Um pedido de perdão



Na manhã seguinte estava de volta em seu apartamento, tudo ainda era muito recente, as coisas ainda lhe doíam no peito. Tomou um banho, se deitou e viu em cima da cama havia um bilhete de Ariel.
“Maya. Tudo o que você me falou... Foram as palavras que mais me doeram em toda a vida. Achei que você já tinha aprendido a me amar. Mas vejo que eu lhe amor e esse sentimento não é correspondido, pois você não me ama... Beijos Ariel.”
Maya esmagou o bilhete entre os dedos. Saiu de casa atordoada, pegou um táxi e depois de alguns minutos o motorista virou para trás.
- Chegamos madame. – ele falou sorrindo com sua dentadura torta e suja
- Obrigada. – Maya falou entregando-lhe o dinheiro e saindo do carro
Estava na frente de uma casa toda feita de madeira, não era nem muito grande nem muito pequena mas possuía 5 andares mal empilhados com janelas amplas escondidas por cortinas de ceda azuis. E um pequeno, mas bem cuidado jardim, com as mais belas flores, escondidas pela neve. Já havia estado ali antes era a casa onde Ariel morava com seus pais. Atravessou o pequeno jardim e tocou a campainha.
Uma sra de uns 40 anos afastou as cortinas e olhou para fora. Sorriu para Maya e depois fez sinal para que ela esperasse. Aquela era Lola mãe de Ariel, uma sra muito simpática apesar de sofrida. Fazia tempo que o seu casamento não era mais feliz, o marido passava maior parte do dia trancado no ultimo andar da casa, onde era seu laboratório. Lola abriu a porta e abraçou Maya, quase a esmagando.
- Fazia tempo que você não aparecia por aqui, Ariel me falou que você viajou para Londres. – ela falou abraçando-lhe – Venha, entre vamos tomar um chá.
- Ah não, não quero incomodar. – Maya falou sorrindo – Só queria falar com Ariel...
- A querida, você nunca incomoda, e além disso Ariel deu uma saidinha, enquanto você espera por ele eu faço um chá.
Se sentou na mesa da cozinha e olhando um retrato na parede, Ariel quando era pequeno acenava ao lado de sua irmã Kristal que agora se encontrava muito doente no hospital St. Mungus e seu pai quando ele ainda era uma pessoa feliz. Porque ele havia se fechado Maya não sabia, segredo de família.
Maya continuou sentada mas passou os olhos e parou no fogão, velho fogão que tinha sido da avó de Ariel mas ainda funcionava a mil. Em cima dele haviam algumas coisas como uma chaleira que apitava e uma panela a borbulhar algum caldo.
Ficaram tomando chá e Maya ouvia Lola falar da vida, de como estava deprimida, etc. Ouviu a porta se abrir, Maya se levanto, Ariel entrou sorrindo na cozinha segurando algumas sacolas, o nariz vermelho de frio. Olhou para Maya com frieza, deixou as sacolas na porta.
- O que você faz aqui? – ele falou olhando-a com desgosto
- Nós precisamos conversar... – Maya falou se aproximando
- Não temos nada para conversar. – ele falou se virando
- Deixa pelo menos eu tentar me explicar! – Maya falou pondo a mão no ombro de Ariel
- Ok, venha, vamos subir.
Subiram os dois para o quarto de Ariel em silêncio. Entraram, Maya se sentou na cama e ficou olhando o garoto que estava de costas olhando pela janela.
- Quero que você volte a morar comigo? – Maya falou se levantando
- Eu não quero voltar, não para depois você jogar na minha cara que eu não sou o homem que você ama! – Ariel falou sem se mover
Maya foi até ele e abraçou-o pelas costas, Ariel relutou mas depois se rendeu ao carinho.
- Mas agora eu te amo... – ela falou se pondo entre ele e a janela – Te amo muito, não sei mais viver sem você, o seu carinho, seu cheiro...
Ariel a fitava com uma enorme vontade de lhe beijar, mas seu orgulho o empedia, era mais forte que ele.
- Vá embora Maya é melhor para nós dois! – falou calmamente
- Não! Eu não consigo ficar naquele apartamento sem você, sem ouvir seus barulhos! Eu cheguei hoje em casa esperando te encontrar, eu me sentia mal, me sentia sozinha eu só precisava de uma coisa, o seu amor... Então eu vi o bilhete e vi como você era a única pessoa que eu realmente tinha no mundo! – ela falou com as lágrimas caindo pelo rosto branco – Eu preciso de você novamente...
- Você descobriu tudo isso muito tarde! – Ariel falou indo até o criado mudo
- Ariel eu te amo! Você não pode ter deixado de me amar assim tão rápido! – Maya berrou esmurrando a janela.
- Eu não deixei de te amar, e acho que nunca deixarei... Mas eu aprendi a não pensar só em você! – ele falou pegando um caderno dentro do criado mudo – Tome, esse aqui é meu diário, onde eu escrevi durante todo o tempo, que morrei com você... Leia e pense! E agora vá embora, por favor, eu tenho que me arrumar para visitar minha irmã e não posso me atrasar.
Maya pegou o caderno das mãos de Ariel e o guardou na bolsa.
- Então está bem... Adeus! – ela falou com os olhos cheios d’água
- Adeus não, até logo! – Ariel falou dando um sorriso fraco
Maya foi embora um pouco melhor, pelo menos ele sabia que ela o amava, mas era mesmo isso que ela sentia?

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