007 ou 0 à esquerda?
16. 007 ou 0 à esquerda?
Não temos tanta necessidade da ajuda dos amigos quanto da certeza da sua ajuda.
Epicuro
Como a Rose previu eles começaram a agir logo no dia seguinte. O Albus mandou logo, uma carta ao pai a explicar a situação e a perguntar se ele podia descobrir alguma coisa, se aproveitando de ele ter informações privilegiadas como chefe dos aurores. Passado um dia recebeu a resposta dizendo que ele não sabia de nada mas que se ele descobrisse alguma coisa diria e que era para o manter informado caso eles descobrissem alguma coisa. Então, eles sem informações decidiram agir por conta própria.
Agora, passadas duas semanas, eles tentavam, sem sucesso, descobrir alguma coisa espiando-os.
O James e ele estavam a seguir a Sarah pelo corredor do segundo andar com a capa de invisibilidade para ela não os ver enquanto o Scorpius tinha ficado com as raparigas e o John para, caso este quisesse sair dali, ele o poder seguir.
- Sarah! – Ouviram uma voz masculina conhecida chamar. Mas esta pareceu não ouvir pois não parou e, inclusive, apressou o passo, fazendo-o correr e agarrar-lhe o braço para a parar.
- Ah, olá Mike. – Disse sorrindo virando-se para ele inocentemente mas este não ligou a isso, olhando ferozmente para ela.
- Sarah, precisamos de conversar!
Ela olhou para a postura agressiva dele e soltou-se dele afastando-se dele um passo.
- Sim?
- Tu tens que mudar. – Ordenou parecendo estar quase a agarra-la outra vez e desta vez não ser só para lhe puxar o braço.
- Está bem. – Disse-lhe virando as costas outra vez e continuando a andar. – O teu pedido está anotado.
- Sarah! – Rugiu ele agarrando-lhe outra vez o braço e puxando-a obrigando-a a olhar para ele. – Já chega desta brincadeira! Quiseste ser rebelde já foste agora pára com isso!
- Ah! – Ele disse triunfante. – Então tu senhor perfeito, pela primeira vez estás a admitir que estás do lado dos...hum – parou para pensar até acrescentar - ...tu sabes.
- Eu estou do teu lado! Tu também vais para lá é onde tu pertences.
- Tu realmente queres discutir isso no meio do corredor? Ah e para a próxima vê se és mais coerente, está bem? Chegares ao pé de uma pessoa a dizer que ela tem que mudar pode ter vários sentidos, está bem?
- Ninguém está a ouvir. – Disse ignorando a segunda parte da conversa dela.
“ Isso é o que tu pensas” pensou evitando um sorriso e desviar o olhar para onde eles estavam escondidos com a capa de invisibilidade.
- Até a Angelina ganhou juízo e parou de me chatear, por isso, ADEUS! – Disse voltando a andar outra vez. Tudo o que ela queria era sair dali para que eles não ouvissem mais nada, mas o que ele disse fê-la parar outra vez, e até esquecer-se dos Potter.
- Já percebi! Estás com medo... – E riu-se.
- Primeiro, - disse não se virando mas o ódio profundo na sua voz demonstrava os seus sentimentos e fê-lo ter um arrepio – eu não tenho medo de nada. Segundo, se não parares de ser idiota eu enfeitiço-te. – A pior coisa que lhe podiam fazer era dizerem que ela tinha medo. Em toda a sua vida ela foi treinada para não ter medo e, agora, ELE estava a acusá-la a ELA de ter medo?!
Ele riu-se outra vez.
- Claro que não tens medo de nada... A Kate não foi nada pois não? Não te estás a esquecer de nada?
Ela virou-se com profundo ódio e olhou-o directamente nos olhos castanhos dele sibilando cada palavra.
- Tu realmente estás do lado deles... – Murmurou estreitando os olhos. - E, Mike, só te vou dar este aviso uma vez. – Disse vendo-o perder o sorriso ao ouvir o tom perigoso dela. – Se eu ouvir mais alguma vez essa boca imunda pronunciar o nome dela tu não vais nem saber o que te acertou.
- Mas Sarah... – Disse tentando se justificar perdendo toda a sua posse arrogante. – Eu tenho tentado falar contigo há muito tempo mas tu sempre foges e eu já te avisei, a tua mãe já te avisou... tu tens que mudar. Quantos recados eu tenho que mandar a dizer que preciso falar contigo para tu falares comigo? Eu hoje segui-te o dia todo tentando falar contigo. – Disse desabafando o porquê da sua irritação inicial. – E tudo o que tu fazias era andares mais depressa.
