O Chapéu Seletor



O Chapéu Seletor


Assim como a estação de King’s Cross estava pouco antes do Expresso de Hogwarts partir de Londres, a estação de Hogsmeade também se encontrava; fumaça, muita fumaça, falatórios ininterruptos, o ruído de passos de alunos com pressa além de corujas piando umas para as outras e gatos coloridos ronronando, numa linguagem própria.


Albus se preparava para descer do trem, acompanhado por seus amigos, Rose e Scorpius. Ao sentir que seus pés tocavam o chão de pedra fria da estação de Hogsmeade, o menino respirou profundamente e fechou os olhos, a fim de memorizar cada mínima sensação de seu primeiro desembarque em Hogwarts. Mas provavelmente expirara demais, já que tivera um acesso de espirros em seguida.


Sentiu que Rose o olhava assustada e ao mesmo tempo sem acreditar no que via.


- Ok, Albus. – ela falava, calma – Sem exageros.


A garota deu um leve empurrão com a perna, para que Albus saísse de sua frente. Só então ele reparou que a garota esperava que ele saísse do caminho para que ela pudesse descer; ele se afastou, então, e voltou a olhar as pessoas que passavam por si.


Conseguiu identificar seu primo, Fred, um garoto alto e moreno de cabelos negros e muito encaracolados, que passava segurando uma caixa muito bem fechada. Ao lado dele, avistou James e sua vasta cabeleira ruiva, que ele dizia deixar crescer para que um dia ela ficasse do mesmo tamanho que a de seu tio, Gui Weasley; os dois olhavam para todos os lados e possuíam um sorriso maroto no rosto, denunciando que em breve aprontariam alguma.


Avistou, também, duas de suas primas, Lucy e Dominique, irmã de Vic. Lucy andava apressada e sorridente, agitando sua vasta cabeleira castanha e era seguida por Dominique e seus cabelos que possuíam um curioso e único tom de loiro-morango. Albus podia dizer que Domy era a exata e perfeita mistura entre Gui e Fleur, seja no temperamento rebelde que herdara do pai e na beleza peculiar herdada da mãe. As duas apressaram o passo e logo alcançaram James e Fred, que agora eram parados por Roxanne, a irmã do último, que revirou os olhos ao ver a caixa e se afastara, fingindo que nem era com ela.


Albus sorriu ao ver o quanto seus inúmeros primos já pareciam incrivelmente adaptados em Hogwarts e desejou que em breve sentisse o mesmo.


Olhou para Rose e Scorpius, que olhavam para os lados, procurando alguma orientação para o que fazer.


- ALUNOS DO PRIMEIRO ANO, AQUI COMIGO!


Uma voz animada e ao mesmo tempo muito grossa se sobressaiu no barulho da estação. Albus olhou para a direção dessa voz e pôde identificar um homem enorme, que com certeza dariam dois dele de altura e uns quatro de largura. O sorriso na face do homem era escondido pela enorme barba negra que ele possuía e os cabelos espessos e grande, na altura das costas, só permitiam a visão dos olhos do gigante, que mais pareciam dois besouros, de tão negros.


Rúbeo Hagrid sorriu ao ver Albus e Rose e se aproximou animado da dupla, agitando perigosamente uma lamparina acesa.


- Até que enfim! – ele falou.


Albus sentiu que sua cabeça fosse afundar dentro de seu corpo, quando o gigante lhe deu um “leve” tapinha e viu que Rose se segurava para não cair ao que Hagrid se apoiou levemente no ombro dela. E então, o gigante enfim notou a presença de uma terceira pessoa. Ele olhou curioso, tentando entender o que fazia Scorpius Malfoy andando com a dupla.


Scorpius enrubesceu com o olhar analítico de Hagrid, que puxou Albus para um canto e murmurou, apreensivo:


- Você está andando com o filho de Malfoy, Albus?


Albus deu de ombros.


- Ele é legal, Hagrid. Espere alguns dias e você verá. – Hagrid estralou a língua, descrente. Albus limpou disfarçadamente o rosto, que foi severamente atingido pelo cuspe de Hagrid.


- Espero que saiba o que esteja fazendo, Al.


O gigante afagou novamente a cabeça de Albus e então voltou a agitar a lamparina, chamando os alunos.


