Consequências de uma brincadei
De longe se podiam ouvir os gritos de Molly Weasley com seus filhos gêmeos, a mulher não media palavras para repreendê-los, inclusive em alguns momentos demonstrou que bateria em Fred e Jorge, os rapazes tentavam de todos os argumentos para convencer a mãe de que a brincadeira não foi de mau gosto e que estavam arrependidos de seus atos, no entanto de nada servia para acalmar o leão Molly. A rainha havia ordenado que todos os guardas fossem em busca da jovem desaparecida e as ordens eram de que não retornassem enquanto a menina não fosse encontrada.
Outra pessoa que se inquietou bastante com a ausência de Gina foi Harry, o jovem procurou saber das novidades de forma discreta a pedido de Hermione, porém estava muito preocupado e ansioso para se contentar com notícias por intermédio de terceiros.
- Não é possível que não consigam encontrá-la. – disse Harry aos seus amigos quando ouviu um dos guardas informar que teriam que rodear a propriedade, já que não a avistaram em lugar algum.
- Uma pessoa não desaparece assim tão de repente, alguma coisa aconteceu a minha irmã, e rezo para que não seja nada grave. – Rony, que estava com os nervos à flor da pele falou, observou sua mãe de longe e sentiu vontade de consolá-la junto dos irmãos, só que o orgulho o impelia de tal atitude.
- Acalmem-se, tenho plena certeza de que vão encontrá-la. – Hermione tentou ser forte por Rony e Harry – Ah Rony não fique assim que isso me deixa desolada, não há amargura maior do que ver estes olhos tristes. – por puro impulso a menina correu para um abraço em Rony e o rapaz não a repeliu, muito pelo contrário, seu sofrimento só pedia pelo consolo daquele abraço.
Harry observou os amigos com atenção, e principalmente Rony que assumira um branco nada habitual, o seu espírito protetor chegou de ímpeto e convencido de que as buscas não estavam tendo efeito, o garoto tomou uma atitude inusitada. O rapaz declarou aos amigos que ele mesmo procuraria por Gina e jurou que a traria de volta, nem que isso lhe tomasse o resto da vida. Rony se ofereceu para ajudar, mas foi convencido por Harry a ficar, já que se ele também saísse em busca de Gina, isso atrairia a atenção de Lílian e James, e quanto menos preocupações melhor seria.
O rapaz conseguiu preparar um cavalo e sem chamar atenção ele conseguiu se infiltrar na floresta. Aparentemente o lugar dava medo, já que era imenso e solitário, Harry teve que se esforçar para manter o foco. Os poucos chuviscos começaram a cair, estava claro que precisava andar mais depressa se quisesse encontrar a moça, o céu se fechava aos poucos, o que era um fato infeliz, pois se um temporal caísse, seria mais difícil e perigosa a busca do menino, só que Harry não temia tempo fechado, e se preciso fosse era capaz de percorrer toda a floresta para resgatar sua ruiva. As pequenas gotas em pouco tempo se tornaram filetes, que batiam com força no rosto do moreno, o rapaz tinha que apertar os olhos para enxergar e seu cavalo cedia cada vez que avançava, o pobre animal notoriamente não fora feito para enfrentar tal situação, só que Harry não estava disposto a recuar de seu objetivo para trocar de acompanhante. O cavalo não era o único empecilho do herói, os obstáculos tinham um grande peso, o animal tinha dificuldade para ultrapassar os galhos espalhados pelo caminho e a terra estava escorregadia, fazendo com que Harry ter que utilizar muita habilidade para conter a queda do cavalo. Como o rapaz previu, ele teve que descer do animal e ajudá-lo a andar ao mesmo passo que protegia os olhos para que não perdesse Gina de vista, foi um trabalho complicado, o menino chegou a pensar que havia se precipitado e que talvez a ruiva já estaria de volta a residência, mas ao longe ele pode enxergar uma jovem com um vestido amarelo, a menina lhe acenava e por algum motivo não conseguia sair do lugar. Harry largou seu acompanhante e correu em direção a jovem, preocupou-se ao ver que Gina lutava em tentar puxar a perna esquerda que se prendeu a uma raiz enorme de uma árvore, o rapaz foi em seu auxílio retirando todas as possíveis madeiras para que a menina pudesse retirar a perna do buraco sem se machucar.
