Pontapé inicial



Capitulo 3 – Pontapé inicial


 


"Há uma maré na história do homem.


Deveríamos aceitar a enchente, ela leva à fortuna.


Mas se omitida, a viagem das suas vidas percorrerá vales e misérias.


Num mar tão cheio agora flutuamos.


E devemos pegar a corrente quando ela nos servir.


Ou perder as aventuras que estão por vir".


 


_ Então, vocês vão querer uma carona na saída? – convida Draco no intervalo do primeiro dia do retorno das aulas.


_ Como se você pudesse dirigir ainda! – se diverte João Pedro.


_ Depende do seu horário de saída. – desconversa Sam, acertando uma cotovelada nada discreta e indolor no vizinho.


_ Primeiro dia, não vai ter nada demais... Pelo o que eu soube as audições pros grupos artísticos e esportivos será só amanhã, né? – questiona Dawn.


_ É, sim! Hoje é a inscrição... Vocês tão pensando em participar de alguma atividade extra? – pergunta o filho de Lucio Malfoy.


_ De certeza, o time de futebol! Quando ao resto, não faço a mínima idéia! – confessa JP.


_ Bom, a equipe de atletismo daqui é bem forte, né? Estava pensando em tentar as provas


de velocidade, talvez algum arremesso... – surpreende Sam.


_ Eu acho que vou continuar nas Artes Plásticas... Porque mais atividade física do que a arrumar a casa e caminhar até a escola todo o santo dia, eu não agüento! – reclama Dawn.


_ E você, priminho? Cogitando em largar a Nascar para tentar alguma coisa com mais cara de ensino médio? – debocha o brasileiro.


_ Nesse momento, eu só cogito o seu assassinato! – vai a forra o encrenqueiro – Se tudo der certo, eu to pretendendo entrar pra parte de audiovisual, animação gráfica... E voltar pro futebol! Eu fui suspenso no final do semestre passado, mas... Como mudou de treinador, acho que não vai ter problema!


_ Como alguém consegue ser suspenso pelo próprio técnico? – JP fala incrédulo.


_ Ah, coisas básicas... Notas baixas, gazeando aula... Alguns treinos físicos! – confessa Draco constrangido.


_ Por muito menos do que isso eu já tinha levado uma surra! – surpreende-se o brasileiro.


_ Ah... Eu já tava sem um teto... – aumenta Sam.


_ Coisas básicas, Draco? Então o que seriam coisas graves pra você? – pergunta Dawn.


_ Hum... Ser pego pela policia dirigindo bêbado o carro novo do meu pai? – expõe Draco.


_ Realmente... Nós temos noções B-E-M – reforçando – diferentes de proporção! – rebate Dawn, constrangendo ainda mais o “infrator”.


_ Ah... Er... Enfim, vocês querem carona ou não? – agiliza o herdeiro dos Malfoy.


_ Com o seu pai!?! – debocha mais o carioca – Pode ser! – aceita finalmente.


 Revoltado, o primo do brasileiro acerta os detalhes que faltavam para o trajeto conjunto na debandada escolar e parte rumo a sua sala a fim de um pouco de sossego. O trio, ainda gargalhando, também alcança seu destino encontrando o rosto amigo e estranhamente entusiasmado de Gina Weasley em pleno primeiro dia de volta ao colégio.


 _ Ei, vocês! – chama a atenção a ruiva – Sejam bem-vindos! – abraçando Sam e JP.


_ Então Gina... Diz ai... Aonde caras maneiros como eu e o Sam devemos sentar no primeiro dia? – puxa assunto o filho de Sirius Black.


_ Na frente? – sugere Sam.


_ Nossa! – espanta-se a irmã de convivência – O Dean ficaria tão decepcionado se ouvisse isso! – brinca.


_ Reformulando... Então Gina... Aonde um cara maneiro como eu devo me sentar? – ignora o vizinho “comportado”, João Pedro, enquanto Sam revira os olhos.


