before.



I. them.


Eu estava a 3 metros de onde o mais novo casal 20 se encontrava. Não que eu tivesse uma fita métrica e calculado a exata distância que ia entre uma Granger-cdf e aqueles dois seres mortalmente apaixonados um pelo outro.


Eu tentava me concentrar nos livros que me rodeavam, na fofoca da Lilá e Parvati bem a minha frente e até mesmo no som grotesco da comida sendo degustada por Ron e seus nojentos hábitos, entretanto meus olhos perdiam o foco diante da suposta cena “felizes pra sempre”, e eu não conseguia parar de prestar atenção em cada mínimo movimento entre o tão amado casal.


Harry a fitava com devoção incontida e ela lhe retribuía com delicadeza, enquanto aos sussurros de algum assunto inaudível ele a abraçava por trás, prendendo-a. Uma de suas mãos tocava a face da garota, passando o polegar lentamente por cima das pequenas e meigas sardas que havia no rosto da Weasley.


Eu tentava ignorar cada onda de náusea que quebrava em meu estômago, fazendo-o dar voltas e criando uma parte masoquista incapaz de desviar o olhar.


Senti um par de olhos azuis queimando sobre mim, era Ron, cuja expressão beirava entre desconforto e compaixão.


Tive vontade de gritar: “Hey, pare de me olhar assim, seu idiota”. Aquilo era quase tão humilhante quanto:


a) Estar encalhada.


b) Ser encalhada.


c) Morrer encalhada.


(Não que qualquer uma dessas opções se refira a mim, é claro).


Levantei-me da mesa da grifinória em estado de resignação, e ignorei qualquer coisa fora do meu incomum objetivo de ir a Biblioteca.


- Mione! – Ouvi a voz do ruivo, quase tenso.


- Pensei que tivesse treino agora. – Retruquei, entediada.


- Eu tenho. – Respondeu, olhando-me com seriedade. – Mas acho que nas circunstâncias atuais o nosso capitão não vai se importar com nenhum atraso, visto que ele e a minha irmã estão botando pra quebrar lá dentro...


Uh, tem razão Weasley. TODA A RAZÃO, eu quis dizer, mas não tava a fim de engatar uma conversa inútil.


- Eu vi tudo Mione. Você gosta dele.


- Não, eu não gosto, pelo menos não do jeito que você pensa. – respondi, com grande agilidade.


- Okay, então boa sorte com a sua droga de negação. – Falou, com um sorriso ríspido antes de dar de ombro no corredor oposto.


Ignorei as pontadas de remorso, e segui em frente.


 


II. friend.


Estudar. Essa era a principal atividade do meu dia. Nada de encontros, nada de festas, nada de armações.


Fazia uma semana que eu e Ron não tínhamos uma conversa decente. Eu me sentia idiota e ele era o um idiota. Pronto, estávamos quites.


Gina suspirava de amores pelos quatros cantos do mundo e às vezes dava vontade sacudir a ruiva até ela cair na real.


Nem todo mundo tinha uma vida tão cool, right? Ela precisava MESMO ficar esfregando isso na minha cara a cada cinco segundos?


Revirei meus olhos contendo todo o sarcasmo que a muito custo eu guardava pra primeira pessoa que aparecesse na minha frente.


Mas a primeira pessoa que surgiu na minha frente não era tão digna do meu mau humor. Não mesmo.


- Hey Herms... – Cumprimentara o moreno, com um sorriso amistoso.


O tom daquela pergunta era retórico e isso fez com que minha animação fosse por água abaixo.


- Hm, oi Harry. – Retruquei, desta vez tomada de indiferença.


Ele me encarou e eu senti como se os seus olhos incrivelmente verdes vissem além da minha pele.


Remexi-me na poltrona de forma desconfortável, enquanto desviava meu olhar para as pequenas chamas crepitantes da lareira. As chamas eram baixas, mas ainda queimavam. Da mesma maneira que o par de esmeraldas não desviara a atenção.


- Aconteceu alguma coisa, Herms? – Ele perguntou, com cautela.


- Não. – Respondi, com rapidez, enquanto voltava a encará-lo.


- Nem a sua briga com o Ron, hã? – Arqueou, uma das sobrancelhas erguidas em desconfiança.


