Em um passado distante...



Harry caminhava mais rapido que os outros dois. Mas era visível que a preocupação deles era igual em relação a Ron e Mione. O que teria acontecido com eles afinal?! Harry pensava e pensava mas a única coisa que ele conseguia imaginar era aquela imensa tela negra. Mas, o que teria aquele objeto influenciado no sumiço dos amigos. Perguntas e perguntas rodavam a sua mente e estava ansioso pela primeira vez em encontrar Dobby e questiona-lo.


Chegaram na cozinha relativamente rápido. Harry mal esperou estarem em segurança para sair de baixo da capa e entrar violentamente pela porta da cozinha. Só que para a sua surpresa não havia ninguém lá naquele momento. Estava completamente deserta e escura.


- Parece que os elfos domésticos também dormem as vezes. – respondeu Gina de maneira um tanto irônica. Harry não respondeu o comentário. Gina era durona e Harry sabia disso. Aquele ironismo dela soava aos seus ouvidos mais como uma tentativa de não entrar em desespero do que uma frase dita por brincadeira.


- DOBBY? DOBBY? Esta me ouvindo?! – Harry começou a gritar pelo cantos como se isso fosse ajuda-lo de alguma maneira a encontrar o elfo.


- O que esta fazendo?! Enlouqueceu?! – Gina segurou seu braço com força e parou na sua frente. – Vai acordar o castelo inteiro.


- Daqui não tem como ninguém do castelo nos ouvir...


- A não ser Madame Norra e o Filch!- Neville tinha acabado de dizer aquele dois nomes olhando assustado para a porta como se esperasse que ambos entrasse por ela e os castigasse por estarem ali naquela hora da noite. Mas antes que Harry pudesse responder qualquer coisa um barulho estridente ocorreu no recinto e um pequeno elfo surgiu na frente deles.


- Harry?! O que acontece senhor?!


- Dobby! – a voz de Harry saiu aliviada naquele momento. – Que bom que te encontramos. Precisamos da sua ajuda.


- Da ajuda de Dobby?! – os olhos do elfo se arregalaram e ele abriu um sorriso triunfante não podendo disfarçar sua alegria em poder ajudar seu querido Harry. – Sim, se Dobby puder ele irá ajudar com prazer.


- Pois bem, preciso que você me explique o que sabe sobre a magia de Hogwarts? O que você queria dizer sobre isso?!


- Ah! – Dobby parecia um tanto decepcionado agora. – Dobby não sabe como dizer isso. Dobby não sabe se pode dizer isso senhor!


- Dobby! – Gina tomou a frente e se ajoelho na frente do elfo. – Meu irmão e a MIone sumiram, desapareceram. Precisamos da sua ajuda para encontra-los. Por favor Dobby. Precisamos da sua ajuda agora.


- O jovem casal de amigos de Harry sumiu?! Oh... – o fisionomia de Dobby mudou revelando uma preocupação eminente. – Oh... Oh... Se os Malfoys souberem disso...


- Os Malfoys não são mais seus donos. Portanto você pode falar Dobby! – Harry também, se ajoelhou enquanto Neville continuava fazendo vigília na porta com a varinha na mão caso alguém entrasse. Era admirável a coragem que Neville tinha adquirido depois daquele episodio no Ministério. Mas o momento não era para elogios para qualquer pessoa ali presente. – Os Malfoys tem alguma coisa a ver com isso Dobby?!


- Não, senhor! Os Malfoys não tem nada a ver com isso. Mas o sr. Malfoy sabe demais sobre Hogwarts. Existem muitas coisas que eles guardavam sobre essa escola. Muito conhecimento sobre o que tinha acontecido há muito tempo aqui. A câmera secreta...


- Tem alguma coisa a ver com a Câmera Secreta?! – Gina parecia assustada. Harry segurou seu braço para lhe dar apoio. Deveria doer a cada minuto para ela lembrar o que tinha passado nas mãos de Voldemort e Harry sabia disso.


