Brilho Entre as Pedras
Peraí, Rose afastou seus lábios dos dele. O que eu estou fazendo? Estou beijando o Scorpius, meu amigo e filho do inimigo mortal dos meus pais!
- Minha família vai me matar quando descobrir isso! – Ela exclamou ainda nos braços dele. Scorpius juntou as sobrancelhas.
- Só você não contar.
- Eu nunca escondi nada deles – Ela continuou, cada vez mais se achando a garota mais idiota da terra. Não por estar se arrependendo de dar um beijo num garoto lindo, mas por nunca ter escondido nada da família.
- É por isso que meu avô quer me doutrinar agora – Ele disse, soltando a cintura dela e sentando em sua cama. – Eu nunca contei nada.
- Que bom exemplo! – Rose ironizou. Por fora estava parecendo uma criatura perturbada, encarando o chão com o olhar embargado e dizendo nada com nada. Por dentro, era uma menina chorosa, sentada em um canto com as pernas cruzadas e com a cabeça girando.
Ela tinha que sair dali de qualquer jeito.
Ele era perigoso com aqueles olhos cinzentos e com a expressão de rapaz malvado que exibia agora. Era um perigo com aqueles lábios macios e as mãos quentes e ágeis. Era uma tentação sentada em uma cama num quarto vazio. Pare de pensar essas coisas! Ela se deteve. Podia visualizar sua mãe arrancando sua cabeça quando soubesse.
Rose cerrou os olhos e torceu as mãos dentro dos bolsos, parado no meio do dormitório masculino. Ela tinha que consertar as coisas. Sentiu as mãos de Scorpius tomarem sua cintura novamente e abriu os olhos para ver o rosto dele chegando próximo ao seu novamente. O que faria?
Desviou o rosto e conseguiu se desvencilhar dos braços deles, passando por debaixo daquele abraço. Scorpius se virou, abrindo os olhos, sem entender muita coisa. Rose tinha o rosto torcido de tanta confusão. Só teve tempo para pensar em uma coisa e fez o que achava certo. Fugir dali naquela hora.
- Desculpe – Ela disse numa voz abafada enquanto passava pela porta.
Scorpius ficou parado perto de sua cama, fitando a porta entreaberta com uma expressão vaga no rosto. Talvez ele tivesse feito alguma coisa errada que a tinha assustado. Porque a retribuição do beijo então? Uma retribuição melhor do que ele jamais tinha esperado. Rose era pequena, parecia uma garota frágil. E os braços dele pareciam o refúgio perfeito. Devo ter feito alguma coisa errada, ele pensou, saindo do quarto.
Ele tinha que entender. Serem amigos já era exigir muito das duas famílias, principalmente da família de Scorpius. Se nascesse algo mais daquela amizade, o que já estava acontecendo, seria praticamente uma segunda guerra bruxa! Aquilo lhe remetia a um livro trouxa que a professora de escola trouxa de Rose comentou certa vez, Romeu e Julieta. Só que ela não era tão dramática.
Ou era?
Rose andou pela escola, evitando os professores e qualquer um que pudesse mudar o rumo do seu caminhar apressado. Ela tinha que ficar sozinha. Tinha de pensar de cabeça fria e não enquanto beijava Scorpius. Não enquanto sentia a respiração dele se acelerar. Não enquanto não soubesse o que fazer com aquelas novas sensações que lhe deixavam o corpo formigando.
O pátio estava vazio ao redor do enorme lago. Era fácil ser a água. Desejou ser apenas água. Ser impulsionada pelo vento e viver naquela indecisão de ir ou ficar. Era fácil não ter vontade própria e não receber conselhos de ninguém. Era fácil ser levada. Era assim que ela estava sendo?
Estava sendo levada por sentimentos o tempo todo. Sentimentos dos mais diversos. Raiva, rancor, afetividade, carinho e talvez amor. Mas, o que era o tal amor de que ela falava a não ser vontades. Assim ela julgava. Talvez para encarar a realidade ou talvez para tentar tirar aquela culpa de seus ombros. Era apenas vontade, nada de amor.
Tinha que ser racional às vezes. Deixar de pensar com os sentimentos e analisar melhor as coisas. Tinha que sentar e analisar as chances daquela relação. Porque se pensasse com os sentimentos, estaria jogada nos braços de Scorpius agora, enrolada em problemas com os Weasley e com os Malfoy.
