A revelação de Rony
Revisado em 13/07/2012
Capítulo 07:
Harry acordou no dia seguinte totalmente atordoado. Praticamente não dormira, remexendo-se incessantemente em sua cama. Ainda não absorvera as informações do dia anterior. Estava, acima de tudo, preocupado com os dois amigos, que insistiam em acompanhá-lo. Eles não tinham ideia da encrenca que estavam se metendo. Aliás, era de praxe: desavisados se metendo com Harry Potter. Desavisados se ferindo por conta de Harry Potter.
Perdera a conta de quantas vezes aquilo já havia acontecido, em todas as escalas. Estava cansado, sem dúvida.
Soltou um suspiro, mirando o relógio com desânimo. Concluiu que era melhor dar início ao dia, de uma vez. Pior não pode ficar, pensou, com morbidez. Desceu e encontrou Hermione esperando-o no salão comunal, apesar de não se recordar de ter pedido a ela que o fizesse. Aquilo o alegrou um pouco. Beijaram-se discretamente, e resolveram ir tomar café.
- Você não viu se o Rony já estava acordado? – perguntou Hermione.
- Ele ainda estava no vigésimo sono. Não quis acordá-lo. – respondeu o garoto, sorrindo. Ambos sabiam o quão perigoso acordar Rony poderia ser.
O casal comeu calmamente. As preocupações remoeram a mente de Harry por horas a fio, mas Hermione não parecia alarmada. Muito pelo contrário: parecia ter dormido esplendidamente bem. Após terminarem a refeição, Harry notou que ainda era cedo. Sugeriu uma volta no lago.
- Não posso, Harry – respondeu a garota – Tenho que ir urgente à biblioteca.
- Biblioteca?! – repetiu, abismado – É o primeiro dia de aulas, Hermione! Para que você quer ir à biblioteca?
Ela lançou-lhe um olhar ofendido, poupando-o de uma resposta. Harry mordeu o lábio, sorrindo marotamente. Ela soltou uma risadinha em desaprovação e se virou, começando a caminhar. Contudo, pareceu se lembrar subitamente de algo, e se virou.
- Não vá se atrasar! – gritou – Nosso primeiro horário é no terceiro andar! – tinham, logo de cara, Defesa Contra as Artes das Trevas. Colocou-se então a examinar o restante do horário que acabara de receber de uma professora Macgonagall muito estressada. Tinha de admitir: aquilo o divertia um pouco. Ela era sempre assim, naquela época do ano.
SEGUNDA:
- DCAT
- FEITIÇOS
- POÇOES
- POÇOES
- TRANSFIGURAÇÃO
Harry sentou-se da forma mais confortável que pode no banco. Ter a primeira aula do ano com Snape exigia muito preparo psicológico. Apesar de tudo que ocorrera no ano anterior, Snape estava lá, sentado, imponente, desdenhoso, na imensa mesa dos professores. Seu olhar frio varria todo o salão, como que a procura de algo.
Aqueles olhos negros e inexpressivos se fixaram nele por um longo tempo. Harry sustentava o olhar calmamente, pois sabia que qualquer escorregão da parte do professor seria fatal para seu emprego. Porem, uma pergunta não saia de sua mente: “O que diabos esse traste ainda está fazendo aqui?!”. Seus pensamentos, todavia, foram interrompidos por um Rony que gritava:
- Vamos, Harry! O sinal já tocou! – o ruivo estava extremamente desarrumado e despenteado, o que sugeria que ele tinha acabado de acordar e, sem tempo para mais nada, correra para chamá-lo. Harry se assustou. Ficara refletindo sobre Snape por mais tempo que se dera conta. Não era saudável, tinha certeza.
Disparou pelo salão, evitando colisões com alunos bem mais tranquilos por milímetros. Era irônico o fato de estar sempre correndo. Por um motivo ou por outro,era uma realidade de sua vida escolar: estava sempre atrasado.
Chegaram à sala segundos antes do infame professor. Harry estava esperançoso, crendo que haviam passado despercebidos pelo mestre. Ele, contudo, logo se atentou ao estado da dupla, e disparou:
- Tsk, tsk... Lamentável, Sr. Potter.
- Não ouvimos o sinal – explicou Rony, ainda ofegante.
- Isso não é desculpa Sr. Weasley! Temo que sua audição encontre-se tão prejudicada quanto sua inteligência, mas, quanto a isso, não posso fazer nada – ele adicionava mais repugnância a cada palavra – Porém... Não posso permitir que se atrasem para a minha aula. Detenção, hoje à noite, para os dois. Na minha sala. Para que isso não se torne um hábito, entendam – acrescentou, com um sorrisinho que irritou Harry profundamente.
