Férias: As melhores...
8. Férias: As melhores...
Se você obedece todas as regras, acaba perdendo a diversão
Bob Marley
2 anos e 2 meses mais tarde...
O sol batia-lhe contra a face fazendo-o ainda mais sonolento. Bocejou e virou-se para o outro lado contudo a conversa que a Rose tinha impossibilitava-o de dormir.
Já estavam há duas semanas de férias e, agora, eles estavam no jardim da sua casa e ele tentava descansar, enquanto que a Rose falava ao telemóvel com a Susan. “Animada demais” pensou, ouvindo-a tagarelar sem parar. Abriu um olho para a ver, mas logo se arrependeu quando a luz do sol incidiu sobre ele, fazendo-o fechar o olho apressadamente com a impressão. Sentou-se contrariado e abriu vagarosamente os olhos e passado pouco tempo quando já via as coisas com a sua cor normal e não amareladas inquiriu:
- O que se passa? Para quê tanta animação? – Resmungou.
A Rose, para seu alívio, parou de falar e olhou para ele. Um sorriso formou-se no seu rosto antes de dizer:
- A Susan está a convidar-nos a passar umas férias com ela.
- Aqui em Londres? – Resmungou com o seu humor influenciado pelo sono. – Mas ela não está assim tão longe de nós para haver essa necessidade. Nós podemos ir visitá-la todos os dias.
- Não! – Disse ela agora à beira da histeria assustando-o. – Os pais dela têm um iate e vão andar por duas semanas pelo mar e durante outras duas semanas vão ficar nas Canárias e mais duas para retornarem. É fantástico!
Ele olhou para ela confuso, sem perceber nada.
- O quê? – A compreensão foi atingindo a mente deturpada por causa do sono. – Duas semanas? Iate? Canárias? O QUÊ?
- Sim! – Exclamou eufórica. – Não é espectacular?
Ele olhou espantado para ela e não respondeu.
- Ela já convidou o Scorpius que aceitou e mandou uma coruja para o John e a Sarah. – Informou. – Ela também está a convidar os nossos irmãos. Toma! – Disse estendendo-lhe o telemóvel. – Fala com ela.
Mas ele estava espantado demais para articular qualquer palavra e ela, percebendo isso pegou o telemóvel e disse com um sorriso cínico na sua direcção:
- Bem, olha o Al está a passar mal. Já sabemos como acabar com as discussões dele com a Sarah. – Disse com um grande sorriso na sua direcção.
Ele piscou duas vezes e balbuciou ainda no mundo da lua:
- Iate? Cruzeiro? Canárias? Os pais dela deixam?
- Sim. Dizem que querem conhecer melhor os amigos da filha. Eles são tão simpáticos....
- E os nossos irmãos? Até a Lily e o Hugo?
- Hum-hum... – Assentiu ela. – Dizem que era para levar a família toda, mas a Susan explicou-lhes que os nossos pais não podem tirar seis semanas de férias.
- E a Sarah e o John?
- Ela ainda não sabe. Só mandou uma coruja, porque o telemóvel não funciona em casa deles e eles ainda não responderam.
- Espero que aceitem. Vai ser tão giro... Umas férias só nossas!
*****
- Mais rápido! Desvia-te mais rápido!
Ela estava na densa floresta ao lado da sua casa. Ela corria para se desviar dos feitiços que o seu pai mandava Aparecendo e Desaparecendo vezes sem conta. Ela sabia que algures estava o John a observá-la porque os seus pais já não o treinavam mais com o pretexto de que ele já sabia tudo. Um pequeno sorriso formou-se no seu rosto ao pensar nisso. Era mentira!
Desfez o sorriso quando um raio roxo passou perigosamente perto da sua orelha direita. Continuou a correr sem parar. O verdadeiro motivo pelo que os seus pais não o treinavam mais, era porque tinham medo dele. Ele tinha-se tornado num adolescente forte e poderoso que defendia fielmente os seus princípios. Estes que eram completamente opostos aos dos seus pais. Ele era, para eles, uma verdadeira ameaça e caso lutasse com os seus pais ele não era muito inferior.
- Parem o treino.
Ela parou repentinamente ao ouvir a voz da sua mãe. O que se passava? Tinha a visita de alguém importante a quem tinham que dar a fachada de família feliz?
- Venham para casa! – Ordenou outra vez a voz cintilante dela que tinha sido aumentada com um “Sonorus”.
Ela ouviu os passos do seu pai a caminhar em direcção a casa e decidiu fazer o mesmo caminhando calmamente para casa.
Quando chegou lá viu a mulher logo à entrada da casa a observá-los com os seus frios olhos verdes, tão diferentes dos calorosos olhos verdes do Albus. Abanou a cabeça para mudar de pensamentos. Quer dizer, comparar a sua mãe com o Albus era o mesmo que comparar um dragão com um gato. Tentou usar toda a sua concentração na mulher à sua frente, sempre imponente, coisa realçada pelo bonito vestido negro que usava. Olhou para mão dela e as suas suspeitas tinham se concretizado. Ela tinha uma carta fortemente agarrada na mão direita. Provavelmente, era alguém dos negócios deles e, agora, ela iria mandar-lhe tomar banho e ela e o John iriam fingir serem os filhos perfeitos com os pais perfeitos. Surpreendeu-se ao ver que as suas suposições estavam erradas quando a mulher se dirigiu a si:
- Sarah, recebeste uma carta.