_ Ta... Vocês não estão pensando em sentar no fundo e bancar os arruaceiros, né? Isso já ta tão ultrapassado! – afirma a ruiva – Sentem aqui mesmo!


 Idéia aprovada. Estudantes acomodados. Materiais sobre as carteiras...


 _ Meu Deus! Luna Lovegood chegando na hora e sem ressaca em uma segunda-feira? – ironiza a amiga.


_ É, eu já notei que estou andando muito com você, Ginevra. – Luna cita o nome completo da amiga, que abomina tal chamado.


_ Como é que é? Ginevra!?! – gargalha da esquisitice o brasileiro.


_ Cala a boca, calouro! – responde irritada Gina provocando ainda mais risos do colega.


 Harry estaciona seu carro nas proximidades de seu colégio e, prontamente, desliga o rádio, motivo da primeira das milhares de brigas de Ron e Hermione naquela semana. A sua melhor amiga resmunga qualquer coisa sobre um provável atraso do trio e o ruivo dispara algum infeliz comentário sobre a preocupação tremendamente exagerada quanto a pontualidade deles.


 _ Vocês me cansam às vezes, sabiam? – Hermione implica.


_ E você diariamente torra a minha paciência! – rebate Rony.


A garota preparava para disparar outra frase nada educada, quando Potter toma a frente e debochado, recrimina os dois.


 _ Vocês dois todo santo dia torram a minha gasolina, e nem por isso, eu me queixo...


_ E eu ainda levo vocês a serio... – lamenta a menina.


_ Eu sugeri outros lugares, mas... Você descartou o meu quarto, não é? – brinca Ron.


_ Por que meu Deus... Depois de todos esses anos eu ainda ando com esses dois?! – levanta as mãos para os céus.


Os garotos desatam a rir, ela, irritadíssima, acelera o passo e se apressa para a sala de aula. É, realmente, mais um inicio de ano letivo.


Draco sabia que aquele poderia ser o inicio de mais um ano letivo, entretanto, tinha consciência de que esse não poderia ser mais do mesmo. Muitas coisas deveriam mudar, incluindo seu desempenho, isso se ele pretendia ainda ter um teto sobre sua cabeça. Por isso, se limitou a acenar para antigos companheiros de arruaça e optou por acomodar-se no meio da sala. Para ele, o dito de que antes só do que mal acompanhado estava em plena atividade.


O trio entra na sala com alguns resquícios de risadas. Com tempo extra, dispersam a atenção nos avisos pendurados pela sala e o motorista matutino recorda-se de algo relativamente importante.


_ Guardem um lugar pra mim ta? Já venho! – pede distanciando-se da dupla de amigos – Ei, Malfoy! – atrai a atenção e a desconfiança do colega – Hum... O seu primo... O João Pedro... Bom, ele já sabe o que tem que fazer pra se inscrever no futebol? – questiona.


_ Já, eu já expliquei pra ele. – responde sério.


_ Ah, certo! E você vai tentar voltar pro time? – engata um possível dialogo.


_ Acho que sim. Mudou o treinador, né? – Harry concorda com a cabeça – Então, acho que não deve ser muito complicado.


_ É, é menos complicado permanecer no time do que ser expulso! – arrisca uma piada.


_ Pois é, esse ano tava pensando em fazer as coisas do modo mais fácil. – confirma Draco.


Brooke Davis adentra a sala 328 do colégio de Torquay com largas passadas, havia perdido a hora graças a seus pais que saíram no meio da noite e nem se deram ao trabalho de lhe acordar ou avisar. Agora, suspeitava que levaria uma bela bronca logo em seu primeiro dia de aula. Contudo, o principal acontecimento de sua manhã fora flagrar o namorado de conversa fiada com seu, classificamos assim, arquiinimigo.


_ Bom dia, crianças! Brigando assim cedo? – brinca Brooke aproximando-se dos dois.


_ Oi namorada! – Harry cumprimenta-a com um beijo na bochecha – Não, não! Tava resolvendo umas coisas, nada importante. – explica.


_ Bom dia, Brooke! – responde Draco simplesmente.