 - Quem disse que eu e Ron estamos brigados? – perguntei, com um pequeno nó na garganta.


- Nunca mais vi vocês dois trocarem uma palavra. - Ele explicara, com seriedade.


A única coisa que pude pensar foi: “Como se você estivesse por dentro de alguma merda que acontece, dã”. Então, Harry não estava ali pra falar comigo e sim provavelmente graças a uma merda de preocupação.


Ele está aqui porque se sente culpado. Afinal, no seu mundo altruísta-não-mais-altruísta as coisas funcionam assim.


- Nós discutimos semana passada, mas não foi nada sério. – Falei, indiferente.


Ele revirou os olhos e exibiu um sorriso pequeno.


- Aham, sei... – Resumiu-se a articular, enquanto ele próprio voltava sua atenção às chamas.


Abri o livro que estivera em meu colo em uma página qualquer, por pura distração, embora eu continuasse ciente dos batimentos acelerados que vinham de dentro de mim.


Tum, Tum. Tum, Tum. Eu quase podia marcar a intensidade daquilo, e ora ou outra me remexia na poltrona, tentando controlar a respiração e minhas mãos trêmulas.


Fala sério! Aquilo era só uma conversa informal entre amigos. Mas querer intimamente que Harry Potter fosse mais que amigo, alterava qualquer regra desse jogo. Se é que estar apaixonada por ele ainda podia ser classificado dessa forma.


III. green.


Página 456 – Runas antigas. Era nisso que eu deveria estar prestando atenção e não em como o velho Trio dourado deixara de ser o mesmo – pelo menos era isso o que todos em Hogwarts diziam.


Rony sentara ao meu lado, talvez na expectativa de fazer as pazes. Não é que eu não quisesse. Porque, falando sério, eu QUERIA MUITO que as coisas fossem como antes. O problema, meu caro, é que não eram e – ouso dizer- nunca mais seriam.


Passei meus olhos por todas aquelas palavras, tentando focar em seu conteúdo, mas era complicado (impossível).


Um par de esmeraldas nos encarou pela sabe-se-lá-que-vez e eu ignorei seu olhar severo, sua expressão de “aff, outra briga deles!”, só não consegui ignorar os pontos negros dentro do verde e o próprio verde dentro das minhas ilusões.


Revirei os olhos, mortificada por esses pensamentos ridículos. Merda, merda, merda.


O olhar de Harry não desviava e isso já começava a ficar desconcertante, por isso antes que pudesse lembrar do meu orgulho, peguei um pedaço pequeno de pergaminho, escrevi por escrever e cutuquei Ronald pra que ele o abrisse com cuidado.


Desculpe por ontem. Talvez você esteja certo.


Fora a minha tão receptiva mensagem de desculpas. Não que eu me considerasse culpada, Tsc. Só queria que Harry parasse de me olhar como se eu tivesse cometido o maior erro da história.


Talvez eu não tenha sido justo.


Rony escrevera bem embaixo, com sua letra miúda e irregular. A mensagem causou um frio desconhecido em meu estômago. Uma onda de paz que quase me deixou feliz. Quase.


Amigos de novo?


Escrevi, sem me importar. Eu sabia que ainda o éramos. Nossas brigas constantes nunca pareciam o suficiente. Era como um jogo de cartas marcadas: Rony Weasley e Hermione Granger, sem nossas implicâncias havia o Harry. Mas eu não queria pensar nele agora.


Sempre.


Ele me enviara de volta. Okay, não vou mentir e dizer que tenho uma pedra de gelo no lugar do coração, porque não tenho.  As duas palavras haviam acabado de causar em mim uma sensação boa de que eu estava em casa.


IV. kiss.


Era uma tarde ensolarada, o céu muito laranja, de um tom que é impossível não achar. Havia um livro de transfiguração no meu colo, a capa emoldurada antiga, e páginas de cor amarelada que exalavam um cheiro forte de mofo. (Não precisava ser um gênio pra associá-lo ao cheiro de madeira da biblioteca, que enchia meus pulmões, cada vez que o ar os invadia, em uma reação natural).