- PRIMEIRO ANO, POR AQUI!


- Ele não gostou de mim, não é? – Scorpius perguntou, quando os três começaram a andar logo atrás de Hagrid.


- Seu pai nunca foi legal com ele – Rose respondeu, dando de ombros – Certa vez, ele quase fez com que o hipogrifo de estimação de Hagrid, Bicuço, fosse sacrificado. Isso não é algo que você simplesmente esquece.


Scorpius abaixou a cabeça. Albus deu um tapinha amigável em suas costas.


- Não ligue. Sexta nós vamos tomar chá com ele e então ele vai gostar de você.


- Chá? – Scorpius se espantou.


- Sim, Hagrid é amigo da família – Rose explicou – Sempre que um membro da família chega em Hogwarts, vai tomar chá com ele.


Os três então pararam, ao verem que estavam na frente do Lago Negro. Albus observou que havia vários barquinhos, com espaço para no máximo quatro pessoas. Além desses, havia um outro consideravelmente maior, e Albus teve a certeza de que era o que Hagrid utilizava.


- CADA QUATRO ESTUDANTES NUM BARQUINHO, POR FAVOR! – Hagrid berrou e todos os alunos começaram a se movimentar para entrar num barco.


Albus, Rose, Scorpius e uma garota loira, de marias chiquinhas e grandes olhos azuis sentaram-se no barquinho ao lado do de Hagrid. A garota olhava tudo com os olhos arregalados de surpresa e parecia ter um enorme medo de cair.


- Tomem cuidado – Hagrid virou-se para Albus – Não se mexam muito ou então vocês vão cair e a Lula Gigante está especialmente agitada hoje.


- Lu-lula gig-gante? – a menininha loira teve um calafrio.


- Ela é mansa – Hagrid tentou acalmar a menina – Desde que não a perturbem.


A menina não pareceu mais calma.


Pareceram alguns longos minutos, enquanto os barquinhos iam automaticamente seguindo o caminho que faziam há séculos. Aquele dia em especial estava estrelado e a lua parecia maior e mais brilhante do que o normal, refletindo seu brilho prata nas águas do lago. Albus sorria, admirando cada pedacinho daquilo e olhou para os amigos, que estavam no mesmo estado que ele.


E então, eles começaram a avistar Hogwarts em toda a sua imponência, aparecendo lentamente, como o anfitrião que é sempre muito esperado numa festa. Albus sentiu seu queixo cair consideravelmente e teve que se controlar para mantê-lo no lugar. Nunca, em todos os seus desejos e sonhos mais profundos, Hogwarts poderia ser tão perfeita.


- É tão... lindo. – Rose murmurou, embasbacada.


- É perfeito. – Scorpius completou – Maravilhoso.


Albus sequer falou, apenas admirando a arquitetura medieval daquele castelo imponente e magnífico. Se perdeu em admirar tudo o que podia, e ficou levemente desapontado quando o barco parou, anunciando que a visão seria interrompida.


- VAMOS CRIANÇAS! – Hagrid tornou a gritar, descendo do barco e parando na beira do lago.


Albus, Scorpius e Rose, seguidos da menininha loira, logo fizeram o mesmo e, esperado algum tempo até que todos também descessem, eles logo seguiram para dentro do castelo, ansiosos pelo que viria a seguir.


- É agora.


Os três foram andando, olhando cada pedacinho daquele castelo, passando pelo piso de mármore, os archotes e a madeira polida. Pouco a pouco, puderam ouvir barulhos de conversas e logo estavam no topo de uma escadaria de mármore, que dava de frente para duas portas enormes de madeira, que logo foram abertas, dando passagem para um homem de estatura mediana, vestes amarelo berrante, rechonchudo e com o rosto redondo, rosado e simpático.


Ele sorriu para os alunos, e Albus deu um leve aceno ao reconhecer o Prof. Neville Longbottom.


- Prof. Longbottom – Hagrid sorriu – Aqui estão os alunos do primeiro ano.


- Obrigado, Hagrid – Neville agradeceu – Olá garotos, vamos indo?


