Scorpius Malfoy
Scorpius Malfoy
Scorpius Malfoy encarava a todos ali, com a face levemente avermelhada. Albus continuava a encarar o garoto, filho de Draco Malfoy, com curiosidade. Tentava entender o que se passara na mente de Horácio Slughorn quando convidou o menino para integrar o clube.
Se havia uma coisa que a família Malfoy não possuía era boa reputação. A começar por Lucius Malfoy, o mais antigo do qual Albus tem conhecimento; o homem, de aparência elegante e distinta era o mais fiel servo de Lord Voldemort, assim como sua esposa, Narcisa Malfoy. Juntos, o casal teve um filho que conseguia ser tão ruim quanto o pai, Draco Malfoy, aquele que infernizou o pai de Albus, Harry, durante todos os seus anos escolares sendo, inclusive, o principal responsável por encurralar o Diretor Albus Dumbledore, o maior nome da magia moderna, na Torre de Astronomia do castelo de Hogwarts.
Tudo bem que a família Malfoy se arrependera de todos os seus atos, inclusive Narcisa tendo certa importância na batalha final, quando ajudara Harry, mas, ainda sim, reputação não era algo que se mudava da noite para o dia, apesar de Albus saber por seu pai que Draco Malfoy fazia de tudo para limpar o sobrenome da família. “Tenho que admitir que ele se esforça” Harry uma vez dissera durante o jantar.
Albus, então, pigarreou, quebrando o clima tenso que se instalara no recinto e Slughorn finalmente percebeu que estava sendo mal-educado com o convidado.
- Entre, Sr. Malfoy!
O homem exclamou, apontando a única cadeira vazia naquele compartimento. Albus olhou para o lado e conteve um gemido ao ver que era exatamente a cadeira ao lado da sua. Pegou a taça que estava em frente a si (magicamente já cheia de hidromel) e levou a boca, sentindo Scorpius puxar a cadeira e sentar-se ao seu lado. Após alguns segundos de leve tensão, todos voltaram a conversar como faziam antes do acontecido; o único que ainda encarava Scorpius era James, cujas orelhas estavam ainda mais vermelhas.
- O que faz aqui, Malfoy? – ele perguntou, ríspido.
Scorpius olhou assustado para James, que não tinha a mínima intenção de ser amigável com o garoto. Albus olhou para o seu lado, vendo Scorpius cada vez mais vermelho de vergonha e então olhou para o outro lado, onde Rose cerrava os olhos para James.
- O professor deve ter tido seus motivos para convida-lo, James – ela disse – Já que vamos dividir o mesmo compartimento por algumas horas, seja educado.
James baixou o olhar, como sempre fazia quando a prima o repreendia, mas suas orelhas ainda continuavam vermelhas de raiva. Albus ouviu Scorpius fazer uma ligeira exclamação de surpresa, como se realmente não acreditasse que um dia pudesse ser defendido pela filha de Ronald Weasley.
- Obrigado.
Rose virou-se para o garoto ao ouvir o sussurro, mas nada respondeu, apenas assentindo com a cabeça e bebendo sua taça de hidromel. Albus voltou a olhar para Scorpius, que fazia o mesmo; olhou, então, para as outras pessoas, que resolveram ignorar completamente a presença de Scorpius no local, exceto por James, que ainda estava com raiva, e por Victoire, que finalmente parecia ter percebido a presença do garoto por ali; mas ela não o olhava com raiva, apenas levemente curiosa.
- Bem – Slughorn começou a falar – todos vocês que se encontram aqui foram convidados para que eu pudesse demonstrar o enorme apreço que sinto por vocês e, em especial, pelas famílias de vocês – sorria – todos vocês aqui são alunos brilhantes – neste momento Rose revirou os olhos – e quero que saibam que podem contar comigo para o que der e vier, assim como eu espero que a recíproca seja verdadeira.