- Não, não... Mas tem a ver com os herdeiros dos fundadores.


- Como assim Dobby?!


- Cada fundador teve a sua historia. E com uma das fundadoras não foi diferente. Rowena Ravenclaw...


- Dobby, do que você esta falando.


- Salazar Sonserina a amava! O motivo para ele não querer pessoas nascidas trouxas era ela...


- O QUE?! – os três gritaram sem esconder o tom de incredibilidade da voz.


- Sim! – Dobby afirmou com a cabeça. – Essa historia é muito velha. Antiga demais para termos certeza se é verdade. Mas da mesma maneira que a câmera secreta essa lenda pode ser verdade.


- Conte nos essa historia melhor Dobby.


- Quando os quatro fundadores se conheceram Salazar se apaixonou por Rowena. Mas o coração da bela jovem já pertencia a outra pessoa. Pertencia a um jovem bruxo nascido trouxa que pelas habilidades era perseguido pelos trouxas. Seu nome era Serius Corvinal.


- Corvinal?! Você quer dizer que o nome da Corvinal não provém da própria Rowena mas do homem que ela amava?! – Dobby acenou com a cabeça afirmativamente. - Como ninguém nunca soube dessa historia Dobby?!


- Da mesma maneira que não saberiam da Câmera se ela não tivesse sido aberta. São apenas lendas até que se prove o contrario.


- Isso quer dizer que essa lenda esta escrito em Hogwarts uma historia?! – Harry lembrou se novamente de Hermione. Provavelmente ela saberia dessa lenda se estivesse escrito nesse livro. Ela tinha o lido diversas vezes e sempre insistia para que Harry e Ron fizessem o mesmo. Harry estava começando a se convencer de que talvez fosse realmente necessário dar uma olhada nesse livro esse ano antes que mais algo semelhante a isso acontecesse.


- Não, não com essas palavras. Nem tudo o que é dito nesse livro é completamente verdade. As partes interessantes são colocadas as demais simplesmente disfarçadas.


- Então, como os Malfoys sabiam disso?! – foi a vez de Gina questionar Dobby. Ele por um momento pareceu visivelmente congelado. Arregalou os olhos e parecia que ia ter um colapso. Harry supôs que era algo que fora proibido para Dobby falar enquanto estava com os Malfoys e antes que o elfo fizesse alguma bobagem Harry segurou o pelos ombros e o chacoalhou.


- Sim, sim... – disse Dobby voltando a si. – Os Malfoys tinha recebido muitos presentes Daquele Que Não Deve Ser Nomeado. Entre eles alguns manuscritos com as lendas em seus mínimos detalhes. Os Malfoys não sabiam direito do que todos aqueles papeis se tratavam. Muito menos do diário que foi dado a jovem Gina. Eles não sabem o que Aquele Que Não Deve Ser Nomeado sabia. Não, não entendem a gravidade do que esta em suas mãos. Eles são maus mas tolos perto do Lord deles.


- Sim, isso nós sabemos. Conviver com o Jovem Malfoy nos deu uma boa idéia disso. – Gina ainda utilizava o tom irônico na sua voz mas Harry percebeu um tom de ressentimento quando ela disse isso.


- Sim, são tolos. E não sabem o quanto as coisas que Aquele Que Não Deve Ser Nomeado lhes deixou podem ser poderosas e perigosas.


- Certo Dobby! Mas o que essa lenda tem a ver com o desaparecimento do Ron e da Mione?


