Escolhas



 10. Escolhas...



“Sabemos o que somos, mas não sabemos o que poderemos ser.”


William Shakespeare


 


No último capítulo:


 


A Susan olhou para ele e isso foi o seu erro sendo desarmada. O encapuzado de olhos azuis sorriu maníaco e murmurou as piores palavras para ela:


- Avada...


Ela olhou em volta não se conseguindo mexer rodeada por encapuzados que sorriam para ela.


- Ke....


- Susan! – Gritou o John outra vez alarmado ao ver a intenção do encapuzado de olhos azuis correndo para ela mas foi acertado por um feitiço na perna esquerda fazendo-o cair.


- ...davra.


A Susan ficou paralisada no local a olhar de boca aberta para o raio verde que vinha na sua direcção aceitando a morte inevitável.


 


*****


 


A Sarah cerrou o maxilar e sentiu lágrimas inundarem-lhe os olhos ao saber que ela iria morrer. Ela nunca mais iria ver o seu sorriso bondoso dela, as suas brincadeiras, ela gritar de como eles eram irresponsáveis... nunca poderia pedir desculpas por ela não poder agir agora, quando ela necessitava mais.


NÃO! Ela nunca tinha incluído na promessa ver a sua melhor amiga morrer por causa dela. Eles agora abusaram! Agarrando na varinha fez o primeiro feitiço que lhe veio à cabeça. Convocou a Susan e a varinha dela.


A Susan foi a alta velocidade na sua direcção desviando-se do raio verde, que não a atingiu por segundos, e que colidiu contra a parede do restaurante que desmoronou mas logo se reconstruiu com uma estranha luz amarelada.


Caiu no chão quando a Susan bateu contra ela. A Susan ainda tentou evitar a queda ao por os dois braços para se equilibrar em cima da Sarah, no entanto, ela pôs mal um braço que a fez soltar um grito de dor ao mesmo tempo em que se ouvia um “Crack” e a Susan rolou para o lado agarrando com dor o braço direito.


A Sarah levantou-se com um olhar desafiador para os encapuzados que a observavam temeroso. Se ela ia ser castigada por evitar a morte da sua melhor amiga, então que também fosse castigada por ajudar os seus outros amigos a vence-los.


- Precisas de ajuda Susan? Protego. – Disse a protegendo de um raio vermelho que ia na direcção dela.


- Sarah, Susan, estão bem? – Perguntou o John ofegante que parecia já recuperado do feitiço que o tinha atingido.


- Obrigado, Sarah... – ofegou a Susan ainda agarrada ao braço - se não fosses tu... eu... eu...


- Não precisas de agradecer. – Ela disse ainda observando com atenção os encapuzados mais próximos que agora pareciam os ignorar e atacar os adultos principalmente. – Só fiz a minha obrigação.


A Susan sorriu para ela agradecida mas logo fez uma careta de dor ao tentar se levantar.


- Acho que parti o braço. – Disse agarrando com mais força o braço.


- Eu trato disso. – Disse o John eficiente se ajoelhando à frente dela. – Sarah, protege-nos.


Ela olhou de esguelha para a Susan e assentiu. Olhou para um grupo de encapuzados corajosos que vinham a correr para eles e sorriu. Com um gesto simples de varinha eles caíram no chão com cordas a proibi-los de sair. Estes já não se mexiam! Olhou para os seus amigos e viu-os cansados e até ligeiramente feridos. O jovem ainda agarrava ferozmente o corpo do pai e a mulher protegia-os com uma ferocidade que a surpreendeu. A Sarah suspirou olhando para o grupo de encapuzados que ainda estavam de pé. Eles para saírem vivos dali teriam que fazer alguma coisa para conseguirem sair dali. Eles não conseguiriam ganhar.


- Não está curado, - murmurou o John se levantado olhando para a Susan – mas já o poderás mexer para coisas menores e não sentirás dor. No final, eu curo-o.


- Está perfeito. – Murmurou aceitando a mão estendida do John e levantando-se. – Obrigado.


