Capitulo 07
Capitulo 07
Desolada, Gina encarava a solidão de seu quarto. Fazia uns vinte minutos que Harry a deixara, mas cada segundo naquela cama vazia parecia uma eternidade. O amor não correspondido que sentia por ele e o profundo sentimento de culpa por tê-lo agredido encheram seu coração de tristeza.
Por mais razões que tivesse, por maior que fosse a provocação que enfrentara, não conseguia perdoar-se por seu ato. Sua imensa dor não justificava tal atitude. Era como se um demônio dentro dela tivesse dado aquele tapa.
De acordo com os ensinamentos de seus pais ela devia desculpas a Harry. As atitudes dele não eram problema seu. Ela não poderia nunca agir de maneira a perder a razão.
Desculpar-se com ele? Mesmo depois do que ele disse? Mesmo depois do que ele fez? Tendo atiçado seu corpo, fazendo com que ela fervilhasse de desejo para depois rejeitá-la? Nunca. Nem sob tortura, Gina jurou dramaticamente para si.
No entanto, cinco minutos depois, quando o remorso venceu o orgulho, Gina cedeu. Se esperasse mais tempo correria o risco de encontrar Harry mergulhado no sono. Ansiosa, ela apanhou seu roupão e suspirou profundamente.
Do lado de fora de seu quarto a luz tênue das lamparinas criava longas sombras.
Seu pedido de desculpas não poderia ficar para amanhã?
Harry já devia estar dormindo... uma voz sussurrou na mente de Gina. Ela, porém, ignorou essas palavras. Tinha cometido um erro e precisava consertá-lo.
Com um suspiro, Gina abriu a porta do quarto de Harry.
Enquanto seus olhos se acostumavam à escuridão pôde sentir as batidas do próprio coração e instintivamente colocou a mão no peito, como se quisesse silenciá-lo.
A luz da lua era suficiente para iluminar o corpo de Harry dormindo sob os lençóis. Ele estava deitado de lado, o rosto virado em sua direção, mas Gina não conseguiu perceber se ele estava realmente dormindo. Murmurou seu nome, mas não houve resposta. Estaria mesmo dormindo?
Se fosse embora naquele instante ele nunca saberia que ela estivera lá. Antes que pudesse sair, o orgulho herdado do avô impediu que ela deixasse o quarto sem conferir se ele realmente dormia.
Caminhou até a cama de cabeça erguida. Hesitante, olhou para Harry. Estaria ele dormindo? Certamente não se movia.
Em silêncio, aproximou-se e apoiou o joelho na cama para poder vê-lo de perto.
Sussurrou seu nome. Se ele não respondesse e estivesse dormindo, poderia voltar para a sua cama com a consciência tranqüila e guardar suas desculpas para o dia seguinte com a certeza de que fizera o possível.
Ele não emitia som algum. Um tanto aliviada, Gina inclinou-se para trás, mas para seu espanto, Harry moveu-se e segurou-a pelo pulso, e perguntou de modo severo:
- Vagando pela tenda, Gina?
Os dedos dele queimavam-lhe a pele e apertavam seu pulso como se ele quisesse monitorar os batimentos de seu coração.
- O sangue corre tão rápido em suas veias como numa gazela que foge em uma caçada.
- Você... Você me assustou. Eu pensei que estivesse dormindo!
Harry a soltou e ela estremeceu. Movendo-se como um felino, ele afastou os lençóis, acendeu a lamparina e indagou com ironia:
- Se você pensou que eu estava dormindo, então o que faz aqui?
Um novo tremor percorreu o corpo dela e a expressão no rosto de Harry transformou-se repentinamente. Franzindo a testa perguntou:
- O que foi? Há algo errado? Você está se sentindo bem? Às vezes o ar do deserto pode...
- Eu estou bem. - ela garantiu. - É que... - Mordendo o lábio, lutou contra o desejo de fixar o olhar no peito nu de Harry.
Assim como ela, ele parecia não gostar de pijamas. No entanto, uma rápida olhadela em uma parte de seu quadril musculoso e nos pêlos escuros que lhe desciam pelo ventre rígido mostrou que ele tampouco usava short para dormir.
- Tudo bem? - ele repetiu. - Então o que foi...
Pensar em pedir desculpas a Harry deitada na própria cama era uma coisa; agora, fazer isso sentada na cama dele consciente de sua nudez era outra muito diferente! E se ela não tomasse cuidado... Correria o grande risco de ignorar completamente o que fora fazer ali...
Voltou a atenção para os arranhões no braço de Harry. Eles não sangravam mais, mas podia perceber que ainda estavam inflamados.
No momento em que desviou o olhar, os olhos de ambos se encontraram e Gina ficou hipnotizada...