Slughorn olhou para Albus e James, sorrindo abobalhado. Então, abriu o álbum de fotos.
- Vejam só, os adoráveis filhos de Harry Potter! – ele exclamou – Harry fora um ótimo aluno meu, ganhando várias recompensas em minhas aulas. Lembro-me com clareza da Poção do Morto-Vivo que ele criara com incrível perfeição. Oh, sou obrigado a dizer que nunca mais nenhum outro aluno repetiu tal feito. – ele lamentou, mas apenas por um momento – Mas agora eu tenho a esperança de que os dons para Poções, passados desde Lily Potter chegarão à vocês dois, que serão tão brilhantes quanto seu pai e sua avó um dia foram. – e então uma sombra de tristeza passou seus olhos, que olhavam nostálgicos o álbum – Lily, minha aluna preferida. Que Merlin a tenha consigo.
Albus sorriu, lembrando-se de todas as coisas que seu pai lhe contara sobre sua avó, Lily e sobre seu avô, James Potter. Incríveis pessoas, queridos por todos e dotados de grande inteligência e magia, morreram lutando contra Voldemort e, se não fosse por Lily (era o que Harry dizia), talvez o tão temido bruxo das trevas nunca tivesse sido destruído.
Slughorn voltou-se para Rose, com seu sorriso abrindo ainda mais.
- Sabia, menina, que sua mãe fora uma de minhas melhores alunas? Oh, sim. Grande garota, a Granger. Fazia poções como ninguém e, devo dizer, era muito competitiva. – ele deu uma risadinha e piscou para Albus – Tome cuidado Albus, se a pequenina Rose for que nem a mãe, seu posto de primeiro da classe será ameaçado.
Rose estava incrivelmente rubra e tentava disfarçar, sem sucesso, um sorrisinho confiante de quem tinha a total certeza de que era igual à mãe. Albus percebeu que Slughorn não mencionara Rony, que não fora aluno do Clube.
O professor continuara cumprimentando todos os alunos, dando grande ênfase nos feitos realizados por eles ou seus pais. Albus, que prestava atenção à tudo o que Slughorn falava, descobriu que o Sonserino que aparentava ser mais velho era Julian Pucey, cujo tio, Adriano Pucey, trabalha no Ministério da Magia, no mesmo departamento de Hermione. Os outros dois eram Claudius Zabini, neto de uma bruxa muito bonita e poderosa, que fora casada por mais de dez vezes, e Allice Bulstrode, cujo primo, com o qual não possui contato, é um parente distante de Adalberto Waffling, o autor do renomado livro “Teoria da Magia”. Albus reparou que a menina Bulstrode fora solenemente ignorada quando Slughorn percebeu que ela não possuía influência alguma sobre o primo.
Albus também descobriu que Brian Davies, um dos corvinais, era Monitor-Chefe, junto com Victoire, que também fora chamada pela mesma razão, e que Demetrio Davies, seu irmão mais novo, era capitão do time de Quadribol da Corvinal e um promissor jogador, já sendo cotado para entrar no União de Puddlemere assim que sair de Hogwarts. A última corvinal, Dimitria Hopkins, era uma brilhante aluna de Poções, assim como Hanna Jones, a lufana. Já Marie Fletcher, a última do grupo, também lufa-lufa, era sobrinha de Olívio Wood, o capitão do União de Puddlemere e também era excelente goleira, assim como o tio.
Quando Slughorn começou a cumprimentar seus primos, Albus resolveu que era hora de parar de prestar atenção. Sabia exatamente que Slughorn chamara Victoire por seu título de Monitora-Chefe, Molly e Lucy porque Percy era o segundo maior funcionário do Ministério da Magia e Fred e Roxanne porque George Weasley era um dos homens mais ricos do mundo mágico, graças à sua loja de logros, as Gemialidades Weasley que, além de ser a mais criativa loja de logros, também vende uma enorme safra de produtos para o Ministério.