- Estou com a perna ferida. – Gina se apoiou em Harry – Mas acredito que não seja nada que valha a pena se alarmar, foi só um pequeno descuido – a menina falou ao notar a expressão de seu salvador.
- Ainda assim deve ter cautela ao andar. – Harry gritou, não conseguia se comunicar bem, pois a chuva só piorava.
- Sua condução não me parece confiável. – a menina observou o cavalo tentar andar, mas a terra molhada o impedia.
- Não tive tempo de conseguir algo melhor. – Harry sorriu – Mas como mesma disse não é confiável retornar com o animal, e ainda por cima a senhorita não está em condições de andar.
- Posso andar melhor do que pensa. – Gina levantou o queixo.
- Não duvido que possa, mas não podemos retornar com esse temporal, e a senhorita terá que perdoar meu atrevimento, já que terei que carregá-la. – antes mesmo que a jovem pudesse contestar, ela já estava nos braços de Harry.
- Sou bem capaz de me locomover sozinha. – Gina tinha um tom firme, porém não perdeu a oportunidade de se abraçar a Harry.
- Não duvido do que é capaz senhorita, acontece que estou sem tempo para discutir princípios, portanto eu lhe carregarei até um lugar seguro. – o rapaz escutou atentamente as reclamações da ruiva e não discutiu uma vez se quer, não por temer o gênio da moça, mas adorava ouvir a voz da menina.
A parte mais difícil foi convencer Gina a permanecer em cima do cavalo até que encontrassem um lugar seco, a menina se justificava dizendo que era uma injustiça abusar do animal dessa forma, pois ela conseguia andar, Harry ignorava todos os protestos e até deixava algumas risadas escapar, isso só indignava a ruiva ainda mais. O lugar escolhido foi uma pequena gruta, satisfeitos eles se ajeitaram e Harry ajudou Gina com a perna.
- E sou digno de saber como a senhorita se perdeu? – Harry retirou a bota da ruiva com um cuidado especial.
- Quando fui procurar por Dino acabei me deparando com um urso. – Gina fez uma careta quando Harry tocou em uma parte acima do pé – Aquela besta tentou me atacar e eu fugi, só que acho que corri demais e acabei me perdendo.
- É muito descuidada, devia ver o estado da sua família. – Harry se deteve no joelho de Gina, o rapaz havia massageado a perna começando pelos pés, e a cada subida com a mão ele levantava o vestido da jovem, só depois que alcançou o joelho foi que percebeu o que estava fazendo – Ainda dói?
Estranhamente aquilo parecia como música para os ouvidos de Gina, palavras sem completa poesia, mas a estrutura de Harry em dizê-las fazia com que se tornassem as mais belas palavras do mundo, e o toque das mãos do rapaz em seu joelho era a orquestra para aqueles lindos ditos. Gina se permitiu aproveitar de alguns minutos o toque de Harry, antes de responder que estava bem.
- Ainda acho difícil crer que um urso possa assustar uma moça tão ousada. – Harry riu.
- Posso ser ousada, mas não sou idiota de enfrentar um urso. – ela procurou desviar-se daqueles olhos convidativos.
- Sim e com certeza causa um alvoroço por onde passa, sua mãe colocou a casa de cabeça para baixo. – Harry se distanciou.
- Imagino como devam estar as coisas. – a moça mordeu o lábio inferior – E quanto ao Dino? Ele foi encontrado?
- Ele retornou a salvo, é outro que também está preocupado com a senhorita. – Harry falou enquanto se divertia com uma pedra.
