De mau à pior



ela tocou em meu ombro, e ficando séria rapidamente, continuou, secando suas lágrimas – Bom, vamos tentar fazer o máximo possível para vocês começarem a namorar – ela tirou sua varinha do cós das vestes, e fazendo sinal para todos se calarem, fez um amplo gesto com ela e nossa conversa ressoou por toda a sala, cinco minutos depois, ela me olhou com sorriso em seus olhos – Quando ela ouvir isso, tenho certeza que ela vai sair correndo atrás de você, pedindo desculpas para você e vai te lascar um beijo!
Olhei espantado para ela, surpreso.
- Menina, foi assim que Franco se apaixonou por você?
Ela riu, e fazendo um sinal para eu calar a boca, se levantou da carteira, “Alorromora”, e segurando a porta, nós quatro nos dirigimos à Sala comunal, Gabrielly ainda bufando de raiva.

Getsmâni! – O retrato da Mulher Gorda girou e a balbúrdia chegou em nossos ouvidos, assim que entramos, as meninas correram em direção ao quarto, rindo.
- O quê elas queriam com você? – Sirius olhou de lado pra mim, um sorriso sacana em seus lábios, quando ele quer, ele consegue ser pior do que eu! E cai entre nós, isso é algo muito difícil de acontecer – Roubou beijo de quem? Lice? Gabrielly? Ou da Isa?
- HAHAHA! – eu sou ótimo em ironias – Sou apenas da Lilly!
- POOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOTTER!
Congelei, olhei para cima, onde um tropel de passos raivosos saiam de um dos dormitórios, vozes alteradas desciam as escadas e Lilly veio em minha direção, espumando.
- COMO – VOCÊ- SE- ATREVE-A-DIZER-AQUILO-PARA-MINHA-MELHOR-AMIGA? – cada palavra ela enfatizava com um tapa ou com um soco – EU TE ODEIO!
CLAAP!
Girei no lugar, vendo tudo em borrão de cores e sons.

- Ah, Lilly, você extravasou. Dois tapas só hoje, eihn. Depois de apagá-lo por horas, não quer sair da ala hospitalar?
- Lice, eu me sinto culpada, sabe, eu dei o tabefe.
- Tapa de amor não dói – me levantei da cama, minha cabeça rodando ainda, só depois que tentei olhar os meus belos olhos verdes de Lilly, que percebi que estava sem óculos, coloquei-o e olhei-a - , quando eu descobrir quem inventou isso eu mato!
Elas riram.
- Sabe, Pontas, fico feliz que tenha acordado! – Remus estava do meu outro lado, pensativo – Deu um susto enorme, eihn!
- Esse tapa foi o pior da minha vida. Sabe, Lilly, porquê você me bateu?
- Porque você disse aquelas grosserias para a Gabrielly, oras.
Me levantei, passos apressados vieram em minha direção.
- Potter, que bom que acordou – Madame Ponfrey começou a me examinar – Faz horas que você esta desacordado.
- Quantas horas?
Ela me olhou assombrosa.
- Desde ontem à noite.
Olhei para Lilly, seu rosto ocultado pelos seus cabelos acaju.


(NARRAÇÃO NA VISÃO DE LILLY)