- Muito mais do que você imagina jovem Harry. – Os olhos de Dobby tinham adquirido um brilho diferente que Harry não soube distinguir se eram de excitação ou medo. – Eles terminaram o castelo sem que Salazar desconfiasse da paixão de Rowena pelo jovem bruxo Serius. Na verdade, Rowena estava disposta a construir a escola para ajuda-lo a dominar seus dons. Quando terminaram e Salazar descobriu o que se passava no coração de Rowena não pode deixar de ir contra a presença de trouxas na escola. Nenhum dos demais bruxos sabia o que Salazar sentia pela jovem colega. E ninguém saberia se ele não tivesse passado a historia para seus descendentes. Ele decidiu então sair da escola pois não suportava ver o amor que crescia entre Rowena e o bruxo nascido trouxas. Mas ele não saiu em paz. Ele decidiu construir a câmera para que futuramente ela fosse usada por um dos seus descendentes.


- Por isso ele contou a historia para seus filhos e neto?! Ele realmente queria se vingar por algo que aconteceu a mil anos atrás?! – era Neville que falava enquanto continuava observando a porta corajosamente.


- Sim! – respondeu Dobby. – Mas fora a câmera ele amaldiçoou também Rowena e Serius de alguma maneira.


- Como assim?! – Gina parecia estar bem interessada na historia. Bem mais que Harry e Neville que pareciam perder a paciência a medida que a preocupação em serem encontrados ali na cozinha, aquela hora da noite , aumentava.


- Nenhum descendente de Rowena conseguiu manter sua paixão por mais de alguns anos. Na media 10 anos eram o limite.


- Quer dizer que Serius... – Gina não precisou terminar a frase. Dobby acenou afirmativamente com a cabeça. – Que horror! E que triste!


- Muito! Mas eles tiveram uma filha antes dele falecer. Quando a menina completou 14 anos Rowena também veio a falecer. Alguns diziam que foi a falta do seu grande amor. Não duvido.


- Mas e então Dobby?! O que isso tem a ver o sumiço do Ron e Mione?!


- Harry dá um tempo! – Gina parecia nervosa com ele. – Dobby ainda não terminou a historia.


- Não, ainda não. A Menina que eles tiveram se chamava Rena e foi criada por Helga Huflepuff, a grande amiga de Rowena. Quando a menina completou seus estudos decidiu morar na cabana que fora de seus pais. No alto de uma colina perto de uma aldeia trouxa. _ Gina olhou para Harry e ele retribuiu o olhar. Sabiam que cabana era aquela.


- E suponho que essa cabana era enfeitiçada?! Assim como a câmera. – completou Gina


- Sim, era. De Hogwarts ela não poderia ser vista e nem dela Hogwarts poderia ser avistada. Assim poderiam proteger se dos trouxas e ao mesmo tempo conviver com eles e com o mundo bruxo. Era a idéia dos pais de Rena, que ela convivesse com os dois mundos de modo a manter a passividade com eles e com suas origens. Ela era um garota belíssima porém extremamente triste pelo que tinha acontecido a seus pais. Ela foi morar na colina para se isolar de todos e de tudo. E justamente quando se mudou para lá que sua vida mudou novamente. Ela conheceu um jovem, um belíssimo homem que apesar de não ser bruxo conquistou a completamente. Ele não tinha poder algum mas aceitou Rena pelo que ela era. Apesar de que na época em que eles se conheceram qualquer poder fora do comum era motivo de prisão ou condenação a morte. Ele realmente a amava e muito. Ele também era um jovem talentoso, pintava quadros fantásticos. Era um artistas dos trouxas pelo que eu saiba. – Harry olhou para Gina novamente. Ela afirmou com a cabeça para dizer que entendia o que se passava por sua mente. Os quadros misteriosos na parede deveriam ter sido pitados por esse jovem que se apaixonou por Rena. – Seu nome era Rafael.


- Mas algo triste deve ter acontecido com eles então?! – perguntou Gina.


- Sim, algo muito triste. – A cara que Dobby fez demonstrou o quanto ele era sensível a essas historias. Harry já supunha isso mas ainda assim era engraçado o olhar triste que ele lançava a parede como se soubesse o quanto o casal tinha sofrido. – Rena como eu disse era muito bonita. Muitos foram os bruxos que se apaixonaram por ela. E muitos foram o que se irritaram com o envolvimento dela com um trouxa. Para a menina pouco importava se o rapaz tinha poderes o não. O importante era que eles se amavam. Mas para a maioria de seus admiradores aquilo foi uma afronta a ordem bruxa. Foram milhões as discussões para saberem se aquilo poderia ser aceito.


