during, parte I.



IX. next morning.


Acordei sentindo minha cabeça latejar. Pior que isso foi abrir os olhos, já que a medida que eles não se acostumavam com a luz, fechavam-se no mesmo segundo. O pequeno movimento de tentar levantar, desencadeou os flashes saudáveis de ontem.


Eu tive vontade de falar “Hey, por que não vão encher a consciência de outra, oras?”, e até teria dito, se o ato pudesse bloquear as cenas desconexas. Era estranho. A lembrança parecia cortada: nada muito concreto.


Lembro de mim mesma. E... Um cara... Ele tem um cabelo parecido com o de Harry... Então ele me segura pelo braço... É, eu lembro que de ter tentado me soltar... Mas ele parecia tão tenso pra me tirar dali... Por quê? O que ele queria comigo? A música ainda é muito alta... Eu mal consigo me dar conta de quando chegamos no quarto de monitora... Como ele sabe a senha? Talvez seja alguém que eu conheço... Ou não... Ele... Fala sobre moral e responsabilidade... Talvez eu esteja bêbada, porque solto algumas ironias ferinas... Correção: eu realmente tava bêbada... E ele fala sobre... ficar ali... Os lábios dele... Quem começou esse beijo? É bom, eu sei que é... Quem é ele? Eu não lembro do rosto... Forçar minha memória faz minha cabeça latejar... O que acontece depois? Pam. É só. Tudo apaga. Mais que merda! MERDA, MERDA, MERDA, MER-DA!


Abri os olhos de novo, e me ergui da cama – tentando notar se havia mais alguém ali: não havia- , cujos lençóis encontravam-se bagunçados. Menos mau, eu ainda sou virgem! É o primeiro pensamento que passa pela minha cabeça, sob a adminstração de trituradoes e bombas em constante explosão.


Eu estava usando uma camisa que definitivamente não era minha, sem contar a boxer Armani. (Detalhe: Eu não faço coleção de artigos masculinos, se é o que querem saber). Ou seja, essa roupa era de alguém, o mesmo alguém que havia me salvado de uma noite de humilhação social e ao mesmo tempo me excitado com um beijo.


 Não podia ser o Harry ou o Ron, quer dizer, eu lembrava muito bem da imagem de cada um dançando uma garota: Ginny e Lovegod, respectivamente. Na verdade, foi até engraçado, a Brown pareceu ficar com ciúmes do Ron e se embebedou junto comigo, exceto que em algum momento ela disse que ia no bar apanhar firewhiskey, mas esbarrou em um cara muito gato e eles foram pra algum corredor deserto, hm.


A dor de cabeça era um problema constante, além do enjôo que eu sentia. ARGH.


Tá vendo o que dá bancar a idiota? Isso. Dor de cabeça e pedaços de lembranças. Era tão frustrante, mas eu ainda precisava descobrir a identidade do meu herói anticonvencional.


- Bom dia, Mi. – Ron dissera, quando estávamos tomando café da manhá no salão comunal da grifinória. Odiei o jeito como Lilá Brown me olhou.


Qual era o problema dela? Por que não conseguia pelo menos fingir que não seria adorável me ver há 10 metros do ruivo? Argh, eles só tinham saído uma vez! Tá aí um problema que as mulheres em geral possuem, achar que só porque conseguem um cara uma noite, o terão pelo resto da vida. Tá, talvez eu tenha exagerado, ou não. Mas é que.. Gr, eu odeio ela! Odeio, odeio, odeio!


Retrubuí o cumprimento, fitando a todos. Alguns estavam silenciosos, outros conversavam. O casal 20, pra ser mais específica. No entanto, assim que me sentei, eles viraram o rosto pra me encarar.


Fiz alguma coisa? Meu dente tava sujo? Meu perfume tinha perdido a validade? Meu cabelo tava revirado? Meu sutiã tava aparecendo? A blusa estava ao contrário? Todas essas perguntas passaram pela minha cabeça, como se estivessem me bombardeando. DROGA DE RESSACA TOSCA!


- Nossa Hermione, você tá péssima. – Gina retrucara.


Quem essa ruiva pensa que é pra me criticar? Logo ela, a vencedora do acirrado prêmio de Biscate (empatada com Pansy, hoho).


Já disse que eu me amo? Não? pois que fique bem registrado aqui.


Harry tinha uma expressão estranha. Comecei a me perguntar o que havia acontecido na noite anterior, mas preferi me ater a tomar um café forte.