- Bem Susan, - disse a Sarah sem olhá-la – tu e aquela mulher e o filho podem levar o corpo lá para dentro e ficarem lá. Eles não estão em condições de lutar.


- Mas eu...


- Eles, - replicou apontando para um grupo de encapuzados que estava a tentar entrar pela janela mas que era repelido pela mesma – estão a tentar entrar no restaurante. O feitiço impossibilita-os de entrar mas não os vai aleijar se eles não lançarem nenhum feitiço. Se vocês lançarem feitiços de dentro como estão protegidos não correm perigo e dão-nos uma grande ajuda.


- Foste tu? – Perguntou o John espantando fazendo-a ficar constrangida.


- Vocês não tinham reparado que eles estavam a querer entrar dentro do edifício. – Disse com um sorriso amarelo.


O John deu-lhe um sorriso orgulhoso e foi em direcção à batalha.


- Vá, vai e leva-os. Eu dou-te passagem.


- Tem cuidado Sarah, eu devo-te a minha vida.


- Então faz bom aproveito dela e vai lá para dentro.


A Sarah deu-lhe cobertura e ela conseguiu chegar ao jovem e à mãe. Demorou alguns minutos mas finalmente a Susan consegui-os convencer apesar da mulher querer lutar mas dando um segundo olhar ao filho atordoou um encapuzado e entrou com a Susan e o filho. A Sarah sorriu orgulhosa ao ver uma luz branca banhá-los quando eles entraram. O feitiço era muito antigo e ela encontrou-o num livro que falava de magia antiga. Ela não se lembrava de como aquele livro foi parar aquela biblioteca secreta que só ela conhecia mas a verdade é que aprendeu muito com ele e quando eles entraram lá dentro provaram que eram pessoas com boas intenções. Só podiam entrar no restaurante pessoas com boas intenções sem qualquer tipo de crueldade.


Eles agora estavam nas janelas do restaurante a lançarem feitiços com uma grande pontaria que fazia os encapuzados ou ficarem confusos ao serem atacados de dois lados ou se protegerem impedidos de atacar. Olhou para os seus amigos e viu que o John encaminhava-os juntamente com os adultos para perto dela. Por onde eles passavam para chegar até ela, com o John a liderar a defesa, estava uma estrada de encapuzados caídos no chão mas a Sarah sabia que não era suficiente. Eles não sobreviveriam se continuassem ali.


- Nós temos que ter cuidado. – Começou ao vê-los rodearem-na e começar a atacar os encapuzados que se estavam a organizar agora para dar um último ataque, falando com o encapuzado de olhos azuis. – Se eles nos rodearem completamente nós vamos ter muitas dificuldades para sair daqui. Vamos ter que nos separar. Eu e o John vamos ficar aqui para os desorientar. Rose e Scorpius, vocês lutam muito bem em conjunto e, por isso, vocês vão para a esquerda atacá-los. Vão com mais um adulto e tentem desorientá-los. – Disse fazendo um aceno para um homem que foi para o pé dos dois e eles começaram a fazer o que ela disse apanhando os encapuzados desprevenidos mas que logo começaram a ataca-los. Vocês, - disse olhando para o outro casal – vão para a direita e o senhor vá com eles – Disse olhando para o homem restante. - Façam o mesmo, temos que aproveitar esta oportunidade. Eles precisam de falar com o chefe porque não sabem o que fazer. – Disse apontando com a cabeça para os encapuzados que rodeavam o homem de olhos azuis e viu os dois adultos fazerem o que ela disse.


- E eu? – Perguntaram o James e o Albus ao mesmo tempo.


- John, desorienta-os, - disse olhando para ele que sorriu e se distanciou deles começando a atacar logo três encapuzados sem problema – agora, James dás cobertura ao Al. Al, tens o espelho?


- Tu queres que eu lhe dê cobertura para se ver ao espelho? Ele é feio mas não é nenhum basilico. – Murmurou o James indignado.


- Obrigado pelo elogio. – Murmurou ele simplesmente entre dentes.


- De nada meu caro. Sempre ao dispor. – Disse o James dando-lhe um dos seus sorrisos que fez a Sarah suspirar irritada.


