Prólogo



Prólogo
ou “Nerd de Álgebra III”




16 anos, 364 dias, 6 horas, 1 minuto e 26 segundos

Não é super legal você ser invisível perante toda a escola? Quero dizer, isso significa que você poderia... Sei lá... Fazer qualquer merda que ninguém desconfiaria de você, afinal, você existe mesmo? Sim, existe esse tipo de
exclusão social em pleno século XX, 1986!

Além disso, há outra coisa sobre mim que eu procura não comentar, afinal, acho inútil já que quase todo mundo consegue fazer o mesmo: “prever o futuro”. Não como se eu fosse prever o futuro daqui há um bilhão de anos, ou daqui a 14 anos, já que 2000 será o ano do apocalipse. É como se eu pudesse ver, por exemplo, as questões da prova de geometria de amanhã, ou que o sutiã de Claire Clearwater vai abrir daqui cinco minutos, ou que James Potter vai terminar com Rebecca Wilson às 2:30, logo depois do almoço, entende?

- Remus! Remus! – eu ouvia alguém gritando logo atrás de mim. Era Lily Evans, minha melhor amiga. Minha companheira de invisibilidade, minha amiga nerd e a garota que é viciada em James Potter, o cara do time de futebol americano. – Me espera!

Ela corria com uma tonelada de livros na mão. Estava atrasada novamente.

- Ei Lily! – falei a cumprimentando.

Ao contrário do que muito possam pensar, nós somos nerds, sim, claro, como não? Mas não temos espinhas, ou usamos óculos, como a publicidade faz questão de tachar. Lily e eu estávamos em quase todas as matérias juntos, exceto Algebra III e Física Quântica.

- James vai matar a aula de redação hoje, Remie? – ela me perguntou toda pimpona.

- Lily, isso é meio importante? – perguntei, e ela sorriu afirmando.

É, Lily não tinha o dom, e eu me sentia meio que na obrigação de ver isso para ela, afinal, ela era uma espécie anormal, afinal, ela é uma das poucas que não tem o dom, não é?

- Certo. – me concentrei um pouco, afinal eu já estava acostumado a ver o futuro, então não era preciso muita concentração.

Fechei os olhos e então vi James dormindo na aula da senhora Taylor. Não era uma coisa legal você ficar espionando um macho pelo seu “dom”.

- Não. Na verdade, ele vai dormir nessa aula. – eu falei, dando de ombros, quando percebi que ela se chateou. – Lils, tenho que te contar uma coisa...

- Fala.

- Bom, é que o Potter vai terminar com a Rebecca depois do almoço, então eu pensei... Bem, você sabe.

- OMG! TIPO TOTALMENTE! – ela gritou no meio do corredor, mas como eu disse, somos invisíveis.

Eu ri, enquanto íamos para Robótica. É, nerds fazem robótica e os pops fazem educação física, que não era mais obrigatória em Hogwarts, graças ao deferimento do meu artigo sobre “sedentários por opção” no jornal de escola. A maioria dos nerds votou pelo “NÃO A ED. FÍSICA!”, quando a direção resolveu abrir um plebiscito sobre o assunto, mas depois nos fez prometer que participaríamos das aulas de condicionamento físico. Grande democracia.

Hogwarts era a típica High School americana que sempre foi e sempre será uma High School americana. Um High School americana tem como espécie de sistema “social” o sistema de castas. Sim, castas, como a Índia, mas ao contrário da Índia, aqui, vacas não são sagradas... Entendeu a piadinha? Enfim, temos os nerds, que são considerados os dalits, os estranhos, skatistas, surfistas e slackers são os vaisyas, os cantores, atores e jogadores do time são os ksatrya e os ricos e populares são o brahmanas. (para mais informações consultar a Wikipedia)

Era engraçado ver aquela divisão da escola. Era como água e óleo, uma mistura heterogênea que... Não se misturava.