Valia a pena?
Encarou o lago mais uma vez. Ela nunca tinha reparado como ele era grande e barulhento. O silêncio no campus a deixava ouvir o barulho que as leves ondas faziam ao bater nas margens lamacentas. As pedras tinham brilhos opacos. Talvez fosse a atmosfera de Hogwarts.
- Ei – Ela ouviu a voz de Scorpius logo atrás dela e apertou o passo. Parando em uma parte da margem mais escondida pelas árvores. Scorpius tinha as mangas da camisa puxadas até os cotovelos e a gravata frouxa pendurada no pescoço.
- Você não deveria estar na aula? – Ela perguntou, sem olhar diretamente para ele.
- Você não deveria estar na aula? – Ele rebateu.
- Eu tenho que pensar.
- Pensar no que?
- No que é certo e no que é errado.
Scorpius rolou os olhos, andando até ela e a abraçando pelas costas. Rose cerrou os olhos e sentiu aquele habitual arrepio correr pela sua espinha ao sentir o toque dele. O garoto passara os braços pela cintura dela e agora tinha a cabeça encaixada entre seu ombro e o pescoço. Estava respirando muito rápido.
- Você sabe o que é certo e o que é errado, Rose.
- E se eu estiver errada quanto a isso? – Perguntou, ainda de olhos fechados.
- Você não está errada.
- Mas
- Escuta – Ele disse, roçando os lábios no pescoço dela. – eu fiz alguma coisa errada?
- Não – Respondeu, por entre gemidos estranhos. Ele não deveria fazer aquilo.
- Então, qual é o problema?
- Minha família.
Scorpius a soltou, andando até a beira do lago.
- Agora somos protagonistas – Ele anunciou.
- Protagonistas de que?
- Da bela história de Romeu e Julieta – Ele disse, tirando os sapatos e as meias.
- O que?
- Vamos beber veneno e enfiar uma faca no peito, já que gostamos um do outro.
- Isso não é engraçado, Scorpius.
- É sim – Ele tirou a gravata e a varinha e as largou junto com os sapatos, já com os pés dentro da água do lago. – E você nem imagina o quanto.
- Não é engraçado mesmo – Ela disse, andando atrás dele, enquanto ele avançava até se molhar até a cintura. – O que você vai fazer?
- Nadar – Ele respondeu, mergulhando. Ele só podia ser maluco. Era setembro, a água não poderia estar tão quente. – Quer vir?
- Não, obrigada.
- Cuide das minhas coisas? – Ele pediu, abanando.
Rose sentou encostada em uma árvore, puxando os sapatos e a gravata de Scorpius para perto de si. Ela se obrigou a soltar uma singela gargalhada quando ele saltou como um golfinho, jogando água para os lados. Um professor o mataria se visse aquilo.
- Tem certeza? – Ele perguntou, saindo da água, sacudindo os cabelos.
- Tenho – Ela respondeu, se levantando. – Não quero facilitar qualquer tipo de doença. Você sabe que eu não tenho uma saúde como a sua.
Scorpius soltou uma gargalhada, a levando para dentro do lago.
- Eu cuido de você.
Rose jogou a varinha e tirou os sapatos. Em segundos estava dentro d’água encharcada até a alma. Acertara, a água estava gelada, mas minutos de constante movimento a deixariam habitável. Scorpius se aventurava nas partes mais profundas, mas ela ficou apenas onde conseguia encostar os pés. Não queria arriscar a vergonha de quase se afogar, afinal, ela nem deveria estar ali.
Scorpius mergulhou fundo, prendendo a respiração até o máximo de tempo que conseguiu. Abriu os olhos devagar se acostumando com a visão embaçada pela água escura. Desceu até conseguir tocar a terra que servia como chão do lago. Era tão quente e espessa. Ele se virou para subir à superfície. Seu ar estava acabando. Nem percebeu quando a terra pareceu cuspir alguma coisa que flutuou na mesma hora.
- O que um professor vai achar se nos vir aqui? – Rose perguntou, nervosa, olhando para os lados. Isso sujaria seu currículo.
- Ninguém vai nos ver – Scorpius viera para perto dela, a segurando pela cintura com os braços embaixo d’água. Rose inclinou a cabeça e avançou para beijá-lo, mas uma voz irritante a atingiu em cheio antes do ato.
