Entre pais, filhos e tios



Victor irritara-se profundamente com as duas. Não que Natalie não tinha o direito de andar por onde quisesse, ainda mais naquele dia; mas mesmo assim, somente deu as costas, dando um breve e baixo aceno para a garota que acabara de beijar.

- Vocês duas nunca mudam... cresçam, por favor! – exclamou Lindsay, tentando passar pelas duas, sendo segurada por Natalie, que falou próxima ao seu ouvido e cheia de rancor.

- Eu posso te lembrar de uma coisa? A festa é minha. Eu realmente achava que você não viria. Então, só por hoje, de a noite pra mim.

Lindsay a encarou, profundamente, e de repente sussurrou.

- E essa noite por acaso é Victor?

Natalie a soltou, rapidamente. Esta saiu cantarolando baixinho, como se nada tivesse acontecido.

A morena encarou Mary, que tinha paralisado.

- Você tem certeza que não está apaixonada por Victor? – quis saber – sabe... pode contar pra mim, você sempre me contra tudo!

Natalie refletiu por um instante, a lembrança de alguns anos atrás lhe veio subitamente, fazendo-a recuar alguns passos. Levou à mão à cabeça, desesperada.

- S-será?

Mary refletiu.

- Bom, você acabou de estragar a ficada do seu melhor amigo, o que não costuma fazer quando o vê em Hogwarts beijando outras garotas. Seus lábios estão tremendo e você está com uma cara séria de preocupada. Eu realmente não acredito se você negar. – julgou.

Natalie pensou seriamente, mas depois, como sempre acontecia, ciúmes. Sentia-o a toda hora, por toda parte, quando as garotas passavam por ele e piscavam, e ele respondia. Quando as garotas davam risadinhas perto dele e ele nem percebia. Quando alguma garota sorria e ele achava que era um simples cumprimento. Inocente; era o que podê-lo-ia definir.

- Deixa de brincadeiras. – murmurou antes de ir em direção ao grande salão.

Ouviu os passos da amiga seguindo-a, mas não parou para espera-la. Como poderia pensar um absurdo desses? Estava prontíssima e esquecida de tudo que acontecera no passado e ela vinha e a lembrava de tudo? Como... pôde?

O resto da noite foi ótimo. Mary se desculpou por pensar coisas da amiga, apesar de falar só para esta não ficar chateada. Brincaram e dançaram muito, e se divertiram, acima de tudo. Victor também esquecera do que acontecera, sem importância. Se divertiram, tiraram fotos, Natalie subira várias vezes no palco em que a banda “The Stranges” tocava mais animada que o normal, e falava, embriagada com a própria animação.

No fim da festa, exatamente às 6 e meia, quando só restavam Natalie, Victor e Mary sentados em um banco no jardim, vendo o sol vir iluminar um novo dia. Aquilo era ótimo. Ela nem viu a noite passar, e estava ali, agora, com as duas pessoas que mais confiava no mundo, vendo o sol surgir entre telhados e um grande muro que diferia a sua casa das demais do bairro.

O ar estava úmido, o céu estava muito azul com apenas algumas nuvens que se fundiam entre o azul e o rosa que formava estranhas aparências, e a sensação era gostosa. Nenhum dos três falava fazia um tempo, apreciando o lugar e o momento.

A casa já estava sendo limpa com mil e um feitiços que – novamente – homens de macacão limpavam. O único som que havia entre eles era a respiração – que lutava para sair e entrar – e as caixas longe, sendo arrastadas.

- Eu realmente nunca pensei que um dia como esse pudesse acontecer – comentou Natalie, sentindo dificuldade para sentir os pés.

- Nem eu. – exclamou o garoto, enquanto afundava as mãos em seus cabelos loiros e alaranjados.

- Muito menos... – quando Mary ia completar a frase, viu um pequeno pedaço de papel dobrado no chão que chamou sua atenção – o que é isto?

Natalie reconheceu entre os dois, o papel que recebera de Johnny McGregor alguns dias antes da festa – não se lembrara de ver o garoto na festa.