Eu gosto disso. Lembro que muitas vezes estar ali cercada de conhecimento me fazia sentir segura, a salvo de um mundo de idiotas sem nenhum senso de moral. Mas apesar de tudo, eu não queria ler. Eu só queria não pensar em nada.


Encostei meu corpo no tronco da árvore, e fechei os olhos, imaginando o gosto que seriam os lábios dele descobrindo os meus e em como seria diferente, além de línguas e calor.


Duas mãos geladas cobriram meus olhos, ainda que eles continuassem fechados.


- Adivinha quem é... – Mais clichê impossível.


- eu sei quem é, dã... – Murmurei, no que pareceu ser uma voz de humo infantil.


- Por que não prova? – Ele provocara, e quase pude imaginar uma expressão cínica.


- O dono dessas mãos é... um ruivo beeem looser. Acertei?


- Quase, só faltou o: Popular, sarcástico e arrogante...


- OOOW, esse eu sei que é o Malfoy, UAYHGBAUSYHJASUHJ. – Falei, sem poder evitar a diversão.


Ele tirou as mãos dos meus olhos, e pude vê-lo com aquele jeito desengonçado irritante, que talvez só ele possa ter.


- E então? Qual é a desse lugar? – Questionou, sentando-se ao meu lado.


- Só queria refletir um pouco sobre...


- ...Estar apaixonada pelo Harry? – Completara, com um sorriso pequeno se formando. Não entendi o porquê, mas antes que pudesse controlar, meu rosto já havia se contraído, no sorriso mais involuntário que já dei até hoje.


A verdade perfurou minha pele. Ele sabia.


Não quis explicar toda essa coisa insana que era gostar do O eleito, but apenas confirmei com a cabeça, encostando-a em seu ombro.


- É tão estranho...


Entre todas as pessoas no mundo, aquele não parecia o Ron infantil, às vezes impulsivo e sem sensibilidade nenhuma que eu conhecera.


- É. Acho que eu posso imaginar. – Dissera.


Nossos rostos ficaram próximos, e só agora eu notei que estávamos sussurrando.


Eu ergui meus olhos para encará-lo e permanecemos nessa posição, até eu sentir como se o seu rosto se movendo pra mais perto do meu.


Ah não.


- Heeey! - Era a voz familiar de Harry.


Meu rosto e de Ron ainda pairavam no ar, quando o moreno aproximou da árvore aonde estávamos, com animação.


O sorriso dele estava aberto, mas diminuiu assim que notou que os olhares confusos que eu e Ronald não soubemos controlar.


Ah meu deus. Hermione Jane Granger, sua idiota!


- Tudo bem aí? – Perguntara, um pouco perdido.


Rony deu um sorriso bobo.


- Aham. E então, conseguiu desgrudar da minha irmã, hein? feito histórico, cara... – Dissera, enquanto ambos fingíamos que não havia nada de estranho naquele quase-beijo.


V. talk.


Estranho. Essa era a melhor palavra que podia descrevê-lo. Pra começar: 1. não estava acompanhado dela, 2. não trocara uma única palavra, 3. Lia um livro sobre Defesa Contra as Artes da trevas Nível Avançado.


Quer dizer, desde quando Harry Potter lia no salão de Hogwarts, sentado em uma poltrona (como se o mundo fosse insignificante), sendo que poderia estar em seus tradicionais amassos (ou o que quer que ele fizesse, argh) com sua tão perfeita namorada, Gina Weasley?


A pergunta não tinha resposta plausível. A não ser que eles estivessem brigados, no entanto... uma vez – só uma vez – eu senti que não queria estar lá, com conselhos inteligentes e um ombro.


O silêncio nos afunda.


Eu o ignorava, enquanto ele esperava que eu – como sempre – tomasse a iniciativa de arrancar a verdade de si, pra depois tranqüiliza-lo, como a fodástica amiga que eu sou.


Porque, tá certo, em alguma galáxia bem oculta desse espaço, eu devo ter uma cara  de “segundo plano”, sabe. Aquelas que só são notadas quando tudo vira uma bosta total.


O namoro era dele. O silêncio era dele. O problema era dele. Capise?


Dino sentou-se em uma das poltronas vagas dali, ao mesmo tempo em que debatia algum assunto de importância federal sobre Quadribol e afins inúteis com um garoto cujo nome eu não sei. Respondi o “Boa noite, Mione... Harry...” com um aceno.