Desde quando a sua mãe interrompia um importantíssimo treino por algo trivial como uma carta?
- E... Deixa-me adivinhar. Leste-a! – Disse o John saltando de uma árvore de onde observava o treino e pondo-se protectoramente ao lado da irmã.
- Respeito John! – Rugiu o seu pai ao seu lado.
- Sempre ouvi dizer que só se deve de ter respeito por quem merece...
Ela observou o irmão que estava ao seu lado e apesar do comentário dado ao pai não desviava os olhos da carta.
- Esta carta diz coisas interessantes. – Começou a mulher não ligando à rivalidade entre o filho e o marido.
- Aí sim? Tipo o quê? – Perguntou com o seu mau humor acentuando-se. – Oh, a não ser que ela tenha ganho pais novos... Também quero!
- Sarah, foste convidada a passar férias com... Hum... Como é mesmo o nome... – Disse abrindo o envelope sem pudor nenhum. – Scout. Susan Scout.
Ela ficou realmente espantada ao ouvir aquele nome. Tanto que se esqueceu de fingir os seus sentimentos, ficando por uns segundos branca e com olhos arregalados. Mas a sua racionalidade voltou aos poucos e fixou toda a sua atenção na face pálida da sua mãe.
- Não era preciso teres parado o treino por isso. Eu vou logicamente recusar. – Disse conseguindo com sucesso esconder o temor por detrás da máscara de indiferença.
A mulher surpreendeu-a outra vez ao inclinar a cabeça e dizer com um estranho sorriso simpático na face:
- Mas eu quero que tu e o John vão. – Ela conhecia aquele tom. Estava aparentemente calmo, mas por trás era uma ordem.
- Eu?? – Indignou-se o John. – Eu não vou servir de...
- Também te convidaram. Toma. – Disse entregando o envelope, ao John, indiferente. – Vai, diz que agradecemos a consideração e que é com prazer que aceitas.
O John olhou confuso para a sua mãe. Ele sabia que tinha algo por trás desta simpatia e procurou a confirmação nos olhos da Sarah que continuavam centralizados na mulher à sua frente.
Decidiu ignorar isso e ir a correr para casa responder. Até parecia um sonho passar umas férias com eles.
- O que é que têm planeado? – Perguntou a Sarah friamente ao ver o John entrar dentro de casa.
- Vais servir de espia. – Disse calmamente a sua mãe. Ela viu a reacção espantada do seu pai que ofegou por segundos.
- Para quê? Para depois atacarem a sua família como atacaram as outras famílias Muggles?
Quase sorriu ao ver que a sua mãe não conseguiu esconder o espanto que sentiu.
- Como é que sabes?
- Sei. É o que interessa. Vão atacar esta família, é?
- Sarah, nós só estamos a fazer o necessário para que sejamos bem sucedidos na nossa tarefa. Lembra-te da tua promessa.
Ela cerrou os maxilares mas mesmo assim insistiu.
- Eu só fiz uma pergunta. Sim ou não?
Os seus pais trocaram um estranho olhar e a sua mãe voltou a responder com aquela calma que a estava realmente a enervar.
- Não. – Foi a resposta curta e esclarecedora.
Ela olhou por mais alguns segundos a sua mãe usando todo o seu auto-controle para ser uma máscara de gelo, perguntando por fim:
- E então? Porque é que querem que eu vá?
- Nós só queremos saber como é a vida deles.
A irritação, infelizmente, ainda estava demasiado presente no seu espírito não se contendo.
- Porquê? Querem virar Muggles?
- Simplesmente faz!
- Certo. – Disse descrente. – Espiar... que seja. – Disse lhe dando as costas e indo embora sem resmungar mais nada.
Os seus pais ainda se olharam mais uma vez pela não-atitude dela. Esperavam gritos, resmungos, mas nada... Até que se lembraram que data estava para chegar.
*****
- Rápido! – Ordenou uma voz do andar inferior, mas ela continuou calma a arrumar a mala.
- Eu disse rápido! – Disse agora a voz que estava na porta do seu quarto.
- A rapidez é inimiga da perfeição! – Ao perceber que não houve resposta esclareceu. – É um ditado Muggle.
- Como é que sabes ditados Muggles? – Perguntou a voz.
- Tenho um amigo Muggle que tem a mania dos ditados. – Esclareceu dando de ombros.
- Que amigo? – Perguntou logo a voz.
- Deixa de ser rabugento. – Disse tirando um vestido do roupeiro e dobrando-o.
- Eu tenho que saber quem é esse amigo! Eu só quero conhecê-lo. – Apressou-se a explicar vendo-a parar.
- Eu conheço os teus conhecer. O ano passado só porque um rapaz disse que era bonita tu deste-lhe um rebuçado e ele ficou na ala hospitalar.
- Então?! Não fui só eu!
- E isso é justificação? Quem devia de ser enfeitiçado eram vocês.
- Hey, tu ainda és muito nova para namorar!
- Quem decide isso sou eu! E vocês deviam de ganhar juízo e não fazerem essas figuras tristes. Coitado dele!
- Coitado é de mim. Fiquei de castigo uma semana!
- Foi bem feito!
- Foi bem feito... – Repetiu descrente. – E o Al? Ele safou-se na capa de invisibilidade e não levou castigo!
- Estão a falar de mim? – Perguntou outra voz conhecida chegando.
