Visita a Hogsmeade




Capítulo 14 - Visita a Hogsmeade



Com um arrepio, Martha acordou de repente. O quarto estava escuro e silencioso, só o fogo da lareira trazia uma iluminação bruxuleante e misteriosa. Mas o mistério que mais intrigava Martha no momento era o motivo de sua cama estar vazia.



Ela ergueu a cabeça e viu que o banheiro estava vazio. Severo também não estava à beira da lareira. Ela ficou ainda mais intrigada.



Erguendo-se, agora sentindo o frio da masmorra com toda intensidade, ela foi ao laboratório particular, à sala de estar e até ao escritório. Nada.



Severo não estava nos aposentos.



Martha estava bem segura de que era muito tarde, e Severo não estava em lugar algum. Imaginou se devia ficar preocupada e onde ele poderia ter ido. Sentiu um aperto no coração, e tentava desviar pensamentos ruins, mas...



As poções.



Seus olhos se detiveram em dois pequenos frascos que estavam sobre a cômoda. Ela reconheceu os frascos: eram os mesmos que Severo tinha deixado separados quando fora chamado por Voldemort. O aperto no coração de Martha se intensificou quando ela entendeu exatamente o que tinha acontecido.



Por um minuto, ela estremeceu dos pés à cabeça. Por um minuto, seu coração parou de bater. Por um minuto, ela desejou que tudo não passasse de um pesadelo. Pois pesadelos terminam, não é?



No minuto seguinte, as forças lhe faltaram e ela se ajoelhou no chão, aos prantos. E se ele não voltasse? E se ela nunca tivesse chance de dizer adeus?



No exato momento em que seu desespero parecia chegar ao ponto máximo, um barulho chamou-lhe a atenção na entrada. Com o coração parecendo a ponto de estourar, ela foi até a sala de estar.



Como da última vez, Severo estava curvado, prestes a desfalecer, suas roupas amarrotadas, seus cabelos em desalinho e aparentando estar em imensa dor. Martha correu até ele:



- Severo!...



Ela o ajudou a chegar até a cama, onde ele se deitou, gemendo. Ela beijou-lhe a testa encharcada de um suor frio e macabro:



- Fiquei tão assustada quando não vi você aqui... - ela se virou para pegar a poção - É o vidro comprido?



- Isso mesmo - Severo sibilou de dor ao tentar se sentar - Obrigado. Ele... ele me convocou de repente... Mas eu devia esperar por isso...



Martha ajudou-o a tomar a poção:



- Como assim?



- Era natural que o Lorde das Trevas mandasse seus cumprimentos... pelo casamento...



- Oh, Severo...



- Ele está muito... curioso em conhecer você... Insistiu muito... e não gostou quando eu recusei... como você pode ver.



Martha ficou pálida:



- Severo, que perigo! Você se arrisca muito em se opor a esse homem!



Ele fechou os olhos:



- É melhor do que.... arriscar você... Agora preciso... sono...



Ela o deixou confortável, tirando-lhe as botas e cobrindo-o. Seu coração se aquietou um pouco ao perceber que ele caíra no sono, e nada daquilo viria atormentá-lo em seu descanso. Mas ela mesma não conseguia deixar de imaginar por quanto tempo mais eles conseguiriam manter o temível Voldemort afastado. Ou quando ela estaria frente a frente com o Lorde das Trevas.





Sábado chegou e era um dos dias mais aguardados pelos alunos de Hogwarts. Afinal, era um dia de visita a Hogsmeade. A expectativa era palpável por toda a escola, contagiando até os alunos de primeiro e segundo anos, que não tinham permissão para sair da escola. A expectativa tinha chegado inclusive às masmorras.



Martha se ajeitava em frente ao espelho:



- Devo levar um casaco mais pesado?



De dentro do laboratório, Severo disse:



- Não acredito que vá nevar de manhã, mas não subestime o frio.



- Eu estou um pouco agitada - confessou Martha - Minha primeira visita a Hogsmeade!...



- Você tem certeza de que não quer que eu vá?



- Absoluta. Sabe que dá azar o noivo ver a roupa da noiva antes do casamento?



- De todos os costumes trouxas, nós tínhamos que adotar o mais tolo deles? - ele mudou de tática - Posso ficar do lado de fora da loja enquanto você experimenta a roupa.