- Meninos, estamos num ataque! Al, usa o espelho.


- Para quê?


- Não me digas que não trouxeste... – Disse fechando os olhos tentando conter a irritação.


- Trouxe, - disse tirando do bolso um pequeno espelho rectangular – para que é que queres?


- Protego. Reducto. – Disse atacando uns encapuzados que estavam a se dirigir para a Rose. – O teu pai não é o chefe de aurors de Inglaterra?


- Sim, mas...


- USA-O! – Urrou ela irritada.


- Sabes Sarah, dizem que o Al é o meu pai quando adolescente mas não é por olhar para ele e chamar o nome que ele... pera, AH, PERCEBI!


O Albus andava com um espelho que o pai lhe tinha dado para poder falar livremente com ele. Era um espelho de duas faces e assim não tinha que andar sempre a mandar corujas que eventualmente seriam notadas pelos Muggles.


Eles assentiram para a Sarah e foram com cuidado para não serem notados para a zona com as árvores e esconderam-se lá. O Albus olhou para o seu reflexo e inspirou fundo antes de gritar:


- PAI! PAI! – Gritou mas não houve resposta do outro lado, só mesmo a sua imagem.


- Não me digas que ele está em reunião ou se esqueceu do espelho. – Bufou o James.


- Cala-te James! – Suspirou tentando se acalmar ao não ver resposta. – HARRY JAMES POTTER se gostas dos teus filhos RESPONDE!


- Calma filho. – O rosto sorridente dele apareceu. – Ninguém morreu.


O Albus viu a face divertida do seu pai aparecer com aqueles brilhantes olhos verdes a observarem-no juntamente com aquele cabelo negro que parecia ainda mais despenteado que o normal.


- Mas estão prestes a morrer se tu não me ouvires.


- Que exagero. – Disse ele bocejando. – Mas o que é que se passa? O iate avariou-se? E o que são esses gritos todos?


O Albus não se conteve e revirou os olhos. Como é que o seu pai tinha chegado tão longe sendo que era tão inocente?


- Pai, estamos sob ataque. – Disse de uma vez o James de trás dele.


Ele franziu a testa e olhou para o James pensativo formando um sorriso divertido pouco depois.


- Fizeram um bom trabalho. Está quase real essa encenação mas não me vão levar a sério. Vocês, ai estão completamente seguros.


- Pai...


- Eu sei, eu sei... – Disse revirando os olhos com tédio. – Eu e a vossa mãe preocupamo-nos demasiado com vocês, blablabla... Mas nós só fazemos isso porque gostamos de vocês e preocupamo-nos com vocês.


- PAI SE TU GOSTARES DE NÓS ACREDITA EM NÓS! EU NÃO ESTOU A BRINCAR E SE NÃO NOS AJUDARES PROVAVELMENTE VAMOS SER MORTOS! – Rosnou o Albus.


Ele riu ainda mais ao ver aquilo. Eles realmente eram autênticos marotos e fizeram aquilo tudo só para ele aprender uma lição de como eles conseguiam sobreviver sem ele. Realmente era uma boa encenação, os gritos, a cara de pânico, se ele não os conhecesse diria que eles estavam mesmo sob ataque.


- Se eu não vos conhecesse acreditava em vocês.


O Albus fechou os olhos para se conter. Se o seu pai estivesse ali tinha com toda a certeza lhe mandado uma maldição imperdoável. Sentiu-se ser empurrado pelo James e teve que segurar firmemente no espelho para este não quebrar.


- Que raio?


- Graças à tua gritaria eles sabem da nossa posição! – Protestou o James levantando-se.


O Albus olhou para a árvore atrás dele e viu-a completamente despedaçada. Os encapuzados estavam a lutar para matar.


- Eu protejo-te, - disse o James – mas vê se não ficas a fofocar!


Ele foi em frente e começou a lutar com os dois encapuzados que os descobriram.


- Isso é perigoso... Podiam-se ter aleijado. – Disse a face preocupada do seu pai.