- Hoje vocês vão terminar o projeto do robô de vocês. Então o robô ganhador da escola poderá competir no estadual, do qual o prêmio vocês sabem qual é. – um celular, aka* sonho-de-consumo-de-qualquer-adolescente. Dá para acreditar que uma porcariazinha custa mais de 20 mil dólares? Isso é uma extorsão da população. Por isso que eu apoio a reintegração do bipe.

- Remus, eu preciso ganhar um celular, você não está entendendo! – ela me falou. Provavelmente ela quer um para poder ligar para o James quando “nos casarmos e tivermos cinco filhos”, segundo ela.

- Lily, nós vamos conseguir. – afirmei pegando o desenho to projeto do robô.

Eu queria que ele fosse como R2D2 de Star Wars, mas Lily queria que fosse como C3PO então não tínhamos chego a um acordo ainda. Acho que vamos acabar o fazendo imagem e semelhança de Darth Vader. Aliás, não posso acreditar que Star Wars chegou ao fim! Eu tenho todos os bonequinhos, todos os pôsteres, todas as revistas sobre e todos os cassetes (VHSs), preciso de mais.

- O que você acha que o Jordan tanto ouve do walkman dele? – Amos Diggory me perguntou. Ele sim era a própria imagem do nerd de publicidade. Espinhas, óculos fundo de garrafas, coluna arcada... Ele é o perfeito nerd.

- Talvez ele queira só se mostrar. – Lily falou e eu assenti.






Estávamos no almoço, e Lily mal se continha. Ela só queria estar presente na hora que James terminasse com Rebecca, mas provavelmente ela já sabia disso. Rebecca, quero dizer. Afinal ela é uma brahmana, tem um celular, e provavelmente tem “o dom”.

- Duas e dezenove, e o tempo não passa! – ela estava impaciente. Estava num ritmo frenética.

- Lily se acalme! – fechei os olhos e vi que o horário tinha mudado. Eles iriam terminar daqui exatamente dois minutos na sala de condicionamento físico, onde ela estaria fazendo Yoga. Levantei e a puxei.

- O que foi?

- Se você quer ver a briga corre. Temos dois minutos até chegar ao terceiro prédio.

- O QUE EIN? – ela gritou, enquanto eu continuava a puxando.

Sim, Hogwarts era constituída por três (!!!!!!!!!!!!!) prédios e eu ainda me pergunto pra quê? Será que existe mesmo necessidade de três prédios?

Um minuto e meio depois estávamos lá, ao lado da sala de Yoga, fingindo estar procurando a chave do armário que, supostamente, seria de Lily, no corredor deserto.

- VOCÊ O QUE? VOCÊ BEBEU, JAMES POTTER? – Rebecca gritava lá dentro.

- Uau, experimenta calcular a freqüência dessas ondas mecânicas! – ela disse me fazendo rir. – Acho que está bem alta, quase superior a 20.000Hz.

- Te contei a piada do Newton? – eu falei ainda rindo.

- Depois você me conta. Quero ouvir a briga! – ela falou, e eu fiquei em silencio.

- Rebecca, não estamos mais dando certo! – Potter dizia tentando acalmar e namorada... Ou devo dizer, ex-namorada?

- VOCÊ TEM OUTRA? QUEM É A VACA? – ela insistia em gritar. É, eu disse que aqui as vacas não são sagradas.

- Não tem ninguém, Rebecca, será que você não aceita que acabou? – é claro que não. Deixa de ser idiota, Potter. Você jura que achou que ela ia largar de outro brahmana, rico, e que ainda por cima é do time de futebol? Ela não vai querer se rebaixar a um vaisya, vai?

- ACABOU NÃO É? Ótimo, seu idiota! Ah, você está acabado! - Como se ela fosse cumprir a promessa. Acabar com um brahmana? – Lily disse. É, a seleção de castas havia sido feita por nós dois, então, só nós dois entendíamos nossas conversas. – Nem que a vaca espirre. - Ei, vocês, o que fazem aqui? – ela perguntou para a gente.

- Estávamos procurando a chave do armário que ela perdeu. – eu respondi. Eu jurava que era invisível!

