Férias.
Ficamos assim durante o que me pareceu horas, quando uma linha esverdeada começou a surgir pelo horizonte, Lilly se afastou de mim e me olhou.
- Uhn... Sabe, eer, melhor eu tentar dormir ao menos uma hora antes do exame prático de DCAT.
E dizendo isso se afastou para o dormitório feminino e eu olhando o relógio, achei melhor matar o tempo no Salão Principal, onde com certeza já haveria algum aluno, pois já eram seis horas da manhã.
Sai do Salão Comunal, e me dirigi ao Salão Principal o mais rápido que pude, quando lá entrei, sentei-se à mesa e comecei a me servir de ovos mexidos com salsichas e bacon, quando quinze minutos depois, meus três melhores amigos se sentaram em volta de mim: Aluado, Almofadinhas e Rabicho.
- Já acordado, Pontinhas?
Olhei para Almofadinhas, dei um sorrisinho bobo e falei me servindo de um pouco de suco de abóbora.
- Nam, estou dormindo ainda na minha cama de dossel, sou apenas uma ligeira impressão de alguém que não se encontra por aqui.
Rabicho riu, Aluado olhou por cima dos ombros dele.
- É impressão minha, ou a Lílian está a dias sem dormir? – ele voltou a nos olhar, e abaixando a cabeça para somente nós ouvirmos continuou – Alice, a namorada do Franco, me disse que ela vem chorando muito, ultimamente.
Olhei para ele, dei uma olhada em Lilly que estava entrando no Salão Principal e voltei a encará-los.
- Ela esta assim desde q...
- Potter? Tenho que falar com você urgente!
Sobressaltei-me, e me levantei rapidamente e acompanhei Lilly.
- Não fale nada do que aconteceu e porque estou assim – ela apontou para seu rosto – Alice me viu chorando e nos viu abraçados hoje de manhã – sua voz tornos ríspida - não quero que ela pense que nós estamos tendo algum caso!
- Nós estamos tendo algum caso? – falei em tom entusiasmado, abrindo um sorrisão.
- Claro que não! Eu não namoraria um abutre retardado!
- Lilly – “Evans!” – Evans, então, porque você me xinga assim? Sem motivos?
- Porque você é um arrogante, metido!
Senti um tabefe na cara, vi estrelas, e ouvi-a saindo de perto de mim bufando, “aii!”.
Voltei, tentando amenizar a dor em meu rosto, com certeza fiquei marcado.
- O que aconteceu? Outro já? - Almodafinhas olhou-me espantado – Nem mal começamos o dia e já levou um tapa?! Menino, daqui a pouco você vai bater o próprio recorde!
Dei uma risada rouca, e pegando uma torrada lancei um olhar ao teto do Salão Principal, hoje um incrível tom azul celeste, quando centenas de corujas entraram no salão, procurando seus donos e deixando suas correspondências caírem entre os alunos.
- O Harry vem ai, Pontas.
Localizei minha coruja: um belo espécime negro com detalhes brancos; soltei a carta e ela pousou em meu ombro, mordiscando minha orelha carinhosamente, sua pata arranhando minha bochecha.
- É da mamãe!
Queridos James e Sirius,
Receio informar a vocês que eu e seu pai teremos que viajar urgentemente para o Brasil, seu irmão, Richardy, não esta nada bem. Parece que ele esta com varíola de dragão, e aparentemente a doença já chegou à úvula.
Iremos chegar dois dias antes do início das aulas, por isso lembrem-se, assim que chegarem as cartas de Hogwarts, irem imediatamente ao Beco Diagonal para comprar seus materiais.
Beijos e carinhos
Mamãe
- Uhn, as férias serão ótimas! – entreguei a carta à Sirius, que a cada linha um sorriso se espalhava pelo seu rosto – Vocês querem dormir em casa nessas férias?
- Teria que ver com meus pais. Não sei se deixaram! – Remus olhava tristonhamente para seu cálice com suco de abóbora.
- Eu vou! – Rabicho, de tanto entusiasmo acabou derramando seus ovos com bacon no chão, arrancando risos de todos no salão principal.
Depois do café, saímos para a prova de DCAT, Rabicho não iria prestá-la, no ano passado, o ano dos N.O.M.s, ele não atingiu notas suficientes para continuar a ter aulas.