Martha sorriu:



- Não se preocupe com isso. Minerva e eu podemos cuidar de tudo sozinhas.



Sombriamente, ele lembrou:



- Você sabe que não se trata de duvidar das capacidades da Profª McGonagall ou das suas. Minha maior preocupação é com sua segurança.



Ela voltou a ajeitar o chapéu, dizendo:



- Eu estarei segura, acredite. A vila vai estar cheia de estudantes, e Minerva estará a meu lado. Além do mais, eu estou com aquele amuleto que você me deu. Se acontecer qualquer coisa, ele vai dar um alerta. Mas o que poderia acontecer tão perto de Hogwarts?



Severo disse apenas:



- Se qualquer coisa acontecer, siga as instruções de McGonagall ao pé da letra. Eu estarei a seu lado, não importa onde esteja.



- Não se preocupe, meu amor. Eu não pretendo me demorar. Mas agora preciso ir: Minerva deve estar me esperando.



- Cuide-se bem.



Eles se beijaram e Martha ajeitou suas luvas, andando apressadamente pelos corredores até encontrar a professora de Transfigurações, que ia rumo ao portão principal. As duas sorriram uma para outra:



- Chegamos ao mesmo tempo!



- Tive medo de que já estivesse à minha espera.



- A coruja de Madame Malkin dizia algum horário?



- Não, não temos compromisso.



- Perfeito - disse Minerva - Podemos aproveitar e passear um pouco. Você precisa sair mais daquela masmorra.



- Está bem.



As duas passaram pelo portão, onde Filch fazia a inspeção dos alunos que tinham autorização para deixar o castelo. Caminhando pela estradinha, Martha disse:



- Severo me disse que é um vilarejo muito antigo.



- Hogsmeade é o único vilarejo totalmente bruxo de todas as Ilhas Britânicas - explicou a professora - É muito agradável, e não tem aquela balbúrdia do Beco Diagonal. Foi mesmo bastante atencioso de Madame Malkin transferir a prova de seu traje para a Gladrags Roupas para Bruxos.



- Acredite: minha experiência em viajar com pó de flu não foi das mais agradáveis, por isso fico agradecida de não precisar repeti-la.



Minerva soltou um sorrisinho no canto dos lábios:



- Imagino que Severo tenha reagido quando você disse que queria vir sozinha.



- É, ele resistiu bastante. Alegou razões de segurança. Mas eu gostaria de comprar-lhe um presente, e como poderei fazer isso se ele estiver grudado na minha saia?



Minerva olhou para a roupa de Martha:



- Grudado na sua saia?



- É uma expressão da minha terra, significa que ele não sai de perto de mim.



- E você tem idéia do que pretende dar a ele?



- Na verdade, tenho, sim, mas estou aceitando sugestões.



- Ótimo. Podemos tratar disso depois de ver o vestido. Estou curiosa para vê-lo. Já estamos chegando.



- Nossa, como é pertinho.



As duas chegaram ao vilarejo e Martha notou que havia alguma diferença em relação ao Beco Diagonal, mas ela também sentiu a familiar sensação de ser sugada no tempo. O mundo bruxo a fazia se sentir como se na idade vitoriana.



Muitos dos alunos passeavam pelas ruas da cidadezinha e alguns cumprimentaram Minerva e Martha. Talvez a presença dela estivesse começando a ser aceita, afinal.



Em seguida, as duas entraram na loja de roupas Gladrags para fazer a prova do vestido de casamento. Uma bruxa magrinha e jovem as recebeu e logo foi levando as duas para uma cabine que na verdade era um outro quarto, com um sofá, duas poltronas e o banquinho onde Martha experimentava o vestido.



Minerva comentou, ao vê-la vestida:



- Bem se vê que Madame Malkin em pessoa cuidou de seu vestido, Martha. Ele está um sonho. É um dos mais bonitos que eu já vi.



A bruxa que a atendia disse, ajeitando pinos numa almofadinha de alfinetes que flutuava perto de sua mão:



- E a prova foi perfeita. Em poucos dias, nós o entregaremos em Hogwarts.



- Poucos dias? Sério mesmo?



- O casamento está marcado para logo?



- Na verdade, nós não marcamos uma data. Vamos nos casar assim que a burocracia permitir. Ao menos, esse é o plano.