Ela virou-se para trás e viu os seus dois irmãos ali. O James estava encostado à porta com os seus braços cruzados. O seu cabelo preto arruivado estava perfeitamente penteado e os seus olhos castanhos analisavam-na. Tinha vestido uns calções que pareciam ter todas as cores lá inseridas e tinha uma t-shirt branca com a imagem de umas palmeiras. Ele tinha músculos definidos e uma boa aparência. Graças à sua aparência ele mudava de namorada todas as semanas. O Albus estava do outro lado da porta e olhava confuso para o irmão. O seu cabelo preto rebelde, completamente oposto ao do irmão, caia-lhe sobre a testa e os seus olhos verdes brilhantes fitavam, agora, ora o irmão ora ela. Durante estes anos, ele teve um grande desenvolvimento graças ao Quiddich. Tinha crescido muito e os seus músculos notavam-se graças à t-shirt azul que vestia com a imagem de um golfinho. Como o irmão vestia uns estranhos calções que tinham todas as cores imaginárias. Ele, como o James, era considerado bonito pelas raparigas mas ao contrário dele ainda não se conhecia namoradas.
- Não tinhas melhor altura para apareceres maninho. – Comentou o James malicioso.
Ele olhou confuso para o James mais uma vez mas decidindo não lhe ligar, virou-se para a irmã:
- Já estamos atrasado Lily. Vamos descer?
- Estás a ver, James, como se diz com educação?
Ele só bufou sem lhe responder. Ela não esperando resposta olhou para o roupeiro aberto e depois para a mala, abrindo um sorriso ao dizer:
- Perfeito! Podemos ir. Já está.
- Finalmente! – Disse bufando o James.
- Pára de ser rabugento! – Disse ela pondo a pesada mala nas mãos dele. – Obrigada. – Acrescentou com um angelical sorriso.
Ele olhou para a mala que ela pôs nas suas mãos e virou-se cínico para ela.
- Sabes Lily, primeiro pede-se... Para se ser uma pessoa com educação.
- Vá lá maninho. – Disse lhe dando um beijo na bochecha. – Eu sou pequena e frágil.
Ele bufou outra vez, irritado, mas acabou por descer sem dizer palavra.
- Tu sempre tens tudo o que queres de nós. – Disse o Albus sorridente.
- É para compensar as desvantagens. – Disse saindo do quarto.
- Desvantagens? Que desvantagens? – Perguntou descendo as escadas atrás dela.
- Deixa-me pensar... – Murmurou cínica. – Ah, já sei! Talvez o ano passado...
- Foi só uma vez Lily.
- Pois foi. – Disse ela ainda mais mal disposta ao lembrar-se. – Porque os rapazes ficaram com tanto medo que nem se aproximavam de mim.
Ele sorriu ao lembrar-se e ela ao reparar nisso disse ríspida:
- E não te rias!
Ele parou de rir no mesmo momento ficando sério.
- Acho bem!
Ele deixou escapar um pequeno sorriso mas logo o conteve.
- Ah, estão aí! Estava a ver se se tinham perdido.
- Acalma-te James. – Disse a Gina sorrindo para ele, já conhecendo o feitio do filho.
- Também acho. Estás a ficar como os velhos... Rabugento!
Ele olhou para ela e bufou. Cruzou os braços no peito e fez a sua pior cara, mas depois olhou dela para a mala que estava ao seu lado no chão e disse cínico:
- Sabes Lily, as pessoas educadas não agradecem assim a um irmão que lhe fez um favor.
Ela abriu a boca para lhe responder mas foi interrompida pelo pai que saia do escritório distraído.
- Meninos desculpem o atraso. Já podemos ir... – Mas calou-se ao observar os filhos. Abriu um sorriso e não se contendo começou a rir.
- O que foi? – Perguntaram os quatro curiosos pela reacção dele.
- Não é nada. – Disse inspirando fundo para tentar parar de rir. – É que definitivamente os bruxos não têm jeito nenhum para se passarem por Muggles.
- O que queres dizer com isso pai?
- Nada, querida, mas tu já olhaste bem para os teus irmãos?
Ela olhou para eles e depois olhou para o pai ainda sem entender.
- Os calções. Onde arranjaram isso?
- Então eu vi numa loja e achei giro e o Al depois também quis.
O pai abanou a cabeça negativamente rindo.
- Bem, vamos. Mas para a próxima não vão às compras com a vossa avó. De preferência levem-me a mim ou à Hermione.
- Mas eu estou mal? Se eu estiver mal, vou já mudar-me!
- Não James. Só... chamas a atenção.
- Ah! Chamar a atenção é bom! ‘Bora.
O Harry abanou a cabeça e olhou para a mulher que ria.
- Vamos?
- Claro. Já lá devíamos de estar! – Sentenciou o James.
*****
Suspirou irritado. Porque é que as mulheres eram tão atrasadas?
- Vá lá... Desçam! – Ordenou.
- Calma Ron!–
O ruivo olhou para a mulher e deu de ombros.
- Já está pai. – Disse uma voz expectativa.
A Rose estava a descer as escadas. O seu cabelo ruivo batia-lhe nas costas e ela tinha um sorriso maravilhoso no rosto que demonstrava toda a sua felicidade. Tinha um vestido branco que fazia um contraste com o ruivo do seu cabelo. Atrás dela vinha o Hugo. A grande mala que ele carregava contra a sua altura dava-lhe um aspecto cómico. Os seus enormes olhos castanhos procuraram pelo pai e a encontrá-lo sorriu e desceu apressadamente as escadas.