Depois que Potter saiu da enfermaria, acompanhado por Sirius e Remus, pedi à Lice para me acompanhar até uma sala desocupada ali por perto.
- Que foi, Lill?
Olhei para aqueles olhos chocolate, minha boca secou.
- Não sei. Não estou me reconhecendo. Eu já bati tantas vezes no James e desde hoje de manhã não parei de pensar nele. – tá, eu não chamei ele pelo primeiro nome, foi apenas uma impressão, né? – E depois do que ele falou para vocês.
- Por Merlin, Lill, só você não percebeu que esta afim do Pontas! Você esta apaixonada por ele.
- Não, claro que não! Eu só vou ficar afim de James Potter quando o inferno congelar, e cá entre nós, isso nunca vai acontecer!
Lice riu.
- Amiga, você tem muito o que aprender sobre o amor. Você não manda no seu destino.
- Posso mandar no meu sim.
Ela me lançou um olhar penetrante, senti como se estivesse sendo radiografada.
- Vamos, temos que terminar de arrumar nossas malas – abri a porta, segurando-a para Lice sair da sala -, amanhã cedo já vamos partir.
Voltamos ao salão comunal, ela cantarolando algo que me pareceu ser barroco, eu, absurda em meus pensamentos.
“Eu não posso gostar dele. Ele é muito arrogante.” É, mas ele gosta de você. Tanto é que à muito vem convidando você para sair. “Ele convida para depois poder contar à todos que eu me rebaixei à ele!” De uma chance a ele, Lílian Evans, aposto que você não vai se arrepender. “Espera ai, você é minha consciência e apóia ele? Que tipo de voz da razão é você? Alguém que sabe o que você realmente sente
- Getsmâni.
Olhei para o retrato da Mulher Gorda e entrei, olhei espantada, mesmo sendo o último dia aqui em Hogwarts, era para todos estarem fazendo balbúrdia.
- Vamos, as meninas devem estar lá encima.
Subimos correndo para nosso dormitório, e começamos a arrumar as coisas.

(FIM DA NARRAÇÃO DE LILLY)


É incrível como o tempo passa rápido. Parece que foi ontem que chegamos em Hogwarts para o nosso sexto ano.
- Franco, vai fazer o quê nas férias?
Um garoto de rosto redondo estava deitado em sua cama, contemplando o luar, voltou sua atenção à Sirius e respondeu:
- Não sei, mamãe falou que talvez eu fosse viajar para casa do meu pai, lá no povoado de Volgey Citty, algum de vocês já ouviu falar deste povoado?
Levantei meus olhos rapidamente à Franco, Sirius o olhava espantado.
- Eu moro no povoado de Volgey Citty, Sirius mora comigo – ele confirmou com a cabeça – Remus e Rabicho irão lá pra casa amanhã.
- E não se esqueça da Gabrielly e da Isa, elas moram por lá.
Depois de muito papo, finalmente o sono pairou sobre nós e adormecemos imediatamente.


- Aqui, vamos ficar neste compartimento.
Remus abriu a porta,entramos todos e eu logo me dirigi a janela, e olhando pela última vez aquele semestre para Hogwarts, fechei meus olhos, pensando em coisas, ou melhor, em apenas uma coisa: Lilly Evans.
- Pontas! – algo atingiu minha orelha, virei meu rosto e deparei com Petter, Remus e Sirius me encarando – Você não ouviu nada? Você não estava prestando atenção?
Fiz que não com a cabeça.
- Quem vai querer uma guloseima? – a tia do carrinho de doce passava em frente a nossa cabine, Petter abriu a porta correndo e sua voz em um guincho pediu:
- Bolos de caldeirão, varinhas de alcaçuz, sapos de chocolates, chicletes baba e bola, e alguns chicletes Druboow.
Ela foi entregando tudo o que ele pedia, todos fizeram fila atrás de Rabicho, pois ela comprava montes, mas não dividia com ninguém, menos eu, que fiquei ainda olhando o horizonte, mas sem realmente vê-lo.
- Pontas? – Remus sentou defronte à mim, seus olhos castanhos estavam meio aberto e fechados: sinal de cansaço – O que esta acontecendo com você?
- Não sei – virei lentamente meus olhos na direção dele – estava pensando comigo mesmo algo para demonstrar o que sinto pela Lilly é real, e não uma farsa como ela pensa!
- Já disse isso à ela?

