Could it be?
Draco foi para casa, tomou um banho e ficou deitado em sua cama pensando sobre a noite de hoje. Pensou no filme, na caminhada, nos olhos, nos vampiros, em fim, em tudo que havia conversado com ela.
Então as coisas começaram a se juntar na mente dele formando uma conclusão impossível.
A fala de Hermione algumas horas mais cedo fazia um estranho sentido para ele agora “Nada aqui representa nenhum perigo para mim.”
–‘... a força...’ – pensou ele.
“Meus olhos devem ter parecido mais escuros, pois estavam cobertos pelo capuz.”
–‘... a mudança na cor dos olhos... ’
Então ele se lembrou de com ficara hipnotizado a primeira vez que falou com ela.
‘... a beleza... ’
‘... as roupas... ’
“Se eu fosse uma vampira, temeria a minha presença?”
“É que... Quando eu era mais nova, caí e desloquei a mandíbula. Se eu sorrir ou gargalhar muito, sinto um dor terrível.”
Agora que pensava em todas essas coisas juntas, não conseguia parar de pensar que Hermione realmente pedia ser uma vampira.
– ‘Mas isso era loucura, vampiros não existem e isso é um fato. ’ Pensou Draco.
– Vou dormir que é o melhor que eu faço. – E dito isso, adormeceu
Ele não sabia onde estava, tudo era escuro. Pensaria que estava cego se não visse a bela lua cheia que o seguia não importando o quanto andasse.
De repente, algo faz com que ele pare: A lua que outrora brilhava soberana sobre o breu que o cercava tivera seu lugar tomado por um par de olhos azuis. Um azul tão claro e ofuscante que faziam contraste com a pupila intensamente preta e muito pequena e os longos e escuros cílios que completavam a beleza daqueles olhos. Tamanha beleza, fez com que a lua que antes lhe parecera tão perfeita, parecesse estranhamente sem-graça.
Ele caminhava em direção aqueles olhos o mais rápido que podia, mas eles lhe pareciam cada vez mais distantes. Então, um rosto começou a se formar onde antes apenas havia olhos... Uma pele muito branca, um nariz empinado e uma boca de lábios cheios.
– Hermione! – Ele gritou ao ver o conhecido rosto.
Então os lábios cheios se abriram em um sorriso onde despontavam dois caninos pontiagudos. Ao ver os dentes afiados naquele sorriso perfeito, Draco parou de correr. Era perigoso, ele sabia que era, mas precisava chegar àquele rosto que o encarava como se fizesse um convite.
O rosto foi ficando cada vez mais distante e Draco pôde ver que um corpo aparecia debaixo daquele rosto. Primeiro o pescoço, ombros e logo veio o resto do corpo.
Vestia um vestido esmeralda com um espartilho preto de couro por cima.
Então Hermione parou de se mover e ficou apenas o encarando com o sorriso de dentes aguçados e os braços abertos como se realmente o chamasse até ela.
Draco voltou a correr ainda mais desesperadamente do que antes até que alcançou Hermione. Rapidamente ela o abraçou e deitou a cabeça em seu ombro. Draco sentia seus lábios roçando em seu pescoço e pode perceber que ela abria a boca. E então...
– Outro sonho... – Falou um pouco atordoado enquanto acordava com o barulho de algo como um martelo – Tenho tido muitos como esse ultimamente.
Dessa vez, Draco se lembrava de cada detalhe do sonho. Desde os olhos até a quase mordida que levara de Hermione. Foi tudo tão real que podia até sentir sua respiração ofegante pela corrida.
Olhou para o despertador: 8h. Nunca acordara tão cedo em um sábado. Mas não se importava, encontraria com Hermione a noite, e então poderia se livrar de todas essas suspeitas e incoerências que estavam em sua cabeça.
– Hermione, uma vampira... – riu com escárnio – Que piada. Vampiros não existem.
Dizendo isso voltou a dormir. Não sonhou mais.
Quando acordou, já eram 14h. Ele levantou preparou um café da manhã reforçado e pegou seu jornal para ler.
Na primeira página dizia que um casal havia desaparecido na noite anterior e foi encontrado essa manhã por um gari na mesma praça que ele estivera com Hermione. Segundo os policiais e a perícia, o casal estava seco, como se algo houvesse drenado todo o seu sangue.
‘Exatamente como a vítima daquele acidente...’
Continuou lendo o jornal até mais ou menos umas 16h, quando decidiu começar a se arrumar logo.
Tomou um banho bem demorado, fez a barba e foi escolher uma roupa.
Acabou ficando com uma calça jeans acinzentada, uma camisa preta com gola em V e um par de tênis adidas. Consultou seu relógio: 18:30.