Ela suspirou fechando os olhos implorando para Merlim lhe dar paciência.
- Mike, eu estou sem paciência e nem quero pensar como é que tu sabes alguma coisa da Kate uma vez que muitas poucas pessoas sabem dela. – Disse abrindo os olhos vendo-o ficar branco. – Mas se sabes, também sabes que pela tua saúde mental e física é melhor nem falares dela para eu não te enfeitiçar até à tua vigésima geração. Então dizendo de forma simples... DESAPAREÇE! – Gritou virando-lhe as costas pouco se importando nas consequências do seu acto só querendo liberdade dele, da sua missão, da sua vida, de todos...
- Não, Sarah! – Insistiu ele o que a fez cerrar os dentes para se controlar. Quem é que tinha dito que o Mike era cobarde? Ah, o Albus... Ele teria que mudar essa definição pensou virando-se para ele e pouco se importando ao vê-lo ficar mais branco mas, mesmo assim, voltar a ter aquela postura arrogante que só lhe fazia apetecer torturá-lo. – Eu esperei quatro anos... Quatro anos! Já chega dessa brincadeira. Toda a gente sabe que tu odeias os Weasley e então os Potter... – Disse dando uma riso baixo.
Ela gelou a olhar para ele e sentiu o seu coração bater furiosamente e ter uma vontade furiosa de o torturar. Fechou os olhos tentando se acalmar mas ao ouvir aquilo não aguentou. Quem era ele para falar da Kate? Quem era ele para falar deles? Quem era ele para falar DA SUA MALDITA VIDA COMO SE FOSSE DONO?
- CHEGA! – Disse se esquecendo completamente de quem estava a ouvir. – Só eu sei QUEM EU ODEIO E SE TU CONTINUARES COM ESSAS IDIOTICES TU É QUE VAIS ENTRAR PARA A MINHA LISTA! EU NÃO ODEIO NINGUÉM ELES SÃO... são... meus companheiros... – disse desviando o olhar perdendo a fúria por instantes – meus...
- Teus amigos? – Perguntou com um sorriso vitorioso ao vê-la perder a fúria.
Ela estreitou os olhos tendo certeza de que estava nalgum jogo dele e que ele tinha sido mandado com algum propósito macabro.
- E se forem? – Sibilou cruzando os braços, lembrando-se que a sua má disposição não era só por causa dele e, por isso, tinha que se controlar.
Ele riu não se controlando e ao ver a cara séria dela riu ainda mais fazendo-a mexer nas vestes perigosamente.
- Certo, certo. – Disse levantando as mãos em sinal de rendição. – Só pensei que fosses mais inteligente. – Murmurou voltando a exibir aquele sorriso convencido apesar da Sarah ter reconhecido uma emoção por trás daquela face... Ele estava chateado e... indignado?
- Mike... – Murmurou quase num sibilo.
- É verdade! – Disse indignado. - Quem é a astuta aqui? A toda-poderosa? A rainha? A que está sempre certa? – Ela franziu a testa tentando saber até onde ele queria chegar. – Hein? A pessoa que só recebe elogios? A de quem uma pessoa é capaz de falar sobre 24 horas sem ver as pessoas que estão a trabalhar para ele SEMPRE e nem recebem um elogio, quer faça errado ou certo? QUEM? Só porque é poderosa, só porque é bonita... – desdenhou - ... ah, ela é tão talentosa... – disse numa voz fina, numa má imitação de alguém e começou a andar esbracejando - ... tão bonita... o que interessa isso se ela não vai gostar? Para quê isto? Para quê aquilo? O objectivo é fazê-la ver... – Ele suspirou fechando os olhos de costas para ela e retirou a varinha brincando com ela. – És tão inteligente e não vês as coisas simples. – Murmurou voltando à sua voz normal. – Não percebes Sarah, - disse virando-se para ela com os olhos a brilharem com uma emoção desconhecida – que não podes amar uns Potter e odiar outros. Nunca vai resultar. Se ganhares juízo e fizeres o que é certo poupas problemas e tempo. Então pára!
Ela juntou as sobrancelhas tendo perceber todas as implicações até que entendeu... entendeu e não gostou nem um pouco.