- Como aceito?! Não havia casamentos de bruxos e trouxas naquela época?! – fora Neville que questionara o elfo dessa vez.


- Sim, sim havia. Mas nenhum era filho legitimo de um fundador de Hogwarts o que criava uma polemica maior. Mas o que dificultava muito era o amor que muitos bruxos sentiam por Rena. O ciúme cresceu no peito deles e ainda mais quando descobriram que ela estava se casando com alguém que nem bruxo era. Eles queriam destruí-lo e não ela para que Rena voltasse as suas origens e pudesse se casar com um dos bruxos que tanto a queriam.


- Mas suponho que ela não fez isso apesar de toda a encheção de saco. – concluiu Gina.


- Não. – O rosto de Dobby entristeceu mais ainda. – Ela simplesmente desistiu do mundo bruxo e foi viver no mundo trouxa onde teve um filho com Rafael. Alguns desistiram dela e foram viver as suas vidas.Mas outros entretanto não o fizeram e passaram a arquitetar um plano para destruir completamente Rafael. Contaram com o povo da aldeia onde o casal viviam para destruí-lo. Fizeram uma armadilha para que Rafael fosse constatado como bruxo e assim condenado a morte pelo povo. Convocaram Rena para que comparecesse a Hogwarts no dia em que prepararam a armadilha e fim de afasta-la do perigo. Mas quando Rena chegou aqui seu coração começou a doer e ela utilizou a passagem secreta para chegar a sua cabana.


- E quando chegou Rafael estava morto? – o rosto de Gina parecia mármore tamanha a branquesa que tinha adquirido.


- Não! Não estava! - Dobby suspirou profundamente. – Eles iam mata-lo na hora e ela se lançou em sua frente sendo sacrificada antes.


- MEUS DEUS! - Gina não pode conter o grito.


- Sim! Mas haviam um bruxo que a tinha seguido de perto que chegou na hora em que ela foi esquartejada. Suas vestes ficaram sujas de sangue e ele partiu para cima dos assassinos e também foi morto e logo em seguida Rafael.


- E o bebê deles?! Eles não tinham tido um filho. – Neville parecia assustado. Harry supôs que ele mesmo estava se lembrando da sua historia e da dos seus pais antes de Belatrix tê-los tornado dementes.


- Novamente Helga tomou conta da criança! Ela sempre foi uma boa amiga. Sempre pronta a ajudar.


- Mas o que isso tem a ver com o sumiço de Ron e MIone ? – Harry novamente questionou mas dessa vez a sua voz saiu num sussurro. A historia também tinha mexido com ele. A questão do sacrifício de duas pessoas que se amam era também algo constante em sua vida.


- Quando se morre de maneira traumática e não esta pronto para morrer o que acontece com seu espírito?! – Dobby perguntou de uma maneria enigmática.


- Vira um fantasma! – respondeu Gina perplexa.


- Sim.


- Então... – continuou Harry. – O fantasma de Rena que esta fazendo isso. Foi ele que sumiu com o Ron e a Mione?!


- Acredito que sim. – respondeu Dobby exaustivamente. – Mas não tenho como lhe dar certeza. Apenas suponho que sim.


- E onde esta esse fantasma que nós nunca o vimos?! – Foi a vez de Neville perguntar.


- Sei da lenda apenas até aqui! – respondeu Dobby desanimadamente. – Sinto não poder ajuda-los mais.


- Dobby. – Gina se aproximou mais do elfo.- Isso já aconteceu alguma vez?!


- Sim. Mas não sei detalhes sobre isso.


Gina olhou para Harry e ele entendeu o que ela quis dizer. Eles estavam relamente encrencados.

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