- Pobre noivo, não queria que meus irmãos tivessem aprontado essa com ele, agora estão cientes da confusão.
- Pois na minha opinião seu noivo tem grande parcela de culpa. – Harry largou a pedra e a fitou, a menina o encarou em dúvida – Se ele não fosse tão influenciável não teria acreditado na história de seus irmãos, assim a senhorita não precisaria ter que adentrar a floresta para resgatar seu noivo indefeso.
- Ele só estava tentando ser um cavalheiro. – Gina se enfureceu – Ele é muito gentil e educado, coisas que eu não posso dizer de sua noiva. – Harry riu e encostou-se à parede.
- Ela só excede um pouco.
- Eu diria que ela é completamente descontrolada.
- Ora, dar de prêmio uma pulseira daquelas não é a melhor forma de despertar o lado bom de alguma pessoa. – de certo modo Harry tinha razão.
- Eu adorei a pulseira, se ela é tão rude para tratar um agrado dessa maneira, isso só me leva a crer que ela não tem compostura. – Gina jamais admitiria estar errada sobre Cho.
- Agrado? Engraçado, eu estava certo de que era um prêmio de uma aposta, e ao meu ver aquilo não passou de provocação. – Harry observou o rosto de Gina se contrariar.
- Eu não quero mais falar sobre esse assunto. – Gina achou prudente esquecer sobre seu atrito com Cho, afinal sem intenção ela poderia até confessar o verdadeiro motivo dessa desavença.
Ficaram alguns minutos sem trocar uma única palavra, Harry usou da situação para observar os movimentos de Gina, a menina parecia estar inquieta, por algum motivo estava incomodada.
- Não tenho nada contra a chuva, na verdade eu até a adoro, mas ela escolheu um péssimo dia para aparecer. – Gina olhava para os pequenos chuviscos que entravam na entrada da gruta.
- Não deveria menosprezar a sabedoria desses fenômenos, se hoje existe essa chuva é porque há um bom motivo para isso. – Harry conseguiu chamar a atenção de Gina – Talvez ela caiu para que eu pudesse te encontrar e juntos nós nos abrigaríamos nesse lugar.
- O que quer dizer com isso? – Gina teve que se conter para não sorrir.
- Deve haver uma razão para que essa chuva maravilhosa despenque, o que nos falta agora é selar esse momento, afinal não podemos quebrar o ciclo. – Harry sorriu.
- Já disse que não irei admitir sua audácia, o senhor está perfeitamente ciente de que sou noiva e se não me engano o senhor também tem um compromisso a cumprir. – Gina falou com raiva, apesar de no fundo ter gostado do comentário.
- Peço desculpas pelo meu atrevimento, mas me sinto inclinado a pedir uma prova de que tem um compromisso com Dino Thomas.
Revoltada com a dúvida de Harry, Gina simplesmente mostrou sua mão, onde um belo anel cobria o dedo anular. O moreno observou curioso a demonstração de Gina e logo depois se aproximou para tocar na mão moça.
- Eu não me referia a algo material senhorita. – disse Harry ainda segurando a mão de Gina.
- E que outra prova eu posso dar então? – a moça se arrepiava ao toque de Harry.
- Seu compromisso seria facilmente notado pela firmeza em sua voz ao afirmar que está envolvida, mas a única prova capaz de mostrar é esse anel, o qual só prova que a senhorita tem que se casar e não que quer pertencer ao senhor Thomas. – a mão do rapaz fez um caminho pelo braço de Gina e parou no ombro da moça.
- Não pertenço ao senhor Thomas, meu espírito é livre como o vento, ninguém pode domá-lo. – a menina mal conseguia se mexer diante aquele toque.
- Mas ainda assim existe seres que se arriscam a correr junto ao vento, não para controlá-lo, mas para ficar ao lado dele. – por impulso, Harry levou sua mão ao rosto de Gina.
- Como são tolos esses seres, não há como alcançar o vento. – aqueles olhos verdes a faziam tremer.