- Já está. Vamos?
- Vamos, vamos. Estás muito apressadinho Hugo.
*****
- Sarah, estás pronta?
- Hum-Hum. – Assentiu ela sem ânimo.
Saiu do seu quarto e olhou triste para o John.
- Tenho um pressentimento que era melhor não irmos. – Confessou o que tinha contribuído para lhe tirar o sono.
O John franziu a testa. A verdade é que o sentimento de felicidade e mais o de tristeza pelo dia que se passou, fazia-o não ter pensado seriamente na ameaça que os seus pais eram. O contraste entre esses sentimentos não lhe deixava pensar em mais nada, porque não sabia se ficava feliz ou triste.
- Porquê?
- Os pais andam estranhos. Muito estranhos e... – Ela decidiu dizer a verdade. – eles disseram que nos deixavam ir porque era para eu espiá-los. A família da Susan, mas eu conheço-os. Não é verdade. Há algo que eles não estão a contar.
O John olhou para ela fixamente e os seus olhos brilharam de indignação.
- E tu... tu aceitaste. Sarah?! Ela é tua amiga!
- Eu já te disse que eu estou do lado deles. – Disse cansada. – O pior é que eu não sei se estou a ficar paranóica por causa de... tu sabes, ou porque a ameaça é real.
- Sarah... É claro que eles vão atacá-la.
- Eu sei disso, mas eu perguntei-lhes. – Disse angustiada. – E eles disseram que não. Eu tenho medo John... Ela fazia anos à uma semana, lembras-te? E se acontecer o mesmo à Susan? É melhor não irmos.
Ele conseguiu ver a dor na face cansada da irmã, ele próprio também a tinha mas a dor dele estava cicatrizada e a dela era uma ferida ainda aberta. Suspirou ao dizer:
- Não concordo. – Ele viu o olhar esperançoso e confuso da irmã e continuou. – Eles não te atacam. Tu és a arma deles. Se nós não formos eles estão mais indefesos do que connosco lá. Tu conheces melhor que ninguém as tácticas deles e nós lutamos muito bem e somos de grande ajuda. Se tu te puseres do nosso lado eles terão receio.
Ela suspirou. O problema era esse. De que lado? Deles ou o dos seus pais? Lutar pelo lado que acreditava ou lutar pelos... pelos amigos? Ela nem sabia se essa palavra se aplicava ali, ela só sabia que pelo menos naquela altura do ano ela só queria paz.
- Não vais dizer que não vais, pois não? – Perguntou o John chamando-a à realidade.
Ela engoliu em seco. Tinha tomado uma decisão.
- Não, eu vou. Que seja o que Merlim quiser. Vamos, já estamos atrasados.
Eles desceram as escadas apressadamente e quando chegaram à sala de estar viram os seus pais sentados no sofá a falarem calmamente com o Andrew que estava em pé a escutar atentamente. Eles pararam de falar quando ouviram o som nas escadas deles a descerem.
- Olhem, eu não vos vou poder levar. O Andrew faz isso.
- Sim pai. – Disseram ao mesmo tempo.
- Por isso, uma boa viagem.
Eles pararam o seu movimento de irem para a porta e olharam para o homem loiro de boca aberta. Ele não tinha dito aquilo, pois não? E também não estava a sorrir, pois não? Algo estava mal, muito mal...
- Bem, meninos – disse o Andrew dirigindo-se a eles – vamos que vocês devem de estar ansiosos.
Eles olharam-se ainda confusos e acenaram afirmativamente. Antes de sair eles ainda viram o rápido olhar que os seus pais lhe mandaram.
*****
- Uma boa viagem filho.
Ele olhou para o pai que o abraçava calorosamente.
- Herm, obrigado.
- Desculpa não te poder levar, mas é que eu tenho que estar em França e não me posso atrasar.
- Não faz mal.
Ele olhou mais vez para o filho e não se contendo, perguntou:
- Mas... por Merlim, porque é que tinhas que ser amigo do Potter e da Weasley, Scorpius?
Ele suspirou. Já estava habituado a ver o seu pai não aceitar muito bem as amizades dele, mas pelo menos não fazia o mesmo que fez quando descobriu que ele foi para os Gryffindor.
- Pai, eu já te expliquei que eles são meus amigos. Nada do que digas vai mudar a minha opinião sobre eles.
- Mas... – Começou, ele.
- Draco, - chamou a sua mãe que chegava ao pé deles para o levar – pára de importunar o nosso filho.
- Mas o que queres que eu diga? Não é normal, ele ser tão amigo deles e para piorar as coisas a sua melhor amiga é a Weasley. A Weasley! – Murmurou indignado.
- Queres que ele repita os teus erros? Era preferível ele se juntar aos teus ex-amigos?
Ele viu espantado o seu pai ficar branco e cerrar os maxilares.
- Também me parecia.
- Ah, - murmurou ainda indignado – tudo bem! – Apressou-se a explicar vendo que a sua mulher já estava para abrir a boca. – Scorpius, eu aceito as tuas amizades, está bem assim? – Perguntou para a mulher irritado.
O Scorpius revirou os olhos. Era sempre assim, o seu pai indignado e a sua mãe que o fazia ver as coisas.
