servindo a um propósito.




                                                          capítulo 09
                                                    servindo a um propósito


4h da manhã.

Warren Danson despertou repentinamente.

Após rápidos minutos de consternação, percebeu que estava sentado. Sua cabeça havia sido coberta com um capuz, o que o impedia de ter uma visão clara do local onde estava. Tentou se movimentar, mas se deu conta de que suas mãos estavam atadas por uma espécie de corda grossa. Suas pernas, do mesmo modo, foram amarradas aos pés da cadeira, mantendo-o imóvel.

O homem ainda trajava seu terno requintado. O mesmo terno que usara quando cedera uma entrevista aos jornalistas da Conscience. Sentia um calor desconfortável naquele ambiente. Deduziu que deveria estar numa sala fechada, já que não discernia som algum além de sua própria respiração ofegante.

Entretanto, escutou o som de passos se aproximando, e alguém retirou seu capuz com força.

-Boa noite, Sr. Presidente. –pôde ouvir o som delicado de uma voz feminina, e direcionou seus olhos para encontrá-la.

A lâmpada, no topo da sala, suspensa por um cabo elétrico, irradiava uma luz que, mesmo fraca, cegava o homem. Demorou algum tempo até que ele se acostumasse com o incômodo e conseguisse visualizar a cena a sua volta. Como previra, fora amarrado a uma cadeira, posicionada no centro de um aposento semelhante a um cubo gigantesco de aço. Não havia janelas ou quaisquer outras saídas. Apenas uma porta, também de aço e levemente enferrujada, que se erguia diante dele.

Além disso, à sua frente, não muito longe, uma bela mulher encontrava-se sentada em um banco. Seus cabelos num tom vivo de vermelho estavam meticulosamente penteados, formando um coque discreto no topo de sua cabeça. Além de calçar sapatos de salto, ela vestia uma espécie de terno, que deixava parte de suas pernas à mostra, e formava um decote que avantajava seus seios. Os olhos azuis da ruiva o encararam com imponência, à medida que seus lábios vermelhos começaram a se movimentar.

-O senhor está bem? –ela perguntou, cruzando as pernas.

-Bem? –sua voz saiu num sussurro, como um grunhido.

-Não se preocupe, Warren. –o tranquilizou. -Sua voz retornará em pouco tempo.

-Quem é você? –foi o primeiro questionamento que lhe veio à mente.

-Meu nome é Celina Hosano. –apresentou-se. –Serei sua anfitriã esta noite.

-Anfitriã?  

-Sim. –confirmou, um leve sorriso formando-se em seus lábios. -Teremos uma rápida conversa, para que eu possa levá-lo até seus aposentos.

-Meus aposentos? –repetiu, desorientado. –Onde estamos?

-Estamos em um antigo complexo militar, Sr. Danson. No momento, é tudo que posso lhe dizer. –o encarou. Suas expressões, embaladas por seu tom de voz afetuoso, exalavam uma serenidade inquietante.  

Warren sentia o suor escorrer por sua face exausta.

-Quem são vocês?

-Quem somos nós? –repetiu, arqueando as sobrancelhas.

-Uma vertente terrorista, talvez? –sugeriu, desesperado. –Uma quadrilha? Rebeldes?

-Não tenho ideia do que está falando, Sr. Danson. –ela sorriu. –Que tipo de pessoas o senhor acredita que nós...

-Vocês estão enganados. –disparou, o olhar temeroso e a voz fraca. -Sequestrar um futuro presidente não causará estardalhaço na política americana.

-Sequestrar? –o encarou. –Presidente, o senhor usa termos equivocados.

-Equivocados? –rugiu, sentindo sua garganta seca. -Está sugerindo que não fui sequestrado? Que não estou aprisionado? Que meu conselheiro não está morto?

-O Sr. McFee era irrelevante para nossos propósitos.

-Irrelevante? –arregalou os olhos. -Como tem a audácia de me dizer isso?

-Os fatos são incontestáveis, Sr. Danson. –relatou. -O senhor, ao contrário de seu amigo, nos é extremamente valioso.

-Valioso? Do que está falando?

-Sequestrar um futuro presidente, como o senhor mesmo sugeriu, não é um ato de inteligência. Todavia, Warren Danson não se encaixa em tal princípio. 

-Sou como todos os outros, Sra. Hosano.