- Pai... – Ele fechou os olhos tentando-se conter e inspirou fundo. – Eu não estou a brincar. A Susan quase foi morta, um homem morreu e não sei quantos Muggles também. Nós estamos a correr perigo de vida e tu... tu pensas que eu estou a brincar. – Ele moveu o espelho de forma a ele ver o James a lutar. – Acreditas em mim agora? Se não nos ajudares nós morremos pai. Eles são muitos. Eu juro que estou a dizer a verdade! – Disse vendo a cara pensativa do seu pai.


- Quem são eles?


- Achas que eu sei? – Disse irritado com a incompetência do seu pai.


- Desculpa, onde estás?


- Perto da praia, no fim da rua há o restaurante mais caro da ilha. É fácil encontrar.


- Escondam-se e fiquem em segurança. Eu vou mandar ajuda! – Disse desaparecendo a sua imagem.


Ele suspirou aliviado quando a imagem do seu pai desapareceu. O seu pai resolveria, sempre resolveu... Olhou para o James, ele continuava a lutar mas estava visivelmente cansado... Levantou-se e foi ajudá-lo, precisava de falar com urgência com a Sarah.


- Atordoar! – O feitiço apanhou desprevenido um encapuzado que caiu no chão. - Expelliarmus. – A varinha voou da mão do outro.


- Obrigado Al. Atordoar, vamos!


Eles andaram até chegarem onde a maior parte da acção ocorria e viram no centro o Scorpius e a Rose a lutarem contra alguns encapuzados com o adulto a ajudá-los mas notava-se a fadiga deles e eles já estavam contra a parede do restaurante o que mostrava que eles tinham recuado muito e agora estavam cercados. O John e a Sarah avançavam entre os encapuzados aparentemente sem esforço só deixando corpos no chão, não mostrando qualquer sensação enquanto faziam isso. Do lado direito, o casal ainda lutava mas a mulher estava com uma ferida feia na perna mesmo por debaixo da saia e o marido é que lhe dava apoio fazendo com que só lutasse com tudo o homem que estava à frente deles. Eles foram fortuitamente até a Sarah e o John e viram com horror que agora estavam a lutar ainda mais encapuzados do que quando eles foram embora.


- Conseguimos Sarah, vem ai ajuda. – Disse o Albus quando a Sarah tinha posto o último encapuzado que os foi atacar no chão.


- Sério? – Perguntou com um pequeno sorriso mas a varinha ainda apontava perigosamente para o grupo de encapuzados que o John estava a atacar. – E demoram muito?


- Conhecendo o meu pai como conheço nem que tenha que roubar um dragão vem ai ajuda. – Disse o James orgulhoso.


- Ainda bem. – Disse olhando em volta ficando chateada ao reparar que o John já estava ao seu lado depois de derrotar os quatro encapuzados. – Podias ter-me deixado um, não é John?


- Demoraste muito. – Disse dando de ombros.


- Humpf, -bufou – mas, bem, se vem ai ajuda acho que vou fazer uma última diversão. Hey, eles precisam de ajuda. John vai ajudá-los. – Disse olhando para a mulher que já estava no chão e com um gesto com a varinha fez um muro aparecer entre o casal e os encapuzados que juntou a parede do edifico fazendo-os ter que rodear o muro para os poder atacar. - Nós vamos para lá depois também.


O John correu até eles enquanto que o James e o Albus olharam para a Sarah estupefactos.


- Como fizeste?


- É fácil Al. Eu depois ensino-te, agora, temos que ir ter com o Scorpius e a Rose.


Ela foi a correr até eles atacando qualquer coisa que estivesse com uma capa e só se lhe pudesse ver os olhos e a boca. Quando ela chegou ao pé deles sorriu irónica lembrando-se de mais um feitiço e conjurou uma nuvem que começou a perseguir os cinco encapuzados a deitar água.


- Definitivamente estou bem-disposta. – Disse observando os encapuzados que com a surpresa causada pela nuvem perderam a concentração e foram rapidamente atordoados pelo Scorpius, a Rose e o adulto que se dirigiram a ela.


