Um Drive-Trhu e Um Bobão
- Ei, Rachel... você ainda está solteira não está?
- Ainda estou sim Thomas. - disse dando ênfase ao ainda.
- Que bom. - ele me olhou com os olhos azuis mais lindos do planeta inteiro.
Thomas é meu amigo desde os meus 16 anos, foi com ele que eu fiquei em coma alcólico pela primeira vez. Já tivemos um caso, mas nada sério. Atualmente moramos na mesma rua e trabalhamos na mesma lanchonete, ou seja, eu tenho que aturar um puxa saco todo santo dia.
- Tá livre amanhã?
- Que dia é amanhã?
- Sexta.
- Sexta... Hm... acho que...
- Não invente uma desculpa qualquer. Eu olhei a sua agente hoje cedo, você não tem nada marcado.
- Filho-da-mãe.
- Isso é um sim? - ele sorriu
- É um talvez. - sorri também
Não que ele não seja legal, mas porfavoooooooooooor Thomas Mcdougal mora com os pais! Um 'HOMEM' de 25 anos não devia morar sei lá, sozinho? Em algum prédio em Manhattan? Para poder levar as suas vítimas bêbadas para lá?
- Agora vamos trabalhar, tá legal?
- Sim senhorita. - e saiu para a cozinha.
Puxa saco.
- Bom dia senhor, vai querer alguma coisa? - disse falando com o motorista, na minha frente.
- Um Bigmac e uma Coca.
- Certo senhor, seu pedido foi anotado, pode pegar ali na frente! O Mcdonalds agradeçe a sua compra, volte sempre - disse sorrindo
Eu odeio esse trabalho, eu tenho que parecer simpática até com as pessoas que eu não conheço, eu não sou assim. Pra mim chega, vou pedir a aposentadoria aos 24 anos desse jeito.
- Thomas, eu estava pensando.. - me virei pra ele.
- Sim? - ele disse com o rosto sujo de molho.
- Vamos sair hoje?
- Espera, você está doente Rachel? - ele disse com o um sorriso bobo no rosto.
- Talvez sim, talvez não.
- Eu devo me aproveitar disso? - ele se aproximou
- Quem sabe é sua chance. - sorri
- Quem sabe. - ele se inclinou e aproximou bastante a sua boca da minha.
- Será que não pode esperar um pouquinho? - passei a mão nos seus cabelos loiros.
- Como? - ele riu olhando nos meus olhos.
- É que tá todo mundo olhando pra gente. - ri um pouco alto demais.
- Todo mundo quem? - ele olhou para trás, procurando alguém. - Não tem ninguém aqui, estamos sozinhos, podemos fazer o que quisermos. - ele fez um sorriso safado.
- Que feio Tom, você sabe que devemos sempre colocar o cliente em primeiro lugar! - eu apontei pro carro do lado de fora, rindo.
- Ah, desculpe senhora. - ele olhou para a mulher de dentro do carro e depois saiu pra cozinha novamente.
Eu acho que passei o resto do dia, rindo e atendendo homens gordos com um sorriso estampado no rosto. Quando a noite chegou, Thomas pegou as nossas coisas e saimos.
- Aonde vamos? - perguntei
- Ei! Foi você que me chamou pra sair - ele riu
- Mas que falta de romantismo Tom! Por isso as coisas no mundo estão como estão! Por homens froxos como você! - fingi estar irritada.
- Homens froxos? Você não pode me chamar de froxo só depois de uma noite.. que por sinal foi a muito tempo atrás.
- Por isso mesmo, faz tanto tempo... que eu nem me lembrava mais! - menti
- Quer que eu faça você lembrar?
- Você está mais safado do que quando tinha 18 anos.
- Você consegue me irritar mais facilmente.
- Devo me aproveitar disso?
- Talvez sim, talvez não.
Saímos rindo para a casa dele, quando chegamos:
- Pois é moça, obrigado pela companhia esta noite foi maravilhosa. - ele disse sorrindo
- Então.. eu vou fingir que perdi o seu telefone e esperar você me ligar amanhã? - continuei a brincadeira.
- Eu diria depois de amanhã, quem sabe! - ele se fez de ofendido.
- Então.. tchau? - coloquei as mãos no bolso.
- Tchau... - ele tirou as chaves, fazendo um barulho irritante.
- Isso é alguma indireta?
- Indireta? Que indireta?
- Você não está usando as dicas do Hitch* está? (*filme the Hitch, com o Will Smith)
- Você é boa nisso.
- Eu sou ótima, eu tudo o que eu faço.
- Eu sei.
Foram nossas últimas palavras. Depois entramos no apartamento entre amassos (demos sorte, porque seus pais não estavam em casa) e bom... o resto vocês sabem.
No outro dia, me vesti da maneira mais rapida que consegui e fui para a cozinha. Peguei um pedaço de papel e escrevi com a letra mais legivel que eu consegui:
" ADEUS THOMAS, ESTOU VIAJANDO ATRÁS
DOS MEUS FUTUROS MARIDOS, AFINAL,
VOCÊ MELHOROU MESMO NA CAMA, MEUS PARABÉNS.
ATÉ A ALGUM DIA, QUANDO EU VOLTAR.
P.S: QUANDO EU CHEGAR EM ALGUM LUGAR, TE MANDO
UM EMAIL.
P.S.2: VOCÊ LEMBRA DO MEU EMAIL NÉ?
P.S.3: EU PEGUEI UM DINHEIRO SEU, NÃO TEM PROBLEMA NÉ?"
Depois disso, peguei o primeiro taxi e fui pra casa. Arrumei uma mala, com a menor quantidade de roupas possivel (duas malas), peguei a minha economia e fui direto para o aeroporto. (apé, para economizar o dinheiro) A aventura só está começando!
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