- Como sabes do meu ódio, Mike? – Ela viu-o olhar para ela confuso ainda com aquela emoção escondida no fundo do olhar. – O que é que tu sabes da Kate? O QUÊ? – Acrescentou tirando a varinha e não se intimidando por ele também apontar a sua que já estava na mão. – Ou me dizes ou eu faço-te me dizeres. – Murmurou estreitando os olhos fazendo-o lembrar de uma cobra antes de dar o bote.
*****
O Scorpius suspirou enquanto olhava distraído para o livro de feitiços à sua frente e olhou para a adolescente à sua frente sem saber bem o que fazer. Viu-a erguer uma sobrancelha enquanto lia atentamente o livro à sua frente e dar um gesto desanimado enquanto mexia nos cabelos ruivos com a outra mão. Um gesto que só ele sabia, que queria dizer que estava nervosa, nervosa e... ligeiramente irritada, conclui sorrindo enquanto a via morder o lábio com força sem despregar os olhos do livro. Desviou o olhar chateado, por ter que parar de a observar, para ver o John se levantar do sofá. Voltou a olhar para ela ao ver que ele só ia aos dormitórios buscar qualquer coisa para a Susan que olhou para ele com um sorriso que fê-lo quase revirar os olhos. Eles pareciam um casal em lua-de-mel, só que com um segredo entre eles, concluiu vendo-o entrar nos dormitórios. Ao levantar o olhar para a observar outra vez não se surpreendeu ao ver aqueles olhos azuis tão expressivos para ele estarem a olhar directamente para ele com uma ligeira repreensão.
- Rose, é necessário.
Viu-a enrugar a testa e entendeu que ela não necessitava de mais palavras para entender os seus pensamentos.
- Sempre há outra solução. – Ela murmurou.
Ele sabia perfeitamente o que ela queria dizer mas eles já tinham tido aquela discussão antes e ele não a queria repetir quando o John pudesse estar a ouvir.
- Nós já discutimos isso.
Ela revirou os olhos fazendo-o quase sorrir ao ver aquele gesto tão seu.
- Então porque é que começaste?
Ele fechou o punho com força tentando manter a sua máscara de frieza que usava normalmente mas só se acalmou quando suspirou porque a verdade... a verdade era que ele podia, sim, ser frio para todos, principalmente desde que começou a ter uma relação saudável com o seu pai, querendo-o imitar mas com ela... com ela era diferente... ele não a podia ver olhar para ele com aquele olhar que o fazia fazer qualquer coisa por ela... então como explicar que ele só se justificou porque não a conseguia ver a olhar para ele daquela forma? Como se tudo o que ele fizesse fosse errado? Só lhe fazendo apetecer desistir de tudo e a ver sorrir para ele outra vez... não conseguiria, nem quereria, concluiu lembrando-se dos inúmeros avisos que o seu pai lhe deu para não se meter com os Weasley.
- Sabes Scop, - ela disse, fazendo-o voltar à realidade – normalmente quando se luta contra o desconhecido não se tira boas conclusões. É disso que eu tenho medo. – Ela murmurou mordendo o lábio.
Ele olhou para o livro, lembrando-se do aviso do seu pai quando estava para partir no Expresso.
Flash-back
- Bem, lá vais tu para Hogwarts para mais um ano. – Viu o seu pai dizer pondo as mãos nos bolsos, estranhamente inconfortável.
- É assim que tu pretendes te despedir do teu filho? – Repreendeu a sua mãe fazendo-o rir enquanto ela o abraçava. – Tem juízo filho, está bem? – Perguntou se separando dele e observando-o directamente nos olhos cinzentos. – E se te meteres em mais algum problema eu prometo que te vou por um dia inteiro a ouvir o teu pai falar sobre como os Weasley são bons, ok?
Ele riu.
- Isso não, mãe!
Ela abraçou-o mais uma vez e murmurou no ouvido dele:
- Só não fiques em perigo outra vez, está bem?
Ele viu-a se afastar dele e agarrar o braço do seu pai em apoio.
- É claro que não. E se me meter não te preocupes que tenho sempre a Sarah e o John. – Disse sorrindo.
No entanto, perdeu todo o seu sorriso ao ouvir o seu pai falar com a sua voz fria que ele só usava para as outras pessoas ou quando fosse-lhe dizer alguma coisa que ele não iria gostar.
- Sobre eles, Scorpius, eu não quero que estejas tão próximos a eles.
Ele arregalou os olhos e viu a sua mãe fazer o mesmo mas manter-se calada ao ouvir o tom sério dele.
- Pai, eu não vou fazer isso... Primeiro, era a...
