Tudo muda, nada muda



Revisado em 21/02/2012 


Capítulo 6:


       Um solavanco os separou outra vez. O trem partira, deixando para trás as preocupações que tinha ate o momento. Agora a única coisa que importava que ele estava com aquela que amava. A solidão não o assolava mais. Dias sombrios, talvez, se aproximassem, mas de alguma forma Harry sentia como se nada daquilo importasse. O mundo tornara-se mais colorido.


 


          - O que acha de ficarmos aqui por enquanto? – sugeriu Harry.


 


          - Acho uma ótima ideia – disse ela, sorrindo.


 


         Eles se sentaram. Hermione encostou sua cabeça no ombro de Harry. Este passou o braço pelas costas dela, abraçando-a. Acariciou sua cabeça, com movimentos circulares. Sorriu ao vê-la contrair-se quando seus dedos alcançaram a parte de trás de sua orelha. Tinha cócegas. Rindo abertamente agora, Harry intensificou as carícias. Hermione ergueu-se, ereta, e deu-lhe um tapa na perna, sorrindo também. Ao constatar que ele não mais iria incomodá-la, voltou a sua posição inicial. Suspirou.


 


            - Talvez as coisas possam mudar um pouco agora. Talvez...só talvez... possamos ser felizes.


 


            - Você tem muita pouca fé nas minhas habilidades amorosas. Esse clima de guerra só faz mal. Intoxica. Se não podemos ser felizes, o que nos sobra?


 


          - Promete não se preocupar com Voldemort, Hogwarts ou qualquer coisa relacionada? Só por enquanto. Só até nós chegarmos lá. Não sou ingênua de te pedir para esquecê-los para sempre. Em algum ponto, é algo que nós todos precisaremos encarar. Mas não é agora. – disse ela, fitando-o.


 


            - Prometo – disse ele, sincero. Era algo que ele mesmo necessitava ardentemente. Ela sorriu e o beijou novamente.


 


               Um som rude os interrompeu, e alguém invadiu a cabine, saindo e batendo à porta logo em seguida. Contudo, eles se separam a tempo de ver cabelos ruivos muito lisos deixarem o local. Harry suspirou, irritado.


 


                - Droga! Tinha me esquecido da Gina! – murmurou para si mesmo.


 


               - Ela ainda tem aquela paixão irracional por você, não é? – disse Hermione, parecendo um tanto enciumada.


 


               - Não fale assim. A essa altura, não chamo amor nenhum de irracional. – respondeu, mas deparou-se com o olhar bravo da amiga que ela inutilmente tentava disfarçar – Mas vou falar com ela. Tentar fazê-la se sentir melhor. Mas é você que eu amo, Mione. Gina não mudará isso, eu te garanto.



                Ela o olhou longamente, mas por fim fez um aceno para que ele fosse. Harry saiu pelos corredores do trem, em busca da garota. Viu Simas, Dino e ate Malfoy, mas nada de Gina. Foi encontrá-la apenas quando, exausto, retornou a cabine que havia escolhido com Rony. A garota chorava e o irmão, sem entender, a olhava preocupado.


 


                  - Gina! – disse ele – Por favor, se acalme!


 


                 - Você... você... eu te odeio! – gritou ela, investindo em Harry. Gina o esmurrou descontroladamente, raivosa, frenética, irrefreável apesar dos esforços consideráveis de Rony para impedi-la.  


 


                - Gina! Me desculpe se a decepcionei, mas não posso fazer nada! Eu simplesmente segui meu coração – tentou justificar. Ela se afastou, recomeçando a chorar.


 


                    - Mas com a Hermione! Por que justamente a Hermione! – gritou ela. – Eu não posso... – ela parou de falar. Harry viu o ódio cintilar em seus olhos, ao olhar por cima de seu ombro. A razão de tudo isso era o fato de Hermione ter acabado de entrar na cabine. Gina lançou um ultimo olhar de desprezo a Harry e saiu, batendo a porta.


 


                   - Será que alguém pode me explicar o que houve? – disse Rony.


 


                         O casal se entreolhou. Se aquela tinha sido a reação de Gina, qual seria a de Rony? Harry acenou com a cabeça. Ficaria tudo bem.


 


                      - Bem, é que nos... – Hermione não sabia muito bem o que dizer.


 


                     - Espere um pouco. Harry disse que ele tinha apenas seguido o coração... isso quer dizer que vocês... – Rony fez uma careta de compreensão. – Vocês estão...


 


                      - Sim. E é por isso que a Gina ficou irritada. – disse Harry.


 


                     - Ela pegou a gente... a gente.... – Hermione não conseguia completar a frase. Suspirou pesadamente – Você entendeu, não foi?  


 


                      - Sim – disse Rony, perplexo. Ele arqueou as sobrancelhas, sentando-se – Eu nunca imaginei que vocês pudessem... ficar juntos.


 


                       Os dois sorriram e se sentaram. Hermione se recostou novamente em seu ombro. Harry voltara a irradiar felicidade, e Hermione também. Rony parecia feliz por eles, e tudo estava aparentemente bem. Se não fosse Gina.