Estávamos sentados à beira do Lago Negro, a lula gigante nadava acompanhando outros alunos.
- Eu mandei uma coruja a meus pais, e eles deixaram que eu fosse para sua casa, James... Mamãe falou para eu me cuidar, e que não era para eu aprontar. – ele deu um sorrisinho sacana – e como eu sou um bom menino – Sirius deixou uma tossida de sarcasmo escapar -, é lógico que eu vou obedecer! – Seus olhos brilhavam maliciosamente.
- EU JÁ FALEI QUE NÃO QUERIA QUE VOCÊ DIRIGISSE A PALAVRA A MIM, SNAPE! VOCÊ MORREU PARA MIM SABIA? DEPOIS QUE VOCÊ ME CHAMOU DE SANGUE-RUIM, VOCÊ ESPERAVA REALMENTE QUE EU IRIA TE PERDOAR FACILMENTE?
- Lill, por favor, isso foi no ano passado. Esquece aquilo e me ouça?
- Você não vai fazer nada, ouviu James?
Remus segurou meus pulsos, olhei para ele indignado.
- O que o Ranhoso pensa que esta fazendo? Eu vou partir a cara dele ao meio!
- Não vai não! Você vai ficar sentadinho aqui, ouviu bem?
- SAI DAQUI, SNAPE! SOME DA MINHA VISTA!
- ESTUPEFAÇA!
- Ranhoso vôo longe com meu feitiço, Lilly me olhou com azedume.
- Quando eu bancar uma de donzela em perigo, Potter, eu mando te avisar!
Embora seu olhar fosse azedo, pude ouvir um riso em sua voz.
- Eu falei para não fazer nada!
- Ele mereceu!
Severo se levantou, apontando a varinha para mim e disse com a voz embargada na raiva:
- Um dia você me paga, Potter!
E se afastou para o castelo, os alunos que haviam presenciado à cena riam debochadamente de sua cara.
- Ah, vamos lá pra dentro, sabe, não quero ficar com a bunda reta de ficar duas horas seguintes sentado.
Petter se levantou, e esperando Sirius. Remus e eu, voltamos ao castelo para o jantar.
- Assim que desembarcarmos na estação de King Cross, vamos direto para casa.
- E como você pensa em ir para lá, Sr. Pontas?
- Aparatando? – rindo olhei para a cara de espanto deles – Ah, qual é; nós passamos nos testes! Somos maiores de idade.
- Você quis dizer , abre aspas, vocês passaram e somos maiores, fecha aspas, né?
- Esqueci que o Rabicho não tinha passado no exame. – Remus me olhou – Eu faço a aparatação acompanhando dele.
- Tudo resolvido, então!
Estávamos entrando no saguão de entrada, quando uma voz me chamou da porta de uma sala de aula que eu sabia estar desocupada “vão indo, eu alcanço vocês no salão comunal daqui à pouco” , me dirigi até a sala, entrei e me virei, vendo três rostos me encarando.
- Feche a porta primeiro, James – “colloportus” – Agora desembucha, o que aconteceu hoje de manhã entre você e a Lill?
- Olha, Lice, não tem nada entre nós – soltei um suspiro –, bem que eu queria, mas ainda não temos.
- Ah, fala sério, Potter, não estou acreditando em você.
- Olhe, Isa, - “eu detesto quando me chamam de Isa, é Belle!” -, eu juro, desde o terceiro ano que eu tenho convidado ela para sair comigo. Mas graças ao Ranhoso, ela não aceita, e nem sei o porque apanho – mostrei meu rosto que continuava marcada depois de horas – eu simplesmente tenho que fazer algo para ela perceber o quanto eu à amo.
- Sabe, James – uma menina loira estava sentada em uma carteira meio distante de Belle e de Lice, mas bem próximo de mim, pelo que eu sabia dela, todos meninos queriam namorá-la, corrigindo, quase todos – você deveria partir para outra, dar chance para uma garota que realmente te queira! – Tá, ou ela esta me cantando, ou ela é muito tapada por achar que eu gosto dela. – Exemplo alguém desta sala.
- Bom, sabe, Gabrielly, se algum dia estiver afim de você, seria um pesar se algo acontecesse, sabe? Felizmente, eu não te suporto!
Lice e Belle deram risadas gostosas.
- Bom, Gabrielly, vejo que não se deu muito bem, né! – Lice estava chorando de tanto rir.
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