Antes do fim da festa



Talvez a animação da mãe tivesse lhe contagiado: estava realmente ansiosa.

Não que esperasse tudo dessa festa; não tinha visto absolutamente nada do que acontecia desde que começaram a arrumar a grande sala.

Mary e Natalie estavam no quarto da última, se arrumando. Elas passaram a tarde inteira num salão no Beco Diagonal, fazendo cabelo e maquiagem. Natalie deixara o cabelo natural, porém os cachos nas pontas mais definidos e em cima mais liso; sua maquiagem era prata e rosa, estava deslumbrante, como Mary definira-a.

Já a amiga estava com o cabelo liso, muito liso, e a maquiagem normal, de quem se arruma para ir à uma grande festa.

- Natalie! 5 minutos! Já tem um monte de gente chique lá em baixo! Anda!!! – Victor batendo na porta, apressando-a.

Por mais doidas e surpreendentes que tivessem sido as idéias de sua mãe, Natalie desceria as escadas com Victor, claro que negara na hora exata, mas depois decidiu que sim, teria algo para apertar quando sentisse muita vergonha ou vergonha demais.

Seu estômago virou. Mary ao reparar que ela paralisara, sentara-se em um bando acolchoado em sua frente, segurando firme sua mão.

- Olha pra mim. Tudo vai dar certo. Tenho certeza. – ela sorriu, sincera.

- Eu também. – também sorriu de volta. – mas, 15 anos, Mary! 15 anos! – seus olhos se encheram rapidamente de lagrimas de felicidade.

Mary sorriu e a abraçou.

- 4 minutos! – avisou novamente o ruivo.

- Ok. Estamos indo! – disse ela.

- Mas sua mãe deu 5 minutos! – ele respondeu, crítico.

- Ainda temos 4! – revidou.

- Ok, mas não se atrasem! – pediu.

Mary soltou Natalie, dizendo, firme:

- É agora. Está pronta?

Natalie olhou a si mesma e considerou-se ótima, ao seu ponto de vista.

- Acho que sim.

- Então... vamos? – chamou, dando-lhe o braço.

- Vamos. – sussurrou.

Ao abrirem a porta, deram de cara com um Victor ansioso, que olhou rapidamente para trás. A analisou alguns minutos, e, pegando em seu braço, disse.

- Vamos? É a sua hora.

- Vamos. – disse novamente, caminhando pelo corredor vazio.

Não que não estivesse preparada. Estava ensaiando faz 2 meses para essa entrada, mas na hora era totalmente diferente. Todos os sentimentos possíveis lhe passavam e ela sentiu que não poderia fazer o que ensaiara; seria repentino.

Ouviu uma baixa e calma música vir da grande sala e seu estomago revirou.

Chegaram. Seu coração explodiu ao ver tanta gente: no mínimo o Ministério inteiro – convidado por seus pais – e amigos de escola, e alguns vizinhos bruxos. A decoração estava perfeita: estava tudo forrado com um pano cor de creme e perolado, algumas mesas redondas, com cadeiras forradas nas costas.

Ao virem Natalie, todos se levantaram repentinamente, o que fez se sentir mais envergonhada ainda. Seus pais estavam no pé da escada, sorrindo, com os olhos úmidos. A população feminina da Grifinória, do quarto ano, estava toda lá, junta. As demais pessoas estavam espalhadas: Ministro, aurores, professores... mas todos compareceram, todos estavam lá, e isso era ótimo.

A morena vestia um vestido até os joelhos rosa claro e prata, com delicadas flores pequenas desenhadas dos lados. Um sapato boneca da mesma cor da roupa. O brinco e o colar eram prata. Estava realmente linda, se destacava, tinham que admitir.

Milhares de flashes voaram e ela sorriu, sincera. Avistou Lindsay em algum ponto, entre as meninas, séria. Apertou o braço de Victor e sussurrou em seu ouvido, enquanto desciam as escadas lentamente.

- Olha lá a Lindsay, Victor...

Lindsay não mudara muito, como as outras. Era grande mas pequena. Continuava a mesma falsa e asquerosa de sempre.

Ao chegar no fim da escada, pensou no que fazer. Era certo que não dançaria, como num casamento, ainda mais com Victor. Não seria tão... tão...

- Dancem, dancem! – exclamou sua mãe.

A orquestra repentinamente mudou para uma música clássica, e as pessoas formaram uma grande roda vazia ao centro, como uma pista.

- N... – disse Natalie antes de ser arrastada por Victor.

Ele pegou em sua cintura e ela em seu ombro, seguindo o ritmo.

Iniciaram uma valsa lenta, sem complicações. Natalie estava terrivelmente corada e envergonhada e Victor só sorria, de expressões ilegíveis.

- Isso ta parecendo conto de fadas, Vicky. – sussurrou Natalie, se aproximando do seu ouvido, aumentando o volume de flashes.

Dançaram. Depois foi a hora de cumprimentar todos: eram muitos!

Victor via nos olhos de Natalie que esta estava feliz, e esperava que estivesse. Sentou-se na mesa de seus pais, que cumprimentavam Natalie. Entre muita conversa e barulhos, ouviu risadinhas, familiares. Olhou para trás e viu um bando de garotas com um broche de ouro escrito “Grifinória”, sentadas juntas numa mesa. Entre elas, reconheceu o rosto sorridente e antipático de Lindsay, que sorriu e acenou quando viu que o garoto se virara. Sorriu sem-graça e deu um breve aceno.

