O treinamento
Quinto ano... até que os anos se passaram rápido. Sou monitora da Grifinória!! É nesse ano que começa meu treinamento...
--- Aula de poções no primeiro tempo. Que horror ! – Hermione falava enquanto descíamos as escadas das masmorras. – E com a Sonserina !
--- Parece que colocam de propósito! – Eu disse enquanto abria a porta da sala e colocava meu material na última carteira dupla, ao lado do material de Hermione.
Eu e Mione sempre éramos uma dupla, e sentávamos atrás junto de Harry e Rony, que também era sempre dupla.
--- Oi meninas! – Harry disse sentando em sua carteira.
--- Oi garotas! – Rony entrou logo em seguida se sentando ao lado de Harry.
--- Oi! – Eu e Hermione falamos ao mesmo tempo.
--- Desanimador, não? – Rony disse enquanto via Draco Malfoy entrar na sala seguido de Crabbe, Goyle e Pansy.
--- Bastante... – Eu disse me virando para Hermione para conversar com ela enquanto Snape não chegava.
Estavam todos na sala, derepente, a porta se abriu de uma vez só, e foi fechada com violência por Snape que acabara de adentrar na sala. Ele andou entre as carteiras, e o silêncio foi tomando conta de onde ele passava. Parou em frente a sua mesa e disse:
--- Hoje iremos fazer a Poção da Paz... Alguém sabe me dizer qual o seu efeito ? – Snape começou a andar entre as carteiras.
Eu sabia a resposta, mas não estava afim de falar... Hermione pelo contrário foi a única da sala que levantou a mão.
--- Ninguém? – Snape disse ignorando Hermione.
Hermione logo abaixou a mão, e eu me virei para o lado para conversar com Harry e Rony. Ficamos conversando durante toda a aula e não escutamos uma palavra de que o Snape disse sobre como fazer a poção, mas eu já sabia, pensei. Então, Snape parou de falar e encarou nós três ao fundo da sala.
--- Antes de começarmos, acho que vou fazer umas perguntas... – Ele falou friamente andando em direção ao fundo da sala onde estávamos. – Potter... Quais os ingredientes para a poção da paz? – Ele perguntou muito próximo de Harry. Seus olhos faiscavam e mostravam toda a crueldade.
--- Não sei senhor... – Harry respondeu abaixando a cabeça.
--- Wesley, o senhor sabe? – Ele disse se voltando para Rony.
--- Não professor. – Rony falou.
--- Black? – Ele olhou em minha direção.
--- Pedr... – Eu comecei a responder, mas fui interrompida.
--- Pelas atuais circunstâncias... – Ele disse dando um sorriso cínico em minha direção. – Acho que devemos fazer umas mudanças aqui na sala. Srta. Granger... Ao lado da Srta. Parkinson. – Hermione se levantou furiosa e se sentou ao lado de Pansy. – Weasley... Continue aqui. Potter... Ao lado do Sr.Malfoy! – Harry se levantou e sentou ao lado de Draco. – Black... – Snape falou olhando a sala. – Na primeira carteira, na frente da minha mesa.
--- Mas senhor... não tenho dupla. – Eu respondi em defesa.
--- Black... Nós dois sabemos que a senhorita não precisa de nenhuma dupla para fazer o seu trabalho direito, não é mesmo? – Ele disse ameaçadoramente.
--- Sim, claro. – Respondi irônica e andei em direção a mesa, derrubando propositalmente o xarope de Heléboro que estava na minha mesa nas vestes de Snape.
--- Façam suas poções! – Snape disse para o resto da turma e foi em direção à sua mesa, sentando-se. Ele retirou a varinha e murmurou um encantamento que fez a mancha em sua roupa desaparecer. Ele olhou para mim e falou. – Só não lhe dou detenção, pois hoje o seu treinamento começa, e a senhorita vai ter que vir a minha sala todas às noites. Como isso é muito importante para Dumbledore, não posso lhe distrair com uma detenção. Mas fique sabendo que não vou tolerar insolência sua. – Ele falou enquanto se levantava para verificar as poções.
Não respondi nada. Apenas fingi que não estava ouvindo e voltei a fazer minha poção.
Já era noite... Meu primeiro treinamento. Desci as escadas das masmorras. Mil pensamentos passavam pela minha cabeça... Eu estava nervosa... Parei em frente a sala, respirei fundo e bati na porta.
--- Entre – A voz de Snape falou.
Entrei na sala. Ela estava diferente. A maioria das cadeiras estavam encostadas na parede, deixando um espaço livro no meio.
--- Pegue sua varinha. – Snape disse já com a sua em mãos. Ele estava à alguns metros de mim, em pé.
Eu logo peguei a varinha e fiquei olhando para ele, atenta aos seus movimentos.
