Alívios e Propostas
Harry não saiu daquela posição. Continuou sentado, ouvindo o nada. Aquele silêncio era simplesmente insuportável.
Sem que quisesse, algumas lágrimas teimosas escaparam de seus olhos. Nunca se sentira tão triste e ao mesmo tempo tão inútil. Queria poder ajudar, mas não havia nada ao seu alcance. Queria poder entrar lá, dar um jeito de cuidar de Hermione, salvá-la.
Porque a única coisa que queria era ver seu sorriso novamente. Ver seus olhos brilharem de determinação e esperança. Como tantas outras vezes já haviam brilhado. Queria ouvir sua vez suave dizendo que o amava, queria seus lábios macios como seda nos seus novamente. Queria ela viva. Para sempre.
Era bem mais fácil morrer do que ver alguém morrer. Harry sabia bem disso. Depois de tantos acontecimentos, tantas perdas, só desejava poder ir no lugar de alguém. Era preferível a assistir a morte de alguém, principalmente se esse alguém for Hermione.
Harry foi interrompido por alguém que se aproximava. Era Willian.
- Harry! – exclamou ele – Eu soube do que houve. Como está a Mione?
O moreno não deixou de sentir uma pontada de raiva. Mione? Eram tão íntimos assim?!
- Não... Não tive noticias dela até agora – disse ele, passando a mão disfarçadamente pela face. Willian não precisava saber que chorara – Estou esperando a mais de duas horas.
Ele assentiu e se sentou, parecendo um tanto decepcionado. Por incrível que pareça, Harry achava estar sentindo um pouco de ciúme. Nem que fosse um ciúme totalmente irracional na opinião alheia. Mas ele sentia, e não tinha como evitar.
Querendo ou não, tinha que admitir que Willian era bem mais bonito que ele. Era fácil para qualquer garota alegar apaixonar-se por ele. E isso, infelizmente, incluía Hermione.
Harry ouviu um barulho por trás das portas da Ala Hospitalar. Em seguida ela se abriu.
- Sr Potter, acho que ficara contente de saber que a Srta Granger acordou e vai ficar bem – disse Madame Ponfrey, fazendo os olhos de Harry brilhar. – Ela quer vê-lo.
- Eu... Posso vê-la também? – intrometeu-se Willian, elevando mais uma vez a raiva de Harry.
- Não, Sr Kenbril, você não pode – respondeu a enfermeira, ríspida – Pelo menos não por enquanto. A Srta Granger que ver apenas o Sr Potter.
- Mas, Madame Ponfrey – retrucou Willian. – São permitidas cinco visitas por vez. Não vejo por que eu não poderia...
- Você me da licença, Willian? – interrompeu Harry. – Preciso falar a sós com Hermione, se não se importa. Agora, se você me fizer o favor de não se meter onde não é chamado, eu agradeceria. – Harry não planejava ser tão grosso e direto. Mas não pudera evitar. O poder de tirar Harry do serio do rapaz chagara ao seu auge.
Harry deu-lhe as costas antes mesmo dele ter chance de responder. Entrou na enfermaria decidido.
Localizou-a em uma das ultimas camas. Ela estava acordada, e sorria para ele. Harry abriu um dos sorrisos mais verdadeiros de sua vida e correu a distancia que faltava.
Abraçou-a fortemente, podendo sentir seu cheiro doce invadir-lhe as narinas. Não pode contar algumas lagrimas ao beijá-la. Ele prolongou o beijo por muito tempo, enquanto acariciava a cabeça de Hermione.
- Quando vai aprender a fazer o que lhe pedem? – disse Harry, em seu ouvido. Ele tremia involuntariamente, e chorava. – Você podia ter fugido. É esperta. Não precisava esperar eu pedir. Por favor, nunca mais me faça passar por isso de novo. Nem por um instante.
- Eu... sinto muito – disse ela, que chorava silenciosamente – Devia ter tomado mais cuidado. Mas, por favor, Harry, não chore. Estou aqui, não estou?
- Prometa não sair do meu lado, nem por um segundo. – disse ele, olhando em seus olhos – Fique sempre do meu lado, para que eu possa te proteger. E, por favor, tenha o bom senso de fugir quando perceber que está tudo muito perigoso.
Ela limpou uma lagrima que escorria pela face de Harry. Não gostava de ver aqueles radiantes olhos verdes úmidos.
- Eu prometo – disse ela.