Os rapazes dão a conversa por encerrada e os namorados seguem para seus respectivas lugares, logo, é a vez dos amigos questionarem o motivo do amistoso dialogo envolvendo o “insuportável” playboy.


_ O que você tinha de tão urgente para falar com o Malfoy? – questiona Ron.


_ Isso virou a pergunta da manhã? – sorri – Calma, ta? Eu só quis saber se ele já avisou o primo dele, o João Pedro, que tem inscrições para o futebol hoje.


_ Então quer dizer que vocês dois vão continuar praticando essa coisa? – reclama a colega.


_ Claro... E você vai continuar com aquelas coisas de nerd? – provoca Ronald.


_ O jornal do colégio não tem nada de nerd, Ronald! – irrita-se.


_ É, o jornal... Já todo o resto... – debocha.


_ E você, namorada, já sabe que curso extra pretende fazer? – pergunta Harry abraçando-a.


_ Acho que moda e estilismo... E bom, talvez, eu tente alguma coisa no jornal... A Hermione falou tanto da “atmosfera da redação” que eu fiquei curiosa!


_ Você será muito bem-vinda, Brooke! E os atletas vão tentar algo mais produtivo? – debocha Hermione.


_ Somos obrigados, né! Bah... Eu vou aproveitar e entrar nas aulas de mecânica automobilística... Devem ser iradas! – empolga-se.


Sem mais tempo para discussões ou declarações de qualquer natureza, o professor de História adentra a sala do terceirão e cada um parte para sua respectiva carteira. Diferentemente do que acontece na classe antecessora, a presença do brasileiro gera intermináveis curiosidades e interrogações ao mais novo aluno da escola municipal de Torquay. A professora de Geografia, Minerva McGonagall, aproveita o embalo e tenta desmistificar o país tupiniquim aos olhos de seus alunos, contando com a ajuda do habitante natural. Não foi nada surpreendente perceber que João Pedro Black caira na boca dos colegas e se tornaria a sensação daquele retorno escolar.


Como não é novidade para ninguém, o primeiro dia de aula não é exatamente um exemplo para o restante do período escolar, não há muita cobrança e, convenhamos, com toda essa mordomia não foi difícil para que com um choramingo ou pedido mais prolongado, os estudantes fossem liberados bem mais cedo do que de costume para o almoço.


_ Priminho! Você por aqui e sozinho? – ironiza JP ao encontrar Draco só no refeitório.


_ Pois é, dei azar! – completa sarcasticamente o parente inglês.


_ Oi! Podemos sentar? – pede Dawn, o jovem consente.


_ E os dois novatos tão achando o que do colégio? – pergunta mais tranqüilo Malfoy.


_ Ah... To achando bem bacana, gostei bastante das oficinas, dos treinos que oferecem... – afirma Sam.


_ Na real, eu to meio decepcionado... – confessa o brazuca.


_ Por que? – estranha Dawn.


_ Hum... Tipo... Eu esperava ver mais coisas sabe? Assim... Lideres de torcida bem gatas... Uns malas desfilando com os uniformes dos times... Alguns nerds sendo trancados nos armários... Coisas assim... Ah! As coisas que aparecem nos seriados americanos, né! – se diverte e aborrece os demais.


_ Você já percebeu que está na Inglaterra? – adverte Draco.


_ Ah, é tudo a mesma coisa... – dá de ombros.


_ Mesma coisa!?! Oh lunático, nem é o mesmo continente... – decrete o familiar.


_ Ah... Como se vocês também não tivessem várias lendas do Brasil como verdade...


_ Tipo, quais? – estranha Sam.


_ É... Hã... Que no Brasil todo mundo vive no meio do mato... Que a maioria dos brasileiros são índios... Que lá o idioma é o espanhol... E que... Bom... A nossa fonte econômica é o carnaval... E que ninguém faz nada além de jogar futebol e sambar... – enumera os possíveis mitos JP Black.


