O começo de uma nova vida

O começo de uma nova vida



Passaram algumas horas que as duas ficaram passeando por dentro da casa. Mas passavam longe da porta do quarto dos pais. Kelvin o elfo doméstico não parava de atazanar as garotas mesmo depois de levar alguns pontapés.
Sly desceu a escada com as coisas que havia, pego embaixo do braço e encontrou Maya sentada no sofá da sala com as mão cobrindo a cara. Sly sentou do lado da irmã e pos a mão nas costas dela.
- É tão estranho estar aqui outra vez. – Maya falou mostrando a cara manchada de lágrimas
- É eu sei... – Sly falou colocando os objetos de lado no sofá – Mas como você mesmo disse a muito tempo “algumas dores são necessárias sentir, para elas diminuírem.”, lembra?
- Lembro... – Maya falou dando um sorriso fraco – Mas às vezes eu falo coisas que eu não tenho tanta certeza que eu consigo fazer.
- Para onde nós vamos agora Maya? – Sly perguntou se levantando
- Para a Rússia, eu já falei com Karkaroff e você vai estudar na Drumstrang. – Maya falou secando as lágrimas e se levantando também
- Minhas sras, o almoço está servido na sala de jantar. – Kelvin falou sorridente
- Obrigado Kelvin. – Maya falou se dirigindo a sala de jantar
As duas entraram na sala, e sentaram nos lugares em que sentava quando era menores, uma de frente para a outra nas cadeiras mais do meio. Kelvin serviu o almoço, havia feito panquecas, Sly lembrou como sua mãe gostava de comer as panquecas de Kelvin e como o elfo ficava satisfeito em fazê-las no mínimo uma vez por semana. E agora depois de anos ele ainda lembrava que elas gostavam tanto das panquecas quanto Holly.
- Estavam muito boas suas panquecas Kelvin! – Sly falou cruzando os talheres
- Brigada minha sra, agora que as sras voltaram para Kelvin eu vou fazer tudo que as sras quiserem.
- Kelvin nós não voltamos nós só viemos ver a casa, já estamos de partida. – Maya falou dando a ultima garfada em sua panqueca
- Mas sra Kelvin é bom elfo, não incomoda. – Kelvin falou agarrando a perna de Maya
- Eu Kelvin, mas o Lúcio, lembra dele? – Maya perguntou para o elfo choroso
- Sim, Kelvin lembra, loirão malvado levou vocês do Kelvin! – Kelvin falou se debulhando em lágrimas
- Ora Kelvin não seja bobo... – Maya foi interrompida por Sly
- E se agente levar ele? Kelvin pode ajudar na casa, e, além disso, seria melhor que quando tio Lúcio chegasse aqui não houvesse ninguém.
- Hmm... – Maya pensou por algum tempo na proposta da irmã – Ok, Kelvin arrume suas coisa você vai com agente.
- Kelvin? Sair da daqui? – Kelvin falou largando a perna de Maya – Mas Kelvin é servo desta casa!
- Não você é servo dessa família e agora quem manda em você somos eu e a Sly, você vai com agente. Para o seu bem, senão o loirão vai nos tirar de você outra vez. – Maya falou olhando seco para o elfo
- Ok! Kelvin vai arrumar as malas! – o elfo saiu saltitando da sala de jantar
Algumas horas mais tarde, com tudo acomodado dentro do vagão, os três partiram para a Rússia, para o seu novo lar. Longe de tudo, principalmente daquela Mansão.
- Só acho que você não precisava ter vendido a mansão com tudo dentro Maya! – Sly falou brava – Fazia parte das nossas histórias!
- Fazia parte da nossa dor Sly. – Maya falou olhando pela janela – E eu não vendi com tudo, senão o que você pegou teria ficado e o elfo também.
Kelvin estava encolhido em um canto da cabine contando quantas bolinhas tinham estampadas nas poltronas da cabine. Era um elfo bem inteligente Holly tinha o ensinado muitas coisas, não queria um elfo ignorante ela dizia sempre que reclamavam das aulas que dava ao elfo.
