Seguir em frente é o bastante?



Não houve surpresas na lista elaborada por Cedrico Diggory, a não ser a presença de mais dois nomes além dos 23 prometidos. Ronald, Harry, Draco e João Pedro estavam entre os selecionados e o primeiro treino para valer da nossa equipe da escola de Torquay exigiu muito mais do que o habitual, todavia, a impressão do treinador em relação ao brasileiro só fez se confirmar e senão tratasse logo de começar a correção que era necessária ao garoto, logo seria tarde.


 


_ Bom, por hoje seria isso. Amanhã, mesmo horário e quem se atrasar paga 3 voltas ao redor do campo, certo? – todos concordam e se afastam – Ei, João Pedro, pode me ajudar a recolher as coisas? – chama o técnico, o atleta consente – E então... O que achou do seu novo time? – arrisca.


_ Meu time? – ri constrangido – Tem potencial. – limita-se a responder o estudante.


_ E o seu antigo time? Não tinha potencial? – aprofunda-se.


_ O Celtics? – estranha ainda mais – Tinha, quero dizer... Tem, eu acho. – evita comentar.


_ Você também tem potencial, João Pedro. – emenda sério – E olha, eu sei bem como é ser deixado de lado no futebol. Eu sei como é complicado, ainda mais na sua idade. – tenta dialogar, JP se intimida – É sério... Eu sei exatamente como é esperar ser o próximo número 1 do mundo e acabar sem nada.


_ Pra que tudo isso? O treinador acha que eu preciso desabafar? – devolve o brasileiro.


_ Não, você precisa entender que isso é muito comum na área em que a gente escolheu. Que é muito mais fácil você ser rejeitado do que aceito nesse esporte. E que ter potencial não é o suficiente... – revela.


_ Você ta dizendo que eu não presto pra jogar futebol? – se exalta JP Black.


_ Nesta escola, você serve. Fora daqui, você já foi descartado. – dispara o treinador – E eu só precisei de uma hora para descobrir o porquê. Você tem talento, mas não sabe pensar em equipe...Você tem a mania de prender demais a bola, assim, atrasa todo o ataque do time. – tenta abrandar o discurso – Você tem potencial para ser o principal articulador do meu time, mas, eu não posso depender de um jogador fominha. – o garoto não disfarça o choque. – E eu cansei de ver jogadores com essa característica sendo descartados por técnicos, que não sabiam tirar proveito disso. E eu não quero ser assim... Só que tenho que ter certeza de que posso contar com você pra isso tudo. – desafia o novo treinador.


_ E eu tenho escolha? – ironiza o brasileiro.


_ Na verdade, eu esperava que você fosse a minha escolha. – define o técnico.


 


João Pedro termina de recolher as coisas deixadas durante o treino pelo campo e se afasta sem mais direcionar palavras para seu provável comandante naquela temporada. A descoberta fora chocante para o adolescente. Sabia que não havia conquistado o devido êxito na equipe britânica, contudo, imaginava que fosse por outros motivos não tão pessoais, não tão de sua responsabilidade... Mais do que isso... Agora, que fora informado dos reais motivos... Como seguir em frente sabendo que a decepção é você mesmo?


 


Harry desiste de esperar pela dupla dinâmica e segue para a casa de Brooke sozinho. Com a demora do entrevistado, Hermione se contenta em anotar algumas informações repassadas por Ron referente ao primeiro treino de verdade. Com isso, o rapaz consegue preciosos minutos a sós com a sua melhor amiga em potencial e deixa praticamente explicito o seu desejo de ultrapassar essa barreira afetiva. A moça desconversa em alguns pontos, contudo, não desdenha por inteira a aproximação do colega.


 


Draco acaba informando aos costumeiros companheiros de debandada dos compromissos do primo e colega de time e os seus vizinhos decidem adiantar-se na ida para casa, já que, Sam ainda teria que enfrentar uma jornada extra na oficina de restauração a pedido do patrão de seu irmão. Narcisa, logo, aparece e encaminha cada um ao seu destino, apesar, de questionar três ou quatro vezes sobre a possibilidade de aguardar por seu sobrinho.


 


Buffy estranha o horário em que o namorado a liga, verificando se queria carona da faculdade para a casa. Não era normal Dean sair tão cedo da oficina e a feição com que o futuro engenheiro a recebeu quando abriu a porta do Impala não era nada animadora. Dean estava esgotado e conta que ainda teria que encarar o horário da noite juntamente com seu irmão, também designado para cumprir aquele cerão.