- Weasley! Malfoy! - Era a professora McGonagall gritando a todo pulmão. Scorpius se afastou e Rose apertou as sobrancelhas. Eu sabia.
A professora exibia uma expressão decepcionada em seu semblante severo. Tinha as duas mãos nas cinturas, segurando a varinha com uma das mãos. A barra das vestes verde-esmeralda estavam sujas com a lama da beira do lago e ela acenava com a cabeça para que eles saíssem da água. Scorpius se adiantou, se jogando contra a água e avançando até a margem.
Rose demorou-se fitando algo que brilhava intensamente por entre as pedras da margem do lago ao passar por elas. Abaixou-se para tocar o brilho estranho, enquanto Scorpius usava a varinha para secar suas roupas. O brilho era diferente de tudo que ela já havia visto. Era convidativo e sólido. Segurou o objeto que irradiava o brilho e deparou-se com um anel em forma de espiral.
McGonagall a olhava intrigada.
- Weasley! – Ela berrou novamente, forçando Rose a sair da água.
Rose pulou com o susto, fechando o anel por entre seus dedos, saindo da água e pegando a varinha que estava no chão para secar suas roupas. Os cabelos ficaram pingando por sobre o uniforme, mesmo depois de devidamente espremidos e enxugados.
- Onde está a responsabilidade de vocês? – Ela gritava, em pé em sua sala, com os dois jovens em sua frente, também em pé. – Este é apenas o primeiro dia de aula... O que posso esperar no quadragésimo? Uma escalada na torre de astronomia? Uma corrida de trestálios?
Rose soltou uma gargalhada por dentro e sabia, mesmo sem olhar para Scorpius, que ele tinha agido da mesma forma. Uma corrida de trestálios seria uma boa opção. Scorpius sempre tivera um problema com alturas.
- Eu chamei seus pais e – Ela começou, sendo interrompida pelas vozes dos dois.
- A senhora o quê? – Rose começou. – Não podia ter feito isso, nos dê um castigo!
- A senhora não entende, professora, estávamos com calor e... Meus pais não! – Scorpius choramingou.
- Desculpe, tarde demais - McGonagall indicou as cadeiras em sua frente para os dois, andando até a porta de saída da sala. – Esperem aqui.
Ela saiu da sala, puxando as vestes sujas para cima ao passar pela porta. Ela tinha uma extrema expressão de decepção com uma pontada de irritação estampada em seu rosto. Durante todo o discurso que dera, que migrou pelas regras da escola, as futuras carreiras e o currículo dos dois, ela esteve torcendo os dedos e os encarando.
Péssimo, Rose pensou principalmente sobre seu currículo escolar.
- E agora? – Scorpius estava atirado na cadeira de couro escuro, olhando para a cadeira de McGonagall com os olhos vidrados. – Posso até ver minha mãe arrancando meus pedaços!
- Sua mãe? – Rose comentou. – Achei que seu pai fosse o que corrigisse.
- Está louca? – Ele a corrigiu, ainda encarando a cadeira da diretora. – Ela cuida meus estudos de perto. É muito pior do que meu pai.
Rose pensou consigo mesma como a Sra. Malfoy poderia ser, comparada como ‘muito pior’ perto de Draco. Rose não conhecia os pais de Scorpius em uma conversa, mas a Sra. Malfoy não aparentava ser a mãe que pega no pé. Ela era uma mulher elegante e que parecia um tanto fútil na verdade.
- Hermione vai arrancar meu coração – Rose comentou, se atirando na cadeira, jogando os cabelos para longe do rosto. – Ainda mais porque eu estava com você.
Ela enfatizou. Sabia que o problema da companhia não seria somente um problema para o lado Weasley da história. Scorpius cerrou os olhos e bateu de leve na testa com a mão direita.
- Estou frito! – Ele disse, abrindo um sorriso.
- Seria bom começarmos a esconder isso.
- Esconder, Srta. Não-escondo-nada-da-minha-família? – Scorpius ironizou.
- Não esconder e nem mentir. – Ela disse, se virando para ele.
- Como então? – Scorpius se ergueu na cadeira em tempo de ver o rosto de Rose torcido numa expressão que cairia melhor em um Gangster.
- Omitir, claro.
Scorpius não teve tempo de responder, porque a porta da sala irrompeu com força e com o burburinho de uma discussão agitada partindo de duas pessoas, acompanhadas por mais duas que apenas assistiam a cena. Ah, não. Eles encararam a discussão que Draco e Hermione alimentavam. Hermione tinha o rosto vermelho e Draco os olhos apertados.