- Para seu governo, eles não foram causados por Shara... a dançarina. - começou, com calma. - O domador de falcões estava treinando uma ave jovem que ficou muito agitada de repente e eu fui ajudá-lo. - Ele deu de ombros. - Eu disse a ele que esse pássaro estará completamente domesticado quando ficar adulto. Eu acho que ele se ressentiu por estar nas mãos de alguém que não é o seu dono.
- Um falcão arranhou você? - Gina suspirou, a face corada pela culpa. Agora devia a ele não uma, mas duas desculpas.
Num gesto inconsciente, ela olhou novamente para o braço dele e, incapaz de se conter, inclinou-se para frente e gentilmente acariciou a ferida com os lábios.
Quando beijou o último machucado, sentiu o corpo de Harry estremecer. Triste, virou o rosto e fitou-o nos olhos.
- Eu vim aqui pedir desculpas. - ela disse calmamente. - Eu não devia... ter feito o que fiz.
Houve uma pausa tensa em que Gina pôde sentir o pulsar de suas emoções, como se tivessem vida própria.
- Não faça isso, Gina! - ele murmurou, a voz rouca, e continuou em seguida, com mais firmeza: - Por que... por que você veio até aqui? - Ela fez menção de deixar o quarto e assustou-se quando Harry se inclinou, segurou-lhe as mãos e as apoiou no peito nu. Ele fitou-a com intensidade e depois deixou o olhar pousar-lhe nos lábios, densos de sensualidade. - Você sabe que não deveria estar aqui, não é mesmo, minha pequena virgem?
Sua pequena virgem? O coração de Gina deu um sobressalto.
- Eu...
Eu preciso ir embora, Gina esteve prestes a dizer. Mas de repente, Harry começou a beijá-la... Beijou-a lentamente, roçando seus lábios contra os dela seguidas vezes, fazendo com que ela desejasse a eternidade daquele toque.
Harry segurava a mão de Gina de encontro ao peito, e ela podia sentir o batimento vigoroso de seu coração.
Ele beijava a ponta de seu nariz e ela, de olhos fechados, recebia as dezenas de beijinhos por toda a face. Então ele soltou as mãos de Gina para poder tocar-lhe o rosto, afastar-lhe os cabelos e beijá-la sensualmente na ponta da orelha.
Gina ouvia os próprios sussurros, um som desconhecido que revelava a urgência em saciar seus desejos. Virou a cabeça, os olhos ainda cerrados, procurando o calor da boca de Harry.
Ele acariciava os ombros dela e lentamente afastou as alças de sua camisola. Completamente excitada, ela acariciava os pêlos no peito de Harry.
A luz tênue da lamparina permitia que ela visse seu reflexo no espelho. Sua pele clara contrastava com o tom moreno de Harry e ela podia ver a imagem de seus seios enrijecidos.
Se ele os tocasse agora, os envolvesse em sua mão e afagasse seu mamilo... Seu corpo estremeceu com seus próprios pensamentos. Como se lesse seus pensamentos, Harry cobriu-lhe um dos seios com a mão e beijou-a com uma delicadeza provocante, fazendo com que ela entreabrisse os lábios com sofreguidão.
Sensualmente, Gina correu a ponta de sua língua nos lábios dele até que ele a capturou sutilmente entre seus dentes e fez a própria língua escorregar para o interior da boca macia de Gina.
Quando um gemido de prazer escapou da garganta de Gina, ela o sentiu afastar-se bruscamente.
- Não, Gina! - ele disse atordoado. - Isso não é...
Como não queria escutar o que ele estava prestes a dizer, Gina silenciou-o com os dedos, beijou avidamente seu rosto e murmurou em sua orelha:
- É, sim... Eu quero!
Então ela afastou os dedos e o beijou com força, apertando seu corpo contra o dele. Ela era virgem, mas isso não significava que ela não sabia o que era paixão... e desejo por ele!
Ao deslizar as mãos pelo corpo dele, incapaz de controlar-se, Gina sentiu-o enrijecer e estremecer. A pele dele era quente e macia e Gina sabia que nunca se cansaria de acariciá-lo. Beijava-lhe o pescoço, provocava-o com a língua, desafiando-o com seu êxtase.
Ele permanecia imóvel, e ela mergulhou os dedos nos pêlos espessos de seu corpo.
- Gina, você é virgem. - ouviu-o protestar. - Eu não posso...
Ignorando suas palavras, os lábios dela percorreram o caminho de pêlos que lhe descia pelo estômago. Sua língua rondava lentamente seu ventre e Gina se viu tomada por uma ousadia que antes a teria chocado. Nunca imaginara que na primeira vez que fizesse amor seria ela quem tomaria a iniciativa, fazendo movimentos tão audaciosos e provocativos que, ao mesmo tempo, a escandalizavam e excitavam.