-Não, o senhor não é. –aproximou sua face do corpo cansado de Warren. -Não compreende? O povo americano o aclamava antes mesmo de sua candidatura à presidência dos Estados Unidos. Seu nome era pronunciado nas ruas com orgulho, como promessa de esperança para um país perdido. –continuou, com certo brilho de deslumbre nos olhos. –É mais influente do que pensa, Presidente.

-Por tal motivo fui trazido até aqui esta noite?

Celina permaneceu em silêncio.

-O senhor deverá servir a um propósito.

-Um propósito?

-Exato. Todos servimos a um propósito, Sr. Danson, mesmo que não saibamos. –relanceou os olhos pelo aposento. -Todos respondemos a alguém.

-E que propósito seria esse?

-Estamos dispostos a iniciar uma nova era. Uma transformação na vida da humanidade.

-Perdoe-me, Sra. Hosano. –depositou todo o desprezo e fúria em sua resposta. -Suas palavras são vagas e não fazem o menor sentido.

-O senhor certamente está desnorteado. Abalado com os acontecimentos decorridos.

-Há quanto tempo estou inconsciente? –girou a cabeça, para tentar analisar cada parte daquele ambiente.

-O senhor foi recrutado há aproximados dois dias.

-Dois dias? –espantou-se. –Estive desacordado por dois dias?

-Temos tranquilizantes, de fato, eficientes. –disse.

-E onde está a jornalista?

-Perdão?

-A jornalista americana. Sulivan. Que me trouxe até aqui. –falou. -E o que eram aquelas coisas que...

-A garota foi executada 24 horas atrás.

Warren permaneceu em silêncio por alguns instantes, fixando aquelas palavras em sua mente.

-Por quais motivos?

-Ela, infelizmente, detinha informações sigilosas. –deu de ombros. -Além disso, já havia cumprido seu propósito. Não nos era valiosa.

-Valiosa? Vocês... –começou. -O que me garante que também não serei executado quando deixar de ser... valioso?

-Sr. Danson, permita-me esclarecer os fatos. –cruzou os braços, diminuindo o tom de sua voz e respirando fundo. -Minha função esta noite é apenas sugerir que o senhor coopere pacificamente com nossos objetivos. Caso o senhor demonstre certa hostilidade a respeito, teremos que empregar outros métodos de persuasão.

-Persuasão? –ele riu. –É dessa forma que vocês se referem à tortura?

-Estamos em um diálogo civilizado, Warren. Não há razões para torná-lo desagradável.

-Minimizar a gravidade de suas palavras não é a resposta para me fazer aceitá-las. –ressaltou.

-Um presidente, como todo e qualquer ser humano, tem direito ao livre arbítrio. Você faz suas próprias escolhas, Sr. Danson.

-Minha escolha é não ajudá-los. –decretou, com ódio.

-Tem certeza?

-Já tomei minha decisão.

-O senhor está cometendo um erro. -enfatizou.

-Posso arcar com as consequências, Sra. Hosano.

-Senhorita, se não se incomoda. –o encarou, os músculos de sua face petrificados. -Bem, de qualquer modo, estou muito desapontada.

-Felizmente –ergueu sua cabeça, para aproximar-se da mulher como podia. -, seu desapontamento é irrelevante. 

Celina se ergueu.

-Vini! –disse, virando lentamente a cabeça em direção à porta.

Segundos depois, Warren escutou o barulho de aço enferrujado deslizando pelo chão, conforme a porta se abria. Uma pequena fresta surgiu, grande o suficiente para uma pessoa, e um garoto, de aparentes 22 anos, adentrou a sala. Ele era musculoso, pele branca e cabelo raspado, com uma cicatriz que perpassava todo o seu rosto. Relanceou os olhos castanhos e encarou a mulher ruiva.

-Leve-o para o alojamento 15. –Celina disse.

-Certo. –respondeu o homem.

Vini se aproximou de Warren e cortou as amarras que prendiam seus pés. Suas mãos permaneciam imobilizadas por trás das costas, à medida que era empurrado por um corredor mal cuidado. Tentou fixar o máximo de imagens possíveis daquele local, mas sua mente desorientada e a fraqueza de seus ossos o impediram. Sem perceber, foi atirado em outra sala suja, com o numero 15 esculpido na parte frontal da porta.

-Aproveite a estadia. –disse Vini, afastando-se para fechar a abertura.