Isso não era exatamente uma novidade para Albus, já que desde a queda de Voldemort sua família ganhara intensa importância e notoriedade no mundo mágico, mas Albus percebeu que Slughorn não cumprimentara Scorpius. Provavelmente o professor estava reconsiderando sua presença no Clube, já que todos os integrantes foram rudes com ele.
- Bom, meus garotos – Slughorn chamou a atenção de todos – Espero sinceramente que apreciem o almoço.
Ele fez um gesto com a varinha, e a cobertura dos pratos desapareceu, mostrando um prato cheio de camarões enormes e suculentos, alguns até mesmo recheados com calda de morango. Albus sentiu seu estômago roncar e começou a devorar a comida oferecida por Slughorn, sentindo o delicioso sabor do camarão passando por sua garganta.
- Isso está uma delícia! – Rose exclamou, se lambuzando – Professor, o senhor está de parabéns. – Albus reparou que Rose tornara-se mais amável com o professor, desde os seus inúmeros elogios.
Quando todos comeram, Albus reparou que o único prato que se encontrava intocado era o de Scorpius Malfoy, porém, ele fora o único a notar isso, já que todos ignoravam o garoto e Slughorn fez os pratos sumirem antes de reparar qualquer coisa.
- Por que não comeu, Malfoy?
Scorpius virou-se, assustado, não acreditando que finalmente alguém dissera algo diretamente à ele. Seu susto triplicou ao ver que o autor da frase curiosa e preocupada era Albus Potter. Ele pareceu perdido por alguns segundos, já que certamente não esperava um gesto de solidariedade vindo do filho do grande rival de seu pai, mas então ele deu de ombros e disse, num sussurro.
- Sou alérgico à camarões.
Albus boquiabriu-se, sentindo pena do colega, mas então lembrou-se que havia enfiado todos os doces dentro de suas vestes, para o caso da comida oferecida por Slughorn ser ruim. Meteu a mão dentro das vestes e de lá retirou uma varinha de alcaçus e um pacote de feijõezinhos de todos os sabores; por debaixo da mesa, colocou os doces nas mãos de Malfoy.
- Tome. Com sorte você come um bife com batatas-fritas.
Scorpius sorriu agradecido e pegou um feijãozinho, colocando-o na boca e sorrindo ainda mais. Albus olhou-o, curioso.
- Salmão. – o garoto respondeu a pergunta muda.
Slughorn ainda prendeu os alunos por mais alguns momentos, nos quais contava suas grandes aventuras de quando era jovem. Incrivelmente, em todas elas ele se encontrava com pessoas muito influentes ou então, por causa dele, as pessoas se tornavam conhecidas e importantes no mundo mágico.
Após terminarem um enorme barril de hidromel, Slughorn liberou os alunos para irem embora. Alguns saíram rapidamente, como Victoire, James, Fred, Marie Fletcher e Allice Bulstrode; outros pareciam que gostariam de passar a viagem inteira com o professor, se possível, o que era o caso de Molly, Hanna Jones, os irmãos Davies e Rose.
- Vamos, Rosie!
Albus chamou a prima, pois tinha pressa de ir logo para sua cabine. Não fazia a mínima idéia do tempo que havia passado naquele ambiente claustrofóbico, mas seu bom sendo dizia que havia sido tempo mais do que o suficiente. A prima se despediu do professor e logo alcançou Albus, que revirou os olhos.
- Um mínimo elogio e você já está toda caída.
Rose olhou com fingido desprezo para o primo.
- Ele sabe apreciar a inteligência quando a vê.
Os dois andavam até sua cabine, mas andariam mais rápido se Scorpius Malfoy, com seu corpo magro e alto, não estivesse andando na frente, em passos tão lentos como os de uma lesma. Rose revirou os olhos e bufou audivelmente, na esperança de que Malfoy ouvisse e andasse mais rápido. Albus então reparou que o garoto olhava atentamente cada cabine, como se procurasse algo. Sua curiosidade fê-lo se intrometer novamente na vida do garoto.