 


                     Não gostava de brigar com a amiga. Jamais quisera magoa-la, e sim compartilhar sua felicidade com ela. O ano anterior havia sido um tanto confuso, e eles se afastaram depois da morte de Dumbledore. Na ocasião, Harry pensara que havia sido algo mútuo, e que ambos haviam decidido que era melhor assim. Agora via que tinha se enganado.


 


                    - Pelo que posso ver, o Harry finalmente desencalhou – brincou Rony.


 


                       - Acho dessa vez tive sorte – disse Harry.


 


                      - Também posso dizer o mesmo – disse Hermione. Ignorando totalmente a presença de Rony, eles se beijaram novamente. Rony olhou convenientemente pela janela, mas não conseguiu conter um pequeno sorriso que lhe brotava pelos lábios.


 


 


 


                   Eles descarregaram as coisas do lado de fora do trem. Gina ainda estava desaparecida, mas isso não o preocupou muito. Eram da mesma casa, portanto ela não poderia evita-lo para sempre. Eventualmente, ela teria de falar com ele. Ou ele com ela. Colocaram os malões em uma das carruagens e partiram. Harry sentiu um arrepio ao ver os testrálios impacientes à frente das carruagens, apesar de ser seu segundo ano vendo-os.


 


                   - Quem será que vai fazer o discurso de abertura esse ano? Isso é, se houver algum – disse Rony.


 


                - Soube que o próprio Dumbledore fará o discurso – disse Hermione, surpreendendo a todos.


 


                  - Enlouqueceu? Como ele pode fazer o discurso? – perguntou Harry.


 


                  - Ele é modo de dizer. O retrato dele – disse a garota.


 


                   - Agora sim faz sentido. Mesmo assim é estranho – disse Rony.


 


                    - Eu acho um tanto mórbido – completou Hermione – Como se ninguém, nem mesmo a escola, quisesse aceitar o fato de que ele morreu.


 


                  A carruagem parou a poucos metros da entrada do território. Harry e outros diversos alunos em outras carruagens olharam pela janela, em busca da explicação.


 


                - O que esta havendo? – perguntou Rony, olhando pela janela também.


 


                - Acho que estão fazendo uma revista. – disse Harry. – Não podemos dizer que é sem motivo.


 


                 - Realmente – disse Hermione, vagamente.


 


                  - No que pensas, Mione? – perguntou Harry, percebendo a estranha reação da namorada.


 


                     - Nada de importante, Harry. Acho que a partir do momento em que você parou de se preocupar, passei a entender o motivo de tantas preocupações, E agora quem se preocupa sou eu. – respondeu a garota, evitando olhar nos olhos de Harry.


 


                      - Não se atreva – disse Harry, em tom de brincadeira, mas com o olhar muito sério. – Esqueça. Pelo menos por enquanto.


 


                       - Vou tentar – disse ela.


 


                      - Ótimo. – disse Harry. Tentou sorrir para ela, mas foi inútil. Ela continua absorta em seus pensamentos.


 


                    Passaram sem contratempos. Finalmente, pararam a frente das grandes portas de carvalho. Os malões foram levados para seus dormitórios, enquanto se instalavam na mesa da Grifinoria.


 


                       Hermione estava, de fato, certa sobre Dumbledore. Ali, pendurado no alto da cadeira, estava ele, examinando serenamente todo o salão, como sempre fazia. Harry contemplou-o por um bom tempo, ate que ele fez sinal para todos se sentarem.


 


                    - Boa noite, e bem vindos a Hogwarts! – bradou ele, com a voz ligeiramente mais baixa do que o usual – Por motivos que até o presente momento não fui capaz de compreender, fui destituído de meu cargo. O que é muito interessante, já que me sinto muito bem. – o professor fez uma pausa e alguns risinhos nervosos atravessaram o salão – Mas, se a eminência de deixar meu cargo por muitas vezes me deprime, a pessoa que o ocupará certamente me tranquiliza. Estou me referindo, obviamente, à professora Minerva MacGonagall!


 


                    Uma salva de palmas varreu o salão. Harry sentia-se completo, aquecido. Uma onda de lembranças invadiu sua mente. A escolha do chapéu seletor... Dumbledore anunciando o fechamento da câmara secreta... a fuga de Sirius... o fim da primeira tarefa do Torneio Tribuxo... a Armada de Dumbledore.... a vitória no Quadribol...


 


                      - Harry! Você esta prestando atenção? – Hermione o resgatou de seus pensamentos. Ele rapidamente se concentrou no que Dumbledore falava.


 


                      - Haverão algumas mudanças no cronograma desse ano, eu temo, por motivos óbvios. Mas deixemos os assuntos desagradáveis para outra ocasião. Tenho certeza que a professora MacGonagall administrará muito bem a responsabilidade de mantê-los à par de tudo. Contudo, a julgar pela aparência desnutrida de alguns de meus alunos, creio que é mais acertado servirmos o jantar. Bom apetite!