- Eu só tenho um requisito! – Ordenou não ligando para o olhar severo da mulher. – Tu estás proibido, PROIBIDO, de teres algo mais que amizade pela Weasley, ouviste? Eu não quero ter na minha família aquele Weasley! Só de pensar o meu filho com a filha dele. ARRE!
O Scorpius ficou branco. Ainda mais que a sua cor natural e olhou para a sua mãe à procura de apoio.
- Nada disso, Draco! – Disse puxando-lhe a orelha como faria ao Scorpius se ele passa-se dos limites. – O teu filho tem liberdade para gostar de quem quiser, percebeste?
- Mas... – Murmurou.
- Nem mas, nem meio mas! Deixa o teu filho ter uma adolescência normal!
O Scorpius não se controlou e começou a rir. O seu pai de certeza que só casou com a sua mãe porque ela era a única que o punha na linha. Ela ali a puxar a orelha ao seu pai parecia uma mãe a dar uma repreensão ao seu filho, que neste caso era o seu marido.
- Ah, larga-me. Podes puxar-me a orelha o quanto quiseres que eu nunca vou aceitar isso. – Disse de braços cruzados emburrado.
- Draco... – Ameaçou ela.
Ele soltou-se dela com agilidade e disse determinado.
- Ele até podia ser amigo do próprio Harry Potter que eu não me importava, agora, ele ter... ter alguma coisa com uma Weasley filha dele é que não! Preferia que fosse uma Potter e olha que é muito vindo de mim.
- Draco, o nosso filho é que tem que fazer essa escolha.
- Olha Scorpius a conversa está muito interessante, mas eu já estou atrasado. Tenho que me ir embora. Uma boa viagem. – Disse lhe piscando um olho. – E lembra-te nada de coisas com a Weasley. – E antes de Desaparecer ainda mostrou a língua à mulher que olhou indignada para o sítio onde ele estava há segundos.
- O teu pai às vezes é uma criança. – Murmurou abanando a cabeça negativamente. – Onde é que já se viu.
- Mãe, nós também estamos atrasados.
Ela olhou para o relógio e depois para o filho, aflita.
- Pois estamos, anda. – Disse correndo para o carro puxando o filho pela mão, fazendo o filho rir pois se o seu pai era uma criança, ela também não era muito mais que isso.
*****
- É hoje que eu vou conhecer os teus amigos. Ansiosa, querida? – Perguntou-lhe a mãe.
A Susan olhou para ela e deu um sorriso fraco. Ela era uma fotocópia da mãe, só os seus olhos é que eram do pai. À sua frente estava uma mulher com o cabelo ondulado, loira e com uns brilhantes olhos verdes. Tinha um sorriso no rosto e aparentava estar feliz. Foi graças a sua exuberante aparência que ela conseguiu vencer no cinema. Ela era bonita e conquistava todos com o seu conhecido sorriso. Os seus olhos verdes ainda fitavam a filha em expectativa.
- Sim, - disse ainda com um sorriso fraco – mas... – ela engoliu em seco e disse de uma vez o que receava – eu estive a pensar e acho que pode ser arriscado. Quer dizer os jornalistas andam sempre atrás de ti e do pai.
- Arriscado?
- Sim, mãe. Nós somos bruxos! Eles podem nos apanhar.
A mulher sorriu e confortou a filha:
- Não se preocupem. Só não podem fazer é magia enquanto estivermos lá.
- E se... e se eles procurarem informações sobre eles?
- Não vão descobrir nada. Ou melhor vão descobrir que como tu andam numa escola privada. Nada de relevante, não te preocupes. Descontrai! Só é pena é os pais dos teus amigos não poderem vir.
- É, eles estão a trabalhar. O pai da Rose e do Al não podem tirar férias agora. Acho que há um assassino qualquer que eles andam atrás. O pai do Scorpius está em negócios na França e os da Sarah estão atarefados aqui em Inglaterra. Mas os irmãos deles vêem. – Disse feliz com a imagem deles todos juntos.
- Espero sinceramente que te divirtas nestas férias. – Disse com o seu habitual sorriso bondoso.
- Claro que vou! – Disse empolgada. – Só é pena os jornalistas...
- Em relação a isso não se pode fazer nada. – Ela parou de falar ao ouvir a campainha. – Opa, parece que chegaram. – Disse piscando um olho à filha que sorriu.
A Susan saltou da cama e foi a correr para a porta. Atravessou rapidamente o corredor, desceu as escadas e chegou à porta que o seu pai já estava a abrir. Ele olhou para a filha que estava ofegante e não conseguiu evitar um sorriso. O seu cabelo castanho combinava perfeitamente com os seus olhos castanhos, amêndoa. Como a mulher foi graças à sua aparência que entrou com facilidade naquela área, subindo depois com o seu talento. Abriu a porta e disse bem-disposto:
- Bom dia. Entrem, por favor. - Só depois de as duas famílias terem entrado é que ele fechou a porta cuidadosamente.
Começou a haver dois diálogos paralelos. Os pais que já se conheciam graças à amizade dos filhos. Os únicos pais que eles ainda não conheceram foram os pais da Sarah e do John e o diálogo entusiástico entre os filhos animadíssimos.
- Sr.ª Scout, a família Franklin está a chegar.
O James olhou curioso à procura de onde o som veio até que a Susan apontou-lhe um pequeno aparelho rectangular que estava em cima da porta. Passados poucos segundos, ouviu-se outra vez o som da campainha.
