Inacreditável



   - Willian Kenbril? – perguntou Harry, desconfiado.


    - Esse é o nome que está na carta – afirmou Sra. Granger – Hermione, eu e seu pai vamos sair para resolver alguns assuntos importantes, mas não devemos demorar.


    - Tudo bem, podem ir... Hum...Mãe, me dê essa carta – pediu a garota – Por favor, é importante...preciso vê-la agora.


    A senhora assentiu e entregou a carta para a filha. Hermione o conduziu até uma poltrona e depois subiu, provavelmente em direção ao seu quarto. O moreno, contrariando suas recomendações, levantou-se e tratou de segui-la.


      - Harry, por favor, me dê um pouco de privacidade – disse ela, quando viu que ele a seguia.


     - Nada que esse cara tenha escrito pode ser bom – rosnou Harry – Preciso saber o que diz aí.


     - Essa carta não é para você! – disse Hermione, um pouco alterada.


      - E desde quando você se importa? – questionou o rapaz – Só pode ser algo que eu não possa saber, para você esconder de mim desse jeito!


      - Não te interessa o que ela diz! – gritou a garota.


       - Tenho certeza que sim! Vamos, deixe-me ver isso! – gritou em resposta, avançando para a mão da morena. Hermione o empurrou contra a parede e entrou em seu quarto. Ela ia fechar a porta, mas Harry foi mais rápido.


         - Me deixe entrar! – bradou ele, tentando impedi-la de fechar a porta. Harry era claramente mais forte que ela, e assim em pouco tempo conseguiu lançar-se para dentro.


          - Harry! – censurou ela – Seus ciúmes chagam a esse ponto?


          - Ciúmes, Hermione! Esse seu “amigo de infância” está me irritando há muito tempo! – gritou Harry.


           Em um movimento rápido, arrancou a carta das mãos de uma Hermione perplexa. Rasgou sem muito cuidado o lacre e retirou o pergaminho. O que estava escrito o atingiu tão repentinamente que Harry se viu surpreso por não cair.


       


        Querida Hermione,


 


    Como já tinha lhe dito, passei o Natal aqui em Hogwarts. Meu tio é extremamente ocupado nessa época do ano.


    Pelo que sei, você convidou o Potter para passar o Natal aí com você, não é? Gostaria de saber por que você ainda faz isso. Quando vai contar para aquele pobre coitado que não o ama?


    Seria muito bom que terminasse tudo com ele o mais rápido possível. Estou cansado de ter que manter nossa relação escondida de todos. Quero mais é gritar para o mundo inteiro ouvir que te amo, Mione. Por favor, pare de ter pena dele e venha ser feliz ao meu lado... Tenho certeza que serei um homem muito melhor para você.


    Estou aguardando ansiosamente seu retorno a Hogwarts. Eu te amo.


 


    Willian.


 


         Ele estava paralisado. Aquelas palavras ecoavam em sua mente com incansáveis risadas de deboche. Tinha sido feito de idiota aquele tempo todo. Pela primeira vez na vida, sentiu uma raiva descomunal de Hermione.


            - Harry, você não tinha o direito de... – disse ela, mas o moreno a interrompeu.


         - ESTOU POUCO ME IMPORTANDO COM OS MEUS DIREITOS! – explodiu – LEIA ISSO! VAMOS, TENHA UM POUCO DE VERGONHA E LEIA O QUE ESSE CANALHA ESCREVEU!


           Hermione parecia assustada com a reação do rapaz. Pegou tremulamente a carta que lhe fora estendida.


            Conforme ela avançava no texto, mais indecifrável se tornava sua expressão. Quando terminou, porém, parecia confusa.


             - Eu não sei do que ele está falando – tentou justificar.


            - COMO NÃO SABE? – gritou, chutando a beirada de um móvel próximo.


            - Não sei, não sei! Eu não tenho nada com ele... – disse a garota.


            - NÃO TEM, É? COMO VOU ACREDITAR EM VOCÊ AGORA? – bradou, gesticulando violentamente.


            - Não grite, por favor! E confie em mim, como você sempre confiou! – implorou Hermione, tentando se aproximar do garoto. Ele a repeliu com um gesto.


            - Confiar em você... acho que esse foi meu erro – disse, tentando se acalmar. Mas era praticamente impossível.


            - Por favor, não diga isso... – suplicou a morena.


