Reconciliações
Harry acabou por adormecer ali também, recostado na confortável cadeira estofada. E ele dormiu. Dormiu e sonhou, como nunca sonhara antes. Por que os sonhos são os únicos que duram para sempre. E os únicos que dependem unicamente dele.
Sonhou um mundo diferente. Sem problemas, sem decepções, sem reviravoltas e batalhas. Apenas ele e ela, sozinhos no infinito. Alheios ao mundo lá fora. Se amando. E nada mais.
Porque ela era tudo que tinha real importância para ele. Ela, e seu amor. O resto, eram meros pedaços de felicidade que pouco lhe importavam.
E pela primeira vez teve uma incrível vontade de viver. Crescer, ao lado dela, como sempre. Esqueceu por um momento todas as suas preocupações, todos os seus problemas. Teve a sensação de sair voando, rumo ao infinito, sentido o ar gelado refrescar-lhe a face. E chegar perto das estrelas, que brilhavam para ele. Se sentiu leve... feliz.
Harry finalmente abriu os olhos, e viu as estelas que ainda estavam no ceu. Abriu a janela e sentiu o era fresco da noite, que juntamente veio com o cheiro doce de orvalho. Uma brisa soprava suave, afastando seus cabelos da testa.
Respirou fundo. As margens da floresta, pássaros cantavam. Testralios voavam pelo céu, como ameaçadoras criaturas negras que, á propósito, não eram. Harry via também agitações no lago, provocadas por peixes.
Harry se sentia hiper-consciente de tudo a sua volta. Sentia que seria capaz de ouvir até o menor ruído, a centenas e até milhares de quilômetros dali. Parecia que se alguém derrubasse um lenço Hosmeade, ele poderia perceber.
Foi capaz de ouvir um mero suspiro ao seu lado. Era Hermione, que acordara.
- Volte a dormir, Mione – sussurrou para ela – Acho que não são nem onze horas da noite.
- Mas eu dormi a tarde inteira... não estou mais com sono – disse a morena.
- Ora...se é assim... não durma, então – cedeu Harry. Ela sorriu.
- Você é que deve estar cansado – disse Hermione – Não quer voltar para o dormitório? Ficarei bem aqui.
- Não. Eu prefiro ficar aqui com você. – disse ele.
- Ah, Harry! Dá para ver daqui que você está pior do que...hum... ah, você está cansado! Vá! – insistiu ela. Harry riu da inútil tentativa de fazer uma comparação da namorada, mas resolveu não estressa-la.
- Tudo bem, tudo bem...Você tem certeza que vai ficar bem? – perguntou ele.
- Claro que tenho! – exclamou ela – Agora vá! Descanse!
Harry sorriu novamente e virou as costas a Hermione, que o olhava satisfeita. Aquela teimosia ainda ia acabar irritando-o... pensou, divertido.
Ao sair, se deparou com uma sombra deitada num sofá ali adiante. Harry já sabia exatamente de quem se tratava.
- Harry! Nossa, você ficou um tempão lá dentro... Posso ver Hermione agora? – perguntou a sombra, que era Willian.
- Ela...está dormindo agora, e foi por isso que sai – mentiu Harry, inseguro. Sabia que um mero ruído de Hermione denunciaria sua farsa. – Então... Que tal irmos para o dormitório? Voce está com uma cara péssima...
- Estou cansado mesmo – admitiu Willian – Acho melhor eu dormir um pouco. Vamos?
- Claro – respondeu Harry, satisfeito com a própria mentira.
- E então Harry... A quanto tempo conhece Hermione? – perguntou o rapaz.
- Desde que entramos em Hogwarts – respondeu ele, de má vontade. Para que Willian ia querer saber?
- E a quanto tempo estão... sabe... juntos? – perguntou ele. Aquilo já estava dando-o nos nervos.
- Há... um ano – mentiu novamente. O namoro dos dois tinha que parecer convincente para afastar aquele garoto.
- Um ano... nossa. Deve ser sério então. – disse ele.
- É sério – reforçou Harry. Decidiu dizer uma verdade, afinal. – Eu a amo.
- Sei disso – disse o loiro. – É que fico pensando que... Sabe... Não me leve a mal, mas... Deve ter um monte de garotas em cima de você. Por que justamente Hermione?
- O que você tem contra ela? – perguntou Harry, contendo a raiva.
- Absolutamente nada. E você sabe – disse Willian – Mas... Sei lá... Temos de admitir que há mais belos frutos no jardim.
- Então fique com eles. Pegue o melhor, na sua opinião. Por que eu já escolhi o meu – respondeu, grosso.
- Ok. Não precisa ficar nervoso – disse Willian. – Vamos... Mudar de assunto.
Harry não disse nada, mas mesmo assim ele prosseguiu:
- O que houve... Exatamente? Sabe... Com Hermione.
E agora? Harry pensou. Não tinha permissão para contar a verdade a ninguém. O que faria? Inventaria uma historia? Mas e se Willian, ao questionar outra pessoa, descobrisse a verdade?
- HARRY! HARRY POTTER – um grito agudíssimo chamou sua atenção. – Espere aí! – a voz se aproximou e Harry pode ver quem era. – Preciso falar com você. – Era Gina. Harry nunca ficou tão feliz em vê-la. Poderia livrá-lo da confusão com Willian.