 


_ O que foi que aconteceu para acumular tanto serviço? – preocupa-se Buffy.


_ Dois funcionários pediram as contas e um ta de férias... Tava na cara que a gente não ia dar conta, mas, nem por isso o patrão resolveu contratar mais gente. – reclama Dean.


_ E quando você acha que fica tudo em dia?


_ Não faço idéia... Tem serviço de duas semanas atrás, eu preciso achar, urgentemente, pelo menos mais dois funcionários, senão termina o mês e eu ainda to trabalhando os três turnos. – atenta.


_ Então, você vai faltar essa semana inteira, Dean? – questiona.


_ O que eu posso fazer, Buffy? Se eu não trabalhar não tenho nem como bancar a mensalidade da faculdade... Bom, e eu já tive bem mais longe de me formar... – ameniza.


_ Você devia procurar um outro emprego... – comenta a moça.


_ Eu gosto do meu emprego, Buffy. To na oficina há quase 5 anos, conheço todo o pessoal, faço algo que eu adoro e até consegui colocar o Sam lá dentro... Só que nesse momento ta complicado, mas, passa. Fica tranqüila, ta? – tenta acalmar a namorada.


_ É que você já ta pendurado em algumas matérias, Dean... Pode acabar perdendo metade do semestre! – observa.


_ Não é para tanto né, gata? Nada que algumas aulas particulares não resolvam! – brinca Winchester.


 


A filha mais velha de Joyce Summers ainda distribui uma dúzia de recomendações e exigências ao namorado para que pare de implicar com seu desempenho acadêmico. Com a folga de quase três horas para o próximo turno, os dois colocam em dia muito mais do que apenas o conteúdo universitário que Dean devia. Dawn e Sam encontram seus irmãos estirados no sofá abraçados e a gozação não poderia ser evitada.


 


_ Ei, arrumem um quarto! – grita Sam.


_ Ah, cala a boca, pirralho! – responde o irmão atirando uma almofada no caçula.


_ Agora, sério. Que horas temos que ir para a oficina? – questiona o caçula.


_ Daqui há 2 horas. Mas, olha só... Não tem ninguém daquele seu curso de mecânica que podia se interessar em ajudar por um tempo lá na oficina?


_ O João Pedro também não se inscreveu? E ele comentou que tava querendo logo arrumar algum serviço! – relembra Dawn.


_ Será que ele entende mesmo de mecânica? – preocupa-se Dean.


_ Não tenho idéia, eu ligo para ele? – o irmão mais velho balança a cabeça favorável – Ei JP, é o Sam. Olha só, meu irmão ta precisando de uma força lá na oficina e eu lembrei que você se inscreveu para o curso de mecânica... O que você acha?


_ Eu to dentro! Quando que seria para começar? – Ron acompanha interessado a conversa – Hoje!?! Não, eu vou sim. To terminando umas coisas aqui no colégio e já vou embora. Beleza, até às 7 horas! – desliga o celular.


_ Você tem compromisso? A gente pode deixar para outro dia. – avisa Hermione.


_ Não, não esquenta. Eu tenho até às 7 horas! – tranqüiliza.


_ Tem haver com futebol? – arrisca a aprendiz de repórter.


_ Nem, é de um emprego. Parece que o irmão do Sam ta atrás de gente para dar uma ajuda na oficina essa semana, e eles lembraram que dei o meu nome para as aulas de mecânica.


_ Desculpa me intrometer, mas eles precisam de mais gente? – questiona Ron.


_ Pelo o que eu entendi, acho que sim. Mas, dá uma ligada para o Sam para confirmar! – aconselha o brasileiro.


_ Vamos começar essa entrevista de uma vez? – Hermione brinca, Ron se retira e João sorri – Para inicio de conversa, o que te motivou para se mudar para a Inglaterra? – dispara.


 


As semanas correm e a vida toma seu formato para a maioria dos adolescentes. Harry e Brooke passam mais e mais tempo juntos, circunstancia que elevaria para pelo menos um a seriedade do relacionamento. Hermione não encontra coragem e oportunidade para esclarecer sua aversão a medicina e se envolve profundamente com a nova função de redatora do jornal escolar, atuação que lhe rendeu intermináveis e agradáveis diálogos com o brazuca e uma maior tolerância ao futebol. Dividido entre o serviço, os treinos e os estudos, Ron torna-se ainda mais avoado do que o habitual e não avança mais nas tentativas com sua melhor amiga.


