The vampire princess
Podia-se ouvir passos vindos do corredor mal iluminado por archotes. E à medida que os passos foram ficando mais próximos, dois homens muito brancos com olhos extremamente cinzentos apareceram à frente a porta e a abriram para que a moça pudesse passar.
– Alteza, – Cumprimentou um dos homens com um reverencia – Seu pai a estava aguardando.
– Já trouxe o que ele pediu. – Respondeu a moça. Os dois homens olharam por cima do ombro dela e viram outro homem com uma mulher de pele morena desacordada em seus braços – Com licença – Disse ela de novo e passou pela porta que eles guardavam adentrando um enorme aposento onde um Senhor permanecia sentado.
– Hermione, minha queria. – Saudou o velho – Como foi seu passeio a luz do luar?
– Muito agradável papai. A propósito, trouxe-lhe sua encomenda. – E fez um aceno para que o homem que estava atrás de si levasse a garota até seu pai.
– Oh, claro. Obrigado minha queria. – Disse o velho para ela. E segurou a moça apenas com uma das mãos. Qualquer um que não os conhecesse, estranharia a força e a vitalidade daquele senhor que aparentava uma idade avançada.
– Pode se retirar, Hagrid. – Ordenou Hermione ao homem que carregava a moça. Diga a Remus e Sirius que eles estão liberados para jantar. E você também.
– Sim, senhorita. – E dito isso saiu em passos largos do aposento
– Gosto do jeito que eles a respeitam. – Disse o velho pousando seus olhos azuis muito claros nos igualmente azuis de sua filha
– Apenas sei me impor.
– E é muito bom que saiba, pois um dia não só este castelo será seu, mas também o domínio sobre todos os homens e mulheres que são como nós. – Ele falava com o olhar perdido como se pudesse ver o futuro. – A filha de Albus Granger Dumbledore.
– Coma logo papai, antes que ela acorde. – Sua fala fez com que Albus acordasse de uma espécie de transe e cravasse seus grandes e aguçados dentes no pescoço da moça. – Vou dar uma volta. Mas fique tranqüilo, não deixarei o castelo.
Albus assentiu sem largar a moça. Hermione olhou para o sangue que escorria do pescoço da moça para o queixo de seu pai e logo saiu para os corredores vazios e mal iluminados do castelo.
A escuridão não a incomodava pelo simples fato de que para ela, não fazia diferença. Podia enxergar tão bem quanto enxergava em lugar com uma ótima iluminação. Nada escapava de seus olhos.
Não tinha um lugar certo para ir, apenas andava pelos corredores sem muito rumo como fazia todas as noites. Quando se deu conta, estava parada na torre mais alta do castelo. Podia ver toda a cidade de lá.
A cidade parecia morta. Nenhum carro ou pessoa na rua, apenas silencio. O silencio não a incomodava, pelo contrário ela gostava dele, ela fazia parte dele.
– Nunca se cansa de andar sozinha por esse castelo? – Perguntou uma voz fina e feminina às suas costas
– Pode se juntar a mim sempre que quiser Gina.
– Irei. – Respondeu Gina. – Algo a preocupa?
– Na verdade não, estou apenas pensando. – Disse Hermione se virando para encarar a menina de cabelos ruivos como fogo, pele muito branca e olhos profundamente cinzas. – Um humano reparou na diferença de cores dos meus olhos de dia e de noite.
– Você saiu durante o dia? Como não se machucou? – perguntou Gina alarmada
– Com um sobretudo muito grosso com um capuz igualmente grosso, luvas e botas de couro. Mas ele pôde ver meus olhos por uma fração de segundos. E agora quando fui fazer a minha refeição, o encontrei de novo com essas roupas. – disse apontando para si – E ele me perguntou sobre os olhos. O fiz acreditar que estava enganado e que meus olhos pareceram escuros de manha pois estavam cobertos e sombreados pelo capuz, mas mesmo assim, devo tomar cuidado de agora em diante.
– Fique tranqüila, senhorita. O humano não vai suspeitar de nada.
– Gina, tem sido minha melhor amiga há três séculos e ainda me chama de senhorita? – disse Hermione com um tom que beirava a irritação – Antes de ser sua princesa, sou sua amiga, então trate de me chamar pelo meu nome.