- Como... – começou a perguntar a Rose mas foi cortada pela Sarah.


- Depois... Agora vamos para ali. – Disse apontando para o muro que estava a ser rodeado por encapuzados.


- Aquilo estava ali? – Perguntou a Rose chocada tendo o apoio do Scorpius.


- Foi a... – Começou a explicar.


- DEPOIS! – Gritou a Sarah a correr na direcção do muro que só ainda não tinha sido destruído porque o John o protegia e os restantes atacavam os encapuzados que apareciam.


Eles chegaram ao pé dos seus amigos e surpreenderam-se ao reparar que os encapuzados tinham parado de atacar estando só a rodeá-los subtilmente agora. A Sarah olhou em volta e evitou sorrir notando que estavam rodeados. Dum lado, o muro, do outro a parede do prédio e do lado restante estavam os encapuzados que lentamente se preparavam para dar o bote. Eles estavam encurralados e tinham problemas de baixas, reparou ao observá-los. O Scorpius estava com uma ferida estranha no braço e a mulher com a ferida na perna e definitivamente todos estavam cansados.


- O que é que eles estão a fazer? Não nos estão a atacar. – Observou o James que observava atentamente os passos dos encapuzados.


- O objectivo deles era mostrar a sua força e para isso queriam fazer um ataque gigantesco aos Muggles. Para o mundo bruxo saber da sua existência. – Observou o John vendo onde é que a maioria dos encapuzados estava. – Eles não nos querem, eles querem entrar no restaurante que é onde estão os Muggles.


- Mas e então, nós... – Começou o Scorpius preocupado.


- Calma. – Sorriu a Sarah descontraída sentando-se no chão. – Eles já voltam e não te preocupes com aqueles – disse apontando para os que estavam à sua frente a rodear o muro – só estão a vigiar-nos para não os interrompermos. 


Ela sentiu os olhares espantados deles na sua direcção mas preferiu manter-se de boca calada. Ela sabia que eles provavelmente a estavam a considerar louca pela sua descontracção numa situação de vida ou de morte mas ela sabia o que fazer.


- O que fazemos se eles nos atacarem Sarah? O Scorpius está ferido e...


- Calma Rose. Eles vão ter medo.


- Medo DO QUÊ SARAH? – Gritou ela descontrolada. – VAIS FAZER APARECER O QUÊ AGORA? UM DRAGÃO? TU NÃO ESTÁS A PERCEBER SARAH, NÓS PODEMOS MORRER!


- Rose, tem calma. Se nós estamos vivos é graças a ela por isso confia nela.


- Eu sei Al. – Disse derrotada escorregando pela parede e juntando-se à Sarah no chão. – Mas... esta espera mata-me. Nós sabemos que vamos morrer e mesmo assim estamos aqui à espera sem fazer nada à espera deles.


- Nós não vamos morrer Rose. – Disse ele rindo. – Os aurors vêm a caminho.


Ela sorriu pela primeira vez com esperança e perdeu-se a olhar para o Scorpius que estava encostado contra a parede do prédio a observar friamente a situação agarrando o braço ferido. Ao lado dele, estava o adulto agarrando a mulher que estava no chão visivelmente com dores na perna rodeados pelos outros dois homens com os seus amigos no meio, visivelmente cansados mas com expressões esperançosas no rosto.


- Estás melhor, Scorpius? – Perguntou a Rose visivelmente preocupada.


Ele sorriu triste e fez uma festa carinhosa na cara dela.


- Tu não tens culpa que eles me atacassem ao mesmo tempo. Tu não és vidente Rose.


- Eu... – Disse fechando os olhos dolorosamente ao relembrar-se de quando ele sofreu o feitiço.


- Muito bem meninos. – Disse o encapuzado de olhos azuis aparecendo à frente deles batendo palmas. – Fizeram mais do que pensei. Eu admito: eu subestimei-os e sofri perdas por isso mas sejam francos vocês não têm hipóteses contra nós. Rendam-se e retirem aquele feitiço do restaurante que nós poupamos-vos. – Disse fazendo um gesto que abrangia todos os encapuzados sobreviventes que se reuniram todos prontos para dar um último ataque. – Nós vamos vos receber como irmãos não se preocupem e iremos curar os feridos. – Disse olhando para o Scorpius e a mulher.