O professor não levou os alunos pela porta da qual saíra e sim, para uma pequena sala que provavelmente ficava ao lado desta, na qual os alunos tiveram que se apertar para caber. O professor sorriu para todos, amável, e então se dispôs a falar:


- Bem vindos à Hogwarts! Vocês ainda não estão reunidos com os outros alunos pois há um processo necessário a se fazer com os alunos do primeiro ano – Albus reparou que alguns primeiranistas se entreolharam, atemorizados. A menininha loira estava levemente pálida. – Vocês serão selecionados para quatro casas diferentes, Grifinória, Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina e, uma vez escolhido pra uma dessas casas, é lá que permanecerão todos os anos. Sua casa será a sua família. Assistirão aulas com os alunos de suas casas, dormirão no dormitório correspondente e também passarão boa parte de seu tempo livre lá. Durante o ano, dependendo de seus comportamentos e desempenhos nas aulas, vocês poderão ganhar ou perder pontos para as suas casas e, no final do ano, a casa que obtiver mais pontos ganhará a Taça das Casas. Façam o melhor que puderem para ser motivo de orgulho, não só para a casa que os acolherem, mas também para toda Hogwarts.


Os alunos novamente se entreolharam, alguns ainda com medo.


- A Cerimônia de Seleção já irá começar, podem se ajeitar enquanto isso, se quiserem.


Neville sorriu e então saiu da sala. Albus correu o olhar por todos os alunos. Rose parecia tranqüila, olhando para o teto e assobiando uma música trouxa, mas ele sabia que ela deveria estar implorando para entrar na Grifinória; Scorpius estava tenso, parado e olhando fixamente para a porta da sala. Albus enxergou o garoto loiro e gordo de horas atrás, e este encarava Scorpius descaradamente, com um olhar de desprezo e cutucava um garoto extremamente baixo e narigudo, que estava mais concentrado em roer as unhas.


Albus tirou o foco dos garotos e viu que alguns alunos continuavam pálidos e que uma menina mais ao fundo repassava vários feitiços. O garoto então, fechou os olhos e mentalizou que estava na Grifinória, assim como toda a sua família.


- Grifinória. – ele ouviu Rose murmurar e então o professor Longbottom novamente apareceu.


- Façam fila e me sigam, garotos.


Eles saíram da sala, em fila. Albus ficou entre Scorpius e Rose, que pareciam tensos demais pra falar qualquer coisa que fosse. A fila passou pelo Saguão de Entrada e então o Prof. Longbottom abriu as portas de carvalho, que levavam ao Salão Principal.


Albus olhou para o local, embasbacado. De todas as fotos que vira, de todos os livros que lera, o Salão Principal conseguia se superar em beleza e encanto. Inúmeras velas flutuavam, iluminando quatro mesas compridas, que ocupavam boa parte da extensão do salão, e estavam cheias de estudantes, cada mesa, Albus percebeu, comportando estudantes de uma casa específica. Ele olhou na mesa do canto direito e viu todos os seus primos lhe acenando entusiasmados. James lhe fazia joinha com os dedos, acompanhado por Fred. Lucy e Dominique fizeram um pequeno escrito no ar, onde dizia: “Potter e Weasley Grifinória, ié, ié, ié!”. Victoire, Molly e Roxanne batiam palmas e sorriam.


- Uau, sua família inteira numa mesma casa – Scorpius murmurou.


- Eles praticamente monopolizam o time de quadribol. – Albus concordou.


A fila parou e Albus pôde ver uma quinta mesa, que ficava de frente para as outras e abrigava o corpo docente. Ele correu os olhos pelo salão e viu que alguns dos famosos fantasmas já davam as caras por ali. Reconheceu Nick-Quase-Sem-Cabeça e o Frei Gorducho, da Lufa-Lufa. Olhou para cima, para o teto encantado, e viu que a lua brilhava ainda mais forte. Foi chamado a atenção, quando o Prof. Longbottom colocou, diante dos alunos, um banquinho de quatro pernas e, em cima dele, um chapéu pontudo, muito sujo, remendado e queimado em alguns pontos. Albus viu a menininha loira, ficar ainda mais pálida, ao imaginar o que teria de fazer com o chapéu, e então conter um grito, quando um rasgo surgiu no mesmo, como se fosse uma boca e o chapéu começou a cantar:


 


Ah, vocês podem me achar pouco atraente,
Mas não me julguem só pela aparência
Engulo a mim mesmo se puderem encontrar
Um chapéu mais inteligente do que o papai aqui.