- Eu não vou comentar mais nada porque o comensal da morte fracassado aqui não sou eu! – Hermione disse, passando a mão atrás do pescoço.
- Ora, a sabe-tudo não tem mais o que dizer? – Draco replicou.
Eles pareciam duas crianças. Se não se odiassem tanto, era possível de se acreditar que poderiam se gostar. A mente de Rose viajou até uma possível relação dos dois, mas parou antes mesmo de chegar ao final do primeiro pensamento.
- Estamos fritos mesmo – Scorpius sussurrou, enquanto sua mãe e Rony chegavam mais perto dos dois.
Rony segurou o braço de Rose com uma expressão fechada e a fez levantar da cadeira. Muito frita. Ela pensou. Ele estava apertando seu braço, como quem a punia. Hermione virou o rosto para a filha e soltou um sorriso endiabrado. Seu rosto estava mais vermelho do que antes. Draco seguiu para a cadeira onde estava o filho e se colocou atrás da mesma, encarando em frente com os braços nos ombros do filho. Scorpius apertou os dentes.
- Que bonito – A Sra. Malfoy sussurrou para Scorpius, olhando de esguelha para Rose. A encarando de cima a baixo. Era impressão dela ou a mulher estava reparando em sua aparência?
A professora McGonagall demorou mais um pouco para voltar à sala e quando voltou encontrou um silêncio monasterial e as duas famílias com as faces cansadas e irritadas a encarando. Ela franziu o cenho e rumou para sua cadeira já com as vestes limpas. Ela se sentou devagar, olhando para cada um na sala por cima de seus óculos quadrados.
- Vocês já esperavam que tendo uma atitude como a que tiveram mereciam ser castigados. – Ela começou, olhando apenas para os estudantes. – Por isso seus pais estão aqui. Quero que entendam o que fizeram e que essa escola aplica sérias punições a quem inflige as regras como vocês fizeram.
Oh, ela vai listar. Scorpius cerrou os dentes mais uma vez.
- Esse é o primeiro dia de aula em Hogwarts. – Ela repetiu, erguendo os dedos, pronta para uma listagem. Era previsível. – Vocês dois foram pegos matando aulas importantes dadas pelos professores Firenze e Longbottom – ela citou as únicas aulas que os dois tinham em separado. Rose ficava com Herbologia naquele horário enquanto Scorpius se ocupava com adivinhação. - e estavam incitando a luxúria num ato ilegal no lago de Hogwarts. – Hermione soltou um sorriso amarelo ruidoso, encarando a diretora, como quem se desculpava. A Sra. Malfoy soltou um gritinho e colocou a mão no peito.
- Incitando a luxúria num ato ilegal? – Scorpius interrompeu. – Estávamos nadando!
- Cale a boca, Scorpius – Draco grunhiu na sua habitual voz grave e cavernosa.
- Receberão castigos e espero que seus pais tomem atitudes quanto a isso – McGonagall terminou com chave de ouro, mostrando a porta.
Draco guiava o filho em silêncio pelo corredor, segurando seu ombro com mais força do que deveria. Scorpius encarava Rose que se manteve quieta e de cabeça baixa o tempo todo. Eles não tinham feito nada de errado, não era possível que ela conseguisse ficar quieta. Rose tinha as mãos nos bolsos das vestes, andando devagar ao lado do pai, que segurava seu braço.
Essa safira não pode ser tão grande, ela pensou, segurando e mapeando o anel que encontrou no lago com a mão direita por dentro do bolso. Era uma pedra muito grande para um anel tão pequeno. O mais estranho era que ao vê-lo, ela não notara que a pedra era tão grande. O anel tinha o formato de espiral estilizada, cravejada de pedras azuis, que não pareciam safiras. Ela podia sentir.
- Parabéns – Sua mãe lhe disse, encostada em uma pilastra de um corredor da escola. – Conseguiu me fazer perder tempo com uma bobagem que eu achei que você já tinha superado. Esse garoto não vale a pena, Rose. Olha a família dele!
- Calma – O marido alertou.
- Calma? – Ela replicou, com raiva no olhar. – Ela mata aula para nadar com o filho do Malfoy e você quer que eu tenha calma. Ela nem sabe nadar.