- Eu não quero... - ela escutou Harry grunhir.
- Ah, sim, você quer. - ela retrucou confiante, as pontas dos dedos já explorando a rigidez de seu membro.
Aquele músculo que pulsava rígido a fascinava e a impelia.
Pecaminosamente, ela o percorreu com a boca, tão imersa em sua onda de prazer que foi pega de surpresa quando ele a agarrou e colocou-a de costas na cama segurando-a enquanto admirava seu corpo esguio, seus seios, a cintura estreita. Notou-lhe a expressão grave quando ele descobriu o pequeno diamante preso a seu umbigo.
- Quem lhe deu isso? - ele indagou bruscamente.
Confusa, Gina tocava a pedra com a ponta do dedo.
- Quem foi ele, Gina? - ele continuou com tamanha selvageria que a fez sentir um arrepio por todo o corpo. Ele estava com ciúme! Por um instante, fantasiou a idéia de dizer que ele tinha um rival, que um outro homem olhara para seu corpo e colocara sua marca nele. Mas a honestidade inerente a ela descartou a idéia.
- Eu o comprei! - contou sincera. - Umas amigas minhas me disseram que eu não era o tipo de pessoa que usaria algo assim, então eu... - ela deu de ombros.
- Esse é o tipo de presente que só um homem pode dar a uma mulher. - Harry insistiu, o olhar sombrio e quente de desejo.
- Não nos dias em que vivemos. - Gina contradisse.
- Então que outros adornos você colocou? – Harry indagou com suavidade enquanto a acariciava.
Agora era a vez dele de provocá-la. Beijou-a com extrema destreza, a boca deslizando rapidamente do pescoço até o trêmulo ventre.
Da mesma forma que ela fizera, ele beijou seu umbigo e, com a língua, brincou com o diamante enquanto uma das mãos explorava o sexo de Gina, fazendo o coração de Gina girar dentro do peito numa excitação indescritível.
- Em nenhum outro lugar. - ela suspirou, mesmo sabendo que suas palavras eram inúteis porque Harry já havia descoberto que não havia nenhum outro tipo de enfeite escondido em seu corpo!
Ele se afastou um pouco e a fitou para sentir em sua expressão o efeito que seu toque produzia naquele corpo.
- Eu quero você. - ela disse, a voz rouca. - Eu quero você agora, Harry.
Mas quando ela quis abraçá-lo, ele afastou-se ligeiramente.
- Espere! - pediu ao abrir a gaveta da cômoda ao lado da cama. - Eu só espero que quem planejou esse ninho de amor tenha tomado as devidas precauções. - ele murmurou.
Desnorteada, tentou espiar o que ele procurava e quando viu o que ele tinha na mão sua face corou ligeiramente.
Até aquele momento, tudo que ouvira sobre "sexo seguro" era problema das outras pessoas!
Mas Harry certamente era mais experiente que ela, e em pensamento agradeceu por ele ser tão consciente!
Sua excitação cresceu por saber o que ele estava fazendo e o que aconteceria em seguida! Quando ele ficou pronto e se virou para ela tomando-a nos braços, Gina estremeceu em delírio.
Ela pensava que sabia o que era desejá-lo! Mas estava errada!
Desde sempre, pelo que ouvira dizer e lera em diversos artigos de revistas ou livros, ela carregou consigo a convicção de que a primeira vez nunca é boa. Novamente ela se enganara!
Não sabia que poderia ser assim tão natural, de maneira que ela instintivamente o tocava e desejava que ele também a tocasse, convidando-o, até que estremeceu com a indescritível sensação de recebê-lo lentamente no interior de seu corpo...
Agora ela sabia.
Todos os suspiros que ele deixava escapar enquanto a possuía e completava representavam a vida em seu maior esplendor.
E quando Gina pensou que tinha se acostumado completamente com a sensação daquele corpo junto ao seu, ele alterou o ritmo de seu corpo, intensificando os movimentos, penetrando-a com vigor, como se a avisasse que seu corpo estava pronto para o amor.
E como estava!
Sem pensar, Gina envolveu-o com as pernas para permitir que ele investisse com mais força, para que a intimidade que compartilhavam fosse tão intensa e docemente insuportável que lhes proporcionaria todas as nuances do prazer até que atingissem a paz dourada que os aguardava.
- Hum... - Sonolenta, Gina desenhou um pequeno coração no ombro de Harry com a ponta do dedo. Ainda não amanhecera, ele dormia e ela observava seus longos cílios pretos iluminados pela luz suave da lamparina. Ela própria estivera dormindo até poucos minutos antes, mas era como se seu corpo não quisesse perder nenhum momento junto a Harry. Preferia ficar acordada, admirando-o, tocando-o... amando-o.