- Mas senhor, eu...
- Sem desculpas, Potter! Se ouvir um único miserável pio vindo de sua pessoa, será detenção pelo resto da semana! – disse ele, rangendo os dentes.
- Sim senhor – disse, derrotado.
Foi sentar-se ao lado de Hermione. Ela lançou-lhe aquele olhar “depois eu que ia me atrasar”, antes de concentrar-se no que Snape dizia.
- Bem, antes de ser interrompido pelo Sr. Potter – ele fez uma demorada pausa – pretendia explicar a vocês a matéria que precisaram este ano. Mas não pensem que será fácil. Os N.I.E.Ms estão chegando. Tirem algo abaixo de Aceitável e sofreram com o meu desgosto. – concluiu, entoando especialmente bem a ultima palavra. – Agora, abram na página 17 dos seus livros.
O restante de aula decorreu-se de forma pateticamente tediosa. Harry, impaciente, parou no meio do texto proposto e ficou brincando com a dobra da pagina, desanimado.
Tarde demais, o sinal tocou. Harry procurou ser um dos primeiros a sair, afim de não cruzar com o professor. Experiente nessa tarefa, não encontrou grandes dificuldades em escapulir sem ser notado.
- Harry, você enlouqueceu? – perguntou Hermione, chegando afobada até ele.
- Não enlouqueci Mione – disse, pacientemente – Também não menti. Não ouvi mesmo o sinal.
- Não disse que tinha mentido- retrucou ela – Mas, mesmo assim, você tem que ficar mais atento. Snape já odeia você. Ainda mais depois de tudo que ele fez ano passado!
- Aliais, você tem ideia de como ele conseguiu manter o emprego? Quero dizer, todo mundo o viu fugindo as pressas com os Comensais da Morte – perguntou, intrigado.
- Voldemort está controlando boa parte do Ministério. Provavelmente amaldiçoou alguém importante, que fez a Macgonagall mantê-lo no cargo. – explicou ela.
- A Maldição Imperius? – perguntou, apesar de já saber a resposta. Assim que as palavras saíram por sua boca, percebeu a estupidez da colocação. Esperou que Hermione fizesse algum comentário, mas isso felizmente não ocorreu.
- Exatamente – disse a garota. – Não é para menos que todos pareciam insatisfeitos no jantar ontem. Todo mundo sabe a verdade. Ninguém quer Snape aqui.
- Verdade, ou pseudoverdade? – acrescentou o moreno – Não vi ninguém olhando feio para Draco Malfoy.
- Meia-verdade, pois bem – concordou ela – Mas há boatos.
- Com tantos boatos circulando nessa escola, não me admira que ninguém mais dê ouvidos a eles – disse Harry. Hermione parecia que ia retrucar, mas Rony os interrompeu.
- Harry, o que você está esperando? – perguntou Rony, alcançando-os – Não quero outra detenção. – Hermione, ao ouvir isso, saiu correndo em direção a sala de feitiços. Não carregava nenhum relógio com ela. Do contrário, teria notado que ainda havia tempo para se dirigirem com tranquilidade à sala. Olhou para Rony, com uma expressão de interrogação.
- Ainda temos tempo para chegar à sala – comentou, erguendo as sobrancelhas.
- Eu sei – respondeu o ruivo – É que preciso falar com você. Tem ideia do porque demorei tanto para acordar? – Harry acenou negativamente a cabeça. Preguiça? Pensou. Pareceu-lhe mais prudente guardar tal ideia para si. – Bem, no meio da noite, senti sede e fui até a cozinha buscar um pouco de água. Acontece que encontrei a Luna por lá. E nós ficamos conversando.
- E daí? – perguntou Harry, inquieto.
- E daí que... gostei dela. – disse – E acho que ela também gostou de mim... Você está entendendo?
- Em uma noite? – estranhou, olhando-o com sinceridade.
- Você faz tudo parecer tão banal. Não é de hoje que presto atenção nela.
- Eu... – ia começar a falar, quando foram chamados às pressas pelo professor Flitwick.
Mas o assunto não morreu aí. Não demorou muito para Rony cutuca-lo e apontar para um bilhete que ele havia escrito.
Você entendeu?
Harry respondeu logo abaixo da primeira mensagem.
Entendi. Mas por que a Luna? Quero dizer... Como?
Também demorei a perceber, escreveu ele, o que estou tentando te explicar é... Que acho que sinto o mesmo que você sente pela Mione... Por ela.
