A ascenção do Lorde das Trevas
Sétimo ano... O ano em que eu realmente começaria a agir...Eu e Snape desaparatamos numa estreita ruazinha, iluminada pelo luar. Logo depois um homem alto desaparatou a alguns metros de nós. Ao mesmo tempo, ele e Snape apontaram a varinha, um para outro. Snape e o homem abaixaram a varinha, reconhecendo-se. Era o Professor Jefferson. Eles guardaram a varinhas e começaram a andar. Eu apenas os segui...
--- Novidades? – Snape perguntou, olhando para trás, se certificando que eu os estava acompanhando.
--- As melhores! Foi um pouco mais complicado que imaginei. Mas acho que ele ficará satisfeito. – Jefferson falou enquanto virávamos à direita.
--- Está falando do Diretor de Durmstrang, Professor? – Falei evitando o olhar nervoso de Snape. Jefferson assentiu com a cabeça, o que considerei como um sim.
Na noite passada, eu havia quebrado sem querer o Bisbilhoscópio de Snape e levado uma bronca. Ele ainda estava muito nervoso com isso...
Paramos na frente de um portão de ferro trabalhado e negro, de aparência sólida e imponente. Snape, Jefferson e eu, perfeitamente sincronizados, erguemos os braços esquerdos, numa espécie de reverência, e atravessamos o portão como se o mesmo fosse feito de fumaça. Adentramos ao hall de entrada que era grande, mal iluminado e suntuosamente decorado. Paramos em frente a uma porta de carvalho, que levava à outro cômodo. Snape parou alguns segundos e girou a maçaneta de bronze , adentrando a mesma sala de reuniões.
--- Severo, Jefferson, Mariana – Falou a voz aguda de Voldemort –, estão praticamente atrasados.
Snape, eu e Jefferson, fizemos uma reverência, sentamos nos nossos devidos lugares (Snape à direita de Voldemort, Jefferson à esquerda e eu ao lado de Snape) e ficamos em silêncio. Algo me chamou a atenção. Havia um corpo girando em cima da mesa. Não conseguia parar de olhar, era horrível.
Voldemort se virou para Jefferson.
--- Jefferson, como está o andamento do plano?
Jefferson olhou calmamente para Voldemort, respondendo em seguida.
--- Esta indo muito bem, milorde... O Diretor da Durmstrang agora se encontra descansando em paz... O caminha está livre para que eu assuma o poder da escola.
--- Ótimo, ótimo... Menos um plano para me preocupar... – Ele se virou e contemplou o corpo de cabeça para baixo, mas logo voltou a cabeça para seu lado direito. --- E então? – Voldemort se dirigiu a Snape.
--- Milorde, a Ordem da Fênix pretende transferir Harry Potter do lugar seguro em que está, no sábado, ao anoitecer. – Snape falou com calma. --- Sábado... ao anoitecer. – Repetiu Voldemort. – Bom. Muito bom.
--- Milorde, eu ouvi outra coisa. – Yaxley se inclinou para frente, procurando ver Voldemort e Snape. – Dawlish, o auror, deixou escapar que Potter não será transferido até o dia trinta à noite, na véspera de seu aniversário de dezessete anos.
Snape deu aquele sorriso cínico que só ele sabia dar.
--- Minha fonte informou que planejam divulgar uma pista falsa. Deve ser essa. Sem dúvida, lançaram em Dawlish um Feitiço para Confundir. Não seria a primeira vez, todos conhecem sua suscetibilidade a feitiços. – Snape falou se recostando na cadeira.
--- Posso lhe assegurar, Milorde, que Dawlish me pareceu muito seguro do que dizia. – Contrapôs Yaxley.
---Se foi confundido, é obvio que parecerá seguro. – disse Snape. – Garanto a você, Yaxley, que a Seção de Aurores não irá participar da proteção de Potter. A Ordem acredita que estamos infiltrados no Ministério.
Voldemort ergueu a mão grande e branca e todos se calaram. Ele logo virou-se para Snape.
--- E em seguida, onde irão esconder o garoto? – Voldemort disse desviando o olhar para o alto, para um corpo que girava vagarosamente..
--- Na casa de um dos membros da Ordem. Segundo a minha fonte, o lugar recebeu toda a proteção que o Ministério e a Ordem juntos puderam lhe dar. Acredito que seja mínima a chance de pormos a mão nele, a não ser que o Ministério tenha caído antes de sábado. – Snape disse olhando de esguia para o corpo.
--- E então Yaxley? O Ministério terá caído até sábado? – Voldemort falou em um tom mais alto, que me assustou e me fez parar de olhar para aquele corpo e prestar a atenção na reunião.