Podem guardar seus chapéus-coco bem pretos,
Suas cartolas de cetim brilhoso
Porque sou o Chapéu Seletor de Hogwarts,
E dou de dez a zero em qualquer outro chapéu.


Não há nada escondido em sua cabeça
Que o Chapéu Seletor não consiga ver,
Por isso é só me porem na cabeça que vou dizer
Em que casa de Hogwarts deverão ficar.


Quem sabe sua morada é a Grifinória,
Casa onde habitam os corações indômitos.
Ousadia e sangue-frio e nobreza
Destacam os alunos da Grifinória dos demais;


Quem sabe é na Lufa-Lufa que você vai morar,
Onde seus moradores são justos e leais
Pacientes, sinceros, sem medo da dor;


Ou será a velha e sábia Corvinal,
A casa dos que têm a mente sempre alerta,
Onde os homens de grande espírito e saber
Sempre encontrarão companheiros seus iguais;


Ou quem sabe a Sonserina será a sua casa
E ali fará seus verdadeiros amigos,
Homens de astúcia que usam quaisquer meios
Para atingir os fins que antes colimaram.


Vamos, me experimentem! Não devem temer!
Nem se atrapalhar! Estarão em boas mãos!
(Mesmo que os chapéus não tenham pés nem mãos)


Porque sou único, sou um Chapéu Pensador!


 


Todo o salão aplaudiu intensamente a cantoria do chapéu, que fez várias reverências em agradecimento, para logo em seguida ficar quieto de novo. Albus reparou que os primeiranistas estavam bem mais calmos ao perceberem que só precisariam experimentar o chapéu. Ele sorriu, se sentindo levemente superior ao já saber disso desde o começo.


- Eu vou chamar seus nomes – o Prof. Longbottom falava, com um pergaminho nas mãos – e então vocês se aproximam, sentam no banquinho e colocam o chapéu na cabeça. Allen, Kristin.


Uma menina de volumosos e espessos cabelos negros se aproximou, confiante e se sentou no banquinho. O chapéu ficou menos de dois segundos na sua cabeça e então gritou:


- SONSERINA!


Uma salva de palmas foi ouvida na mesa da ponta-esquerda, onde a casa verde-e-prata se encontrava. A garota correu para se sentar na mesa e então recebeu um abraço do que aparentava ser seu irmão mais velho.


- Boot, Candice!


Uma menina foi empurrada para frente e logo colocou o chapéu, que afundou até a altura dos olhos. Alguns segundos se passaram, até que o chapéu tomou sua decisão.


- CORVINAL!


A menina saiu correndo e se juntou à segunda mesa da esquerda, que a aplaudia e assobiava.


- Buxton, Lewis!


- CORVINAL!


- Beckley, Anne!


- LUFA-LUFA!


E então a pessoa que Albus menos esperava foi selecionada para a Grifinória. A menina loirinha, de marias-chiquinhas e rosto redondo, que ele logo descobriu se chamar Cady Fawcett, mal teve o Chapéu encostado na cabeça e o mesmo já gritara Grifinória e alto e bom som.


E então, várias pessoas se sucederam à ela. Emily Fritz, Gerard Gillam, o menino baixo e narigudo, Malcom Holmes, que virou um sonserino (Scorpius engoliu em seco quando o menino se juntou a mesa da esquerda), Jones, Judd..., Levfebre..., MacDonald, MacHollow e então...


- Malfoy, Scorpius!


Alguns murmúrios se sucederam ao chamado de Neville. Albus pôde jurar que ouvira duas ou três vaias vindo de alguma das mesas e então Scorpius passou por ele, completamente corado. O garoto se sentou, de cabeça baixa, no banquinho e então colocou o chapéu, que lhe cobriu grande parte da cabeça.


Os segundos se arrastaram lentamente, enquanto o chapéu analisava a mente de Malfoy. Ele parecia bastante indeciso de onde colocar o garoto, que apertava o banquinho com força, demonstrando o nervosismo. Por fim, o chapéu se decidiu e gritou, em plenos pulmões:


- SONSERINA!