IDIOTAS.


O livro que pairava em meu colo caiu, eu o peguei do chão e continuei fingindo lê-lo.


O que era isso, “Deu a louca no Potter!”? Argh. Eu devo ser uma dessas que se afetam por coisas pequenas: um sorriso fora do lugar e PAM, parece o fim do mundo.


- Livro bom? – Era ele. ATÉ QUE ENFIM!


- É, bom mesmo... – Afirmei, com uma expressão encorajadora.


Ele riu. Qual a graça, afinal?


- Que foi? – Perguntei.


Uma de suas mãos se colocou sobre as minhas (que ainda apoiavam o livro), fazendo um movimento no pareceu ser 360º, enquanto eu notava que o livro estivera de cabeça pra baixo, mereço mesmo. A expressão dele foi o cinismo em pessoa. Quase corei. Como eu sou burra, burra, BURRA! (detalhe: As mãos dele eram tão... frias, mas de um jeito bom).


- Lerda. – Ele disse. – Viu o Ron hoje? – A pergunta soou estranha, quase inapropriada.


- Não. – Respondi. Não via Ron desde cedo, antes da aula. O que – tecnicamente – deveria ser anormal, tratando-se dele, que sempre encontrava um jeito de estar por perto.


- hmm.


Lá estava o silêncio, Maldito silêncio!


VI. pain.


- Aonde esteve? – Lilá quis saber. Mas a pergunta também era minha. O ruivo nos encarou com displicência, quase pude imaginá-lo em um gesto de “te devo satisfação?”.


O semblante da Brown foi uma mistura intensa de nojo e grude. Senti pena do coitado e voltei meu olhar para o livro.


Nossa, às vezes eu me pergunto se a única coisa que sei fazer é ler. Porque, fala sério!, já tá ficando idiota usar a palavra “livro” a cada segundo.


(nota: A Brown está apaixonada pelo Ron. Como eu sei? Hm, é que ela sempre faz questão de deixar isso beeeem claro pro resto do mundo, mesmo que eles só tenham saído 2 ou 3 vezes há um certo).


Ouvi passos e vozes – e seria a coisa mais normal no mundo – se a voz não fosse tão familiar, e se não pertence a Harry. Com Gina de brinde.


Estavam de mãos dadas. E sorriam, como se estivessem implicando um com outro, apenas pra irritar. E quer saber? Aquilo começava a me causar uma das tradicionais reações de vômito. Ah é, talvez eu tenha sérios problemas por me sentir assim em relação aos dois, mas o que eles esperam que eu diga? “adoro segurar vela”? argh.


Todos agiam normalmente. Tipo, “olha só como o amor é lindo!”. É, eu tô vendo. Vendo até demais. Será que eu sou a única que se incomoda? hey, PROCUREM UM QUARTO!


Tento não olhar pro Ron, sei que ele deve estar com uma cara de consolo, como se eu fosse digna de pena.


Eu não queria usar a expressão “nó na garganta” como referência ao isso, só que não deixava de definir com precisão.


Era como se o ar atmosférico fizesse minhas vias respiratórias arderem, inflando o meu peito com um conteúdo de dor tão grande, que não podia suportar.


Senti vontade de fechar os olhos, abraçar minhas pernas, e só acordar quando tudo estivesse bem.


Fechei meu livro e girei nos calcanhares, ignorando a todos, e ciente de que mais tarde eu seria o assunto da vez. Dane-se.


Rony não me seguiu.


VII. party.


Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio... Ah meu deus, por que tudo parece tão sem graça? Sinto tédio até de sentir tédio (se quer saber).


Mal notei quando Simas (que conversava com Luna) se sentou no braço da minha poltrona, o que em si não é de se estranhar: na maioria das vezes eu não notava qualquer outra pessoa que não fosse Harry ou Ron.


- Fez o trabalho de transfiguração? – Ele perguntou. Do nada.


Devo ter exibido uma expressão extraterrestre, porque ele abriu um sorriso pequeno, o mesmo sorriso que uma criança daria após ganhar doces.