- O que eu disse continua a ter significado. – Rosnou o Albus dando um passo em frente e com a Rose que com um pulo ficou ao seu lado a apoiá-lo. 


- Ainda continuam com essa maluquice, é? – Perguntou olhando directamente para a Sarah que só se levantou e se pôs ao lado do John que estava com os outros ao pé do Albus. – Bem, então... morram. – Disse dando um passo dirigindo-se para eles com todos os encapuzados encurralando-os contra a parede.


- Sarah, o que vamos fazer? – Perguntou o Albus aflito vendo que não conseguiria derrotar tantos bruxos.


- Sarah, tu não estás com eles, pois não? – Perguntou o John pela primeira vez mostrando-se ansioso.


A Sarah só sorriu como resposta e só quando já estavam todos cercados, batendo contra a parede e o muro é que ela falou.


- Por estranho que pareça... – segredou-lhe ao ouvido. – não!


Ele suspirou visivelmente aliviado.


- Tens consciência que os pais não vão ficar felizes? – Disse não escondendo a sua satisfação.


- As minhas informações são de que eles não iriam atacar. – Riu ela. – Quem me diz que eles não são bandidos.


- Sarah... – Disse-lhe descrente o John.


- É verdade. – Disse dando de ombros.


- Não me digas que não reconheceste...


- Sim.


- Então...


- Eu tenho um plano, não te preocupes.


- Então espero que tenhas também um para agora. – Disse olhando em volta vendo que estavam completamente encurralados.


- Vocês estão cercados. Rendam-se ou morram... – Cantarolou o encapuzado de olhos azuis.


O Albus engoliu em seco, eles iriam morrer. Estavam literalmente contra a parede e com quarenta varinhas apontadas para eles


- Só há um problemazinho John, mas tu vais ajudar-me. – Disse falando sem mexer nos lábios para eles não perceberem a conversa entre eles.


- Qual?! Talvez o facto de estarmos cercados?


- Ah, não. Isso foi planeado John. Tu vais ajudar a mulher a sair daqui porque ela vai precisar mexer-se.


- E como esperas que eu faça isso? Se eu me mexer levo com quarenta feitiços! – Murmurou irritado.


Ela sorriu arrependendo-se ao ver que alguns encapuzados olharam para ela, mas logo desviaram a atenção pensado que ela estava com eles e, por isso, estava feliz por estarem encurralados.


- John, avisa os outros que o muro vai desaparecer.


- Quê?


- Quando eu disser três...


Ele assentiu e murmurou algo ao Scorpius que estava ao seu lado. Passados uns segundos, percebeu que eles receberam a mensagem quando se desencostaram subtilmente do muro.


- Um... lembra-te da mulher.


- Então meninos não respondem? Isso é falta de educação, sabiam?


- Dois...


- Vá, larguem lá as varinhas que eu estou a ficar sem paciência.


- TRÊS! – Gritou levantando a varinha e manuseou-a de forma a que uma névoa branca aparecesse sobre os encapuzados. Eles começaram a lançar feitiços contra eles mas a Sarah com outro gesto simples de varinha fez o muro desaparecer e aparecer a frente deles. Viu pelo canto do olho que o John já tinha agarrado a mulher e estava pronto para correr. – Reparo! – Gritou alegre ao ver o muro começar a desmoronar por um feitiço que o atingiu.


– Sarah, não é melhor entrarmos? – Perguntou a Rose que se pôs ao seu lado a observar de olhos arregalados o muro.


- Sim. – Respondeu simplesmente dirigindo-se à porta mas parou ao lado da mesma encostando-se de braços cruzados contra a parede observando os encapuzados pois viam-se os contornos dos mesmos na névoa. – Interessante, funciona mesmo.


- O quê? – Perguntou o James que foi atrás dela.


