Capitulo 1



Gina sorriu ao ver sua melhor amiga, Hermione, entrando na sala de trabalho em que ela misturava os ingredientes para fazer um de seus perfumes.


 


— Que cheiro bom! — exclamou Hermione entusias­mada.


 


Gina abriu um sorriso ainda maior.


 


— É uma encomenda especial na qual estou trabalhando.                                                                  


 


— É para alguém famoso? — perguntou Hermione. Gina balançou a cabeça e sorriu.


 


— Você sabe que não posso contar. Preciso manter os pedidos de meus clientes em segredo, Hermione.


 


— Hmm... depois que a imprensa divulgou que uma cantora superfamosa encomendou com você uma fragrância especial para ela, fico achando que todos os per­fumes agora...


 


— Não me pergunte mais nada sobre isso — implo­rou Gina.


 


Outras pessoas adorariam conseguir o espaço que ela obteve na mídia, mas Gina prezava muito sua privaci­dade e o anonimato. E além disso...


 


— Aposto que você ainda vai para a França? — per­guntou Hermione.


 


Gina parou de sorrir.


 


— Na verdade, não tenho escolha. Raoul está fazen­do com que seja impossível eu não ir. Ele cismou de vender os negócios a um bilionário grego, que quer au­mentar seu império. E eu não estou gostando nada disso.


 


— Por acaso é Harry Potter?


— Ele mesmo. Ou O Destruidor Grego, como eu o chamo.


 


— Destruidor? — Hermione balançou a cabeça. — Você realmente não gosta dele, não é mesmo?


 


— Bem, sem dúvida eu não gosto do que ele planeja fazer com a Francine — afirmou Gina.


 


— Bom, mas pelo que tudo indica, ele é um ótimo administrador — observou Hermione. — A empresa que ele administra vai muito bem, parece que vale bilhões e desde que eles contrataram aquele designer famoso para cuidar da parte visual de seus produtos começaram a fazer ainda mais sucesso. Não há uma mulher sequer que não deseje ter os produtos da marca deles.


 


— Não? — Gina olhou-a espantada. — Bem, eu de­finitivamente não quero ter nada deles!


 


Ao olhar para a cara que Hermione fazia, Gina não se conteve e começou a protestar.


 


— Mas Hermione, ele não quer apenas comprar a loja de perfumes, mas também quer comprar os direitos sobre os perfumes que minha avó deixou para mim... Raoul está me pressionando para vendê-los a ele. Minha avó deixou a fórmula dela comigo porque sabia que eu a protegeria. Ela brigou com os irmãos dela porque eles queriam fazer exatamente o que Raoul pretende fazer agora. Não posso deixar isso acontecer.


 


— Então não vá para a França! — disse Hermione.


 


— Tenho que ir. Possuo trinta por cento dos negócios e não vou deixar Raoul vendê-lo de jeito nenhum para esse... esse grego...


 


— O deus do sexo? — completou Hermione com um bri­lho nos olhos.


 


— Deus do sexo? — perguntou Gina.


 


— Você não viu a foto dele no jornal de finanças? Quando Gina fez que não com a cabeça Hermione sorriu.


 


— Nossa! Ele é um gato! Os bisavôs dele eram gre­gos que foram morar na Austrália.


 


— Pelo visto, você sabe bastante sobre ele! — provo­cou Gina.


 


— Claro, ele é um homem muito sexy! E você é uma louca por ficar aqui em Pembroke escondida quando podia estar morando em Paris, em Cannes. Fica aqui misturando essências e criando perfumes para seus clientes célebres. E como Raoul vê os seus negócios? Ele não se importa com o fato de que você cria perfumes exclusivamente para seus clientes?


 


— A Francine não cria mais perfumes, então não há nenhum conflito entre o que a gente faz. Mas...


 


— Mas...? — Hermione pediu que ela continuasse. Gina deu um leve suspiro.


 


— O Raoul está me pressionando para fazer um per­fume novo. O que ele me fez usar na feira foi o último grande erro do pai dele. Que perfume horrível, Hermione! A vovó sempre dizia que o irmão dela não tinha um bom nariz. E parece acontecer o mesmo com o sobrinho dela. Agora ele quer que eu crie um novo perfume para a Francine.


 


— Mas você não quer? — perguntou Hermione. Gina deu um suspiro profundo agora.


 


— Eu quero. Quero muito. Na verdade, seria a reali­zação de um sonho criar um novo perfume para a Fran­cine. Mas, como você sabe, meus perfumes são inteira­mente elaborados a partir de produtos naturais, feitos de uma forma tradicional, enquanto que o Raoul privilegia os procedimentos modernos e os produtos fabricados quimicamente. E não é só isso. Espero que eu consiga convencê-lo a não levar esta venda adiante, Hermione. Raoul é o acionista majoritário, mas a nossa loja é uma das últimas lojas de perfume tradicionais e não quero vendê-la junto com minhas fórmulas para este bilionário grego.


 


— Hmmm... esse papo sobre fórmulas e poções... Você não quer preparar uma poção mágica para atrair homens especialmente para mim?


 


— Eu faço perfumes, não poções mágicas, Hermione! Hermione lançou-lhe um olhar safado.


 


— É a mesma coisa, não? — observou ela. — Mas há alguma coisa preocupando você, não há, Gina? Eu co­nheço essa cara de preocupação.


 


— Tudo é tão complicado, Hermione. A Francine não gera muitos lucros. Enxugamos bastante o negócio, a equipe é praticamente toda composta por freelancers. Tudo o que nos resta é o nome da marca. E é isso que esse grego destruidor quer comprar. Isso me preocupa.


 


— Só o nome?


 


— Não sei ao certo. Raoul telefonou-me ontem à noi­te e disse que contou a Harry Potter que estou criando uma nova fragrância e que essa fragrância, bem como o meu trabalho, estará incluída no acor­do. Eu lhe disse que ele não tinha o direito de fazer uma coisa dessas. Eu sou uma acionista minoritária da Francine, mas não trabalho para a loja. Raoul ficou me acu­sando de ser difícil e não ver que ótima oportunidade estava diante de nós. E realmente, ganharíamos bastante dinheiro, especialmente Raoul que detém a maior parte das ações, mas isso destruiria a essência da Francine e eu não consigo estar conivente com tal coisa. Não con­sigo!


 


Gina deu um sorriso amarelo para Hermione.


 


— Se eu concordar com todas as vontades de Raoul, daqui a pouco estarei vendendo meus direitos inatos e minha alma criativa! Ele ficou falando ontem à noite que eu sou muito sortuda por ter herdado da minha avó a fórmula do perfume mais famoso da Francine. Ele falou de um jeito que eu até cheguei a me sentir culpada por isso.


 


— Culpada? Mas por quê? O que você pode ter feito para se sentir culpada? — perguntou Hermione. — Gina, sei que não é da minha conta, mas somos amigas há muito tempo, e tenho que lhe falar que você deveria filtrar bem as coisas que o seu primo fala. Tenha cuidado com ele.


 


(...)


 


 


 


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