A iniciação
Já estava em meu 6º ano em Hogwarts, onde muitas coisas aconteceram ao mesmo tempo: A mudança de Ministro (Rufo Scrimgeour entrou depois de várias falhas do Fudge); a volta do Krum à Bulgária...
Eu já estava em um nível alto nos treinos, até que um dia eu fui chamada para ir ao escritório do Dumbledore para conversar sobre a minha iniciação como Comensal.
- Entre! - Disse a voz cansada de Alvo Dumbledore.
Entrei e vi Snape sentado numa das cadeiras, me olhando do mesmo jeito inquisitivo de sempre. Sentei ao seu lado sem falar nada, atenta à mão murcha e preta do diretor.
- Estamos aqui, como bem sabe, por causa de sua iniciação como Comensal. Snape irá levá-la até o instituto Durmstrang, onde o professor Jefferson a iniciará. Ele, como Snape, é um Comensal disfarçado, que poderá nos ajudar muito...
Olhei pela janela e pensei em Krum... já estava com muita saudade dele...Mal percebi que iria ter que ir com Snape...Até ele me chamar pra irmos à Bulgária...
Chegamos à Durmstrang à noite, horário da aula do Professor Jefferson, de Artes das Trevas.
-Venha comigo. - Disse Snape, me segurando pelo braço e indo em direção às masmorras do grande castelo.
Passamos por um grande triângulo com um círculo dentro e, dentro do círculo, um risco vertical, e, embaixo, os dizeres “Pelo Bem Maior”, feitos por Gerardo Grindelwald quando era estudante da Durmstrang.
Finalmente chegamos à sala, onde Snape bateu levemente na porta e um homem assustadoramente alto (até para quem conhece Hagrid) a abre.
O homem alto, moreno, com cabelos encaracolados e compridos, barba grande e negra como os olhos, sorri.
-Pensei que não viriam mais... Então essa é a garota de quem Dumbledore me falou? - o professor Jefferson me olhou de uma forma estranha, como se estivesse me radiografando, e logo depois sussurrou ao meu ouvido – O Krum estará dentro de 1 hora na sala dos professores, tempo suficiente para vermos o Lord das Trevas.
Fiquei abobada com o poder daquele homem, mas resolvi não mostrar o quanto fiquei chocada e apenas acenei com a cabeça.
Ele se virou para a sala e dispensou todos para seus dormitórios, me levando à uma lareira próxima, junto com Snape.
-Vamos usar o Pó de Flu, e temos que ir à Mansão dos Malfoy, entendeu?
-Sim.- foi o máximo que pude falar, pois a adrenalina falou mais alto...
Entrei na lareira e peguei um pouco do pó, joguei no chão e gritei “Mansão dos Malfoy!”, começando a girar por lareiras diversas, até chegar à uma sala muito ornamentada com a lareira feita de mármore branco e com um espelho de moldura dourada.
Um vulto branco-perolado estava sentado do outro lado da sala, com uma cobra enroscada nos pés.
-Enfim, escolheu o lado que resolveu seguir, srta. Black?
-Sim, Milorde... Aceito ser uma de suas Comensais e prometo lhe ser fiel e dizer tudo que sei sobre Dumbledore e Hogwarts.
Voldemort sorriu com a minha resposta, logicamente treinada por mim e por Snape.
-Não esperava outra atitude que não fosse essa... Bom trabalho, Snape, muito bom trabalho... Vamos à sua iniciação! Jefferson, faça a Marca nela!
O professor Jefferson pegou meu braço esquerdo e apontou sua varinha para meu pulso, que ardeu muito. Fechei a mão de dor, mas não queria mostrar o que estava sentindo para Voldemort. Snape olhou a cena com um sorrisinho de desdém. Finalmente a dor parou, e uma caveira com língua de cobra estava tatuada em meu braço.
-Espero que sempre me siga, srta. Black, ou sofrerá as consequências.- Voldemort falou ferozmente. – Podem ir.
Jefferson e Snape me puxaram para a lareira e fomos para Durmstrang, onde os dois continuaram conversando sozinhos (Obra do professor Jefferson, que me expulsou obviamente da sala) e eu fui me encontrar com Krum, para matar a saudade...
-Severo, tem certeza de que ela está preparada pra isso? Acho que ela deve ter um treino comigo...
-Se acalme, Jefferson, eu fiz o possível e o impossível com essa garota...
CAPITULO 7 – O Espião da Durmstrang
Desde que saímos da Bulgária, fiquei tentando entender como aquele professor me conhecia, e ainda mais, como ele sabia que eu namorava o Victor Krum...
Dumbledore disse que ele era um espião, e notei que era poderoso, então resolvi investigar mais e, às escondidas, nas férias de verão, fui de novo à Bulgária. Dei sorte de ter alguns dias de diferença das férias de Hogwarts para as férias da Durmstrang, e encontrei o professor nas masmorras, como sempre...
-Pode entrar, srta. Black. - Disse ele sem nem ao menos eu ter chegado à sala, cuja porta se abriu. - Sente-se, por favor...- Pediu ele, sorrindo.
-Como...?- Perguntei, intrigada.
-Como eu sabia que você namorava o Krum, como eu sabia que você estava vindo, e como eu sei o que você acabou de tentar me perguntar?
-É, acho que é isso... Como?
-Bem, modéstia a parte, não sou Comensal e espião sem mostrar merecido talento e poder, não é mesmo? Além do mais – Disse ele, se virando e examinando uma parede cheia de livros com as mãos displicentemente nas costas. - Eu sei controlar as sombras.
-Você o QUE?
-Veja. - Ele olha com certa concentração para um canto escuro da sala, e um vulto se ergue, muito mais que uma sombra comum, mas não totalmente humano, e se curva para Jefferson, com a cabeça virada pra mim.
Soltei uma exclamação que misturava ao mesmo tempo pavor e admiração... Nunca tinha visto tal aparição, mas nunca pensei que alguém pudesse controlar essa aparição.
-Como o senhor faz isso? - Perguntei interessada.
-É isso que você vai treinar comigo, se quiser... Posso deixar você tão poderosa quanto o próprio Voldemort. Vejo em você um talento sem igual, até mesmo para quem conheceu Alvo Dumbledore. É só uma questão de treino...
Ele sorriu novamente e olhou para mim, e mais uma vez aquela sensação irritante de que ele estava me radiografando veio.
-Pode parar com isso?- Falei irritada quando ele desviou o olhar.
-Parar com o que, srta. Black?
-De me radiografar! - Retruco com impaciência.
-Ah, sim, me desculpe, mas não me contive... – Ele esconde uma risadinha e volta a olhar a sombra, que se funde novamente com a escuridão do local. O professor Jefferson olhou seriamente para mim, e falou com uma severidade antes contida na voz dele – E então, vai querer a minha ajuda?
-Claro que sim, senhor! - Respondo ansiosa para obter o poder que ele mostrou.
A partir daquele dia fiquei 3 meses numa caverna de gelo na Sibéria, onde ele morava. Depois desse tempo, aprendi a controlar não só as sombras, como tudo que tivesse alguma escuridão, como o interior do corpo humano.
As férias enfim terminaram e eu voltei para Hogwarts, muito agradecida com o professor Jefferson, O Espião da Durmstrang. Mal sabia ele que depois de acabar com Voldemort ele se tornaria diretor da escola...
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