– Desculpe. – disse a ruiva olhando para o chão e logo para fora da torre onde o sol começava a nascer. – Vamos para nossos aposentos, logo vai amanhecer.
Hermione assentiu e as duas seguiram pelos corredores do castelo até o quarto de Hermione.
– É aqui que a deixo, minha amiga. – e dizendo isso, Gina se dirigiu para seu quarto alguns lances de escada abaixo do de Hermione.
Hermione botou uma camisola branca que seguia longa até o chão, fechou todas as janelas e cortinas de seu quarto. Deitou-se na cama de casal de mogno trabalhado que combinava com todos móveis de seu quarto e adormeceu.
(dois dias depois)
Acordou um pouco antes do por do sol. Vestiu-se com um vestido cor de vinho de mangas longas e justas, apertado até a cintura, onde começava a se abrir em uma longa saia que arrastava no chão. Por cima dele, um espartilho preto de couro que lhe apertava a cintura e nos pés a mesma bota que usara na noite em que conhecera Draco. Ia sair.
Ficou fitando sua própria imagem no espelho, esperando o sol se por totalmente para poder sair, observando seus olhos mudando de cor gradativamente até estarem completamente azuis.
Quando o sol já havia sumido completamente, avisou a seu pai que ia sair e foi caminhando até a mesma praça de dias atrás.
– Exatamente como pensei. – disse a si mesmo com um pequeno sorriso nos lábios ao ver quem estava na praça.
Não havia percebido sua presença. ‘Ótimo!’ Pensou. E foi caminhando lentamente até o banco de dois lugares que estava a apenas alguns passos a sua frente. Quando estava a menos de um metro de distancia do banco, saltou sobre um casal que estava distraído e num movimento rápido fez com que o homem e a mulher caíssem desacordados.
Os arrastou para um lugar mais escondido e drenou seus corpos até a última gota de sangue.
Depois arrumou seu vestido e seu cabelo e voltou para o banco onde sentou.
– Agora é só esperar. – murmurou.
Esperou por mais ou menos um hora e percebeu um pequeno movimento vindo da entrada da praça.
Ficou observando o homem que se aproximava dela com um pequeno sorriso nos lábios.
– Não sei por que, mas sabia que você estaria aqui hoje. – Disse Draco sentando-se ao lado dela
– Venho aqui com bastante freqüência. – disse simplesmente – É um ambiente quieto e agradável.
– Sim. É realmente relaxante ficar aqui. – fitou-a – Mas me diz, o que estava fazendo aqui sozinha à noite? Não sabe que é perigoso para uma mulher andar sozinha por lugares tão pouco movimentados?
Ela riu baixo e olhou para ele.
– Nada aqui representa nenhum perigo para mim. – sorriu para ele, o conhecido sorriso que escondia seus dentes.
Ele a olhou por um longo tempo, com um olhar que parecia curioso, mas ao mesmo tempo receoso.
– Quer me perguntar alguma coisa, Draco?
– Er... Não é da minha conta. Apenas uma curiosidade boba. Deixa pra lá.
– Pode perguntar, não me importo. Se eu não puder ou não quiser responder, não responderei. – disse dando de novo o sorriso fechado
– É só que... Bem, não pude deixar de notar seu sorriso... – disse fazendo uma pausa e esperando a reação da moça – E bom, percebi que nunca sorri abertamente, sempre esconde seus dentes. Apenas me pergunto o porquê...
Hermione não esperava por essa pergunta. A resposta era bem simples: Se ele visse seus dentes, perceberia os caninos longos e pontiagudos. Era simples para ela, não para um humano... Então, o que responder? Teria que improvisar algo realmente convincente...
– É que... – Pensou por um segundo – Quando eu era mais nova, caí e desloquei a mandíbula. Se eu sorrir ou gargalhar muito, sinto um dor terrível.
– Ah sim. – disse ele um pouco sem graça – Me desculpe por fazê-la falar sobre esse assunto. Deve ser meio chato falar sobre isso.
– Está tudo bem. Não é o primeiro que me pergunta isso e nem será o último. – Mentiu ela.
