Capítulo I



Eight Souls - Capítulo I:


Vidas Paralelas


 


Socialite Americana Assaltada


 


Na noite de ontem 29 de Janeiro a socialite Emmeline Vance, filha de um dos homens mais ricos de Nova York foi assaltada quando saia de um restaurante com algumas amigas, o bandido que não teve seu nome revelado tentou roubar a bolsa da garota, mas graças a um rapaz que passava pelo caminho o bandido foi detido, o rapaz é Edgar Bones, professor de artes marciais de uma das academias de Nova York, o rapaz não quis dar nenhuma entrevista.


 


- Ah não no New York Post também? – Exclamou Marlene ao meu lado.  – Fala sério essa garota está no New York Times, New York Daily News...


 


- Na CNN – exclamei apontando para a TV ligada da lanchonete, onde Anastácia Bradshaw uma loura de olhos claros apresentava a notícia. – Ela é rica Marlene, se ela quebrar uma unha, os jornais anunciaram que um desastre aconteceu em Nova York.


 


Marlene bufou e jogou o jornal de qualquer jeito em baixo do balcão.


 


- Bom dia meninas! – desejou Josh Johnson nosso chefe e dono da lanchonete.


 


- Bom dia Josh. - desejamos.


 


- Então alguma novidade? Algo que preste nos jornais?


 


- Não, a única coisa que da qual os jornais sabem falar é do quase assaltado de Emmeline Vance, a patricinha mais mimada dos Estados Unidos depois da Paris Hilton. – falei.


 


Era sábado, e a lanchonete do Josh lotava aos sábados, ou seja, mais um fim de semana de trabalho duro nós abrimos ás oito da manhã e só fechamos quando o último cliente vai embora completamente satisfeito.


 


- Bom dia garotas! Como vão as minhas garçonetes preferidas? – disse Douglas Fields o cliente mais antigo da lanchonete Dougie como nós o chamamos vem aqui todos os dias para tomar o café da manhã e almoçar.


 


- Lene querida que tal aquele cafezinho no capricho? – ele pediu a Marlene, Marlene fazia o melhor café do bairro.- E Lily que tal aqueles waffles que só você sabe fazer? – disse ele pedindo seu café da manhã de sempre.


 


- Pode deixar Dougie, é pra já. – falei já preparando seus waffles, Dougie, assim como Josh é como um pai para mim. Fiquei órfã aos sete anos, meus pais sofreram um acidente de carro e não sobreviveram, me mandaram para um orfanato onde fiquei até meus dezoito anos, quando precisei começar a trabalhar, não podia mais ficar lá, Josh me empregou na hora, foi aqui que conheci Marlene McKinnon minha colega de trabalho, Marlene é um anjo, tímida e ingênua, logo na minha primeira semana que emprego Marlene me perguntou se eu gostaria de ir morar com ela, ela morava sozinha em um apartamento de dois quartos no Brooklyn, ele estava a fim de dividir o apartamento com alguém, eu aceitei então a partir daquele dia nos tornamos grandes amigas.


 


- Prontinho Dougie - disse entregando-lhe seus preciosos Waffles.


 


-Valeu pequena. – disse Dougie sorrindo, suspirei a lanchonete começava a encher.


 


 


 






 


 


 


Abri os olhos e fitei o teto do meu quarto, é sábado e eu não estou com a mínima vontade de levantar da minha cama.


 


- Bom dia senhorita. – falou Madelaine.


 


Madelaine era a governanta da casa, ela sempre me tratou como uma filha.


 


- Bom dia Mady – falei chamando-a pelo apelido que eu a dei quando era criança e me espreguiçando.


 


Sentei-me na cama e liguei a grande TV de plasma, a minha foto estava em um canto do vídeo enquanto o repórter falava sobre o meu quase assalto, sinceramente aquilo já estava começando a me encher.


 


- Está em todos os jornais. – disse Mady me entregando um exemplar de cada jornal, todos diziam a mesma coisa Socialite Americana Assaltada, e todos mostravam uma foto diferente minha.


 


- Grande novidade, qualquer coisa que aconteça comigo vira notícia. – disse jogando os exemplares na cama e indo para o banheiro, demorei um pouco no meu banho de espuma, desci e me encontrei com meu pai na sala de jantar.


 


- Bom querida, que bom que você já acordou, queria mesmo falar com você. – disse meu pai.


 


- Sobre? – perguntei sentando-me a sua direita e me servindo de um pouco de suco de laranja.


 


- Sobre ontem – ele começou a falar.


 


- Pai, eu já disse que estou bem. – falei interrompendo.