Agora ela tinha consciência de seu amor! Admitia isso! Mas será que o aceitava?
Fechou os olhos, testando as palavras dentro de sua cabeça.
Eu o amo. Eu amo Harry.
Sim, era verdade. Pelo jeito com que tais palavras ecoaram dentro de si, ela tinha certeza. Ela o amava! Ela amava Harry.
Aproximou-se dele e redesenhou com os lábios o pequeno coração imaginário de pouco antes. Ele tinha a pele quente.
Aquele corpo era tão diferente do seu, mas mesmo assim, uma maneira maravilhosa, preciosamente familiar.
Desde aquele instante até o último dia de sua vida ela lembraria daqueles momentos. Até o dia em que morresse poderia recriar em sua mente as imagens daquela noite. Não se esqueceria de seu gosto, do calor de sua boca, do jeito que a beijara.
Com as emoções à flor da pele, Gina percorreu com a mão a silhueta de Harry, passando por suas costas e parando na parte lateral de sua coxa.
- Não se joga esse jogo sozinho.
Gina engasgou quando repentinamente a mão de Harry deslizou por seu corpo até envolver seu seio e ele murmurar em seu ouvido:
- Você não teria coragem de se aproveitar de um homem adormecido, não é mesmo? - ele provocou.
- Eu só queria saber se tocar você seria tão bom como antes.
Gina sentiu-o mover-se e ficar tenso como se não quisesse escutar aquelas palavras. No entanto concluiu que estava errada quando ele disse:
- E quanto a mim?
Enquanto falava, ele, com a ponta do dedo, brincava com o bico de seu seio.
A descoberta chocante de como era fácil para ele deixá-la excitada distraiu-a. Suas mãos involuntariamente apalpavam o corpo de Harry e seu corpo estremecia de desejo.
Ela beijou-lhe a boca com paixão, emitindo um som de prazer quando conduziu a cabeça dele até seu seio.
A sensação daqueles lábios envolvendo seu mamilo fez com que ela lhe cravasse as unhas nas costas fortes. Novamente a lembrança daquele corpo dentro do seu fez com que Gina se arqueasse e o tocasse com uma intimidade que a teria chocado vinte e quatro horas antes.
Com o rosto ainda colado em seu peito ele gemeu de prazer com o suave toque das mãos de Gina.
Harry soltou-a brevemente e deitou-a de costas na cama. Ela sentiu aquelas mãos fortes pegarem-na pela cintura. Lentamente inclinou a cabeça de encontro ao corpo que sabia estar prestes a penetrá-la!
- Gina... Gina...
Seu nome foi dito com um som seco, revelando o descontrole que o acometia, enchendo-a de satisfação.
Com as mãos ainda na cintura de Gina, ele a levantou ligeiramente, aproximando-a de si e fazendo-a estremecer com a proximidade do momento em que seus corpos se uniriam de novo em um só.
Eles se moviam habilmente e com intensidade, cada vez mais rápido, até que Gina viu uma expressão de prazer agonizante espalhar-se no rosto de Harry, seu desejo revelado abertamente para ela quando ele gemeu e seu corpo estremeceu em espasmos violentos, ao mesmo tempo que o prazer explodia dentro de Gina.
Ela tremia de tal maneira que mal podia se mover, nada conseguia fazer além de aconchegar-se a ele, que a abraçou e embalou.
- Isso não deveria ter acontecido. - ouviu-o dizer com a voz rouca.
- Ugh, leite de camelo! Que nojo!
Gina obrigou-se a experimentar e sorrir para a moça que estava a sua frente durante o café da manhã.
Normalmente, Gina teria gostado da atmosfera aconchegante preparada para os turistas no desjejum, mas quando acordou naquela manhã descobriu-se sozinha em sua cama!
Harry certamente a levara enquanto dormia. Por que ele não quis que dormissem juntos?
Agora, a euforia da noite anterior desaparecera, deixando-a com uma sensação de vazio assustadora.
Tudo de que ela precisava agora era a presença de Harry, seu carinho, e mais que tudo, seu amor!
Agradecimentos especiais:
nath krein: como deu para perceber nesse capitulo a Gina descobriu que esta completamente apaixonada pelo Harry, infelizmente no próximo capitulo ela vai descobrir quem exatamente o Harry é na verdade e a casa vai cair, ou melhor a reputação dela vai afundar... Espere pra ver. Beijos.
gilmara: que bom que gostou dessa historia, não foi falar muito sobre seus comentários e duvidas ou então vou acabar falando mais do que deveria, só posso dizer que tudo vai se complicar a partir de agora. Beijos.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!