- Olá. – Cumprimentou a Sr.ª Scout que tinha ido abrir a porta e viu os dois adolescentes e um homem na porta a carregar as malas. O homem entregou as malas aos adolescentes e acenou em despedida a ela fazendo-a perguntar quando ele já estava a virar as costas: - O vosso pai não quer entrar?
Ela achou estranha a reacção dos dois adolescentes que sorriram como se ela tivesse dito uma piada, até que o John explicou educadamente:
- Ele não é o nosso pai. Ele é o homem de... por assim dizer de confiança deles. É o braço direito.
Ela olhou para ele e sorriu constrangida.
- Desculpem, eu não sabia. Mas ele não quer entrar? Se ele tiver alguma dúvida...
- Não é necessário. – Explicou o Andrew que tinha parado ao ver que ela tinha falado. – Eles já sabem de tudo.
- Bem, então uma boa viagem.
- Igualmente. Boa viagem, meninos. – Disse entrando no carro e indo embora.
- Entrem. – Ofereceu para os dois que ainda estavam na porta.
Eles entraram e cumprimentaram os presentes, mas ouviram outra vez a mesma voz anunciar.
- A família Malfoy está a entrar.
Passados poucos segundos, entrou o Scorpius e a mãe que cumprimentou todos com a sua habitual simpatia contagiante.
Ainda estiveram a acertar pormenores da viagem por minutos até que acertaram que eles iriam até à marinha com os seguranças da família Scout.
- Bem, meninos. Eu desejo-vos uma boa viagem. – Começou a despedir-se o Harry.
*****
- UAU!
Eles tinham acabado de chegar ao porto e, agora, estavam à frente de um imponente barco. Eles nunca tinham visto um iate e agora estavam boquiabertos a olhar para a grandiosidade do que estava à sua frente. Ele era totalmente pintado de branco em cima e preto em baixo. Só o nome Scout escrito em vermelho se distinguia. Pelo que eles viam de fora tinha uma enorme piscina e, sem problemas, o seu tamanho dava para ter centenas de pessoas lá dentro com comodidade. Nunca tinham pensado que iriam viajar naquilo e muito menos com o luxo que aquilo apresentava.
- Pois... – Começou a explicar-se o Sr. Scout envergonhado ao ver a reacção dos jovens. – Eu posso considerar que isto foi uma excentricidade minha.
- Excentricidade? Isto é simplesmente magnífico! – Disse o James ainda deslumbrado pelo iate.
A Sr.ª Scout sorriu para o James espantada com a atitude dele.
- Bem, é melhor entrar que breve vamos partir.
- Porque é que está ali um fotografo a tirar-nos fotografias? – Perguntou a Sarah desconfiada.
- Onde? – Perguntou o Sr. Scout perdendo toda a animação.
- Atrás daquelas árvores. Está bem escondido, é quase impossível vê-lo.
Todos olharam para o sítio que ela indicou, fazendo-a revirar os olhos. Será que eles poderiam ser menos óbvios?
- Onde? – Voltou a perguntar o Sr. Scout não vendo nada. – Ah, - disse desanimado ao ver um flash sair de entre duas árvores – deve de ser um paparazzi. Deve de ter descoberto onde nós íamos tirar férias antes das gravações do próximo filme e agora não nos larga. Desculpem por isso.
- Hey, - protestou o James tão animado que só faltava andar aos pulos – não se preocupe. As nossas férias vão ser magníficas graças ao senhor, por isso não se desculpe.
Eles não tiveram como não sorrir ao ver a sinceridade em todas aquelas palavras. Encaminharam-nos para dentro do iate e sorriram ainda mais ao vê-los arregalar os olhos ao ver o interior. O James ficou ainda mais eufórico quando descobriu que eles tinham uma tripulação inteira para os servir, tudo o que eles teriam que fazer era divertir-se.
Passados dois dias, eles estavam a aproveitar o sol na piscina exterior, completamente maravilhados por não terem que fazer nada.
- Eu já disse que adoro os Muggles? – Perguntou o James estendido ao sol.
- Já! – Disse a Lily que estava a brincar na piscina com o Hugo.
- Mas é que eles são simplesmente magníficos. Inventaram isto tudo e fizeram sem magia. Um dia vou-me casar com uma Muggle para ter esta vida.
Eles riram perante o comentário tão James do James.
- Se tu o dizes quem sou eu para te contradizer. - Disse o John que vinha com a Susan carregado de bebidas e que estava a distribui-las.
- Ah, vou, vou! – Continuou o James feliz. – Isto é que é vida. Susan, por acaso não conheces nenhuma Muggle bonitinha que tenha um iate?
- Não. – Ela disse e sorriu ao vê-lo fazer uma cara desapontada, para completar. – Mas conheço jovens bonitas cujos pais têm um iate.
- Tens que me apresentá-la. – Ofereceu-se logo o James saltando do local tal a excitação com a ideia.
- Mas James, - avisou ela – um concelho, não lhe chames de Muggle bonitinha quando a conheceres, está bem? Sabes como é, tira-te o charme.
Eles riram com o comentário dela fazendo o James ficar irritado, mas a sua irritação passou quando ele mergulhou na piscina. Quando voltou à superfície já trazia o seu habitual sorriso que o marcava nestes dias.
- Ele nunca muda. – Disse o Albus abanando a cabeça repreendendo-o. – Sempre o mesmo irresponsável.