- Isto não tem nada a ver com os Weasley. – Ele disse gélido fazendo-o ter um arrepio. – Com eles não há nenhum problema mas com os Franklin... – Parou calando-se como se tivesse dito de mais.
- Com os Franklin o quê, pai?
Viu o seu pai desviar o olhar e murmurar:
- Promete-me só que vais ter cuidado, está bem? Promete-me que não vais seguir tudo o que eles dizem sem pensares por ti próprio. Eu não quero que te aconteça o mesmo que a mim, filho. – Disse voltando a olhar para ele fazendo-o assentir ao ver que o seu pai não estava a brincar.
*****
- Sarah, por aqui a estas horas? – Perguntou uma voz que paralisou ao ver a cena que acontecia entre eles. A Sarah a olhar com ódio para o Mike que só olhava para ela com superioridade apontando também a sua varinha para ela. Não era preciso ser vidente para adivinhar que iria ocorrer uma luta entre eles, em poucos minutos.
A Sarah paralisou ao ouvir aquela voz e viu com prazer o Mike ficar branco como se tivesse ouvido um fantasma de uma pessoa morta por ele. Fechou os olhos e inspirou, um truque que a sua mãe lhe ensinou para se acalmar quando tivesse que enfrentar revoluções entre os seguidores... nunca dar a sua parte fraca, era assim que ela dizia... e sorriu, arrumando discretamente a varinha, para o Richard que continuava parado a cerca de dois metros deles com os olhos presos no Mike com uma emoção desconhecida.
- Richard. – Disse acenando-lhe com a cabeça. – Eu estava com fome e decidi descer para comer alguma coisa na cozinha. Não me vais dar uma detenção, monitor-chefe, por uma pobre aluna ter fome pois não?
Ele, finalmente, parou de analisar o Mike e olhou para ela com um sorriso brincando no seu rosto. Mexeu nas suas vestes e quando ela viu ele estava a entregar-lhe uma caixa.
- Claro que não. Era um pecado eu castigar alguém por ter fome. Toma. – Disse-lhe entregando a caixa. – Assim, não tens risco de apanhar nenhum monitor quando fores lá abaixo e eles não pensarem o mesmo que eu.
Ela olhou para a caixa e arregalou os olhos ao ver que eram os seus doces preferidos.
- Richard, eu não posso aceitar. Eu vou lá abaixo rápido e roubo uma maçã e ninguém repara que já ultrapassou a hora de recolher.
- Eu acabei de passar pelo outro monitor. Vai para a sala comum dos Gryffindor e come isso que são bons. – Disse piscando-lhe o olho. – E além do mais até me fazes um favor, que a minha mãe manda-se todas as semanas pelo menos uma caixa e eu breve fico gordo e nem consigo subir em cima da vassoura. – Brincou.
Ela riu e aceitou porque sabia perfeitamente que discutir com ele era desnecessário e, além do mais, ela gostava demasiado daqueles doces para recusá-los.
- Bem, então obrigada. Eu vou indo, também vens Mike? – Perguntou esperando que ele respondesse que sim para continuar o interrogatório mas o Richard respondeu por ele.
- Eu depois acompanho-o até à vossa Torre. Preciso de falar com ele. Vá, boa noite Sarah.
Ela assentiu e despediu-se agradecida ao ver aqueles doces na sua mão. Quando se afastou o suficiente deles para eles não a verem nem a ouvirem tirou um doce e escondeu-se atrás de uma estátua de um duende que estava no corredor. Passados uns segundos, ouviu uns passos desajeitados e quase revirou os olhos ao ver a falta de talento deles para servirem de espiões. Ao ouvir o som dos passos muito perto de si, saltou da sombra da estátua, e com um gesto simples retirou-lhes a capa e com a outra pôs os doces à frente deles que paralisaram com o súbito assalto.
- São servidos? – Perguntou mordendo a bochecha com o esforço para não se começar a rir das cores que eles ganharam. Passaram de brancos, a azuis e agora estavam roxos. Eles era bons para servir de arco-íris, concluiu, ao ver aquelas cores todas em tão pouco tempo.
Como, até estava relativamente bem-disposta, porque não se esquecia da discussão com o Mike, nem se esquecia que eles ouviram mais do que ela queria, decidiu ajudá-los.
- Pensei que também tivessem fome e, por isso, também fossem para a cozinha. Mas se não quiserem mais fica. – Disse pondo a capa entre o braço e retirando mais um doce, comendo-o satisfeita.