Harry levantou as sobrancelhas. Não esperava tal comparação. Para ser honesto, achava um tanto precipitado. Censurou-se imediatamente, percebendo sua hipocrisia.
Isso ficou perfeitamente claro. Mas agora que sabe disso, o que pretende fazer?
Rony pareceu indeciso por alguns instantes. Mas acabou por responder:
Estava pensando em pedir sua ajuda. Será que você poderia me ajudar? A dar umas indiretas, tentar descobrir alguma coisa?
Harry continuava muito surpreso. Rony escrevia como se ele fosse ótimo em conquistar garotas. Mas ele bem sabia que não era isso.
Posso te ajudar se quiser, mas não me trate como um “mestre do amor”. Eu simplesmente deixei fluir os acontecimentos entre eu e a Mione. E é isso que você tem que fazer. Cada vez é uma vez, e você não pode se espelhar em outras pessoas. Mulher é um bicho que deve ser tratado da melhor forma possível... Se não ela escapa. Outra coisa: não vá inventar de envolver outras pessoas nisso. É tudo entre vocês.
E não eram só as mulheres que lhe escapavam pelos dedos se não tomasse cuidado. O amor também é assim. Se não era sustentado e mantido igualmente em ambos os lados, se dissipava. E a felicidade deixava de existir. Bloqueou novamente tais pensamentos. Andava muito inclinado aos assuntos mórbidos.
No jantar, Rony sumiu misteriosamente. Harry imaginava que havia alguma relação entre seu sumiço e conversa que tiveram mais cedo, mas não comentou nada com ninguém, fazendo jus a palavra do amigo. Gostava de privacidade em sua própria vida. Era questão de princípios proporcionar o mesmo aos outros. Sentou-se ao lado de Hermione e comeu rapidamente. Depois, eles seguiram juntos até a sala de Snape, onde Harry teria a detenção.
- Harry, você tem que falar com a Gina. – disse ela, séria – Ela está me evitando a todo custo, e ontem à noite quando fui tentar explicar tudo, ela gritou e jogou um retrato em mim.
- Jura? E você se machucou? – perguntou Harry, preocupado.
- Fiz um corte no braço, mas nada de sério. Não se preocupe. – disse ela, menosprezando o ferimento. – Enfim, isso não pode continuar. Gina sempre foi uma boa companhia para mim.
- Eu sei – disse, pensativo. – Macgonagall pediu para eu colocar uma anuncio no quadro de avisos, convocando todos que quiserem para os testes de quadribol no sábado. Ela deve aparecer, adora isso.
- Acho que é um bom plano – disse ela – Vou indo então. Até mais, Harry. – ela o beijou nos lábios e saiu, um tanto apressada.
Harry esperou uns quinze minutos até Rony chegar. Ele parecia animado.
- Onde você se meteu? – perguntou Harry – Snape ficaria uma fera se você demorasse muito.
- Eu fui atrás dela Harry. – disse ele – Fiz o que você falou. Acho que pode dar certo.
- É mesmo? – disse, genuinamente feliz por ele. Contudo, conhecendo-o bem, sabia que não daria mais detalhes até ter algo concreto. – Que bom, cara... Sério. Agora vamos entrar e nos livrar dessa detenção de uma vez... Tudo que eu não preciso são mais dias como esse.
N/A: MILLLLLLLLL desculpas pela demora, de verdade. Tive muitas complicaçoes. Bem, primeiro o Word nao queria funcionar, e o cara que iria consertar ficou uma semana com o computador. Segundo, tive que estudar para muitas provas, mas valeu a pena: minha menor nota no boletim foi 8,6!!
Voltando ao cap. Tentei dar uma apimentada na fanfic, ao mesmo tempo que gerava novos conflitos. Espero que gostem.
Vou explicar uma coisa. Custumo planejar com antecedencia o que irá acontecer nos caps( sem muitos detalhes, é claro). E ando recebendo muitas sugestoes por e-mail, mas preciso da ajuda de vcs para resolver um dilema:
DEVO COLOCAR SEXO ENTRE HARRY E HERMIONE OU NAO?
Lembren-se que nao quero gerar nenhum tipo de conflito, mas muitas das sujestoes que recebo sao relacionadas a isso. Por favor, escrevam para mim dizendo o que devo fazer pois, afinal de contas, a fic é mais de vcs do que minha!
Bjs e até o cap 8 ( que deve demorar menos, eu espero)
Comentários (1)
Eu acho que não deveria colocar,iria estragar todo o clima inocente que existe nos livros em relação à esse tipo de coisa.
2011-12-24