- Sim, e o que eu ganhei? Um tabefe.
O trem começou a diminuir a velocidade, eu me levantei e peguei a gaiola de Harry e meu malão, assim que o trem parou, desembarquei e esperando os outros, saímos os quatros pela estação de King Cross, fomos até uma rua lateral: uma rua suja e pouco iluminada. Rabicho segurou no braço de Aluado, ambos giraram no lugar e sumiram, suas coisas também desapareceram.
- Bom, te vejo daqui a pouco, em casa!
Sirius sorriu e rodopiou, assim que ele desapareceu, segurei minhas coisa, dei uma última olhada ao redor e girei no mesmo lugar.
Aquela sensação horrível de estar sendo empurrado por dentro de uma mangueira de borracha muito comprida, meus pulmões se achataram, o ar não chegava neles e quando eu pensei que eu morreria sufocado, o sol bateu em meu rosto e o ar voltou no mesmo instante à meus pulmões.
- Demora muito para acostumarmos com essa sensação , Aluado?
Perguntei empurrando minhas coisa para dentro de casa.
- Depende da quantidade de vezes que você faz isso: se for com muita freqüência, você se acostuma rápido, se não for, isto é, só de vez em quando, demorará mais um pouco.


- ACOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOORDA! – Almofadinhas entrou em meu quarto, pulando encima de mim, rindo – Estamos com fome e queremos comida. Vá preparar Waffers.
- Você também sabe cozinhar! Vá você! – empurrei ele de cima de mim, fazendo-o cair no chão e escorreguei da cama para cima dele, rindo feito bobo – Agora eu não lembro do que eu sonhei, seu trasgo!
Ainda rindo do que tinha acontecido, entrei na cozinha, onde Rabicho e Aluado estavam sentados, já com os talheres em mão.
- Eu quero o meu com calda de caramelo com doce de leite! – Rabicho soltou um guincho de prazer ao me ver assentir com a cabeça, virei meus olhos para Aluado.
- Eu? Ãhn, pode ser qualquer uma.

Comecei a preparar nosso waffers, e jogando as caldas por cima, servi a mesa, onde cada um começou a devorar seu prato, apontei a varinha para a dispensa e uma jarra de suco de abóbora veio para nós, e terminando o café, fomos para os jardins da frente, esperar alguma boa idéia.
- Remus - Isa vinha em nossa direção, com Franco e Alice, o casal um pouco mais atrás – posso falar com você?
Remus fez que sim com a cabeça e se levantou, indo ao encontro de Isa, ela sorria minimamente.

(NARRAÇÃO DO PONTO DE VISTA DE ISA)

Quando chegamos em Volgey Citty, não tive a oportunidade de falar com Remus, e como eu precisava arrumar minhas coisas em casa, não pude sair.
- Isa? Quando você vai abrir o jogo com ele?
Alice estava parada, na porta do meu quarto, fiz sinal para ela entrar, sentei na cama, e encarando aqueles olhos castanhos chocolates.
- Com quem, Lice?
- Você sabe, com o Remus. Quando você vai falar que gosta dele?
- Eu tenho medo da reação dele, pode ser, vejamos, há um possibilidade, de 25% de eu falar com ele em Hogwarts, sabe? Perto de um fim de semana em Hogsmeade.
- Você esta perdendo seu tempo, amiga. Quem não arrisca não petisca, vá a guerra.

Eu comecei a rir.
- Ai, Lice, você não entende!
- Não entendo o quê? Você tem medo que ele fale não, e com isso, teme entrar em depressão e mais medo ainda de não passar nos N.I.E.M.s, algo que você deseja muito para se tornar professora de Astronomia, ou que ele ria por causa do seu nome que muitos poucos sabem, que você insiste em esconder de todos: Sinistra!
- HAHAHAHAHA! Acha que é isso?
- Sim , esses são os principais fatores.
“Merlin, ela entende à qualquer um, eu nunca falei disso pra ela e ela acertou na mosca, eu temo que todos caçoem de por causa do meu nome: Isamara Sinistra Janne”
Olhei para ela, seus rosto carregava um sorriso enorme, seus olhos expressavam uma felicidade que poucos conseguiam ter. Ter ela ao lado era como ter a alegria em pessoa.
-Tá, assim que eu vê-lo vou conversar com ele.