- Sim! Foi isso mesmo. – Disse o James demasiado rápido retirando um doce também. – E tu também ias para lá?
- Hum-hum. - Foi o único som que saiu da boca dela, que só estava cheia para não rir abertamente da cara do Albus. E começou a andar vendo-os fazer o mesmo.
Passados uns segundos, o James tirando-lhe outro doce falou para acabar com o silêncio entre eles.
- Não sabia que gostavas de doces.
- Não há ninguém que não goste. – Disse dando de ombros. – Mas estes são os meus preferidos. Por isso, posso dizer que eu AMO este doce. – Disse fechando os olhos querendo saborear ao máximo aquele sabor.
- Visgo. – Murmurou o Albus para o quadro da mulher gorda que abriu a passagem quando chegaram finalmente à Torre dos Gryffindor.
- Ah, FINALMENTE – Disse o Scorpius ao ver o Albus entrar. – chegaram... juntos?! – Perguntou espantado ao ver o James e a Sarah entrarem atrás dele.
- Eu encontrei-os no caminho. Acho que estávamos todos com fome. – Disse a Sarah dando de ombros. – São servidos?
*****
- Bom dia, classe! – Disse a professora chegando à sala. – Hoje vai ser uma aula especial e na próxima aula, vocês finalmente vão lutar. – Disse sorrindo ao vê-los festejar. - Hoje quero que se preparem, por isso, façam duplas! – Ordenou.
Ela observou em silêncio os alunos porem-se em pares e, quando eles finalmente, estavam devidamente organizados em duplas ela continuou:
- Hoje, vocês vão rever todos os feitiços que aprenderam e vão lutar um pouco, eu disse UM POUCO! Não quero nada de grandes lutas. Para a próxima aula, sim, eu quero vê-los em acção. – Disse soltando um pequeno sorriso ao vê-los com caras ansiosas. – Aviso já que as duplas poderão e, provavelmente, irão ser modificadas para a próxima aula. Eu quero duplas equilibradas e, por isso, eu escolho-as. – Disse autoritária fazendo-os perder ligeiramente o sorriso. – Agora, comecem. – Disse batendo palmas energética e indo até a secretária encostando-se à mesma enquanto observava todos atentamente.
A aula foi divertida para eles. A Rose e o Scorpius formaram uma dupla que se completava, uma vez que ele, extremamente ofensivo e, ela, extremamente defensiva se completavam e passaram a aula toda a ensinar ao outro feitiços que eles sabiam. O Albus tinha ficado com um amigo dos Hupplefful, mas ele estava demasiado nervoso para acertar alguma coisa o que fez com que ele não lutasse bem. A Sarah tinha ficado com a Susan apesar da insistência do Mike para ficar com ela. No entanto, a Susan sabendo o que tinha acontecido no outro dia pelos rapazes e, já não confiando nele, rebateu logo dizendo que ela já tinha um par com tanta brutalidade que até a Sarah tinha ficado espantada. O Mike saiu resmungando alguma coisa parecida com os Muggles agora pensam que são grandes.
Eles estavam, agora, a sair da sala de aula a falar animadamente sobre a aula quando o Mike saiu da sala e bateu agressivamente contra a Susan, fazendo com que ela não caísse, simplesmente, porque se tinha agarrado à Sarah que era quem estava mais próxima.
- Olha por onde andas! – Resmungou.
- Estavas no meu caminho! – Respondeu saindo altivo sem lhe dirigir um único olhar.
- Ah, ele é mesmo irritante. – Disse o rapaz que tinha lutado com o Albus observando-o ir-se embora. – E aí, Sarah? Tudo bem?
Ela virou-se para ele e viu-se involuntariamente a analisá-lo. Ele era um rapaz alto, de cor escura, com uns cabelos pretos escuros e uns brilhantes olhos castanhos que a analisavam também com um brilho divertido.
Ele era considerado, pela maior parte das adolescentes, bonito mas para a Sarah só lhe fazia lembrar da tão diferente irmã dele, o que a fazia sorrir e olhar de esguelha para o Albus. A sua irmã, a Ruth, era de cor clara ao contrário dele, saindo á sua mãe, e tinha uns longos cabelos ruivos e uns olhos iguais ao do irmão, a sua única semelhança.
- Tudo e contigo? Já não vejo a tua irmã há muito tempo passa-se alguma coisa?
Teve que conter o riso ao ver o Albus mudar de cor e lhe lançar um olhar carregado de ódio.