Ficou assistindo TV até mais ou menos umas 19:30 e saiu de casa.
Parou o carro numa rua próxima a praça e foi andando até o banco de sempre. Ficou lá sentado esperando por ela. O sol já não aparecia mais e a lua já estava alta no céu.
Quando olhou para o lado, ela havia chegado e estava em pé olhando para ele.
Estava com um vestido verde-esmeralda desta vez, mas sem abandonar o espartilho preto. As mangas do vestido eram como as da blusa que era usava na noite em que se conheceram, lembravam uma meia arrastão.
– Você está muito bonita Hermione. – soltou ele sem conseguir se controlar diante de tanta beleza
– Você também está muito atraente Draco. – disse ela sorrindo de leve – E então, o que vamos fazer hoje?
– Hm... Bem, eu estava pensando em te levar para jantar.
– Não! – disse um pouco urgente demais e Draco a olhou assustado – Quer dizer, não, eu já jantei.
– Ah sim. – disse ele um pouco desanimado – O que quer fazer então?
– Não sei. Gosta de teatro?
– Gosto muito! – disse Draco se animando novamente – Tem alguma peça boa?
– Sim. Tem uma de comédia chamada ‘Pindaíba’. Está sendo apresentada naquele teatro perto do prédio do jornal.
– Ah ta. Eu sei qual é, trabalho no jornal como fotógrafo.
– Oh sim. Então vamos?
– Sim. Vamos no meu carro?
– Claro.
Os dois se dirigiram até o carro de Draco e depois seguiram para o teatro.
Quando estavam chegando à porta do teatro, Hermione não se deu conta da presença de duas árvores com espinhos e quando passou por uma delas, esbarrou nos espinhos fazendo um corte profundo em seu pescoço.
– Ai! – disse ela baixo botando a mão em cima do corte onde escorria um pouco de sangue
Draco viu o profundo corte no pescoço de Hermione.
– Vou no meu carro buscar kit de primeiros socorros, me espere aqui. – disse ele se adiantando para o carro
– Não é necessário. – falou ela o segurando
– Hermione, é claro que é necessário. Vou lá agora. – e foi até o carro.
Quando voltou, Hermione o esperava sentada e um banco ao lado da porta do teatro.
– Vem, deixa eu ver isso.
– Draco, não é necessário.
– Sim Hermione, é necessário. Isso pode infeccionar. – Ele afastou as mãos e o cabelo de Hermione para olhar o corte e viu que não havia mais nada lá. Olhou o outro lado do pescoço e nada.
Ele a fitou com ar espantado.
– Eu te disse que não era necessário. Foi apenas um arranhão.
– É, tem razão. Vou guardar isso e nós entramos para assistir a peça.
Draco foi andando lentamente até seu carro e chegando lá guardou o kit de primeiros socorros no porta-luvas.
– Como ela se curou tão rápido? Eu vi o corte. Era profundo, não era só um arranhão. – dizia ele atordoado – Tem algo muito estranho com a Hermione.
Ele voltou para onde ela estava e os dois entraram para assistir a peça.
Era realmente engraçada, Draco não conseguia parar de rir nem por um segundo e nem Hermione. Quando ele olhou para o lado viu que ela gargalhava abertamente sem presta atenção a ele e sem perceber que ele a observava.
Foi então que ele viu. Viu seu sonho se tornando realidade. O sonho que ele temia e ao mesmo tempo almejava. Hermione com seu vestido verde-esmeralda, seus cabelos soltos, seus olhos imensamente azuis e seus dentes pontiagudos.
Ele arregalou os olhos na mesma hora em que ela se virou para ele, ainda rindo e viu o olhar de espanto do rapaz e foi então que percebeu que seus dentes estavam à mostra.
– Draco, eu... – não sabia o que dizer. Então apenas se levantou e correu para fora do teatro.
Draco correu atrás dela e viu que ela se dirigia para a praça numa velocidade incrível. Então entrou em seu carro e dirigiu atrás dela sem deixar-se perde-la de vista.
Ele viu que ela havia sentado no banco de sempre e parecia atordoada. Ele saiu do carro e correu até ela e sentou-se ao seu lado.
– O que faz aqui? – perguntou ela sem entender como o rapaz ainda se aproximava dela
– Quando eu disse que eu não teria medo de você se fosse uma vampira, eu falava sério. Isso só me deixou ainda mais fascinado por você. – disse olhando-a nos olhos – Por favor, não fuja.
– Não irei se você não for.
– Não vou. – disse ele sem conseguir desviar o olhas dos olhos dela – Mas então, me diga... – continuou em tom divertido – Sei que isso é indelicado, mas estou muito curioso...
– Pergunte.
– Quantos anos você tem?