 


- Eu sei, e isso graças aquele rapaz que salvou você. – ele disse tomando um gole de seu café preto.- Consegui entrar em contato com ele.


 


- Mesmo? – perguntei, acho que papai gostaria de lhe recompensar de alguma maneira, afinal para que mais entraria em contrato com o rapaz.


 


- Sim, ele deve cheg...- Meu pai estava dizendo quando Mady entrou na sala.


 


- Com licença senhor, mas o rapaz acaba de chegar. – ela falou, rapaz? Mais que rapaz?


 


- Oh, obrigada Madelaine, leve-o até a sala de estar chego lá em dois minutos. – ele disse terminando de tomar o seu café. – Emmeline me acompanhe, por favor. – ele disse se levantando e indo para a sala de estar.


 


Quando entramos, um rapaz loiro e alto apreciava um dos quadros preferidos de meu pai.


 


- Olá senhor Bones. – disse meu pai.


 


- Ah, olá senhor Vance. – disse o mesmo rapaz que salvou minha vida ontem, o que ele fazia aqui? –É um belo Monet, senhor. – ele disse apontando para o quadro.


 


- Oh, sim, o meu preferido, gosta de artes? – perguntou papai. – A propósito essa é minha filha Emmeline Vance.


 


- Olá senhorita. – disse ele beijando as costas de minha mão ele tinha os olhos claros e enigmáticos. – Quanto à pergunta senhor, sim, eu gosto muito de arte.


 


- Há! que maravilha, senhor Bones o senhor pensou na proposta que lhe fiz ontem? –perguntou meu pai, mas que proposta?


 


- Sim, senhor eu pensei bastante e resolvi aceitá-la.


 


- Hã?Desculpe a intromissão, mas que proposta? – perguntei olhando para o meu pai.


 


- Ah querida, visando os recentes acontecimentos, achei que seria bom se você tivesse um segurança particular. – ele disse... O QUE?


 


- Ah, eu agradeço o que fez por mim ontem senhor Bones. – falei olhando para o homem a minha frente. –Mas papai eu não preciso de uma... Babá. – falei.


 


- Emmeline, Edgar Bones não será sua babá, será seu segurança e não adianta eu já resolvi, a partir de hoje o senhor Bones será seu segurança particular e ponto final. – ele disse.


 


- Mas pai. – tentei argumentar.


 


- Nada de ‘mas’ Emmeline, agora se me dão licença, eu tenho que ir trabalhar. - disse meu pai. – Senhor Bones, o senhor começa amanhã.


 


- Ok senhor, estarei aqui assim que amanhecer o dia. – o rapaz falou, ótimo ele ia madrugar, ele apertou a mão do meu pai e deu mais um beijo na minha e saiu.


 


- Não acredito nisso, não acredito... -sai pisando firme em direção ao meu quarto.


 


 


 






 


 


  Minha cabeça girava, acordei e olhei para o relógio 11h 30min, olhei para o outro lado, quem era essa? E onde eu estava? Retrocedi um pouco para me lembrar da noite de ontem, eu me lembrava de uma festa, uma garota loira – provavelmente essa que esta ao meu lado – bebidas e roupas sendo espalhadas pelo chão, sentei-me tomando cuidado para não acordar a garota, como era mesmo o nome dela? Amber?Amanda?Alicia? Só me lembro que era alguma coisa com ‘A’ Droga! Minha cabeça parece que vai explodir. Levante e peguei minhas roupas do chão, me vesti e sai de fininho da casa, a última coisa que eu queria era que ela acordasse e ficasse pegando no meu pé.


 


- Droga Sirius, você tem que parar de beber desse jeito – disse para mim mesmo ao sair para a rua, eu precisava de um café bem forte, andei alguns quarteirões, vi uma lanchonete chamada Mr. Johnson. Entrei, o lugar estava um pouco cheio, sentei-me em um banco encostado no balcão.


 


- Um café preto, bem forte, por favor. – pedi à garçonete sem nem olhar para ela.


 


- É pra já. – ela falou animada.


 


Dois minutos depois ela me trouxe o café.


 


- Prontinho. – ela disse


 


- Obrigado. – falei finalmente olhando para ela, ela era morena, de olhos castanhos, linda, porém com um ar bem inocente.


 


- É a primeira vez que você vem ao Mr. Johnson? Não me lembro de tê-lo visto por aqui antes. – ela falou simpática.


 


- É, nunca tinha vindo antes. –falei, ela sorriu, que sorriso. – Qual o seu nome? – perguntei.


 


- Marlene, Marlene McKinnon. – ela disse e sorriu de novo. – E o seu?