- Ótimo! Vocês NUNCA ouviram o que se passou aqui, certo? – ela ameaçou apontando o indicador para nós.

Lily acenou afirmativamente, e eu ri. Não me conti.

- Palhaço, ele só acha que é assim que a coisa funciona! – Rebecca foi em direção ao vestiário resmungando.

- Ei! – Potter disse – Vocês são novos?

É, ele tentou ser simpático. Só faz... Sei lá, cinco anos que estudo aqui.

- Não. – falei. Lily estava paralisada.

- Tudo bem com você? – ele perguntou para Lily.

- Eu, é... Sim, tudo.

- Então, quer ajuda para achar a chave? – ele ofereceu.

- Bom, já que você achou ajuda, eu vou para casa. Decidi não ficar para Física Quântica. – falei, inventando uma desculpa.

- Cara, você faz Física Quântica? Que merda!

- Cara, você joga no time de futebol? Que merda! – falei como ele arqueando uma sobrancelha e ele começou a rir. – Enfim, vou para casa. Parece que o fast food lá do lado de casa vai inaugurar amanhã.

- O Johnny Rockets? – Lily perguntou.

- Sim.

- Isso significa que poderemos comemorar o aniversário de alguém lá. – ela falou.

- De quem? – James quis saber. Por que mesmo ele estava aqui? Conversando com os dalits?

- Meu. – respondi com pesar na voz. Se há uma coisa que eu terminantemente odeio é fazer aniversário.

- É, dele.

- Bom, Lily, espero que você ache sua chave. – eu ri e pisquei para ela, quando ela corou. Mentira tem perna curta, mas ela vai saber sair dessa.

Só espero que depois que ele descobrir que ela é uma dalit, ele não fique com a paranóia de se purificar. Não.






Cheguei a rua de casa, após ter pego um ônibus relativamente vazio, onde eu deixei uma moeda cair e tive que procurar por todo o ônibus, afinal, sem ela eu não voltaria para casa. Bem, voltaria... A pé. Às vezes, eu penso em me mudar para uma escola mais perto daqui de casa, mas depois eu penso que se eu quero ir para Harvard, eu preciso continuar em Hogwarts, construindo meus robôs...

Hoje é dia 5 de setembro o que significa que estamos em aula faz duas semanas, e minha vida continua a de sempre, a não ser pela construção aqui no lado, que havia me acordado às 6:30 da manhã todos os dias das férias. Mas felizmente acabou há alguns dias, isso quer dizer que o previsto para a inauguração é amanhã mesmo. E eu tenho a impressão de que isso não vai ser muito legal, afinal fast foods ficam abertos até tarde, ou seja, nada de dormir cedo para poupar energias para extravasar nos meus projetos escolares.

Entrei em casa e minha mãe estava malhando com aqueles programas de TV, no meio da cozinha, onde havia uma pequena TV de 10 polegadas, enquanto meu pai via um documentário qualquer no Discovery Channel... Era um canal que tinha lançado ano passado que só passava documentários e coisas do tipo.

Meu pai é o tipo de cara que assiste a documentários de “como as formigas fazem sexo”, já mamãe é viciada em “manter a forma”, com aquelas fitas de U$9,99 que vendem no supermercado, com aquelas mulheres de tênis branco, meias até a canela, legging rosa e preto até o umbigo, top nas mesmas cores e cabelo loiro num rabo alto. Mamãe tem todos os aparelhos possíveis lançado até agora. Inclusive aquele treco para ajudar a fazer abdominais.

- Oi, pai, oi mãe. – falei tirando os sapatos na entrada. Herança de vovó, que nunca nos deixou entrar em casa de sapatos, por causa dos germes e micróbios da rua. Que ela descanse em paz.

- Não ficou para as aulas, meu bem? – mamãe perguntou, vindo me dar um beijo.

- Não. Achei melhor voltar para casa para... Estudar reprodução dos protozoários. – menti. Papai e mamãe são rigorosos com relação à escola, então, parte da minha nerdêz se deve a eles. Mas eu sou feliz assim... Acho.