_ Pronto... Agora você vai dizer que a gente pensa que a Amazônia não faz parte do território brasileiro... Por ser uma área de controle mundial? – dispara Hermione.


_ É, esse seria o próximo item da minha lista... – corresponde ao deboche, João.


_ Ninguém ta tão desinformado sobre a sua pátria, João Pedro. – ressalta a menina.


_ É o que eu to percebendo... !?! – não termina a frase por desconhecer sua interlocutora.


_ Ah! Sou Hermione Granger... Bem-vindo a Torquay! – apresenta-se finalmente.


_ De repente essa mesa ficou tão lotada... – resmunga Draco.


_ Não enche o saco, Malfoy! – Ron toma assento ao lado da melhor amiga – E ai craque, já fez a transferência pro nosso time? – puxa assunto com o novato.


_ É, digamos que o negocio ta quase fechado. Só falta acertar duas pequenas exigências... – os atletas o encaram desconcertados – A camisa 7 e a faixa de capitão, né!?! – gargalha.


_ Oh, juvenil... Chegou hoje e já quer sentar na janela? – desafia Harry comicamente.


_ Fazer o que se Deus me deu o dom!?! – continua a cena de boleiro, JP.


_ Nossa, o ego dele é maior que o Brasil! E olha que o Brasil é o quinto maior país do mundo em território... – atiça Dawn.


_ Deve ser um mal de família... – fala Brooke olhando diretamente para o herdeiro dos Malfoy.


_ Ah, não! Eu to aqui quieto, na minha... – reclama novamente o loiro.


_ Relaxa, priminho. Era piada! – debocha o brasileiro.


Draco revira os olhos e resmunga qualquer coisa, despertando a risada geral. Estranhamente, todo aquele agrupamento perdura até o soar do sinal anunciando o retorno as aulas.


_ Então Cedrico, contente com as inscrições as equipes esportivas? – questiona o professor de inglês, Remus Lupin.


_ To muito impressionado! Amanhã, será bem complicado para selecionador os atletas. O seu afilhado se inscreveu mesmo no futebol.


_ Ele é muito talentoso, o preparador físico do Celtics disse que foi uma pena era ser tão pouco aproveitado. – fala Remo.


_ Infelizmente, isso é normal no futebol. É complicado, principalmente, nessa idade. Todo garoto acha que vai um clube europeu e que vai se destacar rapidamente. Mas, raramente é assim. O jogo europeu é muito diferente do brasileiro, às vezes, ele não se adaptou bem e foi descartado. – revela o jovem treinador.


Cedrico Diggory é o maior referencial do futebol de Torquay. Ainda muito jovem, ele liderou o time municipal ao campeonato nacional e se sagrou artilheiro da competição. Logo, foi negociado para as categorias de base do Liverpool. Com boas atuações foi elevado para o time profissional e não tardou em consolidar-se como peça fundamental do meio-campo do time inglês. Contudo, a jovem promessa dos gramados britânicos estava fadada a nunca se concretizar. Bastante visado pelos marcadores não demorou muito para que uma lesão o apanhasse e o afastasse dos campos por mais de três meses. Operado, Cedrico custou a recuperar a confiança e a performance do começo de carreira. Aos 23 anos, foi convocado para as eliminatórias européias e parecia estar novamente rumo ao topo.


No auge de seus 25 anos, enfrentou uma série de graves contusões e constantes polemicas de que não retornaria para o futebol. Descartado do plantel do Liverpool, acabou transferindo-se para o modesto Fulham. Aparentemente recuperado, disputou duas temporadas pela equipe da 2ª divisão inglesa com um desempenho bastante discreto. Fora da seleção que disputaria a Copa do Mundo de 2006, foi obrigado a submeter-se a nova cirurgia no joelho esquerdo e depois de um longo tempo de tratamento decidiu abandonar definitivamente as chuteiras. E aos 26 anos, Cedrico encerrou sua carreira de jogador. Agora, perto de completar 30 anos, aceitou retornar ao cenário esportivo em sua pequena cidade natal como técnico do time local e de algumas equipes esportivas do Colégio de Torquay. Informado pelo colega Remus Lupin do drama vivido por seu afilhado, tratou de coletar informações sobre o desempenho do jovem. Impressionado pelos relado sugeriu a mudança do rapaz para a cidade e sua equipe, agora, ansiava em conferir com os próprios olhos a habilidade do brasileiro.