Minerva sorriu:



- Tudo vai dar certo.



Martha sorriu de volta. Ela sentia que as coisas pareciam se encaminhar e, finalmente, tudo parecia estar dando certo.



Com a ajuda de Minerva McGonagall, Martha achou um presente que pudesse se adequar ao amor que sentia por Severo. Aquilo a drenara de todas as suas economias, claro, mas tinha valido a pena. Saindo da loja, Martha disse:



- Oh, Minerva, obrigada por sua ajuda.



- Esqueça isso. Você quer voltar a Hogwarts, ou posso lhe interessar num chá na confeitaria de Madame Puddifoot?



- Eu adoraria uma xícara de chá antes de voltarmos.



Mas elas mal deram dois passos quando se encontraram com alunos da Profª McGonagall na rua. Eram Harry Potter, Hermione Granger e Rony Weasley. Martha os saudou:



- Olá, meninos!



- Olá, Srta. Scott. Olá, Profª McGonagall - cumprimentou Harry Potter - A senhorita por aqui?



- Vim tratar de alguns preparativos para meu casamento.



Rony Weasley fez cara de desgosto e Hermione lhe deu uma cotovelada, antes de indagar:



- Alguma coisa para o seu enxoval?



- Na verdade, vim comprar um presente para o meu noivo. A Profª McGonagall foi muito gentil em me mostrar o vilarejo.



- É sua primeira vez em Hogsmeade?



- Isso mesmo.


Hermione parecia sem graça ao pedir:



- Er... será que eu poderia ver sua aliança mais uma vez?



- Claro que sim - sorriu Martha, estendendo a mão para a mocinha - Eu também mal posso parar de olhar para ela e...


Um tumulto parecia estar se formando no fim da rua, e interrompeu Martha. Todos viraram suas cabeças para aquela direção, de onde muitas pessoas estavam fugindo, correndo. Os gritos pareciam de desespero. Não dava para ver o que fazia as pessoas correrem, mas Martha arriscou:



- Oh, meu Deus! Será algum assalto?



- Pode haver alunos envolvidos!



Sim, havia adolescentes correndo, mas adultos também, e a confusão parecia estar se deslocando na direção deles. Minerva rapidamente disse:



- Acho melhor vocês voltarem a Hogwarts o quanto antes. Eu vou ver...



Ela se deteve quando no ar apareceu uma espécie de holograma, como uma bandeira invisível acima dos tetos das casinhas medievais. Era uma caveira de onde saía uma cobra, uma figura que fez Martha empalidecer. Ela conhecia aquele símbolo. Ele estava no braço de Severo, ele enchia suas noites de pesadelos, ele fazia seu coração paralisar de medo.



A Marca Negra.



Os gritos só aumentaram, e aparentemente o caos se estabeleceu por completo na rua principal de Hogsmeade, pois Martha finalmente viu quem inspirava tanto terror naquelas pessoas. Eram de cinco a sete pessoas, vestidas de preto, usando máscaras brancas, caminhando resolutamente para onde eles estavam. Enquanto marchavam decididamente, iam distribuindo raios a seu redor, e as pessoas fugiam, abrindo caminho para eles.



Harry Potter foi o primeiro a recuperar a voz:



- Comensais da Morte!...



Foi aí que os dois grupos se viram, mesmo que à distância. Um Comensal apontou para eles e Martha gelou ao ouvir:



- A trouxa está com Harry Potter!



- Vamos levar os dois!



Minerva McGonagall entrou rapidamente em ação:



- Sr. Potter, você e seus amigos procurem um abrigo e levem a Srta. Scott! Eu vou tentar detê-los!



E saiu na direção dos agressores, com suas capas esvoaçando e com a varinha na mão. Naquele momento, Martha se sentiu mais do que apavorada. A expressão no rosto de Rony Weasley dizia que ela não era a única.



De repente, ela sentiu Hermione agarrando sua mão e puxá-la:



- Venham comigo!



As crianças estavam com suas varinhas na mão e Martha começou a correr também, seguindo-os, tentando evitar que seu cérebro registrasse o fato de que aquelas pessoas horríveis estavam atrás dela, aliás, dela e de Harry, e não pareciam ser do tipo que desistissem facilmente.



Hermione a puxava pela mão, e ela ouviu um silvo no ar. Um raio colorido passou bem perto deles. Harry gritou:



- Estão atirando!