X. remember.


Era aula de história da magia, a personificação do tédio agindo em nossas mentes juvenis.


Minha cabeça ainda doía um pouco, por isso ao entrar na sala, a primeira coisa que fiz foi me sentar na última cadeira. Ron me encarou como se dissesse “WTF?”, mas mesmo assim me seguiu, Harry veio bem atrás de nós, indiferente.


Eu me senti como A garota em meninas malvadas ou como Blair Waldorf em gossip girl, sempre ao lado de seguidoras. Nada haver, eu sei. Eles eram meus amigos, é claro.


Assim que nos sentamos, Ron tocou duas vezes na minha testa, por razões óbvias. Apenas revirei meus olhos, sem abrir nenhum livro (embora Bins já estivesse nos mandando consultar a página 727).


- Isso é uma pegadinha?


- haha, esse seu humor sem graça seduz. – Eu disse, em uma dessas demonstrações de sarcasmo inútil.


- Sério?- ele pusera-se a perguntar, com uma expressão de gatinho abandonado.


OMG, ele tinha levado a sério! Foi o que eu pensei, enquanto meus músculos faciais formavam o meu primeiro sorriso sincero do dia.


- Vai a merda, Ron.


Olhei para o outro garoto, que estava sentado do meu lado, mas em silêncio sepulcral. Adivinha só quem era...


Eu começava a criar uma teoria de que Harry Potter possuía estágios de uma TPM secreta. Haha. Eu sou tão engraçada...


Os cabelos dele estavam bagunçados, como sempre. As vestes eram novas e tinham um HP gravados (obra da sra. Weasley), mas os olhos... Os olhos dele estavam em um tom fascinante, graças a pequena faixa de luz que vinha da janela.


Será que se eu beijar ele, ele vai notar? Quer dizer, se eu o beijasse rápido, rápido pra valer... Será que ele ia se tocar de que eu tinha o beij... OMG, QUE RIDÍCULO! Assim que o raciocínio torpe foi banido pela minha consciência, respirei fundo.


Comecei a analisar seus traços. O maxilar dele formava uma linha simétrica, e... AH MEU DEUS, HERMIONE...! Eu pedi a mim mesma, enquanto desviava o olhar, rezando internamente que ele não tivesse notado meu ataque.


Esses silêncios me destruíam. Optei por encostar minha cabeça na parede e relaxar... Essa aula seria loooonga.


Perdi a conta dos meus bocejos, mas só de pensar que... Merda, alguém havia se importado em cuidar de mim, mas eu não sabia quem era essa pessoa...! Frustrante demais. E eu não conseguia parar de pensar nesse estranho. Embora a recordação fosse embaçada, a sensação da língua dele dentro da minha boca era intensa. Eu nunca poderia esquecer. Com um toque, a gravidade não fazia tanto sentido. E se esse cara tinha me afetado tanto, provavelmente poderia me ajudar a esquecer de O eleito.


As coisas entre nós (eu e O eleito) não estavam bem. Eu sentia isso.


Era como se houvesse uma barreira, um muro cada vez mais alto. Uma pequena guerra, que mesmo sem saber, estávamos nos submetendo. Haviam tantos silêncios entre nós, tanto desconforto inútil.


Não me pergunte exatamente quando, mas em algum momento durante a aula, a cabeça do Ron usou meu ombro de travesseiro, enquanto dormia parecendo um anjo beeem gato. Talvez sejam as sardas que deixam ele adorável ou talvez eu só não seja uma cega. Encarei-o e fiz um carinho no ruivo, quer dizer, eu não sei o que deu em mim, mas é que ele parecia tão fofo, e... ah, faça-me o favor, eu só fiz um carinho! Ele é meu amigo também, ou seja, eu tenho esse direito! Sem contar que no dia em que eu tava mal, ele meio que esteve próximo.


- A Brown não para de olhar pra cá. – Eu ouvi alguém dizer. Sim, era o Harry.


- E daí? – Mandei, desafiando-o.


- Esquece. – Ele falou, revirando os olhos.


XI. things I know.


Era o treino da grifinória. E sim, eu odeio quadribol, mas Ron havia insistido que fosse o ver (pra depois pormos a conversa em dia). Então lá estava eu, sentada na arquibancada e o pior: eu continuava a remoer todos os meus milhares de pensamentos.


Harry e sua distância assustadora. Gina e seu namoro bizarro. O beijo de ontem à noite com um cara qualquer. Um quase beijo. Até duas semanas atrás eu podia narrar minha vida com duas palavras: muito estudo. E agora minha cabeça estava tomada por um turbilhão de acontecimentos.