_ Que horário mais ingrato para uma segunda-feira! – exalta-se Sam.


_ Fala sério Sam, quando falamos de escola tudo no mínimo é terrível! – completa Dawn.


_ Eu nunca senti tanta falta de jogar um futebol... – lamenta o carioca.


_ U-A-U! Vocês conseguem ser mais chato do que Luna de ressaca! – compara Gina.


_ Ei! Eu nem tinha reclamado dessa porcaria de escola ainda... – entra na sessão choramingo, Luna.


_ É, mas, eu tenho muito acumulado do ano passado... – vinga-se Gina.


Luna se revolta e atazana a ruiva por mais algumas quadras, enquanto, o trio se desloca para o estacionamento.


_ Vocês demoraram, hein! Parece que foi pouco o tempo que passamos aqui. – resmunga Draco, escorado no carro de sua mãe.


_ Não dêem bola, ele está nervoso, porque eu vim busca-lo. Tudo bem, garotos? – cumprimenta Narcisa Malfoy – Se acostumando com a cidade, João Pedro? – abraça o rapaz.


Muito tímidos, os três se acomodam no banco de trás do novíssimo automóvel e comentam qualquer coisa sobre as aulas e os cursos escolhidos. Os primos se perdem em analises esportivas o destino dos três é logo alcançado.


_ É bom ver você se entendendo com os filhos da Joyce... – fala a mãe.


_ Ah, eles são legais... Eu sempre me dei bem com eles... – corresponde o filho.


_ E o seu primo? – questiona a mulher.


_ Ele é muito M-A-L-A! – mãe e filho riem – Mas, dá para agüentar. – completa.


_ Ele é muito parecido com o Sirius. – pausa e mudança de assunto – Então, seu pai pediu que você passasse na empresa...


_ Ah, mãe... Qual é? – desanima-se.


_ Bom, eu to mesmo precisando de ajuda para ajustar alguns equipamentos no estúdio... E tem bastante material para ser editado... – sugere.


_ E eu tenho escolha? – fala com mio sorriso.


_ Como se você não gostasse de fuçar no meu estúdio. – rebate a matriarca.


Harry estava esgotado e mal conseguira manter os olhos abertos durante todo o interminável dia letivo. Ao chegar em casa, deu graças aos céus por estar completamente sozinho e poder se jogar no sofá e aproveitar o restante da tarde para fazer absolutamente nada. Por mais que gostasse da cumplicidade que mantinha com sua dupla de melhores amigos, Rony e Hermione sabiam ser extremamente irritantes às vezes. Senão bastasse, havia dito uma bobagem qualquer no decorrer da aula de biologia que despertou a fúria de Brooke, não recebera nenhuma palavra da namorada desde então. Pretendia ligar ou tentar conversar com ela on-line, entretanto, tarde... Muito mais tarde. Naquele momento, tinha absolutamente tudo o que desejava em sua frente: comida, um sofá inteirinho só para si e uma televisão enorme que transmitia os melhores momentos do amistoso entre a seleção brasileira e a Irlanda.


Brasil... Foi, praticamente, instintivo. Ao conferir se era realmente a equipe brasileira que estava em campo, o filho de Tiago Potter, buscou rapidamente por seu celular e discou o número recém-adquirido do filho do melhor amigo de seu pai. Do outro lado da linha, João Pedro remexia em seu improvisado guarda-roupa e não hesitou em aceitar o convite para acompanhar a partida. Durante os 90 minutos de futebol, discussões preencheram o dialogo entre os dois adolescentes. Harry defendia a superioridade da equipe inglesa e rendia elogios ao principal jogador de seu país, o atacante Rooney. Já o brasileiro, fazia seu dever de casa e rebatia afirmando o título de melhor do mundo para o Brasil, embasado nas 5 Copas do Mundo conquistadas. Entre provocações e analises, os pais de Harry voltam de seus respectivos serviços e emendam o pedido para que o visitante permanecesse para o jantar. Com a refeição posta na mesa e o anuncio pelo canal esportivo que na seqüência do amistoso, seria exibido o compacto do jogo do Flamengo pela Taça Libertadores. Torcedor fanático do Clube de Regatas, o convidado ganha o privilegio de assistir a mais um jogo em casa alheia e a matar a saudade de seu time do coração.