Uma escuridão parcial instalou-se. Não demorou muito até que Warren percebesse que não estava sozinho. Podia escutar a respiração de outra pessoa, perto da parede.

Conforme seus olhos se acostumavam ao ambiente escuro, pôde discernir os contornos de um homem, de estatura média, sentado a poucos metros dele, costas apoiadas na parede e pernas esticadas sobre o chão mofado.

Suas vestes estavam sujas e rasgadas, seu rosto tinha aparência cadavérica, e os longos cabelos, cobrindo parte de sua cabeça, eram de uma palidez assustadora. Para piorar, suas mãos estavam atadas por algemas. Cada uma, por sua vez, era ligada a uma grossa corrente de metal presa ao chão.  

-Bem vindo ao inferno, amigo. –ele disse. 

-Warren Danson. –apresentou-se, estendendo-lhe a mão.

-É um prazer, Danson. –aceitou o gesto de educação do homem, erguendo suas mãos até a altura que as correntes permitiam. -Sou Lucio Malfoy.



-Quanto tempo ainda falta? –perguntou Celina, caminhando freneticamente de um lado para o outro.

-Cinco minutos. –respondeu Vini, checando seu relógio de pulso.

Ambos estavam em uma sala mal iluminada, de frente para um grandioso espelho que abarcava a parede por completo.

-O que conseguiu? –perguntou Vini. –Do Danson?

-Nada. –falou. –Como previmos, ele não está inclinado a nos ajudar.

-Qual o próximo passo?

-Deixá-lo no alojamento. Por algumas horas.

-É seguro deixá-lo sozinho com o Malfoy? Ele pode...

-Nada que Lucio diga irá nos comprometer, Vinicio.

-Então, por que diabos estamos mantendo-o vivo? Ele já deveria ter sido...

-Ele ainda pode nos ser útil. Seu propósito ainda não foi totalmente concluído. –o encarou, desfazendo o coque em sua cabeça.

-Não vejo como.

-Isso não é decisão minha, Vini. –respondeu, remexendo os cabelos ruivos conforme eles iam escorrendo por suas costas. –Você sabe. Malfoy permanece vivo enquanto o Visconde desejar. 

-Não entendo o que o Visconde quer. Pelo menos, não nesse momento.

-Nosso trabalho é cumprir ordens. Não entendê-las.

-O Danson não vai ajudar.

-Ele vai ajudar. –reforçou. –Só não sabe disso ainda. Quanto tempo falta?

O homem conferiu o horário novamente.

-Quatro minutos.

-Droga, Vini, eu não consigo esperar.

-Você é impulsiva.

A mulher parou em frente ao espelho para se examinar. Separou uma mecha de cabelo com as mãos. Lentamente, seus vermelhos fios começavam a perder a cor, atingindo uma tonalidade quase branca. Ao mesmo tempo, o azul que dava vida aos seus olhos começou a enegrecer, assumindo uma coloração perto do castanho.

-Depois que conseguirmos a ajuda do Danson... –continuou Vini.

-O próximo passo não é nosso. –ela o interrompeu.

-Não? –fez uma expressão de surpresa. -E de quem é?

Ela se virou para encará-lo.

-Emmy. –disse.

-O quê? –franziu a testa. –Emmy ainda está vivo?

-Soube que ele estava aproveitando os cassinos de Las Vegas, quando o Visconde o recrutou.

-O Visconde encontra qualquer um.

-Cá entre nós, Emmy não é tão difícil assim de se achar. Qualquer lugar que ofereça a possibilidade de dinheiro e sexo é um ambiente familiar para ele.

-A libertinagem vai acabar matando-o.

-Ele não pode morrer antes de cumprir seu propósito.

-E que propósito seria esse?

-Eu não sei ainda. Não me disseram nada. –respondeu. -Para que nós possamos saber a missão dele, primeiro temos que finalizar a nossa.

-O que significa que precisamos que o Danson coopere.

-Ele vai cooperar, Vini. Nós somos bruxos, por Merlin. –afirmou. -Qualquer um cooperaria.

-Certo.

Ambos permaneceram por um tempo em silêncio. Podia-se ouvir, ao longe, o som de gotas de água caindo insistentemente contra algo metálico. Um cheiro de mofo e poeira espalhava-se pela sala.