Ron veio até mim, com um jeito desengonçado de quem finge ser arrogante.


- Saltitando de alegria por me ver, hm? – Perguntou, ciente de que seu suor o tornara o ser mais desprezível da terra.


- haha, imbecil. – falei, desviando o olhar do de Harry, que há metros de distância (e altura) me encarava com seu par de esmeraldas, que pareciam ler através da minha pele e faziam-me sentir como se eu houvesse feito alguma coisa.


MAIS QUE MERDA! O QUE RAIOS EU FIZ DESSA VEZ, HÃ?! ARGH, ARGH, ARGH! CUSTAVA ELE ABRIR O JOGO E ME CONTAR PORQUE DE UMA HORA PRA OUTRA NÃO ÉRAMOS OS MESMOS? Ok, talvez no meu caso nem fosse tão difícil deduzir... Mas e ele? Estaria passando por algum problema? Estaria em crise com sua namorada? Eu me sentia tão por fora de tudo, vai ver ele nem lembrasse mais, que um dia – acredite se quiser – ele costumava me contar tudo e dizer algo além que três palavras.


- Mione? – Ouvi uma voz ao fundo.


- Hã? Oi, oi... – tentei consertar, falsificando um sorriso.


Ron não acreditou, óbvio.


- Ocupada demais caindo nas garras dele?


- Não, é claro que nã... O que disse? – Foi impressão minha ou aquele ruivo havia usado um tom sarcástico? Desde quando esse garoto falava como se o meu melhor amigo estivesse se aproveitando de mim sobre sabe-se-lá-o-quê? Talvez Ron ainda estivesse sob o efeito de alguma bebida da festa de ontem...


- Mione... – Ele começara, pontuando o seu discurso. Preciso contar que seu tom sério me assustou? - ... Não, não, esquece o que eu disse. – Falara, balançando a cabeça em negativa.


Ficamos em silêncio. Eu sem saber o que interpretar de tudo aquilo e ele sem manter qualquer contato. Eu estava fitando-o, mas a maior parte de mim só tentava entender como eu podia estar apaixonada e de certa forma, e como consegui aos poucos destruir tudo o que nem mesmo Lord Voldemort havia sido capaz de afetar: nossa amizade.


Era minha culpa. Eu, com todo esse meu jeito estranho e atitudes bizarras dignas de afastar qualquer um – ainda que o ser fosse o moreno, estava sempre tão preocupada em fazer as coisas certas, baseadas em meu fodástico senso racional, contudo, quando o via, perdia o cérebro enquanto desejava que ele fosse mais.


E quem sabe, daqui há mais algumas semanas, sejamos de novo estranhos, daqueles que dizem ‘Como vai?’ sem esperar uma resposta verdadeira.


Harry aproximou-se de nós, provavelmente pelo fato de estarmos feito múmias. Ron me deu um último olhar como se dissesse “É a sua chance”. Chance de quê? De bancar a idiota? De consertar erros não-propriamente ditos? Argh.


O ruivo não mudou sua expressão, apenas murmurou um “Nos vemos depois”.


Então ficamos à sós.


- Estão saindo ou algo assim? – Potter questionou, erguendo uma de suas sobrancelhas de uma forma desconfiada. Aham, garoto esperto!


- Que diferença faz?


- Isso é um Não?


- Você gostaria que fosse?


- Provavelmente. – e depois de dizer isso, ele deu de ombros, deixando-me pra trás. AAAAAAAAAH! ESTÚPIDO!


XII. things you don’t know.


Eu comecei a passar todos os dias da semana longe todos, alternando minha rotina entre biblioteca e jardins. Nada sociável, não precisa jogar na minha cara. Mas é que eu não conseguia parar de pensar no maldito beijo! Okay, eu nem lembro quem foi o cara, mas... Foi tão... real. Isso é tudo. E apesar de não saber do rosto ou da identidade dele, eu sabia que o beijo havia sido pra mim, mais do que eu me considerava capaz. E sabe qual o pior? É que eu tava bêbada! BÊBADA, ACREDITA? Isso nem faz tanto sentido. É como viver uma vida de olhos fechados, guiada pelas sensações.


Sem contar que as coisas continuavam difíceis. Harry estava mais estranho do que eu podia prever. Era como se eu chegasse em um lugar e saísse na mesma hora. Será que eu disse alguma verdade na cara dele durante a festa? Será que eu me joguei nos braços dele, implorando coisas? Será que eu me declarei e chorei rios enquanto estava bêbada? AH MEU DEUS, cada possibilidade me assustava, pelo fato de que poderia não ser apenas uma possibilidade absurda.


