Eyes





Ele não sabia onde estava, tudo era escuro. Pensaria que estava cego se não visse a bela lua cheia que o seguia não importando o quanto andasse.


De repente, algo faz com que ele pare: A lua que outrora brilhava soberana sobre o breu que o cercava tivera seu lugar tomado por um par de olhos azuis. Um azul tão claro e ofuscante que faziam contraste com a pupila intensamente preta e muito pequena e os longos e escuros cílios que completavam a beleza daqueles olhos. Tamanha beleza, fez com que a lua que antes lhe parecera tão perfeita, parecesse estranhamente sem-graça.


Ele caminhava em direção aqueles olhos o mais rápido que podia, mas eles lhe pareciam cada vez mais distantes. Então se punha a correr, e quando finalmente sentia que se aproximava dos desejados olhos...


 


Draco levantava do chão sentido uma dor aguda em sua cabeça.


– Foi apenas um sonho... – dizia o loiro ainda atordoado


 


Ele saiu do quarto e foi até o banheiro. Encheu uma grande banheira de água quente e despindo suas roupas, afundou até o pescoço na aconchegante água.


Não conseguia parar de pensar nos olhos que vira em seus sonhos. De um azul tão claro que poderia facilmente ser confundido com os olhos de um cego, se não fosse pelas pupilas absurdamente escuras. Não, não eram cegos... Draco tinha certeza que podiam enxergá-lo.


Então, esvaziando sua banheira e vestindo sua roupa intima com a pele ainda úmida, Draco Malfoy olhou-se no espelho. Afastou a franja loiro-platinada de cima de seus olhos para poder fita-los melhor. Seus olhos também eram azuis e bonitos, com leves tons de cinza misturados a sua composição, mas nem de longe parecidos com aqueles de seu sonho. Nenhum outro par de olhos poderia se equiparar a beleza e a realeza daqueles.


Decidiu que por hora, o melhor a fazer seria esquecer-se desses perturbadores e intrigantes olhos azuis, afinal era seu primeiro dia nessa nova cidade e em seu novo emprego, não deveria deixar-se distrair por um sonho, por mais real que lhe parecesse...


Vestiu-se com uma calça jeans escura, uma blusa social branca e um tênis all star, tomou apenas uma xícara de café e partiu para o trabalho.


Quando chegou ao escritório do jornal em que trabalharia, Draco se deu conta que o sonho fez com que acordasse cedo demais, o prédio nem estava aberto ainda, então ele resolveu ir dar uma volta na praça da cidade para passar o tempo.


Chegando lá, sentou-se em um dos bancos de dois lugares da praça e ficou olhando em volta perdido em seus pensamentos sobre os olhos azuis que vira em seu sonho. Por mais que tentasse, essa imagem não saia de sua cabeça nem um segundo sequer.


Continuou por muito tempo vagando pelas lembranças do sonho até que algo lhe chamou a atenção. Uma mulher vestida com um longo sobretudo preto que farfalhava no chão à medida que ela andava, muito longo e com um capuz que cobria todo o seu belo rosto do sol fraco. O sobretudo estava abotoado até o pescoço, escondendo qualquer pedaço de pele que pudesse ficar a mostra. A moça também usava luvas pretas e botas da mesma cor.


O dia estava nublado, mas podiam-se ver alguns poucos e fracos raios de sol que conseguiam atravessar as espessas nuvens. Não chovia, mas a temperatura estava um pouco baixa, mas nada que exigisse a roupa que a moça vestia.


 


Percebendo que era observada, a moça olhou para Draco. Seu olhar mesclava a curiosidade.


Ele pode ver então que por baixo do capuz a mola possuía pele muito branca, quase translúcida e olhos intensamente castanhos assim como a mecha de seu cabelo que ele pode ver por cima de seus ombros e igualmente coberta pelo sobretudo. Ela era linda. Misteriosamente perfeita, ou quase perfeita. Apenas lhe faltava uma coisa: Os olhos azuis. Ele imaginou que os olhos que vira em seu sonho fariam uma composição perfeita com o cabelo escuro e a pele de porcelana da moça, mas não conseguia desmerecer o castanho dos olhos dela. Era um tom profundo e escuro como um poço no qual pudesse se afogar.


Depois do que lhe parecera segundos lhe encarando, a moça virou-se e entrou em um luxuoso carro preto de vidros escuros que a aguardava e fechando a porta, o carro partiu.