- Isto é um... autotransmissor? De quem recebeu? – disse Victor, pegando de Mary rapidamente – Ohh... Johnny McGregor... – comentou, fingindo espanto.

- Isso é o que? – retrucou Natalie, desinteressada, ainda encarando a frente.

- Algo como “me grife e me leia”. – brincou Victor, tirando a varinha de dentro dos bolsos das vestes e passando-a onde nada estava escrito. Leu antes de todo mundo e deu para Mary, mal-humorado e atônito.

Mary imediatamente passou a varinha para Natalie e ela lerem. A ultima tirou os olhos do horizonte pela primeira vez.

“Natalie,

Fiquei com o que aconteceu a alguns anos atrás na cabeça, e por favor, me desculpe. Não queria acabar com o namoro de vocês assim, do jeito que acabou. Não pensei que pudesse amar Victor Weasley, sendo seu melhor amigo. Achei que estavam me testando, já passei por isto uma vez.
Não se preocupe, sairei da vida de vocês. Vou deixa-los em paz. Reatem, por favor.

Johnny.”

Natalie leu aquilo, incrédula. Não sabia se estava desesperadamente corada ou se estava impassível. Só sabia que se levantou na hora e saiu, dando as costas aos dois.

Tomou um banho quente, pensando naquilo, e se trocou. Colocou uma roupa trouxa – uma capri jeans claro e uma blusa regata azul (N/A: não sei porque, mas gosto de roupas assim xD~) – já que todo o tempo que ficava ali usava esse tipo de vestes.

Foi tomar café da manhã. Incredulamente, 6 e meia, seu pai e seu tio também tomavam. Isso poderia ter extremamente normal, a não ser que trabalhavam às 8 e sempre tomavam café 7 e quinze.

- Bom dia – murmurou, antes de entrar 20 passos na cozinha.

Eles responderam e a encararam profundamente, como se acabassem de falar dela.

- Am... algum problema? – perguntou, arrastando a cadeira e se sentando.

- Não... Natalie, gostou da festa? – disse seu pai rapidamente, se ajeitando incomodado na cadeira.

- Ah, sim, pai, adorei. – respondeu, sorrindo.

- Olha, na verdade, queríamos falar com você. Nós dois. – disse o Sr. Weasley, pousando sua xícara de café na mesa.

Natalie tentou se lembrar se fizera algo errado; não. Sua mãe deixara claramente que poderia ficar até a hora que quisesse com a festa, e aproveitara cada momento.

- Amm... estou ouvindo. – disse, colocando café em sua xícara.

- Bom... você sabe que... nós sabemos, não é? – começou Harry, tentando se debater com o olhar ansioso de sua filha.

- Sabem... sabem, o que? – perguntou, inocente.

- Sabemos de você e Victor. – Sr. Weasley foi direto.

As borboletas do estomago de Natalie começaram a se debater, e suas bochechas ficaram rublo.

- Eu e Victor... o que? – tentou ser convincente.

- Bom, filha, já ta quase na cara. Dá pra ver que você tenta ao máximo disfarçar mas... a gente já pegou. – Harry disse.

Natalie não acreditava na conversa que estava tendo. Eles tramaram tudo isso? Falaram para sua mãe e sua tia ficarem longe enquanto conversavam um papo entre pais, filhos e tios? Sim... planejaram.

- Pai! O que vocês sabem?? – quis saber novamente, dessa vez quase desesperada.

- Que vocês se gostam.

Natalie fechou os olhos, sem acreditar. Mas fechou-os por não conseguir encarar nenhum dos dois.

- Não nos gostamos. – ela disse balançando a cabeça negativa e rapidamente, ainda de olhos fechados.

- Ok, se não quiser admitir, paciência. – murmurou o Sr. Weasley – só queríamos dizer... – ele aumentou o tom da voz – que aceitaríamos os dois.

- Mas, afinal, do que vocês estão falando?? – quis saber de uma vez por todas.

- Que nós sabemos que vocês se gostam, e, se quiserem namorar, nós aceitaremos. Só isso. Consegue compreender agora? – disse Sr. Weasley, calmamente, enquanto pegava a xícara de café e segundos depois a virava.