 


- Sirius, Sirius Black. –respondi analisando-a, seu cabelo estava preso em um rabo-de-cavalo alto, as pontas eram levemente onduladas, seus lábios eram cheios e convidativos.


 


- Prazer em conhecê-lo Sirius. – ela sorriu novamente.


 


- O prazer é meu – falei.


 


- Lene, poderia me dar uma mãozinha. –chamou uma garota ruiva, com duas bandejas na mão, ela tinha cabelos vermelhos que também estavam presos em um rabo-de-cavalo e olhos extremamente verdes e um corpo espetacular.


 


- Claro! Até mais Sirius. – disse Marlene.


 


- Até. – falei observando-a se afastar.


 


  O café forte agiu  rapidamente para a minha dor de cabeça, eu estava novo em folha. Paguei pelo café e sai, quando cheguei a porta olhei para o canto onde Marlene atendia uma senhora, ela olhou para mim e sorriu, sorri de volta e sai para as ruas ensolaradas de Nova York.


 


  Peguei um táxi e fui para a casa, meu apartamento era bem grande e espaçoso, tomei um banho frio e me deitei, meu pai havia falecido no ano passado e me deixara tudo o que tinha, minha mãe em Paris com meu irmão Régulus, nós éramos bem de vida. A festa de ontem acabara comigo, eu estava exausto.


 


 






 


 


  Eu estava no hospital – de novo – para mais uma sessão de quimioterapia, não sei por que ainda insistam para que eu faça isso, já faz dois anos que descobri que estou doente, é sempre a mesma coisa eu faço o tratamento e melhora para logo em seguida piorar. É crônico, não tem cura, ou seja, eu vou morrer.


 


- Pronto você já pode ir para a casa, mas tenha cuidado, nada de excessos. – disse o Dr. Brown.


 


- Pode deixar doutor. – disse minha mãe ao meu lado.


 


  Ela sempre me acompanhou aos tratamentos, como se eu fosse um garotinho que precisa de babá. Entramos no carro, essas sessões acabam comigo, eu fico um lixo por dias, mas minha mãe se recusar a me deixar morrer e fica me submetendo a essas torturas.


 


- Tudo bem querido? – ela me perguntou.


 


- Só quero saber por quanto tempo mais a senhora vai me submeter a isso. - falei.


 


- Até você estar curado. – ela me respondeu.


 


- A senhora sabe que não tem cura mãe.


 


- Pois então, nós acharemos uma, mas eu não vou te deixar morrer sem antes tentar mantê-lo vivo. – ela falou num tom de voz de quem diz eu o assunto estava encerrado.


 


  Quando chegamos em casa peguei meu celular e liguei par James, certeza que ele estava dormindo. O telefone chamou várias vezes antes do babaca atender.


 


- Alô? – falou ele com a voz rouca.


 


- Acorda imbecil, está na hora de levantar. – falei, mais a minha voz não estava melhor que a dele.


 


- Remus, e ai cara como foi na quimioterapia?


 


- A mesma coisa de sempre, chato e nojento.


 


- Pois tudo para fora de novo?


 


- Como sempre. – falei, os remédios que eu era obrigado a tomar simplesmente não paravam no meu estômago. - Como foi à festa ontem?


 


- Ótima, mas você quer saber da festa ou da Amber? – ele falou, Amber é minha ex-namorada, loura de olhos claros ela me deixou quando a minha doença se tornou insuportável para ela. – Bom, detesto te decepcionar mais ela saiu da festa totalmente bêbada e se agarrando com um cara. – ele falou, novidade.


 


- Novidade, não é ela bêbada e se agarrando com algum cara? – falei.


 


-Esqueça ela Remus, você precisa descansar, a gente se vê mais, tarde Ok! –ele falou, ela tinha razão eu precisava mesmo descansar.


 


-Ok! Até mais tarde então.


 


Desliguei o telefone me deitei, eu estava acabado.


 


 


 






 


 


 


   Acordei com a porcaria do telefone tocando, era o Remus, o cara tinha acabado de voltar da quimioterapia, eu conhecia o Remus desde o colégio, há dois anos ele descobriu que estava doente, coitado depois disso sua vida se resumia a hospitais e tratamentos, e para variar ele ainda não esquecera a Amber, ela era uma vaca que deixou ele no momento em que ele mais precisava.


 


  Tomei um banho e desci para comer algo, meus pais estavam na sala de jantar terminando o café.


 


- Bom dia querido – disse a minha mãe dando um beijo no meu rosto.


 


- Bom dia. – cumprimentei.


 


- James, eu não te pedi para voltar cedo? Esqueceu a reunião que temos hoje? – disse meu pai.


 


- Pai, hoje é sábado, por que tem que marcar uma reunião em pleno sábado? – falei tomando um gole de suco.