- Tolice não é o nome que se dá, e sim amor, e quando o vento vê essa ação ele tende a permitir que o alcancem.
- Então devo chamar o vento de tolo, há coisas que jamais devem se unir. – tomada pela consciência Gina se desvencilhou de Harry – E além do mais, esses “seres” acabam se mostrando nada confiáveis.
Harry não se ofendeu, não poderia se chatear com aquele anjo, por mais que ela o rejeitasse, ele sabia muito bem que ela se inquietava com sua presença. O garoto voltou a se afastar e sorriu ao notar as visíveis reações que causava a Gina.
- O que a faz pensar tão mal de minha pessoa? Quer dizer, além do mal entendido sobre o baile. - Harry se corrigiu ao ver o olhar de Gina (que com toda clareza respondia sua pergunta com o acontecimento do baile).
- Fui alertada sobre o seu tipo, um conquistador barato que juro amor eterno a qualquer mulher. – ela cruzou os braços.
- E de onde tirou tantas mentiras? – perguntou Harry.
- O reino inteiro sabe do que apronta e minha amiga Lilá me contou tudo que ouviu ao seu respeito. – Gina demonstrava raiva.
- Sua amiga lhe transmite contos falsos, o que não é de se admirar, já que é muito difícil uma fofoca ser verdadeira. – foi a vez de Harry se chatear.
- Mas o senhor tem que concordar que uma fofoca tem que ter uma base. – disse Gina.
- Não nego que tenha, e a única base verdadeira é que me envolvi com muitas mulheres, porém jamais prometi meu coração a nenhuma delas, nem mesmo para minha intitulada noiva. – Gina se assustou com a afirmação – Eu não seria capaz de enganar meu coração, e depois quero que saiba que sou honesto no que sinto, se alguma donzela se envolveu comigo estava ciente de que eu só poderia oferecer meus beijos e diversas vezes meu corpo, mas jamais jurei meu amor eterno, isso só pertence a uma pessoa senhorita. – a seriedade assumiu Harry ao fazer o último comentário.
- Mesmo assim não descarto o fato de que o senhor é um galanteador, essas moças são deveras ingênuas em aceitar tais termos, só mesmo uma mulher sem o menor amor – próprio para se relacionar com uma pessoa que não seja capaz de retribuir. – Gina sentiu repulsa pelas pessoas de seu mesmo sexo.
- Nem todas as mulheres as quais me envolvi estavam interessadas em meu amor. – Harry pode ver uma expressão contrariada de Gina - Em minha defesa quero dizer que não fui de todo frio, sei ter afeição e para muitas isso já bastava.
- E por acaso sua noiva se contenta com essa “afeição”? – Gina não conseguiu deixar de perguntar.
- Acredito que sim, ou então ela não estaria disposta a prosseguir com o casamento.
- E quanto ao senhor? Está satisfeito em casar sem nem mesmo sentir o mesmo sentimento que sua noiva? O senhor abriria mão do amor para passar o resto de seus dias oferecendo algo tão pequeno?
Gina havia chegado no ponto certo, o moreno se conhecia muito bem para saber que não chegaria muito longe com esses ideais. Era até cômico ouvir essa pergunta da pessoa na sua frente, a menina pareceu provocá-lo com a dúvida dela, como se ela já soubesse da resposta e a melhor forma de resolver a questão, mas queria que ele mesmo confirmasse. Se o que Gina pretendia era ouvir a justificativa lógica da boca de Harry, ele com toda a certeza não deixaria a ruiva sem obtê-la.
- Quando o meu grande amor estiver pronta para se entregar, eu corro para seus braços e não me preocuparia com as conseqüências.
* Hey Flavinha, olha eu pensei em um presente bem moderno com essas pedras estranhas, seria até interessante nessa época, mas na época da história foi uma afronta entregar um presente desses.... Então eles estão sozinhos.. No meio de uma chuva... rsrsrsrs... Bjusss
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