             - NÃO SE FAÇA DE VÍTIMA! NÃO ERA VOCÊ MESMO QUE TEM PENA DE MIM? – voltou a gritar, impaciente.


            - Eu não tenho pena de você – disse ela, firme.


             - Eu sei que tem! E por quê?! – gritou o rapaz – Por que o “pobrezinho” do Potter não tem pais, por que ele é só mais uma mente doente e um cara com a testa rachada condenado a ser perseguido por um louco homicida! Você viu o que ele escreveu, não viu?! “Pobre coitado”! É sempre o Potter! Sempre!


            - Nunca tive pena de você, Harry. Também não acho que você seja nenhuma dessas coisas – disse Hermione, mirando aqueles intensos olhos castanhos nos seus. Ele teve tanta vontade de esquecer tudo aquilo e abraçá-la, confiar que suas palavras eram sinceras. Mas seu orgulho não permitia.


            - E QUANDO AQUELA NOITE NA SALA PRECISA? NÃO SIGNIFICOU NADA? – gritou Harry, fazendo seus olhos se encherem de lagrimas. Ele próprio estava se controlando para não desabar diante de tudo aquilo.


             - Claro que significou! – gritou Hermione, mas alto que a voz do rapaz – Não questione meu amor por você!


              - Eu queria tanto poder acreditar nisso – respondeu, baixinho. Aquilo era mais para si mesmo do que para ela. – Você me usou... esse tempo todo. E eu fiz de tudo para te agradar. Você me devolveu a felicidade como há tempos não tinha. Se há uma razão para eu não enlouquecer diante dessa guerra, é você. Você... Você é a única coisa que eu tenho. A razão do meu viver. E agora... descubro que foi tudo uma mentira. Cada beijo, cada momento... era falso.


               Ela não tinha palavras para aquilo. Lagrimas rolavam em cascata sobre sua face. Seu olhar permanecia fixo nele, parecendo finalmente entender o que se passava dentro de sua alma.


                Harry deu as costas e deixou escapar algumas poucas lagrimas derrotadas. Angustiadas. Andou em direção a porta, a fim de ir de uma vez embora dali.


                - Espere. Por favor, não vá. Eu preciso de você – disse ela, fracamente. Harry virou-se para olhá-la. O colar que ele dera na noite anterior brilhava desesperadamente, apesar de nenhuma luz iluminá-lo.


                 - Você me machucou, Hermione. E muito. – disse, sem conseguir conter que as lagrimas se formassem novamente em seus olhos – Mas ele não disse que seria um homem muito melhor que eu? Pois bem. Vá, fique com ele. Tente recuperar o tempo que perdeu comigo.


                  - Eu não perdi tempo com você – disse a morena, segurando seu braço e o impedindo de ir.


                   - Mas você não me ama. Ficou com ele... – murmurou Harry, decepcionado. Não conseguia mais contar as lagrimas insistentes.


                  - Por favor, não sofra por minha causa. Não seria capaz de te trair. Eu te amo. –disse Hermione, também em um sussurro.


                  - Tarde demais. – disse, soltando-se dela. Em seguida saiu do quarto e fechou a porta.


                  Harry seguiu tremulo pelo corredor. Sentiu náusea e sua cabeça girou, de forma que teve de apoiar-se na parede para não cair. Respirou fundo varias vezes, apesar de continuar não acreditando naquilo.


                  Pegou uma toalha e foi tomar banho. Suas lagrimas se fundiram com as águas do chuveiro, enquanto pensava...


                  Hermione o traíra. Depois de dizer tantas vezes que o amava, depois de confortá-lo por tantas vezes... simplesmente escolhera outro. Teve uma súbita imagem dela e de Willian se agarrando pelos corredores de Hogwarts, se beijando... Hermione dizendo todas aquelas palavras carinhosas para outro...


                 Sentindo uma raiva descomunal e uma tristeza arrebatadora no coração, permitiu-se soltar um grito de fúria. Socou a parede do banheiro, ainda inconformado. Talvez, se acalmasse seus nervos... Pudesse pensar mais claramente e encontrar uma solução para aquilo.


                  Saiu do chuveiro e colocou a primeira roupa que viu pela frente. Deitou-se na cama e enfiou a cabeça no travesseiro. Mesmo com a mente lotada de emoções, conseguiu adormecer não muito tempo depois.


 


                  Em seu sonho, ele corria desesperadamente por um campo incrivelmente florido. Mas a sensação que ele tinha não era de paz. Sentia-se profundamente angustiado e temeroso. De repente, em uma nuvem de poeira roxa, um vulto negro surgiu segurando um corpo, que se debatia freneticamente.