Foi em direção a uma estrada de terra, a única da cidade, que levava a um castelo que parecia estar fora do cenário da cidade. Não pode saber ao certo, pois estava muito longe, mas pelo que via o castelo podia ter muitos séculos de existência e permaneceu como deveria ter sido na época medieval.


Então se desligando do castelo e da moça por um momento, Draco consultou seu relógio de pulso e viu que já estava quase se atrasando para seu primeiro dia como fotógrafo do jornal da pequena cidade de Hogsmeade.


Passou o dia todo conhecendo seus colegas de trabalho e em reuniões com seus superiores.


(alguns dias depois...)


Quando chegou em casa já eram 22:00, foi para a sala de jantar e começou a comer a pizza que tinha comprado no caminho de volta. Depois lavou a louça e arrumou a mesa, estava se preparando para ir para a cama quando seu telefone tocou.


– Pois não? – respondeu ele


– Senhor Malfoy? – perguntou a pessoa do outro lado da linha


– Sim, sou eu.


– Aqui é Tom Riddle do jornal da cidade.


– Oh, olá senhor Riddle, em que posso ajudá-lo?


– Houve um acidente de carro na rua da praça da cidade, pode cobrir essa?


– Claro, senhor, estou indo imediatamente. – e dizendo isso desligou o telefone, pegou um casaco, entrou no seu carro e dirigiu em alta velocidade para o lugar onde ocorreu o acidente.


Um carro prata havia batido de frente com uma árvore fazendo com que esta caísse por cima do mesmo e afundasse o teto. Com toda a certeza o motorista havia morrido.


Enquanto fotografava, Draco notou algo estranho na cena do acidente, não havia mancha de sangue no banco e a vítima jazia deitada no chão completamente seca, como se nunca houvesse tido uma gota de sangue no corpo.


Continuou no local mesmo depois de a polícia e toda a equipe de resgate com ambulâncias tinha ido embora. Havia apenas ele e sua câmera tirando as ultimas fotos do local.


Então olhando seu relógio, viu que já era tarde, passava da 1h da manhã e decidiu voltar para casa. Foi andando calmamente até seu carro até que ouve um ruído atrás de si e se vira para ver o que era.


Foi então que ele viu...


‘Os olhos’ – Pensou Draco ao ver um par de olhos de um azul absurdamente claros acompanhados de um pupila muito pequena.


– Parece que estamos nos encontrando muito ultimamente, não? – Ele ouviu a voz dona dos olhos dizer e então, desviando seus olhos dos azuis dos seus sonhos, ele viu a moça que havia visto numa manhã alguns dias antes. Mas ele tinha certeza de que seus olhos não eram desta cor, eram castanhos, o mais escuro tom de castanho que ele já havia visto. Lembrava-se até de como a havia imaginado com os olhos que agora via em seu rosto. Sua imaginação não fazia jus a real beleza daquela combinação, mas não podia deixar de pensar no quanto era estranha essa mudança de cor.


 


– Realmente estamos. – Respondeu Draco assombrado – Mas, desculpe ser tão direto, não me lembro de seus olhos serem dessa cor.


 


A moça pareceu ter sido pega de surpresa, mas logo se recompôs.


 


– E que cor o senhor pensa ter visto neles? – Perguntou em tom de desafio


 


– Eram castanhos. O mais escuro tom de castanho que eu já vi. – Disse ele lembrando-se com clareza dos olhos escuros – Como podem estar nesse azul tão claro agora?


 


– Não seja tolo, senhor. Como poderiam meus olhos mudar de cor? – Disse isso como se estivesse achando graça da confusão do rapaz – Deve tê-los visto mais escuro porque estavam sombreados pelo capuz, mas posso lhe garantir que sempre foram desta cor que vê, azuis.


 


Agora que parou para prestar atenção, a moça ainda usava um sobretudo, mas este era diferente daquele da outra manhã. Era vinho, parecia mais levem e não tinha mangas. O capuz estava abaixado e o sobretudo permanecia aberto mostrando uma blusa preta com mangas de algum material que lhe lembrava de uma meia arrastão prateada e um espartilho preto de couro lhe apertando a cintura. Sua calça também era preta de couro e seguia justa por toda a extensão de suas pernas onde sumia dentro de uma bota de cano alto e salto não muito fino e nem muito alto. Seu cabelo descia em leves e quase imperceptíveis ondas até o meio das costas com algumas mechas caindo sobre seus ombros. Sua pele translúcida parecia ainda mais frágil e clara a luz do luar.Sua postura era como de uma princesa, muito ereta e com o nariz fino e levemente empinado. A boca era cheia e bem desenhada, fazia uma combinação perfeita com seu nariz e com seus... Olhos.


