O sabor do proibido
O tempo em que a chuva predominava passou depressa, e o céu nebuloso dava espaço para os primeiros raios de luz. Ainda era possível ver pequenos pingos de chuva quando Gina e Harry deixaram a gruta, mesmo contrariada, a moça aceito a ajuda do rapaz para caminhar até uma região mais firme. Harry começou a ajeitar a garupa do cavalo, porém foi detido por Gina, a menina pediu gentilmente que ele retirasse todo o peso do animal.
- Entendo sua preferência em montar o cavalo sem nada cômodo em cima dele, mas devo alertá-la de que provavelmente não vá gostar das costas do animal, ele me parece magro demais. – Harry parou e aguardou a decisão de Gina.
- Não é minha intenção montar o pobre animal, o coitado passou por diversas provações tendo que carregar o senhor, e não devemos descartar o fato de que a chuva não cooperava. – Gina sustentou o olhar surpreso de Harry – Não entendo a expressão do senhor, por acaso vê algo que o intriga?
- Eu só estou espantado com sua compaixão, não que eu pense que a senhorita seja uma pessoa fria, mas é a primeira dama que vejo preferir andar um longo caminho a ter que aceitar o transporte, opção mais confortável. – Harry não pode conter o sorriso.
- Talvez o senhor não tenha conhecido damas decentes. – Gina retribuiu o sorriso.
- O que nos leva a conclusão de que somente a senhorita age assim, já que pelo que me disse eu conheci muitas mulher, e acredite eu nunca vi uma nobre recusar um servo, a senhorita é única nesse mundo inteiro em que estou familiarizado. – Harry notou que Gina se inquietou com a menção de outras jovens.
- Pois é assim que sou e ninguém poderá me alterar, sinto tê-lo desapontado. – Gina andou na frente de Harry, não queria ver a expressão atrevida do rapaz.
- Eu jamais poderia me sentir desapontado com um jeito tão único de ser, confesso que estou surpreso, a cada vez que tenho a felicidade de encontrá-la a senhorita me faz querer agradecer todos os dias por Deus ter criado uma pessoa tão especial. – Harry quis muito ver a reação de Gina, porém a moça insistia em não se virar.
- O senhor também me deixa intrigada, com um jeito tão “rebelde” não entendo bem como uma mulher como a Cho Chang conseguiu te enlaçar a ponto de ter que se casar, o senhor não me parece o tipo de pessoa que se deixa influenciar pelos caprichos dos pais. – Gina se virou e deu um sorriso falso.
- Eu já estou na idade de me casar e como não posso ter quem eu quero, por que não dar a chance aos meus pais de que escolham a noiva ideal?
O silencio predominou no ambiente, Gina não era tola para não perceber de quem Harry falava, era certo que ainda se sentia confusa quanto ao que aconteceu no baile e o que Lilá lhe relatou sobre as pretensões do rapaz, só que no fundo ela sabia e desejava que as palavras do jovem fossem reais.
Somente o cavalo fazia barulho e ambos não se importaram de ouvir por um tempo o animal reclamar da estrada ruim.
- Tenho uma dúvida a esclarecer. – Harry declarou subitamente sobressaltando Gina – Quero entender quem é realmente Gina Weasley, quer dizer, a senhorita se mostra como uma nobre como qualquer outra que conheci, mas se uma pessoa tem a chance de enxergá-la melhor ela acaba descobrindo um mistério, eu nunca sei o que posso esperar toda vez que nos deparamos, um exemplo claro foi o presente “carinhoso” que deu a minha noiva. – Harry aguardou a reflexão da ruiva que deixou que ele andasse ao seu lado.
- Acontece que sei me portar bem diante da sociedade, só que isso não quer dizer que tenho que me submeter às exigências de meu papel, acredito que seja exatamente por isso que muitas outras pessoas me julgam, sua noiva é uma delas. – Gina acrescentou e pode ver que Harry concordava – Eu sei o que falam de mim, que não passo de uma menina que se esqueceu de crescer e que apesar de ser da família que sou, não me comporto como deveria.
- Imagino como deva ser frustrante para a senhorita. – Harry viu Gina se entristecer ainda mais – Só que tem que aprender a ver outro lado. – o rapaz tocou de leve os cabelos da menina – Nem todo mundo pensa dessa forma, eu pelo menos acho sua personalidade encantadora.
- Meu noivo também sente muito agrado em relação a minha personalidade. – Harry revirou os olhos com o comentário de Gina.
- Creio que o seu noivo não é capaz de acompanhar o vento. – Harry podia jurar que flagrou um sorriso.
O rapaz resolveu arriscar em uma atitude, ele esperou que ela se distanciasse e assim que isso aconteceu, ele juntou um pouco de terra úmida em uma das mãos e a atirou em Gina, a menina paralisou e ele aguardou as ofensas que ela poderia jogar contra ele. Para sua surpresa, a moça se virou e ao notar a mão suja de Harry, Gina respondeu a ousadia com uma outra bola de lama. Quando Harry limpou a terra que atingira seu rosto, o menino pode ver o sorriso de Gina, a ruiva não se agüentava de tanto rir.