(FIM DA NARRAÇÃO DE ISA)

Almofadinhas, Rabicho e eu ficamos mais atrás, Lice e Frank na nossa frente, e muito mais adiante Isa e Aluado.
- Ouwnt, eles formam um belo casal. Bem que deveriam namorar.
- Cala a boca, Almofadinhas, deixe eles conversarem.
- Vou fazer de tudo para eles ficarem juntos, nem que eu tenha que dar o você-sabe-o-quê!
- Nem pense nisso, Sr. Almofadinhas – meu tom foi crispado, ele entregar nosso maior tesouro? Nem que o Ranhoso arrume alguma namorada (e isso nunca vai acontecer) – Seria louco de fazer isso?
- Não sei – ele fingiu pensar por um tempo -, sim, acho que seria louco à tal ponto.
Ele pulou encima de mim, e com o peso, ambos caímos no chão, com um som estrondoso, todos viraram a cabeça em nossa direção, o som das risadas era tão alto que todos na rua pararam e começaram à fita-nos, eu subi encima de Sirius e comecei a socá-lo, rindo, quando senti que ele também começou a me socar, sua risada ecoando por dentro de minha cabeça.
- Chega, vocês dois, parem agora, senão detenção no primeiro dia de aula!

Embora houvesse autoridade nas palavras, pude ouvir o tom gazeteiro de Aluado, e não dando à mínima pro que ele disse, continuamos girando no chão, rindo, socando cada parte que podíamos alcançar, quando ouvimos um sussurro e no segundo seguinte, nossos corpos ficaram paralisados.
Levantei meu olhar para o rosto risonho de Lice, uma de suas mãos por dentro do bolso interno, onde vi que ela segurava firmemente a varinha, sua voz ecoando em minha memória “immobilus”.
- Chega, né? – ela veio até nós, e sussurrou – Finite.
Ainda rindo, nos levantamos, abraçamos um ao outro e dando passos idênticos, saímos cantando alto.
- NÓS ANDAMOS IGUAIS, ANDAMOS TODOS IGUAIS, DE UM LADO PRO OUTRO, PRA FRENTE E PRA TRÁS, ANDAMOS TODOS IGUAIS! – Sirius e eu íamos da direita para a esquerda, da frente para trás, rindo e cantando, quando Lice, Frank, Remus, Isa e Rabicho vieram unir-se ao nosso coro - NÓS ANDAMOS IGUAIS, ANDAMOS TODOS IGUAIS, DE UM LADO PRO OUTRO, PRA FRENTE E PRA TRÁS, ANDAMOS TODOS IGUAIS!
Todas as pessoas que ali se encontravam começaram a rir da cena, e ainda cantando chegamos à um parque, onde vários jovens se encontravam ali, em grupos ou em casal.
- Ora, ora, ora, se não são pontinha e almofadinha – Pietro, um garoto forte de dezoito anos se levantou e veio na nossa direção – voltaram do hospício?
- Ora, Pietrinho, encontrou o caminho para vir aqui sozinho ou necessitou do seu grupinho?
Seu olhar fixou-se com amargura em mim, um riso sacana e sem eu saber da onde veio, senti um soco em minha barriga, que me fez ir ao chão.
- Ora, Pottinho, você é muito fraco para revidar?
- Não vou ficar brigando com você, seu idiota.
Pietro agarrou minhas vestes, e levando meu corpo para bem próximo dele, ele gesticulou seus lábios:
- Eu sei o que você é, Pottinho, você é um bruxo!
Espantei, fui largado no chão e pude ouvir o grito de dor vindo de Pietro, olhei ao redor e Frank estava com o braço levantado, onde eu sabia que o olho de outro estava à poucos.

- Sai daqui, o boneca. Vai procurar a mamãe! – Gritou ele, um sorriso de deboche estampado em seu rosto.
Pietro e seu grupo saiu, bufando e gritando ameaças.
- Tenha cuidado com a noite, Pottinho, existem monstros que podem pegá-los! “Vivo no escuro, não me pare, sou um monstro!”
- James, você está bem?
Ainda estava em choque, não pelo que havia acontecido, mas pelo que ouvi, levantei, olhei para os outros e sussurrei.
- Ele sabe que somos bruxos.
Todos ficaram pasmos, e olhando ao redor, saímos correndo para minha casa.







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