, ela me falou onde morava e eu a levei para casa.


 


-Chegamos. – falei parando em frente a casa.


 


-Valeu! – antes de sair ela deu um beijo em meu rosto senti como se ele estivesse queimando, ela entrou na casa e me mandou um tchauzinho da janela, sorri, dei a partida e fui pra a casa.


 


 






 


n/a: Capítulo II até que enfim, mas galera da um descontinho né, eu estava fazendo CFC, estou tirando carta (tomem cuidado em breve perigo pelas ruas haha) e tinha uma amiga de outra cidade em casa e além do mais começaram as aulas na faculdade q.q espero que gostem do capítulo e comentem sim.


 


Beijos, Talita.


 


n/b: Eu amei esse capítulo. O Remus e a Dorcas foram tão cuti cuti “eu estou com você” Awwwn. E a amizade entre o James e a Emmy. Essa foi a pet issue da fic. Talita é apaixonada por animais sabiam? Ah, sim. Quanto a tirar a carteira... Logo a F&B vai ter um motorista oficial. Talita, mon amour, esse capítulo ficou perfeito. Beijos.


 


Michelle Freire.

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