Chegaram na estação, ficaram por algum tempo olhando pela janela. Até Sly tomar iniciativa e sair da cabine, Kelvin foi atrás carregando as malas e Maya vinha fechando a fila. Espremeram-se pelos corredores cheios de passageiros. Enfim conseguiram se livrar de todos e por os pés na movimentada estação de Moscou.
- Ai isso aqui ta atulhado! – Sly falou se espremendo entre um bruxo gordo e sua família de gordos – Eu não consigo nem respirar direito.
- Vem aqui Sly, não vamos nos perder. – Maya falou puxando a irmã pelo braço
Saíram um pouco do tumulto e foram caminhando guiados por Maya.
- Você sabe aonde ta indo Maya? – Sly falou braba – Que coisa! Agente ta andando a anos e parece que agente ta dando voltas!
- Qual é Sly, eu te trago até aqui e você resolve se revoltar? – Maya falou emburrada – Então vai ali e compra uma passagem de volta pra Mansão Malfoy! – Maya berrou
- Ta, ta Maya. Eu não disse que quero voltar só disse que quero parar de andar um pouco. – Sly falou encostou-se em um pilar.
Maya parou na frente da irmã, mas ficou olhando em volta.
- Achei! Fiquem os dois aqui parados, eu já volto. – Maya falou se distanciando
Maya andou em direção a uma pequena aglomeração, afastou algumas pessoas e cutucou uma garota que devia ter quase dois metros de altura (isso é exagero claro para dizer que a garota era alta), cabelos bem crespos e ruivos. A garota se virou e olhou surpresa para Maya.
- Maya! – a garota berrou alegremente – Como você ta linda amiga!
- Brigada Sophia. – Maya falou abraçando a garota alta
- Eu estava te procurando, achei até que vocês não vinham mais.
- É nos desencontramos, mas já nos encontramos. Fez o que eu pedi?
- Claro. Vamos meu motorista está nos esperando a propósito a Sly não vinha?
- Veio. – Maya falou apontando a irmã escorada no pilar
As duas foram até Sly e Sophia quase a esmagou. Depois saíram da estação com o motorista da amiga e andaram, até que o carro parou na frente de um prédio grande e antigo de pedra polida. As três garotas saíram do carro seguidas pelo elfo e pelo chofer que havia lhes aberto à porta. Sophia abriu o portão com uma grande chave prateada, entraram no grande saguão do prédio e logo depois estavam em um elevador grande, Sly encostada em um canto olhando para o teto de ouro do elevador. A porta se abriu, havia um corredor e no fundo uma grande e linda porta de madeira talhada.
- Sua chave Maya, eis seu apartamento! – Sophia falou dando a chave para a amiga
- Brigada Sophia... Pode ir se quiser! – Maya falou sorrindo – Quando quiser me procurar você sabe onde achar!
- Você também, qualquer coisa mande uma coruja! – Sophia falou se dirigindo de volta ao elevador – Até mais.
Maya abriu a porta e as duas entraram no apartamento.
- É lindo! – Maya falou olhando o teto com desenhos folhados a ouro – Você não acha Sly?
- É bem legal... Onde é meu quarto? – Sly falou sem dar atenção para o teto
- Não sei... Vá procurar... E...Ah... Sly, não desarrume as malas porque amanhã pela amanhã você vai pegar o trem para sua nova escola. – Maya falou pegando uma revista em cima da mesa e folheando-a
- Como assim? Eu achei que ia ficar aqui com você!
- E parar de estudar? Nem pensar! Não quero uma irmã ignorante!
- Maya! Sua... MENTIROSA! Você só quer saber da minha herança!
- Hora Sly! Eu sou sua irmã e tenho tanto dinheiro quanto você! – Maya berrou – Se eu quisesse seu dinheiro era mais fácil... Eu matar você!