 


Companheiros de classe e no atletismo, Gina e Sam desfrutam de boa parte doa dia juntos e a o entrosamento de ambos é visível e imediato. Ainda na rédea curta, Draco pega leve e acostuma-se em sair apenas na companhia de seu primo e seus vizinhos. Além da amizade, os primos se entendem extremamente bem também dentro de campo. Mesmo com seu péssimo histórico, Malfoy não gera muita dor de cabeça para Diggory, o oposto de João Pedro, que demora exageradamente em se apresentar da maneira idealizada pelo jovem técnico, o que poderia significar a ruína do esquema tático planejado pelo ex-jogador do Liverpool e a reserva para o carioca. Insatisfeito com seu desempenho, o afilhado de Lupin duvida de seu potencial e a falta de noticias de casa não favorecem na manutenção da sua autoconfiança.


 


O mesmo que acontece com o dono do melhor restaurante de Torquay. Luna ouve ainda menos as recomendações e desafia as determinações do pai frequentemente, simplesmente, Alan Lovegood já não podia controlar sua filha. Em situação totalmente contraria, Dawn dobra o período trancafiada em seu quarto sozinha, contudo, não era sintoma de rebeldia ou depressão. Somente era a descoberta que os desenhos, seu passatempo favorito poderia muito bem ser encarado como sua verdadeira vocação e mais provável profissão. Seguindo no mercado profissional, sua irmã mais velha principiara a maratona em busca de um estagio, deixando ainda mais em segundo plano seu namoro com Dean Winchester. O funcionário da Oficina de Restauração fora fundamental para colocar todo o trabalho em dia e ganhara ainda mais moral junto ao seu chefe, agora, virara a principal opção para cobrir as férias do gerente do empreendimento.


 


O primeiro jogo da temporada aparece no calendário escolar e o treinador precisa escolher seus 11 titulares. Entretanto, sua primeira decisão é entregar a braçadeira de capitão para o experiente Harry Potter. Porém, a responsabilidade de líder e as frustradas entrevistas com conselheiras vocacionais desestabilizam o rapaz.


 


Inseguro, o filho de Tiago posiciona a partida como seu objetivo único e exclusivo naqueles dias e a relação com a namorada perde espaço considerável em seu cotidiano. Em época desgastante também para Brooke, o seu então namorado ideal lhe falta. Toda a farsa em torno da perfeita e bem sucedida família Davis poderia ser destruída em pouquíssimo tempo.


 


O ultimo filme de sua mãe, Victoria Davis, é elogiado pela critica e visto em massa nos cinemas. Desta forma, a atriz é convidada para filmar um novo longa-metragem em terras americanas, na grandiosa Hollywood. Entretanto, devido a atribulada vida política do marido e senador, a mudança da família seria inviável. Victoria nem titubeia em solicitar o divorcio e ameaça entrar com processo litigioso em caso de recusa do esposo. Com a repercussão que a separação poderia acarretar a carreira do senador, a atmosfera na casa da família Davis é insustentável. Resta a Brooke lidar por sua conta com toda a pressão, pois, Harry estava afundado em seus próprios dilemas.


 


A manhã estava interminável e terrível. A aula de química jamais foi tão monótona. Rony incomodava Hermione por algum motivo idiota e Harry olhava para todos os cantos da sala, exceto para frente, para o professor. De repente, um toque no braço e um bilhete lhe trazem de volta órbita. “Preciso muito falar com você. Posso ir para sua casa depois da aula? Brooke”. Ele estranha e encara menina, enfim, reparando no semblante carregado. “Hoje, eu tenho treino e não posso faltar. Eu passo na sua casa depois, ta?”. A garota revira os olhos e o espanta pela reação, que não compreende absolutamente nada. “Posso te esperar, só não quero ficar em casa. Meus pais estão me infernizando”. Acostumado as reclamações da namorada Harry não leva a serio a afirmação, mas, garante que ela poderia jantar em sua casa naquela noite e deveria lhe explicar o que estava havendo.