--- Os praticantes das Artes das Trevas não têm piedade nem dó. Como ocorre em todas as vezes, é preciso realmente querer para que feitiços aconteçam. Para lançar a Maldição Cruciatus, por exemplo, uma pessoa realmente tem que querer causar dor fora de si mesmo e internamente em alguém. E é por isso que vamos trabalhar a sua mente. – Snape disse se aproximando de mim. – Vamos começar do básico, porém mais importante. Oclumência. A senhorita sabe o que é? – Snape disse me fitando com seus olhos negros.
--- É a prática de proteger a mente contra invasões externas. – Respondi rapidamente encarando-o.
--- Exatamente. É usada contra pessoas experientes em Legilimência. Oculta sentimentos e lembranças que contradizem a mentira, mas para isso o praticante deve estar concentrado em esvaziá-la. Vamos tentar uma vez. Esvazie a mente... – Snape disse apontando a varinha para mim. – Legilimens ! – Ele gritou.
Senti como se algo tivesse entrado a força em minha cabeça. Cai no chão, ficando sentada, lembranças passaram pela minha cabeça. Meu primeiro beijo com Krum reapareceu em minha mente. Porém, com Snape assistindo.
--- Sente saudades? Saudades de seu namorado? – Ele disse abaixando-se ao meu lado, depois de desfazer o feitiço.
--- Não é da sua conta! É pessoal! – Retruquei.
--- É da minha conta sim. E agora já não é mais pessoal, já que posso entrar na sua mente sem esforços. – Snape disse apontando a varinha para mim mais uma vez e se levantando – Legilimens! – Ele gritou denovo e a mesma sensação tomou conta da minha mente.
Dessa vez, me veio a lembrança da volta de Voldemort, a morte de Cedrico... E lá estava Snape olhando a cena com um sorriso cínico no rosto.
Ele logo desfez a magia e olhou para mim.
--- É fraca. Fraca como o tio... – Ele disse com desprezo.
--- Eu já disse para não xingar o Sirius! – Gritei me levantando.
--- E a senhorita acha que manda em mim? – Ele deu um sorriso. – Não quer que falemos do seu tio... Então vamos falar de seu pai. Aquele traidor...
--- CALA A BOCA! – Apontei a varinha para ele.
--- Vai me atacar Black? Me atacar como fez no 3º ano?? Sabe que vai sair perdendo não é?
--- Você só tem ciúmes... – Eu disse encarando-o.
--- O que foi que disse? – Ele se aproximou mais de mim.
--- Ciúmes! – Eu repeti. – Ciúmes porque você amava Lílian Potter e ela ficou com Thiago, e para esquecer, você passou a amar minha mãe. Mas tem ciúmes, pois ela escolheu meu pai, o seu melhor amigo, ao invés de você. E principalmente, ciúmes porque eu, uma garota escolhida por Dumbledore, o maior mago de todos os tempos, para fazer uma missão de um nível extremo, não sou a sua filha. Porque se você tivesse ficado com minha mãe, quem teria sido meu pai, era você! E sim, eu sei disso. – Berrei na cara de Snape.
Aquilo havia sido a gota d’agua... Snape se aproximou de mim e me deu um tapa no rosto.
--- Eu nunca, nunca gostaria de ter uma filha insolente e indisciplinada como você. – Apesar de tudo, Snape parecia calmo. Mas seus olhos negros esbanjavam crueldade e frieza. – Não esqueça de treinar a esvaziar sua mente. – Ele fez um movimento rápido com a varinha e a porta se abriu.
Eu sai da sala sem dizer uma palavra. Do meu rosto caiam lágrimas, que eu logo enxuguei. Cheguei em meu dormitório e me joguei na cama sem ao menos trocar de roupa e adormeci.
Os treinamentos continuaram. Preferi não dizer mais nada para ele e obedecia a tudo o que me era proposto. Consegui dominar Oclumência com uma certa facilidade. Aprimorei meus feitiços em um nível extremo para a minha idade. Quanto às Artes das Trevas, não estava lá essas coisas, pois eu ainda não tinha a total coragem de lançar uma maldição imperdoável em alguém. Nos NOMS passei em todas as matérias, mas escolhi apenas as essenciais para se tornar um Auror: Transfiguração, Poções, Defesa Contra as Artes das Trevas e Feitiços e é claro, Vôo e Runas. Porém, algo horrível aconteceu esse ano. Meu tio Sirius foi morto por Bellatrix Lestrange, no Ministério da Magia, Departamento de Mistérios. Me arrependo de não ter ido com Harry e a AD, mas de alguma forma Snape sabia e arrumou um treino extra, ameaçando que se eu não fosse, Dumbledore iria saber... Mas eu devia ter ido...
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