Sly ficou olhando a irmã com a boca semi aberta e os olhos vidrados.
- E é isso que você quer fazer, não é? Matar o amor que sobrou na nossa família me mandando estudar longe, me tirando da casa dos nossos tios... É isso né Maya! Você não consegue entender o que é o amor!
- Vá pro seu quarto Sly! Me deixe em pazNão tenho que dar implicações para você! – Maya berrou com os olhos cheios de lágrimas
- Porque você não vai dar uma volta e me deixa sozinha! – Sly berrou com o rosto vermelho
- Boa idéia! Vou sair e dar uma volta para me acalmar... – Maya falou pegando a chave em cima da lareira e saindo batendo a porta
Andava pelas ruas geladas, o olhar triste mirava os bolos de neve que se acumulavam na beira das calçadas e as famílias que passavam rindo com suas tocas de lã. As lágrimas escoriam pelo seu rosto, lágrimas de ódio. Correr, correr, mamãe dizia para mim que correr era o melhor remédio quando a tristeza vinha atrás de você. E foi isso que Maya fez, começou a correr, correu até sentir os pés gelados e doloridos. Sentia uma pontada no peito, que doía além da dor. Parou, entrou em uma cafeteria, sentou, pediu um chocolate quente, as lágrimas cessavam, mas a dor continuava ali.
Pegou um jornal de trouxas e começou a ler. Sentiu que alguém havia sentado na cadeira a sua frente. Aos poucos tirou os olhos do jornal e olhou para a pessoa. Um garoto, devia ter uns...18 anos, loiro com olhos negros, usava um cachecol preto com as iniciais AF, Maya ficou tentando imaginar o nome do garoto, não conseguia mover os lábios. Só conseguia olhar aquele garoto, lindo, lindo, com aquele olhar meigo.
- Oi... – foi a única coisa que conseguiu dizer depois de um tempo
- Olá. – o garoto respondeu sorrindo – Vi que você entrou chorando e fiquei preocupado. Sei que você deve estar me achando um metido mas... Não consegui ver uma menina linda como você sofrendo.
- Hmm... Eu não estou sofrendo! – Maya falou com dificuldade – Só tenho problemas como qualquer outra pessoa.
- Qual seu nome? – ele falou tomando um gole de seu café
- Maya Malfoy... E o seu?
- Malfoy? Malfoy não é um sobrenome comum... – ele falou sorrindo – Sua família é de onde?
- Qual seu nome? – ela insistia
- Ariel Flood, é estranho eu sei mas... Não fui eu quem escolhi. – ele falou rindo
- Acho que vou indo, Ariel, foi bom conhecer você! – se levantou foi até o balcão e pagou a conta
- Eu acompanho você... – ele falou pagando a conta e saindo porta a fora com Maya – Onde você mora?
- Longe daqui... Não precisar vir comigo! – sorriu
- Não eu faço questão, gostei de você, não quero que você fique por aí sozinha.
- Olha, eu também gostei muito de você, você é bonito, inteligente, e tudo mais, mas eu tenho uma irmã mais nova em casa agente brigo eu to mal, ela é a única pessoa que eu ainda tenho no mundo, tirando um tio louco que eu também amo mas que não me da bola! Sabe, eu não to mais conseguindo viver... – começou a chorar de novo
Ariel abraçou-a, fez-lhe carinho nos cabelos.
- Não fique assim, eu estou aqui agora, se você não tem família nós podemos ter uma. Eu sei que pode parecer loucura mas eu acho que eu me apaixonei por você e se você não me quiser eu acho que vou ter que ir em um psiquiatra amanhã. – ele riu
Maya levantou a cabeça e olhou Ariel sorrindo, ele era tão aconchegante, ele fazia ela se sentir tão bem, puxou-o pelo pescoço e beijou-o. Beijaram-se longa e profundamente. Como se, se conhecessem a anos, como se já fizessem parte um do outro.

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