 


_ Bah, quem quer saber o que Platão pensava sobre a política! Fala sério, hoje não precisa de filosofia para sacar que todo político é ladrão! – afirma o brasileiro diante da pedante aula de Filosofia.


_ Não, é que hoje os conceitos de Platão servem para muita coisa mesmo! – apóia Sam.


_ Ah! Até parece que a política serve para alguma coisa hoje em dia... – declara Gina.


_ Olha, no Brasil serve para muita coisa! Depois de eleito, nem o céu é o limite para a tua conta bancaria... – ironiza o carioca.


_ E você bem esperto veio para Inglaterra... – debocha Gina.


_ Pois é, mas, não adiantava mais mesmo. Eu já to no ensino médio e, para ser presidente do Brasil não pode passar do primário. – fala em referencia ao presidente Luis Inácio Lula da Silva.


_ Ah... Mas, o Lula é tão respeitado no exterior... – especula Dawn.


_ Na verdade, a culpa nem é do Lula... É de todo o resto! – alerta João.


_ Posso saber o que de tão importante vocês estavam discutindo? – atenta o professor.


_ Política brasileira. – confessa Gina.


_ Hum... A eleição brasileira é um exemplo para o mundo inteiro pela modernização trazida pelas urnas eletrônicas. Em todo o país, os votos são digitalizados e em poucas horas, os resultados são divulgados, com baixíssima possibilidade de fraude. – esclarece o educando.


_ E o exemplo acaba por ai... – finaliza o nativo, causando gargalhada geral.


 


As aulas se extinguem e cabe a cada um se encaminhar para a atividade extracurricular previamente estabelecida. Com a reunião de pauta do jornal escolar “A Tocha” já realizada e sua matéria sobre a moda da volta as aulas bastante adiantada, Brooke se limita a assistir o treino de futebol masculino e acaba ganhando de quebra uma bela distração de sua tumultuada rotina familiar. Dawn finaliza suas últimas ilustrações daquela semana e se encaminha para a área esportiva da escola a fim de esperar por seu irmão e vizinho. Decidida por esperar na arquibancada do campo de futebol, encontra a namorada do capitão da equipe e pela primeira vez trocam algumas palavras.


 


Com a péssima atuação de Sam em mais um treino de atletismo, sua presença estava ameaçada. O que futuramente poderia dificultar a conquista de uma bolsa de visto, haja vista que as notas do rapaz não eram tão excepcionais para receber tal gratificação, o esporte era sua única e possível saída. Gina, já experiente na equipe, permanece após o trabalho físico e tenta animar o colega propondo a ele treinarem em outros horários para aprimorar a técnica do caçula dos Winchester. A irmã mais nova de Ronald afirma ao amigo que ele não era ruim, possuía resistência adequada para correr as distancia que se propunha, todavia, lhe faltava noções dos momentos exatos em que deveria acelerar ou poupar o fôlego.


 


Hermione se junta as duas espectadores do futebol de campo e despretensiosamente fotografa alguns instantes do coletivo final e da comemoração dos três gols que culmina na vitória dos titulares sobre os, aparentes, reservas. João Pedro acerta uma bela cobrança de falta no fim do jogo e termina a partida, para infelicidade de Cedrico, exagerando nos dribles e firulas. Mesmo com o alerta do técnico, o brasileiro dava amostras de que recuperara a confiança e boa parte das manias, que fariam dele apenas mais um aspirante a jogador profissional.


 


_ E novamente, eu ganhei de você, Winchester! – comemora Ginevra a terceira vez que chegara antes e muito mais interada do que o jovem – Não é frustrante para um cara perder para uma garota? – debocha.


_ Você não tem testemunhas e da pela minha boca isso nunca vai ser confirmado! – declara divertido.


_ Mas, e se eu resolver abrir a minha boca? – provoca.


_ Eu tenho centenas de maneiras para mante-la bem fechada! – aproxima-se da menina.


_ E quem disse que... – um beijo impede a conclusão da frase.


_ O difícil é pensar em alguma coisa digna para se dizer depois disso... – dispara tímido.


_ Pra que? A gente já não se beijou? – estranha.


_ O que não me garante outras oportunidades... – brinca – Bom, se houver uma outra vez... A gente pode combinar para depois do banho, né? – dispara.


_ Realmente, você sabe como convencer uma garota! - afirma Gina, enquanto recolhe seus pertences e é auxiliada pelo candidato a mais que simples companheiro.


