Olá opção marido número um!

Olá opção marido número um!



Quando cheguei no aeroporto, senti um frio na barriga... que eu nunca senti antes. Embora eu seja durona com as pessoas, guardo um enorme medo... um enorme medo... de... aviões. Ok, não ria de mim, afinal... eu não sou tão durona quanto pareço...
- A senhorita está indo viajar? - um rapaz me perguntou
- Não, imagine! estou em um aeroporto só para passar o tempo! - respondi com grosseria.
- Parece cançada. - ele olhou descaradamente para os meus peitos, que chamavam atenção por eu estar ofegante.
- Eu andei três bairros para chegar aqui.
- Então vai viajar.
- O que você quer comigo?
- Responder isso seria grosseria da minha parte senhorita. - ele me olhou nos olhos.
- Filho-da-mãe, pare de olhar para mim.
- Aonde vai senhorita?
- Não te interessa. - sai andando para as poltronas.
- Eu estou indo para o Canadá.
- E eu com isso?
- Não quer viajar comigo?
- Com que dinheiro? Eu tenho alguns trocados, não posso gastar tudo em uma passagem.
- Boba, eu não disse viajar de avião.
- Não obrigada, eu paro de andar por aqui.
- E que tal de carro?
- Você quer que eu viaje com você, para o Canadá?
- Em curtas palavras.
- Você é doido? Até onde eu sei.. Quer dizer, eu não sei nada sobre você!
- Me desculpe, eu sou Mortimer. - e estendeu a mão.
- Melhor assim, eu sou Rachel. - apertei sua mão com força
- Será que eu posso ao menos lhe pagar um café senhorita Rachel?
- Starbucks?
- Starbucks.

Mortimer é um fofo, será ele meu primeiro marido? Ainda é cedo para decidir.
- Então, o que você faz da vida Mo? - coloquei a mão na boca. - Desculpa! Posso te chamar de Mo né? Mortimer é muito longo.
- Claro que não tem problema algum. Eu sou pintor.
- O que você pinta? Aquelas coisas que ninguém entende?
- Não... Eu não pinto Pinturas-Que-Ninguém-Entende. Eu pinto paisagens.
- Por isso vai pro Canadá?
- Como? - ele pareceu estar aéreo.
- Aquele lance do Canadá não foi só uma cantada né?
- Cantada?
- Melhor que não, porque eu ainda estou pensando no assunto ok
- Que bom.


- Tem mais alguma pergunta para me perguntar?
- Sinceramente? - levantei a sobrancelha.
- Claro.
- Milhões! De onde você é?
- Isso mesmo, temos que começar de algum lugar... Bom, eu sou de Nova York mesmo, e você?
- Eu sou de Houston.
- Já ouvi falar. Então Rachel, como você ganha a vida?
- Ei, eu que tenho que fazer as perguntas por aqui tá legal? Afinal, eu sou garçonete.

Ele deu uma risadinha abafada.
- Eu sei, é humilhante. - dei um gole no café com leite.
- Que bom que sabe - ele riu, um pouco mais alto dessa vez.
- O que você gosta de fazer?
- Gosto de polo.
- A marca Polo?
- Também. - ele riu, como se eu não fosse do seu 'nível'.
- Ah claro, o esporte. Eu gosto também.
- Sério? A maioria das garotas preferem dança ou patinação artística, e não um esporte considerado violento.
- Eu sou diferente das outras garotas.
- Eu já notei isso, eu não confidaria uma garota 'normal' para uma viajem destas.
- O que você vai fazer no Canadá?
- Tirar umas fotos... Fazer alguns quadros...
- Olhe nos meus olhos.
- O que? - ele obedeceu, levantando o olhar aparentemente atraente para mim.
- Tem mais alguma coisa.
- Você é mesmo diferente não é?
- Eu também não minto sobre as minhas 'qualidades'!
- Defina qualidades.
- Idiota, anda.. Me conta logo o terceiro motivo.
- Sempre me disseram que Nova York era a cidade do amor certo?
- É um mito, acredite na voz da experiência. - dei um grande gole no café, como se fosse qualquer outra bebida menos quente.


- Você ainda tem senso de humor? Que ótimo - ele pareceu sarcástico demais para o meu gosto. - Enfim, claro que não é verdade, quer dizer... Eu sou homem, tenho quase 30 anos e nunca namorei sério.
- Prazer, eu sou a sua conciência. - fechei a boca queimada.
- Sério! Eu gostaria de casar e ter uma família sabe? - ele sorriu meio bobo.
- Que nojo, estou sentindo que estou falando com a minha melhor amiga de 15 anos que já sonhou com o primeiro casamento e já batizou todos os futuros filhos.
- Ei, não diga isso!
- Tarde demais!

Adeus a opção marido número um.
- Tá deixa pra lá... - ele se levantou da poltrona.
- Aonde vai?
- Para o Canadá, e você?
- Para o Canadá ué! É um país bem grande, estão me esperando!
- Quem exatamente? - ele abriu um sorriso no rosto, pegou as minhas malas e saiu em direção ao carro.
- Uns amigos. - sai andando atrás dele.
- Velhos amigos? - ele pôs as malas no carro e depois entrou.
- Talvez sim, talvez não. - entrei no carro e sentei no banco do lado do dele.

Era um carro confortável, quase uma limusine, só que mais curta e sem um motorista... Mas com o mesmo espaço atrás para as pequenas festinhas-dos-carros e sexo.


- Canadá, ai vamos nós! - gritei enquanto ele colocava o carro na estrada.
- Isso mesmo! - ele riu e ficou olhando para mim por um tempo.
- O que foi? Vai me dizer que tá sem combustível? - tentei olhar a quantidade de gasolina: ainda estava na metade.
- Já lhe falaram que você é muito bonita Rachel?
- Deixe de conversa mole homem! - virei o rosto.
- Será que eu deixei alguém com vergonha por aqui? - ele pôs a mão no meu queixo e puxou o meu rosto para mais perto do seu.
- Não fui eu, pode ter certeza.
- Ótimo!
- Não vai dirigir não é?
- Ah, claro. Só estava testando uma coisa, nada demais.
- Pensei que a garota com quem eu estava falando, era diferente.
- Tá me chamando de Clichê?
- Isso mesmo!
- Então vou mudar seus conceitos sobre mim.
- Ah é? Como? - ele sorriu
- Assim. - coloquei uma mão na sua nuca e o puxei mais para perto e o beijei da forma mais sexy que consegui.

Olá opção marido número um!

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