-Eu odeio esse lugar. –disse a mulher. –Quanto tempo?

-Um minuto.

De imediato, Celina se virou para o espelho. O que viu foi, sem dúvida, satisfatório. Conforme os segundos transcorriam, o bronzeado de sua pele se acentuava, suas curvas se delineavam, seus cabelos cresciam assustadoramente, atingindo uma coloração dourada e reluzente.

Não muito tempo depois, ainda com o luxuoso terno e com os sapatos de salto, a figura sedutora de Lara Sulivan erguia-se diante de Vini, que, estarrecido, não parava de encará-la.

-Finalmente. –ela disse, ajeitando os cabelos.

-Sempre me surpreendo com essas transformações. Um dia, vou acabar esquecendo sua verdadeira face, Lara.

-Vou me manter como Celina Hosano até os fios de cabelo dela acabarem. É melhor assim. Danson acredita que eu estou morta.

-Por quê?

-Foi o que eu disse a ele: que fui executada 24 horas atrás.

-Quer que eu vá até o alojamento 23?

-Nós dois iremos. –ela se virou para pegar sua varinha num canto. –Levante-se e vamos.



-O que você fez? –perguntou Lucio.

-Como disse? –Warren Danson sentou-se perto do bruxo.

-O que fez para deixá-los irritados?

-Não sei. Nem sei quem são “eles”.

-Há quanto tempo está aqui?

-Disseram-me que há dois dias. Você?

-Um dia, uma semana. –deu de ombros. –Quem vai saber? Quem acaba em Azkaban aprende a perder a noção de tempo.

-Azkaban? É aqui que estamos?

Lucio o encarou, com dúvida.

-Não, amigo. Foi de onde me tiraram. 

-E o que é Azkaban? –Danson arqueou as sobrancelhas. 

Malfoy ficou em silêncio, para, em seguida, começar a rir.

-Por Salazar –começou. -, eles capturam trouxas agora? –continuou rindo. –Devem estar desesperados.

-Trouxas? Devo encarar como uma ofensa?

-Não faz diferença. Todos estamos perdidos.

-Perdidos? –repetiu, confuso. -Quem são eles? O que querem?

-Caos. –respondeu, calmamente. –Eles querem o caos.

-Por quê?

-Eles precisam de um mundo frágil, fraco. Que possa ser substituído.

-Substituído pelo quê?

-Por um mundo novo, é claro. –gargalhou.

-Eu não... não vejo como posso ser útil. -relfetiu sozinho, num tom triste. -Como você veio parar aqui?

-Fui tirado de Azkaban porque eles acreditaram que eu os ajudaria. Mas eu nunca os ajudaria. Não naquelas condições.

-Que condições?

Ele voltou a silenciar-se, inquieto.

-Você deve ser importante para estar aqui. –Malfoy o encarou com curiosidade. -Eles não sequestrariam um trouxa qualquer. De onde veio?

-Capitólio dos Estados Unidos.

-Presidente?

-Ainda não. Mas sou candidato à presidência.

-Eles querem algo de você. -concluiu.

-Exato. Só não entendo o quê. –comentou, preocupado. –Disseram-me que eu tinha um propósito.

-Claro. O velho discurso do propósito. Dizem isso para todos os novatos. 

-Novatos? –perguntou, assombrado. –Existem mais pessoas aqui?

-Não duvide disso, Warren. Este lugar tem capacidade para abrigar uma cidade inteira. Estão por aí, espalhados em salas parecidas com esta. Aparentemente, todos servindo a um mesmo propósito. –deu um sorriso fraco. –Foi o que a mulher disse.

-Hosano?

-Não. Sulivan. Lara Sulivan.

-A jornalista? Não, não é possível. Disseram-me que ela foi executada há...

-Eles são os vilões da história. Esperava realmente que te dissessem a verdade?

-A jornalista está por trás de tudo?

-Ela é o pescoço, não a cabeça.

-E quem é a cabeça?



Lara Sulivan correu os olhos pelo alojamento 23.

-Acenda as luzes. –ordenou. 

Vini aproximou-se da entrada e, com um aceno de varinha, fez com que quatro lâmpadas do teto se acendessem instantaneamente.

A figura diante deles tornou-se visível. Uma mulher, de cabelos ruivos e olhos azuis reluzentes, em pé, imobilizada por uma corda grossa em seus pulsos, que seguia até o teto. Estavam usando um vestido cor de creme, sem sapatos, completamente suja e cansada. 