_ Você também ta a pé? – ela confirma – Te espero para aproveitar a carona, ta? – brinca Sam.


 


Os dois se encaminham para os seus respectivos vestiários. O treinador de futebol anuncia os últimos 10 minutos de jogo e faz algumas alterações na equipe principal. Para desgosto dos primos, troca João Pedro e Draco por Simas e Dino. Os dois se irritam e não rendem muita coisa na etapa final do jogo. Ainda assim, o brasileiro desperta a atenção de Hermione e atrai para si o foco da câmera da pretensa editora. O apito anuncia o findar de mais um coletivo no colégio de Torquay e a dispensa dos atletas. Os filhos dos amigos Tiago Potter e Sirius Black se aproximam da arquibancada por motivos similares, um pretendia averiguar o que sucedia com sua namorada e o outro desejava descobrir o que teria que acontecer para o relacionamento com uma ganhasse contornos de namoros.


 


_ Tirando fotos minhas para o jornal, repórter? – questiona JP.


_ Não, para o meu arquivo pessoal mesmo, jogador. – alega Hermione.


_ Uau! Você é bem objetiva! – surpreende-se.


_ Jornalista é assim mesmo, direto ao ponto. – Mione finaliza a conversa e apressa-se em assegurar a carona com o melhor amigo.


_ Juro que por essa eu não esperava. – confessa Dawn sem esclarece se seria pela reação da garota ou pelo interesse descarado do sul-americano.


_ Nem eu! – gargalha – Será que o Sam vai demorar muito?


 


O citado atrasado também tem sua parcela de surpresa ao deparar-se com a colega aguardando-o do lado de fora do banheiro masculino de banho tomado e fisionomia muito mais feminina e chamativa.


 


_ É, eu tenho que reconhecer que você é bem mais rápida do que eu. – diz o rapaz.


_ Você esperava o que? Me ver de vestido longo e salto alto? – brinca a menina trajando o uniforme normal do colégio.


_ Não que você não esteja bem agora. Eu só pretendia manter um pouco da minha auto-estima depois de perder tanto para você, hoje! – declara.


_ Eu te beijei, não foi? – dispara em prol da manutenção da confiança própria do rapaz.


_ Ah, é mesmo! Você podia salvar a minha auto-estima com mais freqüência, né? – arrisca.


_ Eu não quero correr o risco de inflar demais o seu ego! – corta a menina.


_ Algumas vezes não causaria tanto estrago... – obtém nova reaproximação.


_ Você ta muito abusado hoje, Sam. – fala Gina sendo abraçada pelo rapaz – Não vai se acostumar mal, hein?


 


Na saída, o casal em potencial encontra a dupla em sua espera e são parcialmente gozados no primeiro pressentir de clima romântico. No trajeto até a casa de Gina, combinam qualquer programa para a noite de sexta-feira extremamente comportada, pois, os rapazes trabalhariam o fim de semana todo na oficina de restauração. Com isso, Dawn sugere para a noite seguinte uma saída unicamente feminina, idéia prontamente rejeitada pelos dois. Apaziguados os ânimos, João tenta extrair de Gina se Hermione possuía algum relacionamento além da amizade com seu irmão.


 


A ruiva estranha o interesse, mas, desmente qualquer envolvimento entre os dois melhores amigos. Contudo, faz questão de contar a Ron o interrogatório assim que adentra a sua residência. O goleiro resmunga, porém, esconde e não transparece nenhuma alteração pela provável competição.


 


Após a despedida dos colegas, Harry e Brooke seguem no mais absoluto silêncio até a morada da família Potter. Ao estacionar, o namoro volta a questionar a situação familiar e ela tenta lhe repassar sua visão e versão dos fotos. Com todo o drama enraizado em um assunto tão recorrente como o divorcio, o capitão do time de futebol não leva em consideração as reclamações da namorada, mas, refaz o convite para permanência em sua casa até o jantar.


 


Desvinculado das costumeiras companhias, Draco se entedia e aceita o convite de um antigo companheiro de badernas para uma festa na beira-mar. Não sendo difícil presumir que o jovem perderia a compostura e o limite. Drogas e bebidas rolar livremente e Malfoy não se faz de inocente. 


