Olhos no passado



Já era dia novamente quando o trem parou na estação, Maya acordou Sly que estava dormindo encostada na janela. Desceram, fazia cinco anos que elas não pisavam naquele lugar. Sly se lembrava nitidamente do dia em que entraram em um trem junto com Lúcio direto para Londres, ele segurava cada uma por uma mão, Sly chorava e Maya sempre com seus olhos frios engolindo a noticia.
Os olhos de Sly se encheram de lágrimas, era difícil voltar a aquele lugar de onde tinha saído por um motivo tão horrível.
- Onde agente vai agora Maya? – Sly perguntou para a irmã que estava olhando em volta
- Para onde agente nunca devia ter saído... – Maya falou começando a andar
- Não! Eu não quero voltar lá Maya!
- Não seja idiotas, nós não vamos morar lá, só vamos dar uma olhada na casa. Lá seria o primeiro lugar que tio Lúcio nos procuraria.
As duas saíram da estação e pegaram um táxi e depois de algum tempo o carro parou em frente a uma grande mansão de pedra. Maya pagou o homem e desceu com as malas, pegou o medalhão da família no bolso e encaixou-o em uma abertura no portão que se abriu com um rangido de que não havia sido aberto há anos.
A casa só continuava cuidada por causa de Kelvin o elfo doméstico que mesmo depois da morte de Lúcifer e Holly continuou fiel a família. Cruzaram o jardim e bateram na porta, ninguém atendeu, Maya tocou novamente. Esperaram algum tempo, até que a porta se abriu vagarosamente e uma cabecinha verde aparece. Quando viu as duas garotas, Kelvin escancarou a porta e esfregou os olhos.
- Minhas sras... – ele se jogou no chão e se agarrou a pernas das garotas
- Deixe de ser emotivo Kelvin e solte nossas pernas! – Maya falou chutando o elfo
- Sim sra, entrem, entrem. Kelvin estava preparando o almoço, vocês querem almoçar com Klein? – o elfo falou saltitante
- Kelvin continue a fazer o que você estava fazendo, finja que nós não estamos aqui, sim?
- Sim srta... – Kelvin falou se retirando com uma reverencia
Sly subiu a escada e foi andando pelo corredor que um dia ela e Maya brincavam e era bem iluminado. Agora era escuro e frio Sly sentiu um arrepio ao chegar no final do corredor e se encostou na porta onde um dia fora o quarto de seus pais. Por um instante pensou em abrir a porta, mas antes que sua mão pudesse encostar a mão na fechadura a porta se entreabriu com um leve rangido. Sly recuou alguns passos e bateu em Maya que estava logo atrás.
- Ai você me assustou Maya! – Sly falou se virando-se para a irmã
- Não entre nesse quarto Sly! – Maya falou fechando a porta – Isso só vai aumentar a dor... Vem!
- Ok, posso ir até meu quarto? – Sly perguntou já se virando
- Claro a casa é sua. – Maya falou descendo as escadas de novo
Sly abriu a porta do quarto, lá estavam todas suas coisas. Ela não entendia porque até hoje Lúcio nunca havia trazido elas aqui para buscar suas coisas pessoais, achou que aquela era a hora de pegar algumas coisas que nunca queria ter deixado para trás. Seu quarto continuava como havia o deixado, havia até duas bonecas no chão. Sly lembrou que quando Lúcio chegou para buscá-las ela estava brincando com aquelas bonecas sentada no chão do quarto. Sly se abaixou e pegou uma das bonecas, engraçado ela lembrava até hoje o nome que a boneca tinha, Holly igual o de sua mãe. Ela tinha rido quando Sly havia contado, lembrava-se como chorou, chorou por terem rido do nome de sua boneca.
Sly abraçou a boneca e depois a colocou em cima da cama, iria levá-la junto para onde quer que fosse. Depois Sly se levantou e abriu o armário, as roupas estavam empencáveis parecia que uma das ocupações de Kelvin era tirar o pó de tudo. Sly puxou um vestido azul para fora e ficou olhando-o ela tinha usado em seu aniversário de 10 anos, tinha sido o melhor dia de sua vida ela havia ganho um cachorrinho de seu pai, o nome dele era Buffer era branquinho, mas morreu um mês depois que ela ganhou.
Sly jogou o vestido em cima da cama junto com a boneca, e depois sentou-se nela. Ficou olhando o quarto, as paredes, o carpete, os quadros, e parou no criado mudo, havia um porta-retrato com uma foto de Lúcifer, Holly, Maya e Sly todos acenavam felizes. Sly pegou o porta-retrato, retirou a foto e colocou-a no bolso.

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