- Aham, fiz há uns três dias. – Respondi, sem saber – ou querer – levar aquele assunto adiante.


Aquilo era pior que comentar o tempo. “que dia lindo, não?” tendia a ser o assunto menos extenso de todos os tipos de quebra-gelos que costumavam ser usados pelos garotos de Hogwarts.


- então... se importaria de me emprestar as anotações da aula? – dissera, em uma expressão de bom garoto. – é que o Rony disse que você sempre emprestava as suas anotações pra ele copiar, e aí eu... hmm, sei lá, fiquei pensando comigo mesmo “Por que não pedir também?”, quer dizer, só se você achar que não tem nada dem...


- Hey, relax Finningan, eu empresto. – Respondi de maneira amigável.


É claro que esse deveria ser um dia completamente surreal pra ele. Eu, Hermione Jane Granger, havia aceitado um pedido desses sem relutar. Nossa, falando assim até parece que o que ele pediu vai deturpar a minha reputação de... hã... puritana.


Era estranho que 99,99% me achasse uma puritana certinha... Até mesmo Ron, Harry, Gi e Luna achavam mesmo que eu fosse a imagem perfeita de pré-requisição pra qualquer convento.


As minhas roupas confortáveis e de tons sem graça confirmavam suas teorias. Eu não usava vestidos, saias e afins. Minhas calças eram soltas e a coisa mais sexy que eu usava eram blusas grudadas no meu corpo. E eu só soube que isso era remotamente sexy, porque... ahn, Harry me disse.


Tudo bem que ele não disse “Uau, que sexy, Herms!”, mas ele fez um looooongo discurso reclamando sobre a minha blusa. Não tinha nada demais, digo, nenhum decote como os que a santa namorada dele usa everyday, não deixava minha barriga a mostra e não me tirava o ar... Enfim, só sei que no dia eu ouvi tudo e... (adivinha só!) dias depois voltei a usar!


- Mione? Mione? MIONE! – As vozes ao fundo se mesclavam. Vozes masculinas e femininas.


- Hã? – Murmurei, feito a idiota que eu sou. “I’m sorry, é que eu tava distraída”.


- Você vai, né? – Gina perguntara. Espera... Do que essa ruiva lerda tá falando, afinal de contas? – A festa na Corvinal, lembra? – Esclareceu. – Não acredito que esqueceu disso, Hermione! Mas enfim, vai ser hoje! Você vai?


Encarei-a com indecisão e me dei conta de que Rony, Simas, Harry, Luna, Dino, Parvati, Lilá, Patil me olhavam. O que temos aqui, “Reunion”? argh.


- Hã... Eu vou sim, que horas vai ser mesmo?


VIII. consequences.


(Whiskey, Vodka, Cerveja, Martíni). Eu não sabia qual deles atravessava minha garganta.


Segurava a taça quadrangular (as pedras de gelo colidiam) e dava mais um gole ardente.


Ah meu deus: Eu tô bêbada. Socorro, socorro. SO-COR-RO! Não, não... Só pra esclarecer: eu não queria estar bêbada! Sério! Sério mesmo. Nunca pensei em ser alcoólatra (não que eu seja uma, of course), só tô dizendo isso pra deixar CLARO que - essa Hermione aqui que vos fala (eu!) - não está em seu estado normal.


O som da música alta parecia uma trilha de fundo beeeem distante. Como se eu estivesse tapando meus ouvidos. Droga. Isso não era um bom sinal... (ou era?).


- Já deu por hoje, Herms. – Ele mandou, só associei as palavras quando ele tratou de tirar da minha mão o drink.


- Aaaah não... – Murmurei, emburrada como uma criança de 4 anos. – Por que não vai lá com a sua namorada, hã? – Ironizei, com a voz engrolada.


- Porque não é ela a garota bêbada que todos os caras estão degustando com os olhos. – Ele respondeu, sério demais.


Lembro de ter pensado: “Ah, qual é! Me deixa!”.


As luzes da festa faziam minha vista girar, meus pés doíam por todas aquelas danças sem limites, e a minha vontade era beber, só beber.


Olhei pro lado e pude avistar de longe Gina e Luna, que fofocavam sobre algum assunto sem importância. Nossa, elas estavam tão bonitas e... sexyies. Mas diferente de mim, estavam lúcidas e se moviam diante da música agitada com excelente coordenação motora.