                   - Ora, quem está aqui...Potter! – exclamou Voldemort, entrando em foco. A pessoa que ele segurava era Hermione. O moreno levou um tremendo choque, com medo de perdê-la. – Reconhece sua namoradinha...Oh, perdão... Esqueci que ela te trocou por outro!


                 - Solte-a, Voldemort! – solicitou Harry, apontando a varinha para o bruxo.


                  - Oh, não, perderia toda a graça... Prefiro matá-la, para você ver... E depois se culpar – ele sorriu malvadamente, antes de puxar a varinha e apontar para a cabeça de Hermione. – Diga adeus... Avada Kedavra!


                  - NÃO! – seu gritou saiu agudo, mas de nada adiantou. A maldição a atingiu em cheio e ela caiu, olhos abertos vidrados no nada. Em um piscar de olhos, Voldemort agitou a capa e desapareceu.


                    - Potter, o que você fez?! – Harry ouviu uma voz irritada as suas costas. Virou-se e viu Willian se aproximando, com a varinha em punho. – Você deixou que a matassem! A culpa é sua, Potter!


                   O loiro dirigiu um olhar muito raivoso a Harry, e estava prestes a lhe dar um soco quando sua cicatriz explodiu em chamas, despertando-o em um grito de dor.


 


                 Harry saiu da cama em um salto, mãos comprimindo a cicatriz que ardia em brasas sob seus dedos. Esfregou-a freneticamente, mas a dor recusava-se a diminuir. Dobrou-se contra a parede fria, completamente cego. Foi então que a voz de Hermione se sobressaiu aos seus gemidos regulares, cheia de preocupação:


                - Harry, você está bem? Eu te ouvi gritar.


                Sem dar uma resposta, abriu a porta e deu de cara com uma Hermione aflita olhando para ele. A dor em sua cicatriz foi tamanha que ele teve ânsias de vomitar. Cambaleou até o banheiro e despejou seu mais recente café da manhã dentro do vaso sanitário. Depois despejou água fria sob a cicatriz, fazendo a dor diminuir um pouco.


                   - Harry! O que...? Sua cicatriz está doendo de novo? – perguntou ela, postando-se atrás dele.


                  - Sim, mas... Deixe-me em paz. Preciso ficar sozinho... Para pensar – disse Harry, passando direto pela garota.


                   - Você não pode me tratar assim. Estou preocupada com você, só isso – justificou ela.


                   - Tem certeza? Pois eu acho que não – disse, fechando a porta do quarto em seguida. Ouviu um gritinho irritado da morena, mas ela não forçou a entrada. Harry voltou a deitar na cama.


                  Sua cicatriz não tinha ardido o ano inteiro, e agora, doera duas vezes no mesmo dia. Essa ultima, particularmente, o havia assustado. Fora uma dor tão violenta que nem tivera tempo de pensar... Só podia chegar a uma conclusão.


                    Voldemort estava se fortalecendo. E estava perto. Não perto no sentido literal, mas ele podia sentir que seu embate final com o Lorde Negro se aproximava. E o pior, ele não se sentia preparado.


                   Respirou fundo por alguns minutos, e sacudiu a cabeça. Uma única solução o ocorreu, apesar de não se sentir confortável com ela. Quando voltasse a Hogwarts, teria que pedir ajuda a Dumbledore. Era a única forma.


                    Fechou os olhos, tentando se acalmar.  Estava com muitos problemas na cabeça, e seu estresse chegara ao limite. Mas tinha de manter a calma. Por mais que parecesse impossível.

N/A: Eu sei que demorei um pouco. Na verdade, já tinha esse capitulo pronto a muito tempo, mas estava na duvida sobre postar ou não do jeito que estava. Acabei que decidi arriscar.
        Beleza, eu sei que pode estar uma porcaria, que muitos não devem gostar, ou ainda que alguem pode qurer minha cabeça por isso. Paciencia. Não estou brincando quando digo que decididamente tinha que fazer isso.


        Bem, façam suas apostas! Não tenham medo de demonstrar sua opinião, chutem a vontade o que virá a seguir. Eu realmente amo teorias malucas e conspiratorias.O proximo cap deve vir um pouco mais rápido que esse, já o tenho quase pronto.


        Vcs já sabem, comentem! Bjos e até o proximo cap. 

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