- Mione, não quero te fazer relembrar maus momentos, mas... – Harry deixou-se vencer pela curiosidade – Você sabe que feitiço era aquele? Quero dizer, como é, digo, a... Sensação?
A garota pensou por um instante, mas não pareceu brava com ele. Depois disse:
- É como... Ter o corpo retalhado, diversas vezes. Lembra um pouco a Maldição Cruciatus. Só que a pessoa não precisa ter contado direto. Basta lançar o feitiço. Se não me engano, chama-se Internus Corpalos. Não tem dano externo.
- Dano externo? – repetiu, renovando suas preocupações.
- Fique tranqüilo – disse Mione – Madame Ponfrey cuidou de todos os ferimentos internos, que, cá entre nós... Não foram poucos. Mas estou perfeitamente bem.
- Não fale assim – disse ele, baixinho – me faz sentir culpado. Sabe, eu acho que devia ter te protegido.
- Ah! Sinto muito, Harry – desculpou-se Hermione – Não foi isso que eu quis dizer. Sinto muito – repetiu.
- Tudo bem – disse o moreno.
Eles se olharam por um longo tempo. Harry acariciava delicadamente os cabelos macios de Hermione, que sorria. Nunca se sentia em tamanha paz de espírito. Mione estava bem, e era aquilo que lhe importava.
Ultimamente, ou melhor, desde que começara a namorar Hermione, andara se sentindo muito mais leve. Em paz. Hermione não tinha idéia de como fazia bem a ele. Ela sempre estivera com ele, e agora, continuava apoiando-o, fosse o que fosse. E Harry estava extremamente feliz por tê-la ao seu lado há tanto tempo.
Harry ouviu um rangido de porta, e a professora Macgonagall entrou. Parecia extremamente cansada.
- Ah, Srta Granger, você acordou! – exclamou a professora – Está bem, eu espero?
- Muito bem, professora – respondeu Hermione.
- Ótimo – ela fez uma pausa – Eu sei que é um tanto... Grosseiro da minha parte comunicar isso a vocês neste momento mas... É necessário. – ela parou de noivo. Parecia prestes a fazer uma escolha muito difícil. – Bem, depois do... Fiasco da caverna, eu decidi que seria melhor prepará-los melhor para as próximas batalhas. Bem, juntamente com o professor Dumbledore, elaborei uma lista de feitiços para que praticassem. Sei que isso soa estranho – acrescendo, vendo a cara de incompreensão dos alunos – Mas é, ao ver, necessário. É claro, que esperaremos até a Srta e o Sr. Weasley se recuperarem totalmente. – disse ela, fazendo um gesto em direção ao leito em que Rony dormia. Ele também não corria nenhum risco serio, apenas precisaria descansar por um tempo.
- Se a senhora acha que é melhor assim, então praticaremos os feitiços – concluiu Harry, não achando a proposta tão absurda.
- Estou de acordo também – disse Hermione.
- Maravilhoso. Posso esperar-lhes dentro de uma semana em minha sala, então? – perguntou a professora.
- Claro – disseram os dois em uníssono.
- Até lá, então. E comuniquem meus votos de melhoras ao Sr Weasçey também. – dito, se retirou.
- Será que foi tão ruim assim? – perguntou Harry, voltando-se para a namorada.
- Acho que sim... Em um certo aspecto – comentou ela. Parecia tão cansada quando a professora.
- Você está bem? – perguntou Harry.
- Estou. Acho que só preciso dormir um pouco – disse ela.
- Legal. Então durma, Mione – disse ele carinhosamente.
Ela sorriu e virou-se para o lado, adormecendo instantaneamente. Mas Harry ficou ali, contemplando-a e acariciando seu rosto. Ela era muito bonita dormindo. Todos aqueles traços, perfeitos aos seus olhos, eram as faces de um anjo. Do seu anjo mais amado.
N/A: Eu sei que dessa vez o cap foi literalmente NO LIMITE. Foi o que eu disse, o intervalo entre as postagens pode variar muito. Mas enfim, aqui estamos no nosso decimo segundo cap!
Percebi que muita gente achou que eu ia Matar ac Hermione. Eu sou louca, mas nem tanto! Qual é!
Olha, me perdoem por qualquer erro de ortografia, ok? Tive que terminar o csp meio correndo, mas acho que ficou com qualidade. Enfim, a opinião é de vcs, por isso, comentem, please!
Então acho que é isso. Vou tentar não demorar muito com o proxima cap.
Bjos e até o cap 13!
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