Rony gritou:



- Para onde estamos indo?!



Hermione disse apenas:



- Estamos quase lá!



Novo raio quase os atingiu. Harry disse:



- Eu não vou conseguir desviá-los por muito mais tempo! Precisamos de abrigo!



- Entrem aqui! - urgiu Hermione, puxando Martha para dentro de uma loja que ela nem viu direito, uma que parecia ser muito colorida. Harry e Rony estavam atrás, e Martha teve a atenção desviada por um outro raio daqueles.



Um casal idoso apareceu diante deles, o homem parecendo irritado:



- Quem são vocês? O que estão fazendo aqui?



- Por favor, precisam nos ajudar! - disse Hermione, esbaforida - Eles estão atrás de nós!



Mal Hermione disse isso, a porta atrás dela explodiu em mil pedaços. Um dos estilhaços atingiu Rony, que caiu no chão e ficou imóvel. Ao ver aquilo, o casal se apavorou, e Harry gritou:



- Protejam-se!



Tarde demais. Martha viu um dos raios atingir Hermione, e ela foi ao chão. O casal de velhinhos também se jogou no chão.



- Mione!



Agora estavam apenas Martha e Harry. O garoto olhou em volta e disse:



- Rápido! Atrás daquele balcão!



Sem ver qualquer alternativa, Martha se agachou atrás do balcão indicado. Finalmente ela teve um segundo para ver que estava numa espécie de loja de doces. Ela a tinha visto antes: Honeydukes. Sim, esse era o nome.



A seu lado, Harry disse, baixinho:



- Se pudéssemos chegar até o porão, poderíamos escapar.



- Harry, eles podem machucar esses dois velhinhos... Acho que se eu me entregar, eles vão embora. Aí vocês têm uma chance de escapar.



- Nem pense nisso! - disse Harry, decidido - Você não sabe do que essa gente é capaz.



Mal ele disse isso, o balcão que os ocultava também se partiu em mil pedacinhos, e Martha gritou de susto, encolhendo-se para proteger-se dos estilhaços. Ela mal viu quando Harry se ergueu, e apontou a varinha, dizendo:



- Impedimenta!



Havia um Comensal da Morte ali, um que simplesmente se desviou da azaração que Harry lhe atirou, mas o menino pensou rápido:



- Protego!



Martha sentiu um suave escudo a envolvendo, mas isso não deteve o Comensal. A figura de capa preta e máscara branca avançava contra os dois, e Martha se encolheu ainda mais atrás de Harry, apavorada. O Comensal ergueu a varinha e apontou-a para o menino, dizendo:



- Avad-



De repente, ele se interrompeu e abriu os braços, arqueando o corpo para trás. Harry e Martha viram quando o agressor caiu nessa mesma posição todo duro, de cara no chão da loja de doces. Atrás dele, estava Severo Snape, de varinha em riste e um olhar positivamente homicida.



Martha gritou:



- Severo!...



Harry fez cair o escudo de energia e Snape se ajoelhou, ao lado de Martha:



- Você se feriu?



- Não - ela se agarrou a ele - Harry... ele me salvou!...



Severo se virou para o menino:



- Está ferido, Potter?



- Não, senhor.



Martha disse, agitada:



- Hermione e Rony! Eles estão feridos!



Minerva McGonagall entrou na loja nesse momento, e olhou em volta:



- Pelo espírito de Godrico Grifinória! O que aconteceu aqui, Sr. Potter?



Harry notou que as capas de sua professora estavam sujas, o cabelo dela estava todo emaranhado e o coque se desfazia, mas ela não perdera o ar autoritário que o compeliu responder:



- Eles nos perseguiram até aqui. Acertaram Hermione e Rony, e eles teriam conseguido pegar a mim e a Srta. Scott se o Prof. Snape não tivesse aparecido.

Ela indagou:



- Martha, você está bem?



- Sim, mas estou preocupada com Rony e Hermione - Harry correu para examinar Hermione - Um pedaço de madeira atingiu Rony, e Hermione foi vítima de um raio colorido.



- De que cor era o raio?



- Meio azul, eu acho.