No meio de toda essa devoção futebolística, Brooke resolve ligar para o namorado e fazer as pazes após uma briga desnecessária. Ele atende, fala brevemente sobre a presença de João Pedro, voltam as boas e ele promete aparecer depois de deixar o brasileiro em casa. A moça desliga o celular e ri da animação de Harry por um simples jogo de futebol. Ela já havia tentado assistir com ele algumas partidas, contudo, a exaltação do namorado era tanta que ela mal conseguia entender o esporte. Desde então, limitava se a ouvi-lo reclamar ou comemorar a cada vitória ou derrota do Manchester.


Hermione passara boa parte de seu tempo livre pensando em como comunicar aos pais que não prestaria vestibular para medicina ou para qualquer curso da área da saúde. Muito pelo contrario, a garota adorava o jornalismo. O pouco contato que tinha com a profissão no jornal da escola a fascinava. O ideal de informar com ética, de ver sua mensagem sendo repassada para outras pessoas, a certeza de não ter uma certeza e a missão social do jornalista era o que ela pretendia para seu futuro. A questão era convencer seus pais disto.


_ Ei, filha... Estudando? – aparece seu pai.


_ Não, só passando o tempo na internet. – mostra o monitor do computador com o MSN aberto – E a minha mãe? – estranha a ausência.


_ No hospital... Uma emergência. – menciona o habitual – Então, que tal sairmos para jantar? Não to nada disposto para cozinhar agora. – convida visivelmente cansado, a filha concorda – Restaurante do Alan? – referindo-se ao pai de Luna.


Como era previsível, o medico puxa assunto com referencia ao primeiro dia letivo e a escolha por possíveis faculdades.


Coincidentemente, o melhor amigo da garota os atende e Philips Granger nota os olhares de ambos, no entanto, prefere não entrar em um assunto tão delicado e particular de sua filha. Nunca tivera uma relação tão cúmplice e aberta com ela e não seria naquela noite que tentaria mudar isso.


Amanhece em Torquay e com a pressa de Lupin para se dirigir a universidade, os três estudantes se privam de uma conveniente carona. O que gera a primeira reclamação do dia por autora de Dawn. Sam e João Pedro apenas riem do mau humor matutino da menina, os dois estavam mais preocupados com os testes que fariam logo após as aulas.


A manhã transcorre rapidamente e com as audições para os cursos extracurriculares a serem realizadas, o período vespertino terminou destinado apenas para isso.


Para a surpresa de Sam, Gina também optara pelo atletismo, pelas provas de resistência. Nas primeiras baterias, o irmão de Dean obtivera a noção exata de que nunca conseguiria se firmar como titular nas provas mais clássicas, como os 100 metros rasos, assim resolveu em cima da hora tentar também as provas mais longas, assim como fez sua colega. A garota acabou como uma das poucas candidatas às corridas de 800 m e para o revezamento 4x400 metros. Assim, não teve dificuldade alguma em se firmar como a principal corredora da escola nessas modalidades. Já Sam, desacostumado a provas de fundo, custou para entrar na equipe, agora, como membro do time de atletismo, teria muito chão pela frente para conquistar um espaço mais respeitado.