- Então acha engraçado acertar as pessoas na face com uma bola terra? – o rapaz questionou e a moça concordou ainda sem conter o riso.
- Que fique claro que foi o senhor quem começou. – Gina decretou.
- Concordo plenamente e a senhorita pode ter certeza de que serei eu a terminar. – Harry lançou mais uma bola de terra, porém a menina foi mais rápida e conseguiu desviar do ataque.
Os dois começaram uma guerra de lama, pareciam duas crianças, nem mesmo se davam conta de que algumas horas antes estavam perdidos em uma floresta no meio de um temporal. Há muito tempo Harry não se divertia tanto, ele não poupava a moça por ser uma mulher, sempre que ela se distraia ele fazia questão de sujar os cabelos vermelhos de sua adversária. Se os outros que continuavam a procura dos dois estivessem mais próximos, eles seriam capazes de ouvir os gritos e as risadas, e se reconfortariam em saber que eles não sofreram dano nenhum, a não ser a tranqüilidade em poder desfrutar da diversão.
Gina tentou usar algumas vezes de desculpa a sua perna machucada, mas depois de ser atingido muitas vezes por uma bola de lama, Harry entendeu que aquilo não passava de uma tática para se aproveitar do rapaz. Os jovens brincaram por tanto tempo que nem puderam notar que a luz do dia começava a ceder para a escuridão da noite, e quando eles se deram conta eles já estavam cobertos de lama.
- Acho melhor voltarmos para casa. – Harry falou sabiamente ao ver o céu mais escuro.
- Estou de acordo, mas antes quero me livrar dessa sujeira. – Gina falou enquanto retirava alguns excessos de lama.
- Sugiro que nos lavemos naquele rio, eu sei que está ficando frio, mas é melhor arriscar do que ficar coberta de lama. – Harry apontou para um riacho que ficava na curva contrária do caminho que tinham que levar.
- Veja só meu cabelo, está ficando duro por conseqüência da lama, minha mãe enfartaria se me visse nesse estado. - Gina passava a mão em suas mechas ruivas.
- Ela ficará ainda mais furiosa se souber quem é o responsável por se encontrar nesse estado.
- Você pode ter certeza de que ela seria capaz de mandar a cavalaria atrás do senhor. – Gina ainda insistia em ajeitar o cabelo.
- Quero lhe fazer um pedido. – Harry a fitou – Gostaria que parasse de se dirigir a mim como senhor ou até mesmo Potter, prefiro que me chame pelo meu primeiro nome.
- Isso seria ultrapassar meu limite com o senhor, não tenho intimidade para tanto. – Gina falou séria embora seus olhos não conseguissem ocultar o contrário.
- Se este for o caso então eu ficaria grato se a senhorita me chamasse por Harry e se não for de muito atrevimento de minha parte gostaria de lhe chamar de Gina. – Harry lhe lançou um sorriso maroto.
- Continuo achando que seria um passo errado, porém me faria muito agrado se me chamasse também pelo primeiro nome, Harry. – o sorriso do rapaz aumentou ainda mais com o pedido de Gina.
Assim que chegaram na borda do rio Gina se sentou em uma pedra e retirou suas botas, a moça tocou a água com os dedos dos pés e como previsto o rio estava gelado. A menina se demorou avaliando se seria ou não uma boa idéia entrar na água fria, distraída com seus pensamentos ela não pode ver o momento em que Harry se arriscara a mergulhar, quando ela deu por si ele já estava com água na altura da cintura.
- A água não vai esquentar com os seus pensamentos. – Harry brincou.
- De repente isso não me pareceu uma idéia viável, acho que prefiro esperar por um banho mais quente. – ela olhou receosa para o rio.
- Nunca me passou pela cabeça que o medo fosse uma de suas características. – Gina o fitou provavelmente querendo dizer que não tinha medo de água fria – O frio acaba quando entrar, vamos deixe de tolices, não quero lhe entregar nesse estado ao seu querido noivo.
Convencida de que não deixaria Harry usar esse fato para lhe atormentar, a moça agarrou a barra do vestido amarelo e com passos lentos entrou na água. Se o que Harry queria era garantir que a água não estava tão fria quanto parecia ele não foi feliz em seus objetivos, talvez em uma tarde quente a água poderia até ser refrescante, mas em uma noite pós-chuva essa era uma opção grave. Os dentes de Gina tilintavam e nada que Harry fazia a deixava animada, a menina se encolheu e logo fez de tudo para que saísse logo da água.
- O frio não vai passar quando sair, pelo contrário, só vai ficar pior. – Harry alertou-a quando ela tentou voltar para a borda.
- Tens um jeito engraçado de lidar com uma situação crítica. – Gina tremia.
- Deixe-me ajudá-la com seu cabelo. – disse o rapaz.