 


                 Harry comeu bem como ao comia a tempos. Nunca recebera grande coisa na casa dos Dursleys. De qualquer forma, isso não era importante. Tinha novamente o amigos, Hermione e, de certa forma, Dumbledore também. Como dissera Hermione, as coisas podiam ser realmente melhores dali para frente.


 


 


                Depois de um excelente jantar e muitas conversas, Harry se sentiu tentado a dormir. Sentiu suas pálpebras pesadas e, ao olhar a sua volta, percebeu que ele e os dois amigos eram um dos últimos a permanecer no salão. Levantou-se e seguiu com eles em direção as escadas, mas foi interrompido no meio do caminha por MacGonagall.


                            


                   - Potter! – exclamou a professora – Weasley, Granger. Preciso falar com vocês imediatamente.


 


                  - Sim, senhora – disseram em uníssono.  Seguiram para o gabinete do diretor que, Harry concluiu, a partir daquela noite passara a pertencê-la. Uma vez lá, ela os mandou sentarem-se.


 


                 - Creio que o Sr. Potter os manteve informados sobre o assunto das reuniões dele com o Professor Dumbledore ano passado. – disse ela. Os três assentiram.


 


                   - Ótimo. Antes dos... acontecimentos do ano anterior, ele conseguiu destruir cinco das sete Horcruxes, levando claramente em consideração a sétima como sendo o corpo do próprio Você-Sabe-Quem. Logo, está explícito que ainda há uma Horcrux a ser destruída. – ela fez uma pausa, e os amigos entreolharam-se - Felizmente, o professor nos deixou algumas pistas sobre o paradeiro da sexta Horcrux.


 


                  - E que Horcrux é essa? – perguntou Harry.


 


                   - A faca de Morfino Gaunt. – ela respondeu.


 


                  - Aquela que ele usou contra um agente do Ministério? – perguntou Harry, vasculhando a memória.


 


                   - A própria. Vejo que tem uma boa memória, Sr.Potter – comentou a professora. – Enfim, de acordo com as anotações, há dois locais possíveis: as ruínas da casa dos Riddle, ou ainda um dos muitos esconderijos que Você-Sabe-Quem utilizou, situado no sul da Romênia. Acharia o primeiro infinitamente mais plausível, se não fosse o fato da casa estar ocupada há alguns anos, eliminando quase por completo a possibilidade de Você-Sabe-Quem manter efetivamente uma parte de sua alma lá. O que nos leva ao segundo local. Consiste de uma caverna, protegida por uma série de feitiços. Insisti com o professor Dumbledore que algum de nossos aurores treinados fosse designado para a tarefa, mas ele foi muito enfático no que diz respeito a necessidade de você destruí-la, Potter.


 


                      - O professor deixou muito clara sua intenção, desde o início, e eu jamais renunciei do meu compromisso. Irei destruí-la. – disse Harry, com convicção.


 


                     - Dumbledore também deixou clara sua intenção de, na eventualidade de você partir para destruí-la, contar com a ajuda de seus dois amigos também. Isso, obviamente, se eles se dispuserem a tal tarefa. – disse ela, com um gesto na direção deles.


 


                      - Eles não se dispõem – disse Harry com firmeza.


 


                      - Nós nos dispomos – contestou Hermione, levemente irritada. Rony concordou.


 


                        - Potter, compreendo sua preocupação – disse MacGonagall. – Mas não é uma escolha sua.


 


                        O silencio reinou no aposento por alguns minutos. Toda a paz que sentira até o momento dissipara-se por completo. Era um risco desnecessário para eles, Para ela. Ele jamais se perdoaria se algo acontecesse. Odiava a si mesmo por coloca-los naquela situação.


 


                      Com a simplicidade de quem sabe o que quer, Hermione estendeu sua mão até a dele e apertou-a, forte. Harry levantou os olhos para ela, infeliz, e fitou-a longamente. Quando abriu a boca para falar, o que saiu foi um sussurro, um sussurro que vinha de dentro de sua alma.


 


                   - Eu não... posso...te perder.


 


                  - E eu não posso te abandonar.


                  Harry suspirou, aflito, e muito lentamente mexeu a cabeça. Para cima, para baixo, de volta para o centro. Consentindo, apesar do sentimento esmagador de insegurança que crescia em seu peito. Hermione sorriu fracamente, e olhou para Rony.


                 


                  - É claro que nós iremos com você, Harry – disse o ruivo.


                


                A professora sacudiu a cabeça, em aprovação.


 


               - Muito bem – disse – Agora, contudo, receio que seja melhor todos vocês dormirem. O dia amanhã será longo para todos nós. 


 


                           N/A: O cap ficou meio pequeno, mas acho que ficou interessante. De qualquer jeito, nao sou eu que devo opinar por aqui. Quero coments, muitos coments! Elogios ou criticas, me dando os parabens ou xingando, nao importa. Apenas quero a opiniao de voces.  
                            Posso demorar um pouco para postar o cap 7, volta as aulas 'e complicado. Tentarei ser rapida, mas nao garanto. tenho umas sete provas so essa semana.
 
Bjs e ate o proximo capitulo.   


      

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