- Você está de cabeça quente, Hermione.
- Eu não estou de cabeça quente! – A mulher tinha o rosto vermelho novamente. – A sua filha é quem tem que esfriar a cabeça e pensar menos como uma adolescente impulsiva!
- Ela é uma adolescente impulsiva!
- Eu não sou uma adolescente impulsiva – Rose disse, um tanto apática, saindo de perto dos dois. – Não mais, se vocês quiserem.
- Como assim? – O pai perguntou.
- Podem ir para casa e me esperem para o natal.
Foi o que ela disse, pegando a primeira entrada para um novo corredor e fugindo dali. Queria sentar em sua cama, fechar as cortinas azuis e ter somente olhos para decifrar aquele anel. A primeira coisa que fez ao se desvencilhar da conversa sem graça dos pais foi tirar o anel do bolso e o analisar na luz fraca do corredor.
Ele era exatamente como ela o tinha sentido. A espiral estilizada não era um circulo perfeito e todo o caminho do desenho era composto por pedras azuladas em um tom claro e leitoso. A safira centralizada parecia uma fonte de luz de tão grande que era comparada com o resto da jóia.
- Você recebeu o berrador do seu avô, creio eu? – Draco Malfoy perguntou ao filho, segurando seu ombro, enquanto andavam pelos corredores desocupados da escola.
- Sim, mas
- Sabe que tudo que ele disse ali é totalmente aceitável, não?
- Não, eu
- Sabe que deve se afastar dessa... dela, não sabe?
- Pai! – Scorpius gritou, desviando-se da mão do pai. – Eu gosto da Rose e você tem que parar com essa coisa de sangue. Ela é melhor do que muito sangue-puro por aí!
- Scorpius, eu não quero ter essa conversa com você...
- Então não tenha.
- Você não tem nada nessa sua cabeça mesmo.
- Encare os fatos, pai. – Ele disse, se afastando do pai. – Eu gosto da Rose e se depender de mim, o senhor terá netos de sangue-ruim!
Scorpius soltou aquela frase com um sorriso satisfeito. Depois de ouvir durante tanto tempo que o sangue era importante e que a raça deveria ser mantida, seu maior desejo era que seus filhos não tivessem sangue-puro. Sejam eles com Rose ou não.
Ele andou muito rápido, com a cabeça latejando de tantos pensamentos que lhe bombardeavam. Enfrentar seu pai era o que mais reverberava ente seus neurônios. Rose e seu comportamento apático era outro. Ela não era assim. Pelo menos não costumava ser assim. O que havia acontecido com a Weasley de cabelos castanhos?
Scorpius virou um corredor e encontrou a garota, andando de cabeça baixa com um objeto brilhante entre os dedos. Parecia feliz agora.
- Olá – Ele disse, chegando mais perto. Rose se afastou.
- Olá – Ela ao menos o olhou, apenas continuou seu caminho, como se ele fosse apenas mais um aluno.
- Ei, o que houve? – Ele correu atrás dela, encarando suas mãos que tentavam esconder o anel. – O que é isso?
Scorpius parou em sua frente com os braços esticados. Era óbvio que aquela era uma brincadeira, mas Rose fechou a cara e passou por baixo dos seus braços. Ele a segurou pela cintura enquanto ela passava e numa estranha dança conseguiu tirar o anel de suas mãos e erguê-lo em direção à luz, onde não Rose não conseguiria pegá-lo de sua mão.
- Um anel... – Ele anunciou, olhando mais de perto. – É lindo.
- É, um anel – Rose confirmou, seca. – E é meu. Pode devolver?
Scorpius o entregou à ela.
- Onde o encontrou?
- No lago.
Rose segurou o anel entre seus dedos, esboçando um sorriso que parecia transparecer alivio. Estranho, ele pensou, parado no meio do corredor. Observou enquanto Rose rumava para o salão comunal da Corvinal sem dar atenção à presença dele.
Fechando as cortinas de sua cama no dormitório, Rose se deitou de costas para o colchão, esticando as mãos para a luz que vinha da janela, observando cada canto obscuro do anel.
Comentários (2)
vish!!!..esse anel ai sei naum em...e agora sera q eles vao fikar junto??..espero neh..kkkk \0/
2012-07-25Omggggggggggggggggggggggggggggggggggggg O que vai acontecer com esses dois ???????? amandooooo *-----*
2011-09-26