Ele pôde então confirmar a teoria que teve na manhã em que a conheceu: Ela é perfeita. Tudo nela combinava. E suas feições aristocráticas combinavam com suas roupas.


Suas roupas... Agora que Draco prestava mais atenção delas, reparou que não pareciam ser desta época. Pareciam ter sido compradas centenas de anos mais cedo. Mas logo afastou esse pensamento, ela devia apenas ter mandado com que alguma costureira a fizesse sobre medida pois devia gostar do estilo medieval de vestimenta. Com certeza tinha dinheiro para isso a julgar por seu carro e o castelo onde morava.


 


Ela continuou o encarando, esperando por uma resposta...


 


– Tem razão, foi com certeza impressão minha. Desculpe-me. – Disse ele convencido de que se enganara


 


– Não há problema sem... – foi cortada por ele


 


– Draco. Draco Malfoy. – Disse ele sorrindo e estendendo a mão para ela


 


– Hermione Granger – Disse apertando a mão do loiro e sorrindo de leve, sem mostrar os dentes.


 


– Bom, senhor Malf... – Ele a cortou novamente


 


– Draco... Devo ir. Meu pai me aguarda. – Disse Hermione soltando a mão do rapaz, mas sem parar de olhar em seus olhos – Até breve.


 


– Até mais Senhori... – Foi a vez dela de cortá-lo


 


– Hermione.


 


– Até mais, Hermione.


 


E sorrindo novamente sem mostrar os dentes, partiu.


 


Ele ficou observando-a se afastar e por um momento desviou sua atenção para seu relógio, 2h... E quando voltou a olhar para onde a castanha antes estivera, não podia mais vê-la. Havia sumido.


‘Deve ter pegado o carro em algum lugar aqui perto.’ Pensou ele dando mais uma olhada na hora. ‘melhor eu ir.’


 


Quando chegou em casa, Draco revelou as fotos do acidente, pois teria que levá-las para o trabalho quando acordasse e dormiu.


 


Ele não sabia onde estava, tudo era escuro. Pensaria que estava cego se não visse a bela lua cheia que o seguia não importando o quanto andasse.


De repente, algo faz com que ele pare: A lua que outrora brilhava soberana sobre o breu que o cercava tivera seu lugar tomado por um par de olhos azuis. Um azul tão claro e ofuscante que faziam contraste com a pupila intensamente preta e muito pequena e os longos e escuros cílios que completavam a beleza daqueles olhos. Tamanha beleza, fez com que a lua que antes lhe parecera tão perfeita, parecesse estranhamente sem-graça.


Ele caminhava em direção aqueles olhos o mais rápido que podia, mas eles lhe pareciam cada vez mais distantes. Então, um rosto começou a se formar onde antes apenas havia olhos... Uma pele muito branca, um nariz empinado e uma boca de lábios cheios.


– Hermione! – Ele gritou ao ver o conhecido e perfeito rosto.


Então os lábios cheios se abriram em um sorriso onde despontavam dois caninos pontiagudos. Ao ver os dentes afiados naquele sorriso perfeito, Draco parou de correr. Era perigoso, ele sabia que era, mas precisava chegar àquele rosto que o encarava como se fizesse um convite. Então Draco voltou a correr ainda mais desesperadamente do que antes até que...


 


Acordou com o som agudo de seu despertador em seus ouvidos.


 


‘Outro sonho.’ Pensou Draco.


Não se lembrava mais do sonho, a única coisa que lembrava agora era dos olhos... Nunca os esqueceria...


 


N/A: Oi galerë, rs.


Sei o que estão pensando: Mais uma fanfic que eu não vou terminar...


Ok, eu mereço, mas essa vai ser diferente. Pelo menos eu espero que seja.


Agra esclarecendo algumas coisas:


1- A fanfic se passar fora do mundo bruxo, mas conhecida como ‘universo alternativo’. Não existem bruxos e essas coisas.


2- Nada nessa fanfic é baseado em Crepúsculo (Twilight). Nem a cor dos olhos mudando, nem a pele muito branca ou a velocidade. Nada.


3- As características de alguns personagens, como Hermione, por exemplo, é baseada na trilogia Underworld. (Assistam, vale a pena)


4- Para quem teve dificuldades em imaginar as roupas de Hermione:


Manhã: Não achei uma foto que mostrasse direito.


Noite: http://i49.tinypic.com/2m2jivb.jpg


Em fim, é isso... Espero que gostem.

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