O Esconderijo do Espião

Chegamos à casa, que era pequena e extremamente velha, mas bem cuidada em alguns aspectos. A sala tinha um sofá velho e uma poltrona antiga, além de uma mesinha de centro bamba, com alguns tocos de vela acesa em cima. No teto, um lampião à gás iluminava fracamente, e sua luz era refletida pelo vidro da janela empoeirada.

            Jefferson chegou antes de eu e o Snape, e fechou a cortina da sala, logo seguido por Snape. O professor Jefferson se virou com uma cara que misturava choque e raiva.

            --- Pensei que você não faria tal barbaridade, Severo... Estou extremamente decepcionado com você. - Ele empunha a varinha com uma rapidez incrível, mas inacreditavelmente Snape também puxou a varinha em tempo. --- Você, Severo, que foi salvo pro ele... como pôde? Ele confiava em você, te defendeu por tantas vezes... - Sua voz alteou ameaçadoramente.

            --- Você sabe, Jefferson, o porque de eu ter matado ele! E fale mais baixo, por favor, não estamos na sua casa, então comporte-se...

            --- Me comportar? Acha que eu sou um dos seus alunos, Severo? Tenho mais experiência e poder que você na unha do meu mindinho!

            --- Não pareceu quando se curvou para Voldemort... - Snape deu um sorrisinho de desdém. --- Pareceu que ele sabia dominar a situação...

            Jefferson não aguentou a piada e ergueu a varinha, lançando um feitiço em direção ao peito de Snape, que desviou displicentemente do mesmo. Eis então que um duelo feroz começa, saraivadas de raios de todas as cores enchem a pequena sala, e o duelo passa para fora da casa.

            Snape realmente parecia atordoado, mas se defendia bem dos ataques do Professor Jefferson. O professor, porém, se mostrava dono da situação e acuava Snape com seus feitiços.

            --- O que foi, Severo? Não disse que eu me curvei por não saber dominar? E o que estou fazendo agora? - Jefferson sorriu com raiva --- Eu já disse, Severo, só não te mato por respeito à Dumbledore! Mas vou deixar você em paz, por enquanto... Temos mais o que fazer... - Ele ajuda Snape a se levantar e caminha de volta para a casa, olhando ao redor. - Reduto de trouxas... - Resmungou baixo.

            Snape entrou com um ar sério, se sentando na poltrona. Jefferson se sentou no sofá e eu me encolhi do lado dele.

            --- Temos pouco tempo pra planejar como ocultar o diretor da Durmstrang sem que Voldemort perceba... E isso vai ser extremamente difícil...Precisaremos de ajuda...Bem, acho que o Krum não se incomodaria em deixar o diretor por lá, enquanto nós Transfiguramos alguém que tenha morrido... Vai ser o melhor jeito... Assim o colocaremos na casa do Diretor, que graças à Deus é solteiro, e fazemos com que o ambiente tenha sido destruído em batalha... Snape, sei que perdi a cabeça, mas agora é hora de agir! Precisamos fazer com que nossos alunos não sofram com a Ascensão de Voldemort... Precisamos fazer de tudo, entenderam, de TUDO para protegermos eles... Como conseguirmos, claro... - Jefferson olha pra mim com um sorriso quase paterno e depois se levanta.

            --- Concordo, Jefferson, quero dizer, professor Jefferson. - Falo pela primeira vez, o que não foi bem vindo da parte do Snape, que me olhou de cara feia.

            --- Ótimo, Mariana... Se não se importam, agora eu vou voltar à Sibéria, acho que algum idiota morreu com alguma gripe grotesca... Vou ver se consigo o corpo dele... Até mais.

            Jefferson sai da casa e de vista, desaparatando em seguida.

            Eu e Snape começamos a discutir o melhor jeito de aparentar uma batalha na casa do Diretor.

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