- Ano de NPF’s. Acho que ela no final do ano vai estar maluca. – Disse fazendo uma careta ao lembrar-se do estado dela.
- Ainda estamos no inicio do ano. – Murmurou distraída.
- Diz-lhe isso a ela! – Disse indignado. – Quando lhe dei a entender, SÓ DEI A ENTENDER, nem disse nada especifico ela mandou-se um sermão a dizer como eu era irresponsável e que para o ano que vem não vou ser monitor, por causa disso, ao contrário dela... Enfim... – Disse suspirando. – Só queria que ela voltasse a ser a Ruth de sempre, o facto de ela ser monitora só veio piorar as coisas.
Ela só riu e passou um braço pelos ombros da Susan para lhe segredar ao ouvido:
- Imagina que o John tinha sido escolhido monitor.
- Deita essa boca para lá. – Disse a Susan indignada. – Aquele irresponsável monitor? Só se Hogwarts estivesse para cair e a Directora quisesse a destruição da escola.
A Sarah franziu a testa confusa com a reacção da Susan. Será que eles tinham discutido?
- Ao falares assim até parece que não gostas do meu irmão. – E para seu espanto, mais uma vez, a Susan começou a rir.
- É claro que eu gosto do teu irmão e, não me ouves a reclamar, mas eu sei perfeitamente, como ele é. Além do mais, eu gosto dele como ele é. – Disse concluindo com um sorriso bobo que só fez a Sarah querer revirar os olhos.
- Ao falares assim, lembras-me o motivo porque eu nunca me vou querer apaixonar... Perdeste toda a tua racionalidade.
- Não digas isso. – Disse o Edward passando um braço pelos ombros da Sarah, imitando o gesto que esta tinha feito à Susan. – O amor é tão bonito! – Disse perto de mais do seu ouvido, na opinião da Sarah.
Ela suspirou para se conter na investida dele. Ela tinha que ter calma apesar de parecer ultimamente um íman, conclui, primeiro, o Richard e, agora, o Edward. Mas, pelo menos, com o Edward ela sabia que se não lhe desse motivo para continuar, ele eventualmente desistiria, passaria uma semana angustiado por ter perdido o amor da sua vida, e na próxima mudaria de alvo...e se ela não errasse, uma vez que a Susan era comprometida o alvo seria... sem dúvida... a Rose, o que lhe iria proporcionar boas gargalhadas quando visse a reacção do Scorpius.
Ela foi chamada a atenção pelo mal-humorado, Albus que estavam atrasados.
- É, tens razão Al. Até logo. – Disse dando um beijo rápido na bochecha da Sarah e acenando aos outros em despedida.
A Sarah instantaneamente fechou a cara quando viu a Rose a rir-se.
- Tão fofo que ele é. – A sua única resposta foi um resmungo. – Sério! A única pessoa de quem ele se despediu convenientemente foi a ti. Será que não deveríamos de ficar chateados? – Provocou esperando a reacção da Sarah, mas quem respondeu foi o Albus.
- Pois é! – Disse indignado fazendo a Sarah olhá-lo pelo canto do olho. - Foi uma completa falta de educação ele só se despedir dela assim. Ele... – Calou-se quando foi interrompido por uma aborrecida Sarah.
- Al, ele não tem culpa que tu andes resmungão, por causa, do pouco tempo que tens passado com a Ruth. Por isso, vê se te controlas.
- Que bonito... – desdenhou irritando-a. – a defender o namorado.
Ela parou e viu todos fazerem o mesmo mas toda a sua atenção estava para o moreno à sua frente que a observava em desafio de braços cruzados. Ela fechou os olhos e inspirou fundo, usando todo o seu auto-controle, para não o enfeitiçar.
- Al, eu estou a avisar-te. Nem eu, nem o Edward temos algo a ver com a falta de tempo da Ruth, então...
- QUÊ? – Gritou variando entre confuso e irritado.
- SIM, ALBUS! – Gritou também farta do temperamento do melhor amigo. – Eu sei que estás irritado, por causa, da Ruth. Sentes falta dela, não é?
- Claro que não é por isso... é... é... – Calou-se finalmente desviando o olhar para a parede.
- Se não é por isso, - disse com um sorriso malicioso fazendo-o ter um arrepio por saber que não ia sair coisa boa – então estás com ciúmes de mim? Não me digas que gostas dele.