 


Incluída na “noite das meninas”, Luna até comenta sobre o evento, mas nem sequer arranca traços de empolgação das amigas e se conforma com poucos poços de cerveja, inúmeros filmes e bacias de pipocas em sua casa. O que rende a seu pai uma noite de sono tranqüilo. Quase perto da meia-noite, Dean, João Pedro, Sam e Buffy aparecem e automaticamente se intrometem no programa feminino. Alan Lovegood não cria problema em abrigar rosto tão conhecidos e indivíduos completamente contidos sob seu teto e deixa os jovens a vontade.


 


Com a formação de dois casais, Dawn ameaça o brasileiro caso se aventurasse em tentar algo ou corresponder aos sinais de Luna. Não era daquele dia que a garota demonstrava ou dava clara condição a uma investida do visitante.


 


Brooke e Harry permanecem em casa e seus pais saem para um coquetel de negócios. Desatento a fragilidade emocional da namorada, o garoto tenta avançar a troca de carinhos e o casal termina por passar a noite no quarto do rapaz.


 


Hermione não se empolga em sair apenas na companhia de Rony e se distrai na internet conversando com algumas amigas e finalizando a matéria sobre o novo jogador da equipe escolar de futebol. A editora-chefe da “A Tocha” demora excessivamente na tarefa. A entrevista com o brasileiro havia sido muito mais pessoal do que o normal. O raciocínio jornalístico é quebrado pelo ruído de alguém lhe chamando a atenção no MSN Messenger. A janela piscando incessantemente pertencia ao melhor amigo ruivo e, impulsivamente, um sorriso lhe toma a face. Geralmente, a dupla era muito mais direta e ousada nas conversas virtuais.


 


O fim de semana se encerra com visita a beira-mar para os trabalhadores na tarde de domingo, banho gelada para o brasileiro, ressaca para Draco, calmaria para Luna, revelações para a dupla de melhores amigos reais e quase namorados virtuais e em extrema confusão para o casal Brooke e Harry.


 


Os dois caem no sono e são surpreendidos por Lílian e Tiago. O sermão é imenso e Harry nada faz para diminuir o embaraço sentido pela namorada. Conduzida pelo rapaz até sua casa, Brooke desabafa.


 


_ Eu esperava mais de você!


_ Na cama? – ironiza o rapaz.


_ Não, seu idiota! É claro que não. Eu me decepcionei com o meu namorado. Quando ele voltar faça o favor de me avisar, ta? – desdenha.


 


Harry revira os olhos, enquanto ela sai furiosa do carro.


 


_ Qual é Brooke? – ele sai do carro – Você está superestimando esta história dos seus pais! Há séculos, eles contam a mesma coisa e não fazem nada!


_ Mas, agora é diferente! Eu pensei que pudesse contar sempre com você!


_ Eu estou apaixonado por você, o que não significa que a vida irá girar exclusivamente em torno da sua. Eu tenho os meus próprios problemas e também esperava poder ter você ao meu lado. É exaustivo apenas dar apoio e não receber nada em troca! – exclama irritado.


_ Harry, nosso namoro não é assim... Nunca foi... Eu te amo! – abraça o namorado.


_ Essa frase não é um encanto que você pode dizer em diversas situações e resolver tudo. Eu to cansado, Brooke. Desculpa, mas, não é desta forma que a nossa relação vai melhorar. – afirma retornando ao veiculo e dando a partida.


 


Aos 17 anos, a garota se sentiu mais solitária do que nunca. Abriu a porta apenas para perceber estar sozinha em casa. Na mesa, a empregada se dignara a rabiscar o compromisso prolongado do pai na política por razões políticas e a ida da mãe para qualquer cidade sem importância para gravar mais entrevistas e acertar sua possível ida para os Estados Unidos.


Com o parcial rompimento de seu namoro mais estável, a menina se convenceu de que seria necessário se concentrar em si mesmo para depender cada vez menos do incentivo inexistente dos pais ausentes e o frágil apoio dos amigos. Refletindo, quais amigos lhe restavam retirando os herdados do relacionamento com Harry Potter? Como fazer para acordar na próxima manhã sabendo que a maior frustração de seu presente se resume a você mesmo? E quando a idéia de seguir adiante e recomeçar parece não ser o bastante?


 


 “Dizem que a coisa mais triste que uma pessoa deve encarar é o que poderia ter sido. Mas o que é de alguém que tem encarado o que era antes? Ou o que nunca será? Ou o que não pode mais ser?”

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