Na verdade ele fora o primeiro. Ninguém nunca precisou perguntar-lhe isso, pois sempre estava entre outros vampiros, e por isso nunca precisou esconder os dentes. E quando em raras ocasiões precisava falar com algum humano, era sempre um assunto sério como negócios da família, por isso nunca precisou sorrir. Draco era o primeiro humano de quem realmente se aproximava e isso começava a perturbá-la.
Ela não estava realmente precisando de sangue esta noite, apenas saiu, pois sabia que o encontraria. Ela se sentia bem perto de Draco. Não precisava manter a pose de princesa que tinha que manter entre os de sua espécie. Não. Com ele, ela não era a princesa, ela era apenas a Hermione.
– Sabe Hermione, ainda está bem cedo... – Ele consultou o relógio – São apenas 8h e tem um filme passando no cinema que eu queria muito ver. A crítica tem o elogiado muito e está batendo muitos recordes de bilheteria.
– Qual filme é?
– Anjos da noite. Conta a história do início da guerra entre vampiros e lobisomens. – Ele pareceu ficar um pouco sem graça – Sei que não é um filme que mulheres gostam, mas você não me parece ser igual a todas as outras – Disse ele sem conseguir se controlar e logo se arrependendo de ter deixado escapar.
– Eu realmente gosto de histórias de vampiros, Draco. – Disse ela com o já conhecido sorriso, mas achando realmente irônico ele convidá-la justo para um filme de vampiros – E obrigada por me achar diferente.
– Que bom que eu acertei então. – Ele pareceu aliviado com a reação dela e seguiram juntos para o cinema que não ficava longe dalí.
Assistiram ao filme em silencio. Hermione se divertia com a história fantasiosa sobre a briga das duas espécies e sobre as falsas imagens que criaram dos lobisomens.
Draco estava um pouco perturbado, não pode deixar de notar semelhanças realmente marcantes entre Hermione e os vampiros do filme. Mas achou melhor deixar isso de lado, a final, não existem esses tais vampiros.
Saíram do cinema de volta para o banco onde se encontraram comentando sobre os filmes.
– Acho vampiros incríveis. A beleza, a força, a capacidade de viver para sempre. A necessidade de se esconder durante o dia e poder sair apenas à noite os torna incrivelmente sedutores e sombrios, enquanto o mistério por trás da sua história os torna sensuais de algum jeito. – falou com o olhar perdido
Hermione não pôde deixar de sorris com o comentário de Draco. Havia ficado realmente feliz com tudo o que ouvira dele aquela noite, mas não entendia o por que.
– Não existem vampiros, Draco. – Ela não pode deixar de sorrir dos comentários dele e de sua própria mentira – Mas não ficaria com medo deles se existissem?
– Não. – falou com firmeza – Eu pediria para fazerem de mim um deles.
– Se eu fosse uma vampira, temeria a minha presença? – não pode segurar a pergunta. E se repreendeu por isso.
– Não. Na verdade eu ficaria mais fascinado ainda por você. – Ele disse sem se dar conta do que dizia e logo que percebeu que havia falado demais levou as mãos à boca e ficou extremamente sem graça.
Ficaram mais algumas horas caminhando e conversando sobre o filme até que Draco consultou seu relógio.
– Pode me dizer as horas, por favor?
– Se eu te disser, não acreditará. – disse rindo – Já passa da meia noite.
– Oh não. Preciso voltar para casa, papai deve estar furioso. – disse tristemente – Me desculpe Draco, mas realmente preciso ir.
– Está tudo bem, nos divertimos bastante por uma noite. – disse sorrindo, mas com uma pontinha de desapontamento – Nos vemos amanhã?
– Mesma hora, mesmo lugar. – respondeu sorrindo de leve – Até breve.
– Até. – E deu um rápido beijo em sua bochecha que a fez sorrir sem graça.
Hermione murmurou um ‘boa noite’ inaudível e seguiu de volta para seu castelo.
N/A: E aí galere, curtindo? Espero que sim e espero mais comentários.
Já comecei a escrever o Cap. 3. Estou com poucas idéias, então não sei se vai sair tão bom, mas espero que sim.
Vestido da Hermione: http://i49.tinypic.com/90romt.jpg
Mayara.T.: Obrigada pelo comentário. Underworld é muito bom mesmo né? *-* Sou muito viciada, rs. Que bom que você ta gostando. Continue lendo e comentando, ok? Beijos.
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