Ele ficou roxo e depois branco e, quando estava finalmente a se recompor e com uma resposta na língua ouviu a voz arrastada do Scorpius que lhe fez voltar a perder a cor:
- Eu não diria que os ciúmes eram propriamente de ti... – mas calou-se não completando a frase ao sentir o beliscão da Rose e os olhares mal-humorados da Sarah e do Albus para ele.
No entanto, o mal tinha sido feito e tanto o Albus como a Sarah não disseram mais nada até chegar às estufas.
*****
Ela andava apressada pelos corredores. Já era a segunda vez naquela semana que corria para chegar a horas para o jantar. Acabava sempre por se atrasar e a estas horas já poucos alunos estavam lá a jantar. Isto tudo porque acabava sempre por perder a consciência do tempo enquanto pesquisava coisas sobre uma ex-aluna. E resultado, estava mal-humorada, cheia de fome e com uma enorme vontade de amaldiçoar até a última geração a primeira pessoa que lhe aparecesse à frente. Porque é que as pessoas que se auto-denominavam seu amigos não a tinham ido chamar? Bem... começou a pensar, o John provavelmente estava com a Susan a namorar escondidos, num namora demasiado pouco secreto para o gosto dele, o Scorpius e a Rose com o James e, se calhar, também com o Albus se ele não estiver com a Ruth... ou seja, resumindo, eles tinham-se esquecido completamente dela.
Ela teve que conter um rosnado enquanto dobrava um corredor. Quando ela os queria por perto, eles esqueciam-se dela, quando não os queria, eles pareciam as suas sombras. Só podia ser uma praga!
Pum!
Ela inspirou e expirou tentando se acalmar. Só podia ter saído da cama com o pé errado, agora, para melhorar o seu já bom humor, tinha batido contra um ser o que fez com que os dois caíssem. Ela levantou a cabeça vagarosamente rangendo os dentes, tentando controlar o seu mau humor que não melhorou ao ver o Richard já levantado a oferecer-lhe uma mão com um sorriso.
- Mesmo a pessoa que eu procurava...
“ Eu preciso de ser bem-educada... eu preciso de ser bem-educada...”
- Desculpa, falamos depois. Eu preciso de ir comer. – Disse recusando a mão e se levantando com rapidez já andando, não esperando pela reacção dele.
- Ah, mas eu... – Disse correndo para acompanhar o passo dela e parou ao ver a cara mal-humorada dela. – Passa-se alguma coisa?
- Não, só fome! – Disse fechando com força o maxilar para se controlar. – Até logo. – Disse voltando a apressar o passo mas parou devido a ele ter-lhe agarrado o braço o que só a fez bufar. – Deixa-me ir, Richard. Estou com fome. Por favor? – Murmurou fechando os olhos lembrando-se que ele era um amigo e o monitor chefe.
- Hum, está bem. – Disse soltando-a. – Eu acompanho-te.
Ela não disse nada, sabendo perfeitamente que se abrisse a boca iria sair alguma coisa que a faria arrepender no futuro. Isto tudo, porque, por muito que lhe custasse admitir, ela não queria a companhia dele, não,... queria a dos seus amigos, que ela não sabia o porquê andavam ultimamente distantes, apesar de às vezes ela reparar que eles a seguiam. No entanto, isso já não acontecia desde que eles foram apanhados a segui-la, coisa que ela lembrava-se com um estremecimento, ao lembrar-se do quanto eles ouviram. Eles, o Albus, o James, o Scorpius e, até para seu espanto, a Rose desapareciam por grandes quantidades de tempo, deixando o casal sozinho, e desaparecendo no castelo a fazer-qualquer-coisa-que-só-Merlim-sabia.
- Não jantaste ainda? – Perguntou quando chegaram ao salão, à espera que ele fosse para a mesa dos Slytherin comer. As quatro mesas, agora, já estavam quase vazias só com uns poucos alunos que como ela se atrasaram.
- Já, mas eu faço-te companhia. – Disse seguindo-a no caminho para a mesa dos Gryffindor o que só a fez suspirar. Não se surpreendeu ao não ver nenhum dos seus amigos ali, eles, provavelmente, já tinham jantado há muito tempo. Observou com curiosidade, o Slytherin se sentar na mesa e arqueou as sobrancelhas enquanto perguntava:
- Não te incomodas de te sentar na mesa dos Gryffindor?
- Não! – Respondeu simplesmente enquanto a observava por comida no prato. – Os teus amigos?
- Andam por ai. – Respondeu dando de ombros deliciando-se enquanto comia um pouco de frango.
- Hum, abandonaram-te? – Perguntou em tom divertido apesar de a analisar atentamente.