Gina se deixou ser conduzida por Harry, o jovem a deitou na água e delicadamente passou os dedos entre as mechas do cabelo vermelho. “Ela é ainda mais bela olhando desse ângulo”, pensou Harry, para sua perturbação a menina fechou os olhos, na posição em que estava, o jovem podia ver todos os detalhes daquele lindo rosto e o que mais o prendeu foi a forma da boca de Gina, se não fosse pelo medo de afastar a moça ele já teria experimentado o sabor de seus lábios.
Depois de longos e maravilhosos segundos avaliando aquele belo rosto, a menina abriu os olhos e levantou-se. Aqueles olhos amendoados se encontraram com as esmeraldas de Harry e ficava cada vez mais impossível não se aproximar, tanto Harry quanto Gina se deixarem levar pelo encanto, o medo da rejeição por parte da menina havia sumido, o rapaz tocou a face da jovem e a trouxe para junto de si. Era como se antes daquele momento a vida deles não fizesse sentido e que nada era real. O beijo doce recompensava todos os dias em que desejavam essa carícia e não puderam ter, nem mesmo a objeção das famílias de ambas as partes era motivo suficiente para acalmar o calor do amor. Gina era inexperiente nessa área e por isso se deixava conduzir por Harry, o rapaz procurava ser gentil e não avançava sem a permissão da moça. De uma coisa Harry estava certo: assim que Gina entrasse na água o frio passaria.
Toda magia sempre tem uma porcentagem de tempo e com o beijo de Harry e Gina não poderia ser diferente, os dois se afastaram lentamente e quando os olhos da jovem se abriram o pânico lhe assombrou, Gina olhava assustada para o rapaz a sua frente e tudo que conseguiu fazer foi fugir. A menina calçou suas botas e se afastou o mais rápido possível de Harry. Preocupado com a reação de Gina, o rapaz correu ao seu alcance.
- Gina espere, eu posso explicar, não era minha intenção assustá-la. – Harry puxava o cavalo e avançava para junto de Gina.
- Que justificativas pode me dar diante de tal ato, o senhor foi inconseqüente em me beijar e eu agi de irresponsabilidade permitindo essa loucura. – o tremor que assumiu o corpo de Gina não era mais por causa do frio e sim de tormento.
- Não seja precipitada em julgar dessa forma, o que ocorreu agora a pouco não poderia ser impedido, mesmo que empurrássemos essa vontade para depois de nada adiantaria. – Harry conseguiu deter Gina a puxando pelo braço - Cedo ou tarde eu a tomaria em meus braços, e se a senhorita dissesse que não deveria eu a beijaria de qualquer forma, não sei seguir as regras das palavras quando meu coração clama pelo seu toque.
- Eu lhe peço Harry, não me faça sentir mais pesar.
Da mesma forma como o rapaz havia deixado claro, ele não pretendia atender ao pedido de Gina, sabia que ela também o queria e não abriria mão disso. O jovem encostou sua testa na de Gina e enroscava seu nariz no dela, era capaz de sentir a respiração quente e pesada de sua amada, só que ao mesmo passo que o destino é glorioso, ele também é traiçoeiro e atitude que utilizou foi um chamado que acabou separando o contato dos dois apaixonados.
Dino Thomas chamava aos berros por sua noiva e quando a encontrou ela estava ao lado de Harry Potter, a menina estava toda molhada e sua expressão era de confusão.
- Oh minha querida, graças a Deus eu pude lhe encontrar. – o jovem desceu de seu cavalo e se aproximou da noiva – Diga-me como se sente, estive tão apreensivo com seu desaparecimento, coisas absurdas passaram em minha mente. – Dino abraçou forte sua amada e beijou-lhe na testa.
A menina estava paralisada, não conseguia dizer coisa alguma e Dino julgou que estivesse traumatizada por ter passado tanto tempo na floresta. Após cobrir Gina com sua capa, ele ajudou-a a subir no cavalo.
- O senhor a encontrou há muito tempo? – ele se dirigiu a Harry - Vocês dois estão ensopados. – Dino fez a observação olhando de Harry para Gina.
- Nós não pudemos nos proteger da chuva antes de ficarmos molhados. – disse Harry.
- Agradeço o cuidado que teve com minha noiva senhor Potter, garanto que farei o possível para que seja recompensado.
O noivo de Gina subiu em seu cavalo e seguiu seu caminho deixando Harry para trás. A única coisa que Harry poderia aceitar de recompensa era que Dino encerrasse seu compromisso com Gina e a deixasse livre para ele, só que o moreno sabia que as coisas não seriam tão simples, principalmente agora que tinha experimentado o gosto do proibido.
* Poxa a falta de comentário quer dizer que a fic não está agradando, o que me leva a conclusão de que talvez eu deva desistir da fic... Aos qainda gostam por favor comentem pq isso é um grande estímulo...
* Flavinha entendo o seu aperto, é até melhor vc arranjar parceria msm, pode deixar q eu vou ficar te enchendo o saco na sua fic....
* Bjusss
* Bye
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