A Sarah riu ao ver o desgosto na cara dele. Eles como todos os outros estavam deitados a apanhar o forte sol, só o Hugo e a Lily continuavam a brincar na água aparentemente alheios à conversa dos outros.
- Não critiques muito que tu não és o senhor responsabilidades.
- EU? – Indignou-se ele. – Eu não sou tão irresponsável!
- Pois não. És pior!
- Hey! – Disse levantando-se completamente indignado.
- É a verdade. – Disse se levantando como ele. – E segundo um ditado Muggle quem diz a verdade não merece castigo.
- Aí é? – Perguntou ele com um sorriso maroto no rosto. – Então como não é verdade vais ter castigo!
- É a verdade. – Retrucou calmamente dando de ombros.
- Mas vais ter castigo à mesma. – Disse agarrando-a e puxando-a juntamente com ele para dentro da piscina.
Ela riu ao ver-se a ser puxada para a piscina e quando voltou à superfície da água mandou-lhe água para cima tentando fazer uma cara irritada, coisa que não conseguiu ao vê-lo fazer o mesmo. Pareciam duas crianças a brincar dentro da piscina.
O John que a estava a observar em pé para o bar que se encontrava ali com diversas bebidas não alcoólicas observou-os. Tinha poucas lembranças da Sarah tão feliz e nenhuma depois daquele fatídico dia. Pela primeira vez desde aquele dia, ele via-a rir com vontade e espontaneamente. Formou um pequeno sorriso, se ela estava feliz, ele também estava. Só foi chamado à realidade por um movimento ao seu lado. Olhou e viu a Susan que olhava preocupada para ele.
- Está tudo bem? Passa-se alguma coisa? Estás tão sério!
Ele não se conteve e sorriu abertamente ao ver a preocupação genuína nos olhos castanhos dela. Ele não sabia porquê mas havia algo de errado quando se encontrava ao pé dela. A verdade era que ele sempre que se encontrava perto dela ou simplesmente a via sentia o seu coração bater descontrolado e a sua boca secar. Mas por Merlim, porque é que a fizeram tão bonita, tão perfeita, tão...
- Estás enjoado, é isso? – Perguntou a Susan fazendo-o piscar confuso e voltar à realidade. – Não é preciso estares com vergonha, é normal.
- Não é nada disso, eu só estava a observar a Sarah. – Explicou não sabendo porque é que se sentia tão feliz ao ver a preocupação dela com ele.
- Incesto? – Brincou ela. – Olha que isso é mal visto na nossa sociedade.
- Porquê, ficavas com ciúmes? – Viu a sua boca perguntar estupidamente sem controlá-la.
Ele esperou pacientemente que ela começasse a reclamar mas ficou completamente surpreso ao ver a sua reacção. Ela corou e murmurou uma desculpa qualquer saindo para dentro do barco. Ele olhou para o ponto por onde ela desapareceu com o seu cabelo loiro brilhante a bater nas costas e repreendeu-se mentalmente por uma pergunta tão estúpida. Maldita falta de controle que ele tinha quando ela estava por perto.
- Eu acho – disse uma voz ao seu lado fazendo-o voltar à realidade – que a tua irmã não vai gostar de saber que estás apaixonado pela melhor amiga dela.
Ele virou-se assustado ao ouvir isto e viu a figura do James ao seu lado, mas estava algo diferente. Ele estava sério.
- Que piada James. – Disse revirando os olhos para ele ver que ele não tinha achado piada nenhuma.
- Infelizmente, eu não estou a gozar. – Disse suspirando.
O John observou-o e soube pela postura dele que ele não estava a gozar, mas decidiu não levar essa facto em consideração.
- Ah, já percebi. Tu agora vais dizer que estás apaixonado pela minha irmã como desculpa.
- A Sarah, - disse levantando uma sobrancelha sugestivamente – até que não era mal pensado, mas tu sabes do que eu estou a falar, John.
- De que tu usaste esse facto para justificar a tua injustificada paixão pela Sarah?
O James olhou atentamente para ele, desta vez sem sorrisos nem brincadeiras.
- John, eu sou teu amigo. Podes contar-me!
O John suspirou e mudou a sua expressão ficando com uma mais séria. Aquele Troll falante tinha razão. Ele era o seu melhor amigo e com certeza uma pessoa confiável, mas a verdade era que nem ele sabia o que sentia por ela, sabia que era mais do que amizade, mas apaixonado?
- Sinceramente, eu não sei. – Disse suspirando derrotado. – O que é que queres que eu te diga? Que a amo? Eu não sei! Eu gosto dela, mas...
- Mas tu não tens certeza - cortou-o o James revirando os olhos - porque nunca sentiste isso por outra garota e tens medo de...
- Magoá-la? – Cortou-o o John com uma postura agressiva. – Não... Jura. – Ironizou ele. – Afinal ela só é a melhor amiga da minha irmã e se eu a magoar nem eu me vou perdoar para o resto da minha vida.
- Eu podia te dar o meu concelho típico mas acho que não ia resultar. Tu estás apaixonado.
O James assustou-se ao ver os olhos do John brilharem desesperados, ele nunca o tinha visto assim.
- Estou apaixonado, estou apaixonado... – Repetiu ele andando de um lado para o outro. – E não podia ser por outra? Uma com familiares bruxos pelos menos?