Rony, apesar de ainda falar comigo, talvez houvesse se sentido culpado pelo quase-beijo, ou talvez eu é que seja uma neurótica e ele nem lembre mais que alguma coisa podia ter acontecido entre nós. Ele andava meio... Diferente. Menos desengonçado e mais maduro. Mas como tudo na vida, maturidade também carrega grandes problemas, feito o lance inacabado (ou acabado mesmo!) entre o ruivo e Lilá Brown.


E a Gina. Bom, ela era a única de nós que estava bem, sem complicações e situações complexas. Ela tinha o namoro perfeito, o namorado perfeito e tudo isso era impassível de crises. É. Algumas horas, mesmo com livros e pensamentos acima da média, eu ainda me sentia só, como uma dessas crianças esquisitas, que vivem no próprio mundo. Argh.


Quando cheguei aos meus aposentos de monitora chefe, eu me deparei com a última pessoa no mundo que achava que pudesse encontrar.


- Hm, você veio. – Ele dissera, tããão perpicaz, tsc.


- é, eu acabei de chegar no meu quarto, que surpreendente! – ironizei, massageando minhas têmporas e logo em seguida jogando meus livros. – O que faz aqui?


- Quando foi a última vez que tivemos uma conversa de verdade? – Ele perguntou. Só perguntou.


- Hmm, acho que já faz um tempo... – Respondi, tentando parecer confusa, embora eu não estivesse, enquanto fitava um porta retrato antigo, na cabeceira da minha cama. Nem pense em chorar! Ordenei a mim mesma.


Eu tinha duas escolhas: 1. Fingir não saber do que ele estava falando, 2. Levar aquilo adiante.


- Quer dar uma volta pelo castelo? – Chamara o garoto, seguro.


- Aham. – Concordei, sentindo uma de suas mãos entrelaçar-se na minha e me levar pra fora.


- Lembra-se daquele dia, quando eu vi você e o Ron prestes a dar uns amassos? – ME MATA, ME MATA, ME MATA! O garoto sequer esperou minha reação. - ... Antes disso tudo, eu ouvi a conversa sobre você estar... apaixonada por mim.


Minha expressão congelou. Minha vida congelou. O tempo congelou. (E... oh droga, prometo que não vou mais usar essa palavra!). Milhares de discursos prontos estavam em minha mente, e por mais não-tão-incrível que pareça, perdi a voz e o jeito de negar. Porque eu estava cansada de consertar tudo, de sempre manter. Ele sabia a verdade, e... ele era o único que poderia me fazer sentir melhor. Então, talvez, se eu contasse, ele pudesse – sei lá – fazer alguma coisa, ele ia me ajudar a superar isso, ia me lembrar de como tudo isto podia muito bem ser uma fase passageira, e que iríamos superar juntos. Aham, até parece...


- Quando foi que isso aconteceu? -  Ele me perguntou, com os olhos verdes faiscando. Parecia fascinado por algo que eu não sabia enxergar.


Eu estava ciente do  seu braço sobre meu ombro, que me trazia sempre pra perto, mais perto. E ao mesmo tempo fazia com que eu devesse me sentir longe das batidas que se aceleravam e a naturalidade assustadora, com a qual estávamos lidando.


E se pra ele era tão óbvio, talvez eu devesse fingir, que o tempo ia passar pra nós dois. Mas não ia. Porque eu o amava. E não é tipo “Amanhã a gente vai olhar pro Harry e não estar nem aí, ok? Vou amar próximo da ordem alfabética... Conhece alguém com I pra eu pôr no coração?”.


- tanto faz, Harry –‘


x


Narração: Potter.


XIII. night.


Todos já estavam dormindo. E isso seria irrelevante, se eu não estivesse passando a noite toda olhando pro teto, por razões que provocavam coisas no meu estômago.


Não conseguia parar de pensar. Nela. Isso faz sentido? Eu sei que não.


Por mais que eu negasse, com discursos de Isso-é-só-uma-fase-que-vamos-superar-Herms, parte de mim sabia que eu estava jogando sujo. A pergunta era Por quê? Ela não era absurdamente gostosa ou cheia de segundas intenções. As coisas com ela eram sempre significativas e desde então confusas. Eu fazia coisas que não conseguia controlar e hipocritamente estava usando a minha amizade pra entender que porra tava acontecendo. E o meu maior medo era que nada estivesse mesmo acontecendo, que tudo fosse uma paranóia, os olhares, os não olhares e como eu queria protegê-la, mas não sabia como protegê-la de mim.