Natalie virou a própria xícara, para sentir o quente descendo pela sua garganta. Não acreditava no que ouvia. Fora tão provável assim pros outros e não fora pra ela? Não gostava de Victor, só tinha uma forte afeição, que era nada mais que amizade.

- Vocês dois são uns malucos. – disse, em tom de sarcasmo.

- Não, Natalie. – disse seu pai calmamente – não somos. Somos realistas. Éramos assim no colégio também. Agora, por favor, chame Victor pra nós?

A garota não pestanejou e deixou a xícara de café para trás. Talvez voltasse depois da conversa; não se preocupou com isso, não tinha fome. Será que os dois ainda permaneciam no banco do jardim, vendo florescer um novo dia? Talvez...

Deu mais alguns passos, escutando-os atentamente, e ouvindo conversa de fora da sala. É. Os dois ainda permaneciam lá, conversando sobre algo que certamente não queriam que ela ouvisse – pararam de falar quando a avistaram.

- Victor, meu pai e o seu estão te esperando, querem conversar. – ela disse passando por ele e se sentando ao lado de Mary, sem fita-los.

- Sobre...? – ele quis saber.

- Não tenho a mínima. – mentiu.

O garoto deu os ombros e se levantou. Foi andando até a cozinha, onde Harry Potter e Ronald Weasley estavam sentados na mesa, com expressão vazia e preocupável. Tinha um pacote branco, cheio, em cima da mesa, endereçado para eles.

Quando o avistaram, se ajeitaram incomodadamente na cadeira, fitando-o. Victor arrastou a cadeira e se sentou.
- Algum problema? – quis saber, cerrando os olhos.

- Não... na verdade, há sim. – disse seu pai.

- Então... podem falar, poxa. – pediu, fitando a garrafa de café, contando os traçadinhos que a enfeitavam.

- É simples... sabemos que gosta de Natalie. – disse o Sr. Potter, direto, fitando-o.

Victor se engasgou com nada, tentando disfarçar.

- Vocês sabem... o que? – tentou pedir novamente, mas o pai da amiga sorriu, discreto.

- Que vocês se gostam. E acabaram de chegar as fotos, sabe... – disse seu pai tirando o elástico do pacote, separando algumas.

Victor viu de relance o fato de ontem, que acabara esquecendo, ele beijando Lindsay... na foto??? Natalie fizera isto? Viu as unhas de Lindsay entrando em suas costas e corou violentamente.

- Sabe, essa foto tá bem legal, Vicky. – disse seu pai, lhe mostrando a foto.

O garoto levou as mãos ao rosto, sentindo-o queimar.

- Não se preocupe, você já tá na idade de fazer isto, sabe? – defendeu-o Harry. Isso de defender era de família?

Victor tirou as mãos do rosto, atônito.

- As unhas dela... Victor... que beijo é esse? – quis saber seu pai, refletindo.

Victor sentiu as entranhas queimarem e sentiu as vinte borboletas do estomago brigarem umas com as outras. Suas orelhas ficaram da cor do cabelo do vocalista do “The Stranges” e seus olhos fulminaram.

- Ok, não precisa responder. – seu pai soltou rapidamente a foto, pousando-a na mesa.

- O que querem com tudo isso? – perguntou.

- Queremos dizer que se vocês resolverem namorar... tudo bem... aceitaremos. – disse o padrinho, calmamente.

- Tudo bem, e se não quisermos? – quis saber – quer dizer, podem estar muito errados em relação à isto. – finalizou, corajoso.

- Bom... a decisão é de vocês. – finalizou o pai.

- Ok... to dispensado? – quis saber, se levantando.

- Só mais uma coisa... Victor, se não gosta da tal Lindsay, porque ficou com ela?

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N/A: boum, espero q gostem desse capítulo... eu acho que ficou beem interessante xDD~
Boumm... axo q eu tenho q ir..
bjos pra todos q taum acompanhando a fic..
espero que estejam gostandoo!!
BBB!! (essa eh véia...)

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