- O que está procurando, Malfoy? – Rose o repreendeu com o olhar pela pergunta indiscreta.
Scorpius de virou, com o rosto levemente vermelho, e olhou para baixo, como se falar a frase a seguir fosse extremamente vergonhoso para um Malfoy.
- Não me querem na cabine em que eu estou – ele dizia, numa voz pausada – então estou procurando outra pra ficar.
Rose deu de ombros, como se isso não importasse muito, porém Albus disse algo que fez com que ela parasse e o olhasse, horrorizada.
- Você pode ficar com a gente, Malfoy. Podemos pegar seu malão e levar para nossa cabine.
Rose fez menção de falar alguma coisa, provavelmente um protesto quanto a atitude inconcebível do primo, porém calou-se quando viu que os olhos de Malfoy brilhavam de alegria. Talvez ela deva ter pensado que não valia a pena acabar com a felicidade do garoto por uma rixa boba de famílias.
- É, fique conosco – ela disse, meio contrariada.
- Não quero atrapalhar...
- Não atrapalha – Albus negou – Só estamos eu e Rosie na cabine, não há ninguém que vá implicar com você por lá.
Albus olhou intensamente para a prima, como que transmitindo um recado mudo de que não provocasse Malfoy. Scorpius analisou os dois primos e então sorriu, começando a andar.
- Muito obrigado. Vou levar vocês até a minha cabine.
Os três garotos não andaram muito tempo, e Scorpius já abrira a porta de uma cabine, onde três primeiranistas estavam. Albus teve a certeza de que eram puros-sangues ou, no máximo, mestiços, já que arregalaram os olhos ao vê-lo entrar na cabine e então arregalaram mais ainda ao ver que era acompanhado por Scorpius.
Scorpius Malfoy puxou seu malão do compartimento, com a ajuda de Albus e então os dois se prepararam pra sair sem dizer uma palavra sequer, quando um dos primeiranistas, um menino pálido, rechonchudo e de cabelos loiros se pronunciou.
- Você realmente vai acompanhar a escória da natureza?
Scorpius abaixou a cabeça e saiu dali com o malão, ficando ao lado de Rose. Albus, entretanto, virou-se para o garoto e respondeu, sua voz carregada de desprezo e pena:
- Se eu fosse fazer isso, estaria andando com você.
Albus saiu da cabine, batendo a porta com força extrema e então recomeçou a andar, com Rose e Scorpius atrás de si. Os três ficaram mudos até chegarem à cabine habitada pelos primos. Assim que entraram, Scorpius colocou sua mala no compartimento, ao lado da de Albus e então se sentou, olhando para o garoto.
- Obrigado mais uma vez – ele disse, incrivelmente humilde para um Malfoy – sei que meu pai aprontou muito na minha idade e sei que as pessoas me odeiam por causa de tudo o que ele fez no passado. – ele dizia – Minha mãe não me queria em Hogwarts, pois sabia o quanto ia ser difícil pra eu conviver com tantas pessoas que desprezam meu nome e tudo o que ele representa. Mas, sinceramente, eu imaginei que iria ser desprezado e até mesmo odiado por todos, mas nunca pensei que seria ajudado por um Potter e uma Weasley.
Rose sentou-se de frente para Scorpius, com Eclipse de volta em seu colo. Aparentemente o amasso voltara para o compartimento depois que Albus saíra de lá. Eclipse olhou profundamente para Scorpius, como que analisando cada centímetro de seu corpo. Albus e Rose observavam atentamente o comportamento do animal. De repente, Eclipse pulou dos braços da dona, para os braços do novo integrante de cabine, que pulou de susto com o movimento. Eclipse se aninhou no colo de Scorpius e então adormeceu. Relutante, Malfoy começou a acariciar o pelo azul marinho do bichano.