Ela só deu de ombros pondo mais comida na boca, demonstrando que aquilo não lhe importava. O Richard não disse mais nada durante o jantar dela, reparando que ela não estava com os melhores dos humores e, quando ela finalmente parou de jantar, ele segurou-a pelo braço e encaminhou-a por caminhos do castelo o que fez aumentar a sua curiosidade. Quando já estavam no quarto andar, farta daquele silêncio parou e perguntou-lhe:
- Queres falar comigo?
- Quero.
Ela observou-o em silêncio e reparou que ele fez o mesmo. Mas... mas ele estava diferente, concluiu. Ele tinha um brilho estranho no olhar que lhe fez ter um estranho arrepio e por os seus sentidos em alerta.
- Então diz. – Pediu sentido os seus pelos do braço se arrepiarem.
Mas ele só sorriu.
- Richard, - bufou impaciente – importaste de falar? É que eu não faço telepatia contigo...
Ele fechou os olhos inspirando fundo e disse calmamente:
- Estou a ganhar coragem.
*****
O Albus andava pelos corredores aproveitando o pouco tempo que tinha com a Ruth. Ele olhou para ela e sorriu. Ele realmente gostava dela e não queria que ninguém os separasse.
- Hum, Al? – Perguntou ligeiramente constrangida. – Achas que eu ando muito obcecada com o facto de ser monitora?
Ele riu sincero e disse, não parando de andar:
- Não, só andas um pouco mais certinha.
- É que o Edward...
Ele fechou os punhos involuntariamente e irritou-se instantaneamente. Inexplicavelmente, sempre que se falava nele ou pensava nele, irritava-se. No entanto, ele não queria pensar nesse rapaz e, por isso, continuou a andar sem dizer nada.
- ... diz que eu já não sou a mesma.
- Não te preocupes. – Disse lhe passando um braço pelos ombros puxando-a para si, num gesto de conforto. – Tu és e sempre serás a minha adorável Ruth.
Ela sorriu e ajeitou-se mais contra ele preparando-se para dizer alguma coisa quando uma voz os interrompeu.
- Al, temos que ir. – Disse o Scorpius sem delicadeza nenhuma olhando somente para o mapa do maroto, não lhes dando um segundo olhar. – Ela está no quarto andar com o Richard.
- E a Rose ou... – Ele disse, não lhe agradando a ideia de se separar da Ruth para ver o Richard e a Sarah juntos.
- Estão com “ele”. – Disse não tirando os olhos do mapa do maroto. – Ele foi para o jardim, estranho não?
- Que seja. – Murmurou chateado dando um rápido beijo à Ruth. – Tenho que ir por causa de um trabalho. Até amanhã e lembra-te, és e sempre serás a mesma Ruth.
Quando eles viraram no corredor e estavam longe o suficiente da Ruth para ela não os ouvir perguntou chateado:
- Não podia ser noutro momento?
- Desculpa lá mas tu concordaste e a Rose ainda não está muito satisfeita por isto. Já ter decidido ajudar quando nós lhe contamos o que ouvimos no outro dia, foi muita sorte. Agora só falta a Susan aceitar.
O Albus riu.
- Enquanto ela namorar com o John nada feito.
- É, eu sei. – Disse derrotado. – Mas posso sonhar. – Disse com um sorriso maroto.
O Albus abanou a cabeça divertido, o Scorpius nunca iria mudar. Assustou-se quando o viu parar.
- Ela está ali há frente. – Disse apontando para o corredor que dobrava mais uma vez. – Quem ficou com a capa foi o James e a Ruth, por isso, nós vamos fingir que íamos para a Torre e que os encontramos por acaso. Pronto? – Perguntou sorrindo e escondendo o mapa nas vestes.
- Pronto! – Respondeu também sorrindo. No entanto, quando virou o corredor não estava à espera da cena que viu. Ele sentiu a cor do seu rosto fugir e apertou os punhos involuntariamente para não esganar ninguém. Teve a ligeira impressão do Scorpius também parar em choque ao ver aquilo.
Ali, á sua frente, estava a Sarah Franklin e o Richard Hill a beijarem-se completamente agarrados.
N.A. Primeiro, desculpem pelo atraso mas eu tive uma semana de doidos.... A proxima actualizaçao n sei quanto é q vai ser mas n deve de demorar muito mais. So não digo ja esta semana porque ando mesmo sem tempo.
Obrigado e já sabem... Comentem xD que é o que move quem escreve :p
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