Então, eu me afastei. Grande coisa! Mas em menos de duas semanas Rony grudou nela a ponto de deixar de ser o cabeça dura desengonçado-irritante pra o imbecil conselheiro.


Ele a cercava e ela – como a grande inocente que é – agradecia cada falso apoio e falso ombro amigo. Qual é! E cada vez que eu os via juntos, eu não sei, minhas entranhas transformavam-se em um mostro, contraindo-se sem controle, ciente de que eu me sentia capaz de tudo pra estar no lugar dele. No entanto, havia a Gina. Sempre há a Gina. Ela é minha namorada há mais de um ano, droga! Não se joga algo assim no lixo tão fácil, não por nada.


E se em perguntassem, sinceramente, o que eu sinto por ela (minha melhor amiga), eu não ia pensar em uma resposta, porque eu não preciso de respostas tanto quanto eu preciso manter aparências.


Hermione parecia entender menos de silêncio e distância. Ela nunca soube fingir. Com ela tudo é sempre claro.


E eu não sei dizer em que ponto ficamos pra trás.


As conversas já não eram como antes. Eram tentativas de naturalidade. Os olhares não se focavam, meu estômago ainda levava socos diante daquela aproximação brusca entre meus melhores amigos. O problema é que eu não devia ter achado tão estranho, ela era uma boa garota – até demais, tsc – e ele era um cara legal, quer dizer, tirando o fato de estar roubando-a de mim. Sem falar que sempre houvera uma certa tensão entre ambos, tsc.


Contudo, uma vez envolvido, não é algo que se pode evitar.


Gina era a garota dos meus sonhos, a garota da minha vida. E não ela. Gina sabia o que dizer  e como dizer. Hermione não, e o mais óbvio é que eu realmente tentei não me aproximar de qualquer mínimo sintoma.


Pensar em Hermione deveria ser inofensivo, não tão letal. Afastados ou não, eu precisava mantê-la comigo, apesar de me negar a entender qualquer coisa.


Ela era boa demais pra ele! Fala sério!


Já não era tão confortável estar ao lado da Herms. Não fazia sentido contar-lhe coisas, porque os olhos dela estavam se perdendo. E pra resgatá-la eu teria que descobrir tudo o que eu venho tentando ignorar. Ignorem todo esse meu discurso gay, ora porra. Havia alguma coisa errada. Mas a Ginny dizia “Harry, dá um tempo, ok?” e eu me sentia como um idiota paranóico.


Ainda existiam os abraços... Droga, os abraços! Antes eram... abraços. E de uns tempos pra cá tinham o peso de conversas, de segredos ou olhares. Eram abraços apertados, que transmitiam pelo meu corpo faíscas elétricas, além do fato de que o corpo dela grudado ao meu, que me causava reações. Eu tenho certeza que ela fechava os olhos durante... Por que quando me dei conta de tudo isso, meu estômago chacoalhou com força ao vê-la com o ruivo, e meu cérebro perdeu o controle, com mil pensamentos aleatórios?


Mas eu não tô apaixonado! Eu gosto da Gina, eu sei. Amo meu namoro e todas as coisas que ele proporciona.


Talvez se a Herms não fosse minha melhor amiga, ou se eu não fosse Harry Potter, ou se... sei lá, eu pudesse considerarum teste estúpido. Quem nunca teve curiosidade? Um cego, obviamente. Eu poderia saber se o beijo era do jeito que parecia nos sonhos (desprezívelmente excitantes), quem sabe se fosse só uma atração por parte dela... É, porque nada me tirava da cabeça que Hermione Jane Granger sentia alguma coisa. De uns tempos pra cá, é claro.


O que eu não podia negar, é que eu precisava dessa garota. Precisava tanto, que mesmo tentando dar um tempo pra minha mente suja esquecê-la, quando eu via já estava lá ao lado dela, mas nunca sabia o que dizer.


Só que as coisas eram diferentes. Até demais, tsc.


--


N/A: Sim, eu atrasei esse capitulo. Não, não é o último (claro). Sim, eu tô em época de vestibular estudando de manhã de tarde e de noite (madrugada tbm, se duvidar). Não julguem o Harry ok? Essa história ainda vai ter certos altos e baixos. A revanche da Herms tá a caminho, beijos. Votem e comentem, please *-*

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