- Hum... Ok, Gina. – disse o moreno, apesar de um tanto apreensivo – Tudo bem para você Willian? Posso falar com você amanhã?
- Ah... Ok, tudo bem. Até amanhã então. Boa noite, Harry – despediu-se ele, parecendo um tanto insatisfeito.
- Boa noite – respondeu ele, educado. Willian acenou com a cabeça e subiu para o dormitório. – E então Gina? Voce pode ter uma conversa civilizada comigo agora?
- Era exatamente sobre isso que eu queria falar com você – disse ela, estranhamente calma – Eu queria pedir desculpas pelo meu comportamento nesses últimos dias. Eu perdi o controle quando percebi que você estava gostando da Hermione. Eu... Senti ciúmes de você.
- Por que? Você sabe que sempre foi minha amiga – disse Harry, olhando=a nos olhos.
- Eu fiquei com raiva, mais raiva ainda, quando vi você beijando-a, abraçando-a com tanto carinho. Fiquei assim porque você ama ela... E não eu – algumas lagrimas escaparam dos olhos da ruiva.
- Gina, eu te amo sim. Só que de um jeito diferente – disse ele, tentando colocar na voz o mesmo carinho que tinha com Hermione.
Ela ofegou e deu um pequeno sorriso. Harry se aproximou, e ela o abraçou com força. Ela sentiu-se feliz por ter reatado a amizade com Gina. E também sentia-se feliz por ela parar de sofrer.
Eles se separaram, sorrindo abertamente. Harry não pode se conter.
- Que bom – disse ele – Não agüentava mais ficar sem falar com você.
- Nem eu. – reforçou a ruiva – Voce me desculpa por todas as besteiras que eu disse para você e para ela? E... por todas as coisas que eu joguei em você? - Harry soltou um risinho.
- Claro que desculpo. – respondeu Harry – Mas agora, eu estou precisando mesmo dormir. Mas antes... – Harry lembrou-se de um pequeno detalhe – Você gostaria de aparecer para os testes de Quadribol? Queria ter você no time como artilheira. Você é ótima.
- Apareço sim, Harry – aceitou Gina, feliz.
- Depois da Hermione sair da enfermaria eu marco a data – comunicou Harry – E passo para você. Eram para acontecer hoje, mas com toda essa confusão...
- Tudo bem. E amanha eu dou uma passadinha para ver Hermione. Boa noite, Harry. – desejou Gina.
- Legal. Boa noite, Gina.
Harry virou-se foi para o dormitório. Encontrou Willian dormindo, para sua sorte. Ele vestiu o pijama e se deitou, ainda contente. Apesar do dia não ter começado exatamente como gostaria, tinha achado bom o jeito com que ele terminara. Hermione estava bem, tinha reatado a amizade com Gina... E a sua vida em Hogwats continuaria normalmente, como tinha sido ao longo desses seis anos de tantas alegrias e descobertas.
Harry, vencido pelo cansaso, adormeceu sem nem mesmo se dar ao trabalho de tirar os óculos.
O dia seguinte seguiu-se sem grandes agitações. Hermione aceitou bem o pedido de desculpas de Gina, seguido de um abraço lacrimoso por parte delas. Harry não pode evitar que Willian visita-se Hermione, o que, para sua infelicidade, pareceu alegra-la. Seu único problema foi evitar que as conversas rumassem para o assunto da noite anterior. Mas ele acabou dando um jeito.
Rony saiu da enfermaria naquele mesmo dia e recebeu um apertado abraço de Luna. A partir daí, o ruivo passou a ficar muito disperso.
- Ela é linda, não é? – Rony não parava de repetir, apesar de não parecer precisar de uma resposta – É linda, eu sei que é!
Harry nem se dava ao trabalho de comentar, pois sabia que o ruivo provavelmente não o ouviria. Rony, durante o horário de almoço, alegou precisar de um livro e desapareceu até a metade da tarde. Harry também notou a ausência de Luna na mesa da Corvinal.
De uma forma geral, a recuperação de Hermione foi bem tranqüila. Ela ainda passou cerca de uma semana na enfermaria, sendo visitada por ele todos os dias. A morena insistia para que Harry sempre a trouxesse a matéria do dia.
Willian também tinha o habito de visita-la com certa freqüência. Normalmente, logo após o jantar. Esse horário costumava coencidir com o dele, o que o deixava profundamente irritado.
Snape também era um quesito bem preocupante em sua vida atual. Mas Harry estava decidido a descobrir exatamente que tipo de envolvimento ele poderia ter com o ateque dos Comensais da Morte na caverna. E também sobre a suposta “conversa” que ele teria tido com Voldemort, no dia de sua detenção. Ele só estava esperando uma oportunidade.
Por fim, logo após Hermione finalmente deixar a enfermaria, Harry marcou os testes de Quadribol, que aconteceriam no dia seguinte, sábado.
N/A: Bem, esteb cap ficou bem do tipo relax, sem grandes intenções. Era mais parta dar uma satsfação sobre tudo. Enfim.
Olha, eu tive de recnciliar o Harry com a Gina, pois mais tarde isso será muito importante.
Já até começei o cap 14, que deve tratar sobre os testes de Quadribol. Plenejo algumas confusoes.
Acho que não tenho de falar mais nada. Bem, então bjos e até o cap 14!
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