Ela sorriu. Um sorriso diferente do que Draco conhecia. Era aberto, branco e iluminado. Era lindo. Ela era realmente perfeita. Não havia absolutamente dana de errado com ela.
– Digamos que sou mais ou menos uns trezentos e vinte e cinco anos mais velha que você.
Draco fez as contas e se espantou com o resultado.
– Trezentos e cinqüenta anos?
– Exato.
– Por isso as roupas e o jeito de falar?
– Sim.
– E como conseguiu se manter perfeita em todos esses séculos? – Ele desistiu de segurar sua língua. Os olhos de Hermione o faziam não conseguir segurar o que falava.
– Obrigada. – disse ela ainda sorrindo – É só que eu nunca vou envelhecer. Terei eternamente essa aparência. Meu pai, diferente de mim continuou a envelhecer até os setenta anos, mas eu parei de mudar aos vinte e três.
– E esses números variam de vampiro para vampiro?
– Depende. Digamos que eu e meu pai não sejamos vampiros como os outros.
– E qual é a diferença?
– Bom, é que... – Ela desviou o olhar, visivelmente desconfortável – Um dia vou te mostrar a diferença. É melhor do que explicar, mas não agora. Preciso de alguns dias para isso.
– É algo assustador? – Perguntou ele rindo da própria pergunta.
– Oh não! Não assustadora! Mas confesso que é um pouco intimidadora.
– Mal posso esperar para ver.
Eles permaneceram calados durante alguns segundos e então Draco se lembrou dos olhos e uma pergunta se formou em sua mente.
– Er... Hermione?
– Diga, Draco.
– Bom, é que eu queria saber... Porque os seus olhos mudam de cor?
– Na verdade isso é bem simples. Quando estou sentindo alguma emoção forte os meus olhos ficam azuis, mas quando não estou fazendo ou pensando nada de tão forte, eles ficam castanhos.
– E o que você faz pra que eles fiquem sempre azuis perto de mim?
– Isso eu não posso lhe dizer. – Disse ela ficando séria de repente
– Ah sim. Tudo bem então. – Novamente eles ficaram em silencio – O que causa uma emoção forte o suficiente para os seus olhos mudarem de cor?
– Bom, diversas coisas. Uma notícia muito boa ou muito ruim, algum perigo. Não consigo me lembrar de todas elas nesse momento.- Mais silencio... – Olha Draco, é melhor eu ir pra casa antes que o meu pai mande alguém me procurar. Ele permite que eu saia, mas se preocupa se eu passar muito tempo na rua. Tem medo de que eu não consiga voltar antes do nascer do sol.
– Ah sim. Ta bom. Você quer uma carona?
– Não precisa, obrigada. – Dizendo isso se levantou, deu-lhe um beijo na bochecha e sumiu na noite.
Estava deitada em sua cama se sentindo calma. Seus olhos escuros estavam focados no teto enquanto estava pensando em tudo o que havia acontecido essa noite. Estava tão perdida em seus pensamentos e lembranças que não se deu conta de que passos seguiam lentamente até sua porta.
– Em que está pensando, minha criança?
– Papai! – Disse assustada – Não percebi que estava aqui, me desculpe.
– Está tudo bem. Eu vim apenas te trazer uma notícia.
– Que notícia?
– Sua irmã está voltando para casa.
– Jane? Jane está voltando para casa? Oh papai, isso é maravilhoso! – Ficou tão feliz que seus olhos ficaram azuis tão claros que podiam se confundir com o branco que o cercava. – E quando ela chega?
– Chega amanhã ao pôr-do-sol. Espero que fique com casa para recebê-la.
– O senhor nem precisava me dizer isso. Claro que ficarei! Não sabe o quanto sinto falta de Jane.
– A amizade e lealdade de vocês é muito boa, minha filha. A lealdade entre nós é o que tem nos mantido vivos durante tantos séculos e o que via garantir a nossa eterna sobrevivência.
– Sim. Não existe no mundo amizade maior que a nossa. – Disso feliz – Er... Papai, sabe se ainda temos algum humano no castelo?
– Com sede?
– Bastante. – Riram juntos
– Temos sim. Vou ordenar que Gina lhe traga algum.
– Tudo bem, obrigada.
Então Albus se retirou e Hermione voltou a fitar o teto. Mas dessa vez seus pensamentos eram outros. Apenas pensava na chegada de sua irmã.
N/A: Oi gente. Então demorei né? Mas eu estava esperando os comentários.
Mayara T: Que bom que gostou!
Bruninhaaaa: Eu li sim e gostei muuuuito. Ta ótima, continua postando, ok? E continue vindo aqui ler que sempre que tiver comentários eu venho postar um cap novo.
Enfim, espero que gostem. Beijos :*
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