Tanto Scorpius, quanto Albus e Rose arregalaram os olhos com a escolha do chapéu. Albus ouviu algumas palmas vindo da mesa verde-e-prata e então Scorpius desceu do banquinho e lhe mandou um olhar consternado. Parecia ter certeza de que passaria sete anos sozinho, numa casa onde não achava que pudesse ser bem-vindo. O garoto se sentou na mesa e Albus viu que Kristin Allen e seu irmão cumprimentaram Scorpius, entusiasmados, enquanto Malcom Holmes revirava os olhos e fazia uma careta de desprezo.


Albus olhou para Rose apreensivo, e então esperou alguns nomes passarem. Marshall, McFadden, Minton..., O’Malley e então, finalmente...


- Potter, Albus!


Albus percebeu que todos os olhares do Salão Principal se voltaram para ele. Imediatamente, sentiu-se ficar quente, e sabia que estava corado. Ouviu alguns gritinhos de seus primos, do tipo “Vai lá e mostra o leão em você!” e foi seguindo para o banquinho, como se cada segundo equivalesse a uma hora. Sentou-se e então não conseguia pensar em nada mais. Não se lembrava das palavras de seu pai, antes de embarcar no Expresso. Nada parecia ser suficientemente bom para ser pensado. Ele fechou os olhos, colocou o chapéu e, quando abriu de novo, a escuridão o impedia de ver qualquer coisa.


- Ora, ora – uma vozinha fina falou em sua cabeça – Outro Potter. Lembro-me perfeitamente de seu pai, homem corajoso, talentoso e desafiador. Lembro-me de ter expressado minha vontade de coloca-lo na Sonserina, mas no fim, a Grifinória foi o melhor para ele. Agora, você... Você se importa com seus amigos, é corajoso, leal, astuto e, pode-se ver, não gosta muito de regras. Também é inteligente. Confuso... Vejo que poderia coloca-lo em qualquer casa sem problema...


Albus se surpreendeu com a declaração. Por um milésimo de segundo, pensou em expressar seu desejo de ir para a Grifinória, mas, naquela hora, ali, sentado naquele banco, aquilo parecia incrivelmente irrelevante. Todo o enorme desejo de ir para a Grifinória sumira, assim como o temor de ir para a Sonserina. Talvez não fosse para nenhuma das duas, no fim das contas. Fechou os olhos e pensou: “A escola é sua...”.


- Sim, eu sei que é – o Chapéu retorquiu – e vou manter a minha opinião de anos atrás. Você vai ser grande e fazer amigos leais na... SONSERINA!


Albus retirou o chapéu. Não havia aplausos, vaias ou o que quer que fosse. Todos estavam mudos, perplexos. Ninguém conseguia acreditar que o filho de Harry Potter estava na Sonserina. Ele olhou para os lados e imaginou se foi assim que Sirius Black, padrinho de seu pai, se sentira quando fora colocado na Grifinória. Deslocado. Ele olhou para os primos, que o encaravam, sem a mínima reação. O “Potter” dos escritos de Lucy e Dominique havia se apagado e caía lentamente, desaparecendo antes de tocar o chão. James tinha as duas mãos na boca e até mesmo Victoire, sempre distraída, se encontrava boquiaberta.


Albus sentiu-se corar violentamente e então desceu do banquinho. Rose não parecia tão surpresa com o a seleção, mas ainda se encontrava espantada. Ela olhou para Albus e murmurou um “Boa sorte”, ao que o menino sorriu e saiu andando, em direção à mesa verde-e-prata. Quando ele se sentou, Scorpius lhe deu um tapinha nas costas e, logo em seguida, Kristin Allen e seu irmão Devon, o cumprimentaram.


- Bem vindo, Potter. – Devon apertou sua mão. Albus notou o distintivo de Monitor em suas vestes.


O silêncio só se dissipou quando Price, Cole fora chamado e os aplausos voltaram quando ele entrara na Grifinória. Mais alguns estudantes se passaram, até chegar em Stevens, o garoto gordo e loiro. Infelizmente, o chapéu decidiu que seu lugar também era a Sonserina, e Albus conteve um suspiro quando o garoto sentou-se ao lado de Holmes e disse, em alto e bom som:


- Estava feliz em vir para cá, mas parece que a Sonserina está sendo contaminada por algumas maçãs podres.