-Boa noite, Celina. –Lara aproximou-se dela. -Desfrutando da hospitalidade?

A mulher ergueu a cabeça, com o olhar perdido. Analisou o corpo de Lara minuciosamente.

-Parece que a poção polissuco não durou tanto tempo. –disse, com desprezo.

-Durou o tempo necessário. –ela sorriu. –Só preciso de mais alguns fios, por enquanto. -com destreza, Sulivan arrancou, auxiliada por sua varinha, uma mecha de cabelos vermelhos de Celina. Ela fez uma careta de dor. -Preciso garantir...

-O que fará quando todos descobrirem?

-Descobrirem?

-Minha ausência no Ministério.

-Tenho certeza de que posso resolver esse contratempo.

-Resolver o desaparecimento da secretária particular do Ministro da Magia? –gargalhou. –Adoraria ver como.

-O Ministro não é tão inteligente quanto as pessoas pensam. Uma simples carta avisando-o de que você está doente e tudo se acertará. 

Celina a encarou com nojo.

-Você trouxe outro, não é, Sulivan? Vai destruir outra vida. 

-Que termos pesados. Não sejamos tão drásticas. 

-Vai desfilar com o meu rosto. Pra que a minha imagem seja manchada.

-Celina, por favor...

-Deixe-me sair daqui. -implorou, com raiva e amargura.

Lara sorriu carinhosamente para a mulher a sua frente. 

-Avada Kedavra. –murmurou.

Um rápido flash verde iluminou o ambiente, até que o corpo de Celina Hosano despencasse, sem vida, pendurado apenas pelas cordas em seus pulsos.

Sulivan virou-se rapidamente para Vini.

-Assegure-se de arrancar todos os fios de cabelo e unhas dela. –disse.

-E o corpo?

-Queime. –respondeu, enquanto deixava a sala. Seus saltos ecoaram pelo chão. 



-Do que está falando? –Warren encarou Lucio, incrédulo.

-Foi o que lhe disse.

-E quem é Visconde?

Antes que Malfoy pudesse responder, ouviu-se o costumeiro estalar da porta se abrindo. Um homem negro entrou com imponência. Percorreu a sala com o olhar.

-Você é Warren Danson? –apontou para o homem de terno.

-Sim. –Danson respondeu, temeroso.

-Você vem comigo. –o negro aproximou-se do homem com fúria, agarrou-o pela camisa e jogou-o com força para fora do ambiente escuro.

Warren sentiu o baque, quando se chocou contra a parede de aço à frente do alojamento 15. Virou-se com rapidez para observar Lucio, mas a porta já havia se fechado novamente.

-O que vocês querem que eu...

Antes que terminasse, o negro novamente o segurou, desta vez pelos ombros, arrastando-o pelos corredores até uma nova sala. Ao aproximar-se do alojamento 42, ele diminuiu a velocidade de seus passos. Quando chegou até o referido local, a porta já estava aberta, e um grupo de estranhos indivíduos estava ali dentro.

Warren foi obrigado a entrar, e deparou-se com uma espécie de sala de filmagem. Perto de uma parede coberta por uma tela azul, um banco de madeira. Ao redor do banco, uma quantidade significativa de aparelhos, tais como câmeras, microfones direcionais e grandes lentes para a iluminação. Sentada em uma cadeira com os dizeres “direção de arte” encontrava-se Celina Hosano, ainda com seu belo terno.

-Bem vindo de volta, Sr. Danson. –sorriu. –Pronto para a gravação?

-Onde está a Srta. Sulivan? -disparou, raivoso.

-Como disse? –surpreendeu-se.

-Sei que ela não está morta. Onde ela está?

-Não faço idéia... -a mulher começou.

-Sem jogos. O homem na cela me contou a verdade.

Celina o encarou por longos segundos.

-Contou, é? –arqueou as sobrancelhas.  

-Sim.

-Bem, isso poupa muito do tempo.

-Está pronta para responder às minhas perguntas?

-Imperius. –disse a bela mulher, enquanto apontava sua varinha para o peito de Warren Danson. 

                                                                                   continua .



       Faces pintadas, todo mundo usa uma máscara / Você está vendendo sua alma?
                                     welcome – christina aguilera

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