Rose e Albus sorriram e Rose finalmente deixou de lado seu receio para com o garoto.
- Eclipse não é de ficar no colo de estranhos – ela disse – e, bem, se ele gostou de você, não tem porque eu implicar contigo.
- Não ligue para as pessoas que não gostam de você, Malfoy – Albus disse, sensato – Você tem sete anos para mostrar que não é como seu pai um dia foi.
- Meu pai mudou – respondeu Scorpius – minha mãe diz que ele há muito não é como o garoto que foi em Hogwarts.
Albus sabia disso. E também tinha certeza de que qualquer pessoa sofreria uma grande mudança se tivesse passado por tudo o que Draco Malfoy passara; desde os fatídicos acontecimentos na Torre de Astronomia, no sexto ano de Harry, Draco fora pisoteado e humilhado de todas as formas possíveis. Além disso, teve praticamente todos os seus bens confiscados pelo Ministério da Magia, já que grande maioria dos galeões que repousavam solenes no cofre da família Malfoy, em Gringotes, eram frutos dos usos escusos de Magia Negra.
De nada adiantou toda a tradição e puro-sangue da família, na hora que esvaziaram o cofre e levaram Lucius Malfoy preso, para passar alguns anos em Azkaban; ele já escapara uma vez na Primeira Guerra; a Segunda já fora demais para que pudesse ser protegido. Desde então, pelo que Harry um dia contara, numa noite de tempestade em que a família se reuniu em frente à lareira de casa para tomar cerveja amanteigada, Draco se viu sozinho no mundo, sem dinheiro, sem renome, tendo que cuidar de sua mãe. Com isso, teve de aprender, obrigado, a viver uma vida com mais humildade e respeito aos outros, caso contrário, corria sérios riscos de ser banido moralmente da Inglaterra Bruxa, já que não havia família que não repudiasse seu nome.
O casamento com Astoria Greengrass, disse Harry, foi o que devolvera a dignidade ao homem e lhe dera um pouco de respeito no mundo mágico. Mas, mesmo assim, respeito insuficiente para fazer parar as inúmeras provocações à ele, sua mulher e seu filho recém-nascido, que sequer tinha conhecimento de toda a história.
- Meu pai sempre disse que seu pai era uma praga. – Rose disse, demonstrando com sua falta de tato que era filha de Rony Weasley – Vivia para atormentar nossa família.
Albus a olhou repreensivo, mas Scorpius sequer parecera se abalar.
- Seu pai também não era um santo, Weasley – ele respondeu, calmo – Também provocava tanto quanto o meu.
Rose deu uma leve bufada, mas foi obrigada a concordar.
- Se não fosse por Tia Mione intervir a grande maioria das vezes – completou Albus – Acho que eles teriam se matado.
- Ah, mas a minha mãe também já perdeu a paciência! Lembra do soco que ela meteu nas fuças do Malfoy?
Os três começaram uma conversa amigável, onde cada um defendia sua família e seu ponto de vista, mas sem sequer alterar as vozes. Os poucos anos de vida, recheados com o passado de seus pais, lhes ensinaram que de nada adiantava viver o passado e amargurar erros que não foram cometidos por eles. O que Harry, Rony, Hermione, Gina e Draco houvessem feito décadas atrás não lhes diziam respeito. No fundo, os três sabiam que era hora de renovar tudo.
A conversa se esticava sem nenhuma pausa para o silêncio. Albus e Rose contavam todas as peripécias da enorme família Weasley para o, com certeza, mais novo amigo, que gargalhou quando Rose disse que certa vez, num outono qualquer, James irritara tanto Albus que Albus fez seus cabelos ficarem com todas as sete cores do arco-íris. Ambos só escaparam de uma bronca dos pais, porque havia sido a primeira manifestação de magia do pequeno Albus e então eles estavam mais preocupados em comemorar com o filho do que qualquer outra coisa. Scorpius não pôde deixar de demonstrar espanto quando Albus contara que uma vez quase morrera ao cair de uma vassoura que afanara do pai, na tentativa de mostrar que já era capaz de aprender Quadribol. Rose riu da lembrança, dizendo que era impossível um garotinho de cinco anos aprender a jogar o esporte.