- Você tinha o que hoje?

- Física Quântica. Eu sou bom nessa, mãe. – falei. – Vou subir, ok?

Então o resto do meu dia passou como qualquer outro. Mergulhado nas revistas de Star Wars.






Sábado, graças a Darth Vader. Que a força esteja comigo, principalmente porque eu estou sendo acordado por papai e mamãe em cima de mim. Legal, 17 anos, como se isso fosse mudar muito a minha vida.

- PARABÉNS PRA VOCÊ! PARABÉNS PRA VOCÊ! PARABÉNS, QUERIDO REMUS! PARABÉNS PRA VOCÊ! – eu, decididamente, mereço isso.

- Valeu mãe, valeu pai. Posso respirar agora? – falei tirando o edredom de cima de mim.

- Filho, precisamos contar uma coisa para você.

- Sério? Pai! Mãe! Não precisava, é sério! Você gastaram todas as economias de vocês! Mas muito obrigada, caramba! – eu falei com a simples idéia de ter um carro.

- Filho, o que? – papai falou sem entender.

- Vocês não vão me dar um carro?

- Não...

- Ah.

- Temos que te contar outra coisa. – mamãe falou séria. – Conta, amor.

- Certo. Remus, você sabe que tem um dom, não sabe? – é óbvio. – Então, esse dom que você tem, ao contrário do que sempre dissemos, não é um dom comum. Aliás, é muito raro, tanto que nunca se ouviu falar de nada parecido.

ESPERA AÍ! PARA TUDO! COMO É QUE É MESTRE YODA?

- Só pode ser a vingança dos Sith! Só pode! – eu exclamava.

- Como? – mamãe perguntou atordoada.

- Como assim eu tenho um dom raro. Isso quer dizer, EU TENHO UM DISTÚRBIO!! – exclamei.

- Mas olha pelo lado bom, você é único. – o único problemático do século, você quer dizer.

- É só o que me faltava! Agora eu vou ser obrigado a me isolar numa nova galáxia, junto com o espírito do Mestre Yoda, do Darth Vader e do Obi-Wan!!! – eu estava vendo Star Wars demais. – Não, melhor! Eu vou para o Naboo, onde eu vou fazer cirurgias para me transformas em Gungans ao invéz de ser um naboo
problemático!

- Se acalme, Remus!

- Eu juro por Darth Sidious que minha vi está acabada! – drama mode on.

- Já chega, né?

- É. – falei, me sentando na cama.

- Achávamos que você estava grandinho para saber disso.

- Estou desiludido. – falei pondo um ponto final na conversa.

Não que isso fosse muito importante, mas eu poderia ver o que aconteceria daqui cinco segundos ou mais... O problema é que... Isso era um problema. Um de verdade, quero dizer.





*aka: as known as = mais conhecido como.






N/A: Ficou pequeno, eu sei, mas isso é só um prólogo, gente! Adorei esse prólogo, ficou super Star Wars, e eu amo Star Wars desde que me conheço por gente (SÓ FALTAM DOIS PARA COMPLETAR A MINHA SAGA! *-*), então eu adorei poder escrever sobre. Sim, o Remus é bem nerd, mas ele não tem a aparência de um como o Amos. Não sei exatamente o final na fic ainda, mas sei o que vai acontecer durante. Sim, é R/D, mas tem os outros shippers também, então fiquem tranqüilas/os.

Que a força esteja com vocês.
Darth Gih Meadowes.

N/B: YAY! Curti demais esse prólogo, tipo assim... TUBALACOBACO! Star Wars é mara, mas o Luke é tão feio, coitado... Mas o Remus precisa entender que O DOM é especial, significa que a quantidade de midi-chloridians dele é bem grande, ele pode ser o próximo Anakin Skywalker! Gentz, o pai do Remus é igual ao pai do nosso professor de física quântica (mentira, é só de física “normal” mesmo)! Adooro as R/D’s da Gih, elas são tão lindas babantes!

Até logo pequenos gafanhotos,
Miss Laura Padfoot.


 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.