Após Stevens, vieram Travis, Trucken, Urie, Valmont, e então Weasley, Rose.


A menina de cabelos castanhos andou confiante até o banquinho, sentou-se e, poucos segundos depois a voz do chapéu anunciou:


- CORVINAL!


Rose pareceu surpresa por alguns segundos, assim como toda a família Weasley, que não estava acostumada com seus parentes em outra casa que não a dos Leões. O “Weasley” também se apagou, mas dessa vez ninguém estava boquiaberto ou então com as orelhas vermelhas. Pelo contrário, aplausos eram ouvidos quando Rose se sentou na mesa da Corvinal, entre Candice Boot e Daniel O’Malley.


O Prof. Longbottom recolheu o banquinho com o Chapéu e o colocou num canto próximo à mesa dos professores. Então, a diretora Minerva McGonnagal se levantou, com suas vestes esmeralda e seus cabelos negros perfeitamente amarrados. Ela deu um pequeno sorriso aos alunos e então se dispôs a falar:


- Sei que estão ansiosos pelo banquete, mas antes, quero dar alguns avisos aos novos alunos. A floresta que se encontra perto do Lago Negro é terminantemente proibida à todos – Albus reparou que a diretora olhou especificamente para James e Fred – e, se algum aluno for pego andando lá, levará dois meses de detenção. O senhor Filch, o zelador, me pediu para lembrar que não se pode fazer mágica nos corredores durante os intervalos das aulas, muito menos entrar em duelos.


Alguns alunos murmuraram, frustrados. Fred e James reviraram os olhos e fizeram um abano com as mãos.


- Alguns produtos das Gemialidades Weasley – a diretora continuou – estão proibidos dentro da propriedade do castelo. A lista desses produtos se encontra afixada nos murais de todos os Salões Comunais. O aluno pego com o Kit Mata Aula terá uma carta de advertência enviada aos pais. Alunos do primeiro ano, ao terminarem o banquete, esperem pelos monitores de suas casas, que os mostrarão o caminho do salão comunal e fornecerão a senha de passagem. Agora sim, tenham um bom banquete.


A Diretora McGonnagal fez um aceno com a varinha e todas os pratos e travessas que se encontravam sobre as mesas foram cheios com toda a espécie de comida. Albus, sorriu, sentindo-se faminto de repente e então colocou um enorme pedaço de pudim de carne em seu prato, seguido por suco de abóbora numa taça.


- Sonserina, han? – Scorpius disse – Pra quem queria entrar na Grifinória...


Albus deu de ombros.


- Acho que isso não importa, no fim. – ele disse – Quer dizer, meu segundo nome é do ex-diretor Severus Snape, e ele era Sonserino.


Scorpius meneou a cabeça e começou a comer, seguido por Albus, que tentava ignorar os olhares perplexos que James enviava para si. Sentiu, então, um papel bater em sua cabeça. Curioso, viu que o irmão acenava pra que o abrisse e então ele o fez.


 


Sempre soube, seu Severus no nome nunca me enganou. Prepare-se pra perder todos os seus jogos de Quadribol.


 


Albus revirou os olhos e olhou para o irmão, que agora tinha um leve sorriso na face. Fez um abano com a mão e viu James revirar os olhos. Albus voltou a devorar seu pudim, assim como todos os famintos daquele salão. Talvez, ele pensava, olhando para os irmãos Allen, que conversavam animados e para alguns garotos que sorriam pra ele, simpáticos, a Sonserina fosse realmente sua casa.


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n/a: aeae, terceiro capítulo :D
pra quem ficou na dúvida, sim, eu copiei o hino do Chapéu Seletor que tava na Pedra Filosofal. é, minha criatividade ainda não chega a esse ponto, HSUAHSAUHSAUHSUASA mas ta aí, terceiro capítulo, um pouco menor do que os outros, mas foi só pra mostrar mesmo o Albus caindo na Sonserina e tals.
espero que curtam (e comentem, há) e acho que o quarto cap vai demorar um pouco mais do que o previsto, ok?
então, prontinho. leiam, aproveitem e comentem, é. HAHAHA


beijos beijos :**

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Comentários (1)

  • meroku

    muito boa a fic !!!!!!!!!!!!to adorando !!!posta o proximo logo viu????????? 

    2012-07-21
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