Scorpius não tinha muitas histórias para contar, percebeu Albus. Às vezes se manifestava, lembrando-se de algum passeio divertido que fizera com os pais, quando foram visitar a Romênia e viram, muito de relance, uma quimera arrastando sua cauda pelo chão. Albus teve certeza que grande parte das histórias eram fantasiadas pelo menino, mas preferiu apenas sorrir e se empolgar com todas, como faria se Scorpius estivesse contando algo real.
Conforme as palavras passavam, o tempo também o fazia e logo Rose já estava olhando seu relógio de pulso e anunciando que em breve chegariam à Hogwarts. Os três olharam para a janela e se surpreenderam ao ver que estava tudo escurecendo. Albus não fazia idéia de que o tempo passara tão rápido.
- Não vejo a hora! – os olhos de Rose brilhavam e Albus teve a certeza que ela imaginava tudo o que lera no clássico livro de Hermione Weasley: Hogwarts, uma História.
A garota se levantou e começou a andar de um lado para o outro, nervosa.
- Grifinória, por favor – ela suplicava para si mesma – Que eu esteja na Grifinória.
Albus sorriu, também nervoso. Desejava isso tanto quanto sua prima e, silenciosamente fez figa com os dedos, apertando os olhos e mentalizando as cores vermelha e dourada. Mas novamente elas foram substituídas pelo verde e prata da casa rival.
- Não sei se tenho muita escolha – pela primeira vez a voz de Scorpius saíra arrastada – toda a minha família foi da Sonserina, com certeza irei para lá também.
Albus iria falar alguma coisa para o amigo, porém sua voz parou no meio da garganta quando o trem lentamente começou a parar. A escuridão fazia com que Albus visse muito pouco do que havia lá fora.
- Chegamos... – Rose sussurrou, como se qualquer palavra pudesse acabar com o encanto do momento.
- Finalmente chegamos. – Albus completou.
Os três garotos se entreolharam e sorriram. Ainda não estavam em Hogwarts, sabiam, mas sentiam a escola mais perto do que jamais estivera antes.
Agora eram só alguns minutos para o sonho começar a se concretizar.
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n/a: AHÁ, segundo capítulo no segundo dia! nossa, com certeza eu bati meu recorde nessa, é :D mas nem vão se acostumando porque isso foi um puta surto de inspiração. e aí, Scorpius todo tímido, super diferente do Draco, né.
eu resolvi escrever ele assim, porque a J.K mesmo disse que ele sofreria na Escola por ser filho de quem é. não se esqueçam que a família Malfoy além de ter sido muito má com nascidos-trouxas e mestiços, ajudou Harry Potter na batalha final, além de todos os deslizes do Lucius no decorrer dos livros... com esse tipo de comportamento, duvido que alguma família pudesse realmente vir a gostar deles. indesejados de ambos os lados.
bom, por enquanto é isso. espero REALMENTE que estejam curtindo (apesar de não ter nenhum comentário, hm) e eu ainda não sei se vou mandar a fic pro Fanfic Addiction, estou pensando :D
talvez eu faça algumas coisinhas legais pra colocar aqui, como uns extras dos personagens, é. mas não é certeza não, ok? :D estou pensando seriamente, muito seriamente, em fazer um trailer, apesar de que acho que um trailer limita DEMAIS uma fic, quando você não sabe exatamente todos os passos que ela vai tomar.
enfim, vou calar a boca, senão a N/a fica maior que o capítulo D:
beijos pra vocês e até o próximo :*
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