Severo abaixou-se para ver o rapaz desmaiado, e constatou uma ferida da qual saía uma grande quantidade de sangue na parte de trás da cabeça. Ele tirou a varinha e encostou-a no ferimento. Martha viu uma luz branca sair da varinha e estancar o sangue.



- Ele vai precisar de cuidados médicos - disse Severo - Bateu com a cabeça.



- E como está Hermione? - quis saber Martha, colocando seu casaco sob a cabeça de Rony para ajeitá-lo melhor.



McGonagall examinava a menina e disse:



- Acho que ela foi atingida com uma azaração de enfraquecimento.



Do meio de suas capas, Severo tirou um frasco e pediu:



- Sr. Potter ajude-me aqui.



Harry segurou a menina e ajudou Severo a ministrar a poção em Hermione. Instantaneamente, ela abriu os olhos e disse, abatida:



- Harry...? Onde…?



Severo recomendou:


- Procure não se esforçar, Srta. Granger. A senhorita foi atingida por uma considerável quantidade de magia das trevas.



Harry disse a Hermione:



- Ainda estamos na Honeydukes. Os Comensais quase nos apanharam, mas o Prof. Snape chegou na hora. Rony levou uma pancada na cabeça.



O casal de idosos - os donos da loja de doces - ergueram-se de detrás do único balcão intacto do estabelecimento, dizendo:



- Esperem que eu tenho um chocolate que pode ajudar.



Martha lembrou-se de que chocolate bruxo era medicinal. Severo se ergueu e disse:



- Os aurores vão chegar a qualquer minuto.



Martha repetiu:



- Aurores?



- Eles são mais ou menos o que você conhece como polícia. Mas diferente.



Minerva disse:



- Esses dois não têm condição de dar depoimentos. Precisam ir para a ala hospitalar imediatamente.



Um vozeirão completou:



- E é para isso que estou aqui.



Todos se viraram para a porta, onde entrava uma figura conhecida. Harry sorriu:



- Hagrid!...



- Oi - disse Hagrid - Prof. Dumbledore está mandando as carruagens pegar os alunos. Todos devem voltar para Hogwarts imediatamente - então ele viu quem estava no chão e arregalou os olhos - Hermione! Srta. Martha!



- Eu estou bem, Hagrid - disse Martha, ajoelhada ao lado de Rony - É Rony e Hermione que precisam de ajuda.



- Eles têm prioridade no transporte para Hogwarts - disse a Profª McGonagall - Não parece haver outros feridos.



Hagrid imediatamente se colocou em ação:



- Sim, senhora, vou cuidar disso agora mesmo.



Snape disse:



- Potter, Martha, vocês vão com Hagrid.



- Mas e os aurores? Não temos que esperar por eles?



- Se eles quiserem falar com vocês, eles podem muito bem ir a Hogwarts - disse Snape acidamente - Agora vão!



Martha sabia que aquele era o tom que Severo usava quando não queria ser contrariado, então ela se colocou de pé e ajudou Hermione a se levantar. A menina comia uma barra de chocolate, mas ainda parecia que ia desmaiar a qualquer instante, por isso Harry e Snape a levaram até a charrete puxada por estranhos cavalos alados. Depois, Martha e Minerva ajudaram a levar Rony, ainda desacordado, para a mesma charrete. Harry e Hermione os ajudaram a ajeitar Rony.



Ao ver todos acomodados na carruagem, Snape disse:



- Madame Pomfrey já deve ter sido avisada de sua chegada. Ela estará esperando vocês.



Martha indagou:



- Você não vem?



- Mais tarde - ele disse, suavemente - Vai ser preciso tomar conta de algumas coisas por aqui primeiro.



- Tome cuidado.



- Tome conta dos alunos - ele se virou, os cabelos acompanhando - Potter, você é o único capaz de fazer com que todos cheguem em segurança a Hogwarts. Não baixe a guarda.



- Sim, senhor.



A carruagem de estranhos cavalos alados pretos começou sua viagem a Hogwarts. Era a segunda vez que Martha tomava esse caminho, mas a tensão dessa vez tinha sido substituída por genuíno pavor. Nada a agradaria mais nesse momento do que ficar enroscada com Severo ao pé da lareira, só para sentir a força e a segurança que ele transmitia. Mas aqueles alunos precisavam dela agora. Os três tinham arriscado suas vidas para salvá-la e Martha não iria deixar de ajudá-los num momento como esse.


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