 


- Os negócios não escolhem dia James. -ele disse.


 


- Eu nem quero ir nessa reunião. – falei


 


- Nós já conversamos obre isso, você vai e ponto, tome logo esse café e vá se trocar. Te espero no escritório. – ele disse saindo da mesa, meu pai quer que eu siga seus passos na empresa, mas eu não quero isso.


 


Olhei para minha mãe, ela é uma pessoa maravilhosa e me entende.


 


- Sinto muito. – ela sussurrou.


 


Terminei de tomar meu café e troquei de roupa, eu e meu pai fomos para a empresa da qual ele é o dono.


 


- Boa tarde! Cecília. –meu pai cumprimentou a secretária.


 


- Boa tarde! Senhor Potter! –ela respondeu.


 


Entramos na sala de reuniões, Michael Vance o sócio do meu pai já estava lá.


 


- Boa tarde Michael – meu pai cumprimentou.


 


- Boa tarde, Allan, James!


 


- Boa tarde, senhor Vance. – respondi.


 


- Desculpe o atraso Michael, James acordou um pouco tarde hoje - meu pai disse me fuzilando com o olhar.


 


- Jovens Allan, jovens.


 


- Por falar em jovens, como vai Emmeline? Eu soube do assalto. – disse meu pai.


 


- Ela está bem, eu contratei o mesmo rapaz que a salvou para ser seu segurança particular. –ele disse.


 


- E como ela reagiu?


 


- Como você acha? Ela quis contestar, mas eu não dei chances. –disse Michael.


 


- Por que você e ela não veem jantar em casa hoje, tenho certeza que James ficará encantado por fazer companhia a ela, não é James? – falou meu pai me encarando.


 


- É claro, eu ficarei encantado. – respondi, meu pai quer que eu me case com Emmeline, afinal ela é filha de se sócio. Cinco minutos depois a reunião começou e eu me preparei mentalmente para horas de tédio.


 


 


 






 


 


  Me olhei no espelho uma última vez, a calça Skinny estava perfeita com a regata preta, terminei de passar o delineador e desci para a sala combinei de me encontrar com Jenny ás 8h, faltava cinco minutos.


 


- Vai sair de novo? – perguntou Jason, meu irmão mais novo.


 


- Vou Jason, eu vou, agora vê se não enche. – falei, eu não estava a fim de aguentar ele.


 


- De novo Dorcas? – perguntou a minha mãe.


 


- Mãe não se preocupe, eu sei me cuidar. – falei


 


- Será que sabe mesmo? – ela falou chegando perto de mim.


 


- Mãe, não começa tá, estou indo. – disse dando um beijo em sua bochecha.


 


- Se cuida. – ela disse.


 


  Jenny estava estacionando o conversível vermelho quando sai, entrei no carro, ela me passou um cigarro, traguei.


 


- E ai está pronta para ficar doidona? – ela perguntou.


 


- Eu estou sempre pronta Jenny. – falei tomando um gole da cerveja que ela me oferecia.


 


- Ótimo, então vamos lá. – ela disse ligando o som e dando a partida, virei e vi minha mãe me observando da janela, minha mãe é médica, pediatra e trabalha bastante na sua clínica, eu já pensei em seguir seus passos na medicina talvez não como pediatra, mas eu não penso nisso faz algum tempo.


 


- Então qual a desculpa que inventou para os seus pais dessa vez? – perguntei a Jenny, seus pais eram podres de ricos e pensavam que ela era uma santinha que não fazia nada de errado.


 


- Ah, sabe como é eu disse que ia na casa de uma amiga que tinha acabado de perder o pai e precisava de apoio, eles cairam feito patos. – ela disse e riu tomando mais um gole de cerveja.


 


   Essa é a minha vida aos fins de semana, bebida, festas, drogas, mas eu não ligava tudo isso me tirava do mundo em que eu vivia e me deixava alucinada, eu não precisava pensar em nada... nada.


 


 






 


 


N/A: Capítulo I finalmente... Bom como vocês perceberam o capítulo mostra um pouquinho da vida de cada um deles, alguns já se conhecem, mas outros não... Espero que gostem, gente eu estou muito feliz eu PASSEI NO VESTIBULAR *-* então como presentinho comentem hein foram 9 páginas do word... beijos!!!!


 


n/b: Talita, passou na faculdade, que bom amiga. É eu sei que eu sumi, tava aproveitando os últimos dias de férias. E sim, voltei pra escola hoje ¬¬. Nem preciso dizer que ficou muito bom.


  


Ahhhhhhhhhhhhh! Que lindo!


 


Beijones, Miih.

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