--- Consegui, com dificuldade e após muito esforço, lançar uma Maldição Imperius em Pio Thicknesse, chefe do Departamento de execução da Leis Mágicas. – Yaxley falou enquanto outros pareciam impressionados por tal feito.
---De qualquer forma, é pouco provável que o ministério seja nosso antes de sábado. Se não pudermos por a mão no garoto no lugar de destino, então teremos que fazer durante a transferência. – Voldemort concluiu.
--- Quanto a isso, nossa posição é vantajosa Milorde. – Yaxley falou com um sorriso no rosto. – Já plantamos várias pessoas no Departamento de Transportes Mágicos. Se Potter aparatar ou usar a Rede de Flu, saberemos imediatamente.
--- Ele não fará nenhum dos dois. A Ordem está evitando qualquer forma de transporte controlada ou regulada pelo ministério. – Snape falou e Yaxley coroou.
--- Tanto melhor. Ele terá que se deslocar em campo aberto. Será muitíssimo fácil apanhá-lo. Cometeram-se erros demais com relação a Harry Potter. Mas aprendi. Agora compreendo coisas que antes não compreendia. Eu é que devo matar Harry Potter, e assim farei. – Voldemort falou, os olhos faiscando. – Contudo, preciso pedir emprestada a varinha de um de vocês... – Voldemort olhou para todos os comensais. – Nenhum voluntário? Vejamos... Lúcio, não vejo razão para você continuar a ter uma varinha.
--- Milorde? – A voz de Lúcio saiu rouca.
--- Sua varinha, Lúcio. Preciso de sua varinha.
Vi Lúcio olhar de esguia para Narcisa. Sua mão encontrou com a mão de Lúcio em cima da mesa, e ao toque dela, ele entregou a varinha para Voldemort.
--- De que é? – Voldemort disse observando a varinha.
-- Olmo, Milorde. E o núcleo... Dragão... Fibra de dragão.
--- Ótimo! – aprovou Voldemort.
Com a varinha de Lúcio, Voldemort apontou diretamente para o corpo que estava dependurado em cima da mesa e para o meu terror, o corpo começou a se mexer, lutando para sair dali.
--- Está reconhecendo a nossa convidada, Severo? – Perguntou Voldemort.
Eu e Snape, assim como todos os outros comensais, olhamos para o corpo. Eu quase dei um grito de espanto, mas pensei duas vezes e não gritei. Eu segurei firme na mesa, apertando o máximo que conseguia para ver se meu medo ou raiva passava. O corpo não era um corpo qualquer, e sim de Caridade Burbage, a professora de Estudo dos Trouxas de Hogwarts. O corpo da mulher girou e seu rosto ficou frente a frente com Snape.
--- Severo, me ajude! – Burbage falou com a voz cheia de terror.
--- Ah, sim... – Snape respondeu, voltando seu olhar para mim, que estava ao lado dele. Ela pegou a minha mão e colocou-a no meu colo, fazendo com que eu parasse de apertar a mesa, e me deu um olhar severo.
--- E você Draco? – Voldemort perguntou. Draco fez um movimento brusco com a cabeça. – Mariana? – Voldemort se dirigiu a mim.
--- Ah... Conheço Milorde... Mas não me matricularia no curso dela. – Completei.
Voldemort deu um sorrisinho.
--- Para os que não sabem, estamos reunidos aqui essa noite para nos despedir de Caridade Burbage que, até recentemente, lecionava em Hogwarts. – Breves sons de assentimento percorreram a longa mesa. – Sim... a professora ensinava às crianças bruxas tudo a respeito dos trouxas... e como se assemelham a nós...
Pude ver Rowle cuspir no chão. E em seu giro, a professora Burbage tornou a encarar Snape.
--- Severo... por favor... por favor...
--- Silêncio. – Ordenou Voldemort. – Não contente em corromper e poluir as mentes das crianças, a professora escreveu uma apaixonada defesa aos sangues-ruins no Profeta Diário. – Não havia como deixar de perceber a raiva e o desprezo na voz de Voldemort.
E pela terceira vez, Caridade Burbage encarou Snape. Lágrimas escorriam dos seus olhos para a mesa. Snape retribuiu o olhar, mas totalmente impassível.
--- Avada Kedavra.
Um lampejo verde foi em direção a ela, iluminando todos os cantos da sala. Burbage caiu estrondosamente sobre a mesa, que tremeu e estalou. Vários comensais pularam para trás e Draco caiu da cadeira para o chão.
--- Jantar Nagini. – Disse Voldemort se levantando e finalizando a reunião, enquanto a cobra deslizava sinuosamente sobre a mesa.
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