- Vem comigo... – Ele falou, passando a mão na minha cintura e pondo um dos meus braços em seu ombro.


Eu não relutei.


Me senti tão a salvo, tão não bêbada, que quis adormecer ali, impregnada pela mistura de firewhiskey versus menta que vinha dele.


Quando saí do transe momentâneo, vi que estávamos em algum lugar. Essa foi descoberta do século, hein!


- Qual é a desse quarto? – perguntei a Harry, meio vacilante.


- Bom, são 5h da manhã, digamos que já tenha passado da sua hora de dormir.


- Boa noite, papai. – Ironizei, ácida; e pouco depois tomei das mãos dele o drink. – Sem ofensas Potter, mas isso é meu. – Virei o drink em um gole. – À propósito, caso não saiba tem uma festa rolando lá fora e ninguém vai me impedir de estar lá. – Falei, sem medo de enfrentá-lo.


Por que ele tinha sempre que ser tão bonzinho e tinha que consertar as coisas que deveriam ficar esquecidas, hein? Por quê?


- quer voltar pra festa? – pausara. – Ela é toda sua. – Falara, dominante.


Não me contive e saí em direção a porta, decidida. Contudo olhei pra trás. Esse foi o meu erro.


- Hey, você não vai voltar pra festa também?


- Não, não... Prefiro ficar aqui longe da bosta que ainda vai acontecer lá. – Babaca. – Ah, e manda abraços pro filho da puta que for se aproveitar de você lá, tudo bem? – Ironizou. E dessa vez estava ‘p’ da vida, uma espécie de ódio disfarçado de tranqüilidade.


Ele não esperou minha reação, apenas deixou seu corpo cair na cama.


Afastei-me da porta, deixei o drink em cima de uma mesa e deitei ao lado dele, ambos fitávamos o teto, em silêncio. A festa não seria nada se o melhor amigo (por quem eu estava apaixonada) não estivesse lá.


- Hmm, eu prometo dormir, Harry. Não precisa se preocupar, pode voltar pra festa agora... – Tentei dizer isso da melhor maneira, mas não queria ter certeza de que eles passariam a noite aos amassos, enquanto eu passaria a minha noite dormindo, com uma pré-ressaca e futura dor de cabeça.


Minha cabeça girou nesse momento, alguns flashes negros, como se fossem vertigem, então fechei os olhos, quando eu os abri, notei que não haviam mais que 3cm de distância entre mim e ele.


AH. MEU. MERLIN! Respira, Hermione!


Nossa, eu sou bem patética.


Narrando assim, isso parece tão clichê quanto as descrições de Crepúsculo by Stephenie Meyer depois que o livro virou modinha.


Uma das mãos dele instalaram-se na minha nuca, onde ele começou a fazer movimentos circulares com o polegar.


A sanidade se despedia de mim como se dissesse: “Olha Hermione, acabei de lembrar que tenho um compromisso... Nos vemos amanhã, beijos dear”.


E aí nos beijamos.


CONTINUA.


#


n/a: AAAAAAAAAEEE crianças! Eu tentei escrever um capitulo maior, mas acabou ficando esse ://


Essa fanfiction é (aham) mais um surto! O nome surgiu enquanto eu lia Em vermelho da Betina Black uns meses atrás, eu já tinha uma idéia do que fazer, só que andava sem tempo com toda essa coisa de fases de vestibular, notas etcetc.


Escrever em primeira pessoa definitivamente não é o meu ponto forte. Quer dizer, eu nunca me sinto satisfeita com os textos e tals, acho que essa fanfiction tá sendo uma espécie de desafio.


A história não é tipo, graaaaaaande coisa, quer dizer, talvez tenha deixado vocês entediados, mas eu prometo que vai melhorar.


Ah sim, pra esclarecer: NÃO é uma longfic. Só haverão mais 1 ou 2 capitulos provavelmente maiores (assim espero!) que esse.


Obrigada a todos que já comentaram e votaram, mesmo quando eu ainda não tinha postado mais que o resumo!


Beijos,


Brenda Moreira.


Ps: Aceito capas (:

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