- O Feitiço. – Respondeu espantada. – Eu não acreditava que ele fizesse isto tudo. – Disse observando que os encapuzados lançavam feitiços uns contra os outros e outros iam contra o muro ou caiam contra os corpos dos encapuzados atingidos pelos feitiços dos mesmos.


- O QUÊ? – Gritou a Rose chocada. – Tu não sabias que funcionava?


- A névoa sabia, não sabia que também iria causar confusão, ou porque é que achas que eles estão se a atacar uns aos outros. Ah, e não penses que a névoa é fraca, lá dentro não se vê um palmo.


- Mas...


- Hum, interessante...


- Sarah, não é melhor entrarmos no restaurante? Eles breve vão tirar a névoa. – Observou o Scorpius.


- Eu pensava que os melhores eram melhores...- Observou a Sarah não lhe prestando atenção.


- Hã?


- O homem tinha dito que eles eram os melhores, mas sinceramente são é burros para ainda não terem percebido que se estão só a atacar uns aos outros.


- Sarah! – Gritou a Rose.


- Está bem.


- Parem! – Gritou o encapuzado de olhos azuis que a Sarah reconheceu pela voz. – Eu conheço este feitiço por isso parem de se matar uns aos outros. Deixem-me ver se eu me lembro...


- Sarah. – Agarrou-a a Rose.


- Vão vocês que eu fico. Não gosto de sair de uma luta a meio.


- Se ela fica aqui, eu também fico! – Disse o Albus.


Ela viu zangada todos concordarem e prepararem-se para a luta, até mesmo os adultos.


- Vocês estão malucos? – Murmurou pela primeira vez irritada. – Entrem que se não podem morrer, eles ainda têm muitos reforços que devem de estar a chegar.


- Só se tu entrares.


-Scorpius?! Tu estás aleijado.


- Ainda dá para mais uns. – Disse sorrindo e esticando o braço.


Ela bufou irritada e ficou ainda mais ao ouvir a Rose dizer:


- Sarah, nós só estamos vivos graças aos teus feitiços que eu nem imagino como sabes fazer. Por isso, se ficares aqui, nós também ficamos, mesmo que não concordemos!


Ela olhou para o John e suspirou derrotada. Do que valeria aquilo tudo se morressem ali?


- Está bem. Vamos entrar que ele está prestes a descobrir o contra-feitiço.


O homem murmurava palavras soltas, mas até agora não tinha feito efeito no feitiço, mas se a Sarah tinha dito ele devia de estar perto.


Eles entraram rapidamente no restaurante mas quando ela estava para entrar parou. Eles todos tinham conseguido entrar mas ela sabia que ela não iria. Ao contrário deles, ela tinha só um objectivo na vida: vingança e isso não era um bom sentimento. O feitiço não a deixaria entrar.


- Já está! – Festejou o encapuzado olhando em volta e ficando irritado ao ver a Sarah. – Atrás dela!


Ela virou costas e olhou na direcção dos encapuzados que corriam na sua direcção de boca aberta e inconscientemente deu um passo para trás, entrando na área do restaurante fazendo com que a sua perna fosse banhada por uma luz branca, que ela não reparou.


- Não vais longe, menina... Avada...


- NÃO! NÃO A MATEM! – Cortou-o o suposto chefe.


Ela andou mais uns passos para trás sentindo o seu coração bater loucamente no seu peito. Ela estava numa situação perigosa e até mesmo ela corria risco ali.


CRACK.


Ela olhou em volta pensando que eram os reforços dos encapuzados mas surpreendeu-se ao ouvir mais CRACKs e, de repente, a rodear os encapuzados estavam cerca de trinta homens e mulheres que começaram a lançar feitiços na direcção deles que surpreendidos mal se defenderam.


- OS AURORES CHEGARAM! PARA O QUARTEL-GENERAL JÁ! – Gritou o encapuzado de olhos azuis Desaparecendo juntamente com os outros.


 


N.A. Peço desculpas pela demora mas eu andei desaparecida do FeB... a partir de agora vou actualizar muito mais rapido.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.