Já o novo treinador de futebol enfrentava a problemática numérica em escalar somente 23 jovens dos 55 inscritos. A primeira vista, reparara mais nos antigos componentes da equipe como Ronald, Harry, Draco, Dino, etc. Porém, a sensação era o estilo diferencial de João Pedro Black. O jovem entortava os adversários e rendia ligações extraordinárias para os companheiros de time. Entretanto, o maior problema do brasileiro era tão evidente quanto seu talento. O rapaz pensava rápido, contudo, pensava pouco em equipe. Exagerava nas jogadas individuais e enfeites e, por mais que ganhasse a maioria das disputas, atrasava e atrapalhava todo o desenvolvimento ofensivo de seu time. Ou seja, João Pedro era o típico fominha. E Cedrico sabia que exatamente por essa característica ele havia sido dispensado do Celtics.


Terminado o primeiro teste, Diggory agradeceu ao esforço de todos e assegurou que no dia seguinte, a lista com os escolhidos seria divulgada na primeira hora. O treinador já analisava cada possibilidade e, apesar de ter boas peças em seu futuro elenco, não contava com um atleta com as características do afilhado de Remo.


Sua tarefa era bastante lógica. Teria que talhar novamente todo o jeito de JP em campo, o garoto tinha potencial para ser o centro criativo de sua equipe, mas teria paciência e vontade para reformular sua postura em campo?


_ Confiante para amanhã, João? – questiona, Harry, na saída do colégio.


_ Sinceramente, cara, eu to. – responde simplesmente.


_ E o troféu Modéstia de Torquay vai para... – ironiza Ron.


_ Ah... Qual é? Vocês também não estão? Até o podre do meu primo ta garantido. – debocha do parente.


_ Podre? Não te vi fazendo nenhum dos meus seis gols! – se vangloria, Draco.


_ Também não sai da banheira! – JP refere-se ao costume do primo de permanecer sempre perto da área – O cara tem físico de Nilmar e quer jogar como o Adriano! – compara com jogadores brasileiros.


_ Garotas se aproximando. Por favor, meninos, mudem o assunto! – solicita Brooke, abraçando o namorado.


_ Não, ainda não. – pede estranhamente Hermione – Empurraram para mim a pauta sobre o novo técnico e o time de futebol. Então, falem. – exige.


_ Relaxa, Mione. – Ron lança-se sobre a garota – A lista sai só amanhã, você tem tempo!


_ Oh, Julio César, dá uma licença ai, então! – pede passagem o brasileiro.


_ Você pensa que vai aonde? – pergunta aflita a menina.


_ Hã... Procurar a Dawn e o Sam, ou ficou ilegal de repente? – assusta-se João Pedro.


_ Não, é que eu tinha que marcar uma entrevista com você. Bom, o pessoal do jornal achou interessante a sua mudança e tal... Daí, uma conversa sobre isso, sabe? Esse intercambio. Pode ser?


_ Pode, pode, claro. Quando? – sorri.


_ Amanhã depois do seu treino? – ele concorda.


_ Ótimo, Hermione. Você não poderia ter esperado até amanhã? Assim, o ego dele inflaria todo de uma vez só. – esbraveja Draco.


_ Não precisa ficar com inveja, Draco. Na semana de conscientização no transito, a gente se fala, ta? – debocha a colega.


_ Como se você e aquele jornal fossem grande coisa. – despreza Malfoy – E você vem ou não? – chamando o primo.


Hermione fica alguns instantes estática e acompanha muda a saída dos dois primos.


_ É, você podia ter ido embora sem essa, Mione. – Harry


_ Ah, se eu me importasse mesmo com a opinião do Malfoy... Mas, me contem... Como vocês foram no treino? – fala calmamente a jovem, enquanto os melhores amigos lhe enchem os ouvidos com os relatos do treinamento.


 


 


 


 


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Olá, depois de muito tempo sem atualização... Só posso me desculpar! Bom, esse capitulo serve pra  aprofundar um pouco na relação de cada personagem e situa-los na história. Eu vou abordar bastante o tema futebol, principalmente agora, nas vesperas da Copa do Mundo. Espero que vocês aprovem! Comentem, deixem suas opiniões e sugestões... Eu vou tentar postar ainda nessa semana! Boa leitura!


 

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