- Victor, espere! – ela disse ao ver que este levantava-se da mesa, com intenção de achar alguém mais interessante para conversar.

Ela foi à sua frente e murmurou:

- Natalie está realmente emocionada, não é mesmo? Olha ali... – apontou com a cabeça para a frente.

Victor se virou para ver o que era: Natalie estava abraçada ao seu pai, se olhos fechados, os flashes reluzindo. Srta. Granger estava perto dos dois, com as mão à boca, os olhos úmidos. O garoto sorriu.

- Viu... – ela chamou sua atenção puxando sua mão para frente. – não quer dar uma volta?

- Am... – Victor olhou para seu pai, tentando achar salvação. Então, mais uma vez, a real salvação lhe chamou.

- Victor! – a voz de Natalie, alegre – vem! Mamãe está chamando para tirar fotos! Veeem!!! – ele foi puxado. Foi salvo.

Passaram pelas pessoas e foram parar na cozinha, onde poucas pessoas estavam.

- Onde estamos indo? – quis saber.

- As pessoas que estão tirando fotos estão dando a volta, mas o caminho mais curto é este. – respondeu apressada, ainda puxando-o pela mão.

Chegaram à porta da sala de televisão, da qual eles costumavam assistir juntos à noite. Ela estava quase vazia, a não ser pelo papel de fundo que as poucas pessoas que estavam na sala iam na frente para tirar as fotos, e os flashes. Eram os que mais estavam presentes; não paravam um minuto.

Estavam praticamente Mary, Natalie, Victor, os pais de Natalie, os de Victor - que acabavam de chegar – e os fotógrafos.

Tiraram fotos, muitas. Depois foi o banquete, depois mais fotos, despedidas... 2 da manhã.

- Agora eu deixo vocês em paz. – disse Srta. Granger bocejando, puxando o pai de Natalie pela mão, para subirem. Deu um beijo na filha e recomendou: - aproveitem.

Natalie sorriu para Mary ao observar os pais subindo as escadas. Ao seu redor tinham somente, poucas pessoas, os alunos de Hogwarts e os vizinhos adolescentes. Só eles.

- Bom... acho que é a hora da festa. – comentou Natalie, antes de caminhar até a orquestra. – Tio, coloca aí alguma coisa... que preste, dessa vez. – ela disse, dando as costas.

O velho careca que tocava violino bufou, enquanto saía do seu posto. Assim também fez o pianista e o flautista. O DJ colocou uma música animada. Agora quem comandavam eram Natalie e Mary, com a maquina de fotos.

Natalie saiu tirando foto com todas as pessoas que via pela frente, Mary também. Deve ter tirado umas 20 com a amiga, as duas sozinhas. Conversavam, o barulho estava alto. Foi quando Natalie percebeu que Victor sumiu. Lindsay também.

- Sei onde acha-los! – comentou Mary quando Natalie lhe perguntou.

- Onde? – falou mais alto, para ouvi-la.

- Me siga! – e a puxou.

Saíram da casa, onde estava tudo em perfeita ordem; a não ser talvez três ou quatro casais pelos cantos.

- A coisa aqui tá boa... – sussurrou Mary para a amiga, enquanto passeavam pela grama, caminhando em direção à piscina.

- Onde estamos indo? – quis saber a aniversariante até chegarem na frente da piscina, a resposta não foi dada.

- Aqui... – sussurrou Mary fazendo esforço para subir no banco do jardim, ficando em pé neste.

- O que faz aí?

- Vem!! – a puxou.

Natalie procurou, entre algumas pessoas nos cantos, o alaranjado cabelo de Victor. Estava escuro e o ar estava úmido. Finalmente achou o cabelo de Victor, atrás de uns pingo-de-ouros grandes que sua mãe plantara já fazia uns 10 anos; coisa difícil seria acha-lo, mas acharam.

- Vamos! – chamou Mary, dando um pulo e descendo do banco.

A outra a olhou, atônita e espantada.

- O-o que? Onde?

- Lá, né! Vamos... vamos zuar, Natalie, só hoje, por favor! – implorou, puxando-a.

Mary a puxou até onde eles estavam, ficando escondidas atrás de alguns arbustos.

- Olha só... – comentou Mary, ligando a máquina, tirando uma foto sem que os dois percebessem.

Natalie, apesar de achar maldade e uma falta de privacidade, eram 3 e meia e era seu aniversário, queria mesmo era divertir-se.

Se beijavam tão ferozmente que Natalie não sabia distinguir qual era a mão de quem. As de Lindsay conseguiu ver, suas unhas quase entravam nas costas de Victor; e tudo isso sendo fotografado.

- Parece que não chegamos no momento certo... – comentou a morena, aproximando-se.

Victor girou os calcanhares lentamente e encarou as duas, incrédulo. Um swentimento de ódio e vergonha brotou.

- “Eu não vou ficar com ela, pode ter certeza!” – Natalie o imitou.

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aeee continuem lendo, ok? espero q estejam gostandoo.. coum eh soh isso msm.. bjaumm

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