- John! – Gritou indignado o James.
Ele passou uma mão pelo cabelo fazendo-o ficar revoltado. Ele estava nervoso e sem controlo e isso via-se nos seus olhos que estranhamente pareciam ficar num tom azulado. Eles brilhavam de uma maneira que o James nunca tinha visto, ele parecia o desespero em pessoa.
- Tens razão. Mas... os meus pais... eles matam-na... não... não posso... – Balbuciava o John sem nexo fazendo o James olhar para ele completamente chocado.
- John, os teus olhos...
- Mantê-la em segurança... sim.
- John, OS TEUS OLHOS! – Gritou para lhe chamar a atenção.
- Hã? Ah. – Disse percebendo a aflição dele, fechando os olhos por uns segundos e quando os voltou a abrir estavam de novo no tom castanho escuro. – É o sol. Faz com que eles às vezes fiquem mais claros.
O James enrugou a testa mostrando toda a sua confusão.
- Azuis? E como desapareceu assim.
- Eles não desapareceram... Só voltaram à cor normal... Mas não sei o motivo, ok? – Disse irritado ao vê-lo abrir a boca outra vez. – Talvez sejam os genes do meu pai, não sei. – Disse suspirando e observou o mar à espera de respostas. – Mas a Susan...
- Ah, não sei, não. – Disse o James rindo. – Olha que ela pode não gostar dos teus olhos azuis.
- James...
- Hã?
- Cala-te!
Ele sorriu e disse-lhe voltando à sua postura séria que o John nunca tinha visto antes.
- Mas falando a sério, eu acho que deves de falar com ela e dizer que estás apaixonado por ela.
- Ai sim? E como? Chego ao pé dela e digo: “Oi? Tudo bem? Sabias que eu estou apaixonado por ti?”. É muito arriscado James.
- Hey, o máximo que acontece é o teu orgulho ferido.
- Quem me dera que fosse só isso...
- Se estás apaixonado, arrisca. – Disse o James descontraído.
- Quem é que está apaixonado? – Perguntou uma voz atrás do James.
Eles viraram-se e suspiraram de alívio ao ver que era só a Sarah.
- Ah, és tu Sarah. – Disse o John visivelmente aliviado fazendo-a olhar intrigada para ele.
- Querias que fosse quem?
- Ninguém. Vou à casa de banho. – Disse saindo rapidamente dali.
A Sarah olhou para o James à espera de uma explicação que só deu de ombros e também saiu.
- Passa-se alguma coisa... – Murmurou desconfiada.
*****
- O que é o que o teu pai foi fazer a França?
- Ele tem lá negócios. – Respondeu vago.
- Sim, mas o quê?
- Hum, - pensou – acho que a empresa que ele tem lá está com dificuldades mas sinceramente ele não sei muito sobre isso. Ele não falou sobre isso.
- Ah, - disse corando envergonhada – desculpa.
- Que é isso? – Perguntou rindo descontraído. – Não há nada a desculpar.
- Sim, mas eu fui inconveniente. Eu e a minha boca grande.
- Quem tem a boca grande é o Al não tu. Tu só ficaste curiosa.
- Não! – Retrucou ela. – Fui extremamente inconveniente.
- Está bem, eu não quero discutir. Mas não fiques chateada porque é por seres assim que eu gosto de ti.
- Claro, - ironizou revirando os olhos – gostas de mim por ser chata. Conta outra, senhor Malfoy.
Ele como resposta riu ainda mais ao murmurar.
- Mas é a verdade senhora Weasley. – Disse inocente.
- Ah sim, então quando nos perguntarem como é que somos tão amigos com pais que se odeiam, eu vou dizer que é porque eu sou intrometida, chata...
- Linda, simpática, doce...
- Hum, - ponderou ela olhando de lado para ele – por acaso não te estás a atirar a mim, pois não?
- E se estiver? – Perguntou bebendo descansadamente o seu sumo.
- Bem, então vou-te relembrar que somos os melhores amigos e não os melhores amantes. – Respondeu observando o mar.
- E não poderias me lembrar de coisas melhores? – Perguntou fingindo-se de ofendido.
- Está bem... – Disse fingindo pensar e olhando bem nos olhos cinzentos dele para ver a sua reacção continuou – que tal... se algum dos nossos pais sonhasse que acabaste de dizer isso és um homem morto.
Ele engasgou-se com o sumo quando veio à sua memória a face pálida do seu pai a falar do relacionamento de eles os dois fazendo a Rose rir-se divertida.
- Tens que mudar o teu conceito de melhor. – Disse quando finalmente conseguiu falar.
- E tu o conceito de amizade. – Disse dando o seu melhor sorriso de apanhei-te-e-tu-não-podes-fazer-nada, fazendo-o agarrá-la e começar a fazer-lhe cócegas.
- E isto, senhorita Weasley, já entra no seu conceito de amizade? – Perguntou maroto.
*****
- AH AH! Terra à vista! – Gritou feliz o Albus.
- Ok, o sol estragou-lhe os neurónios. Também coitadinho, tinha tão poucos. – Disse o James com uma falsa cara de pesar.
- Que piada James... – desdenhou o Albus mas logo voltou à sua postura infantil – É só que desde pequeno que eu queria dizer isto. Não te lembras dos filmes de piratas?
- Que o pai tinha? Era difícil esquecer-me, ele ainda é viciado neles.
- Pois e eu desde sempre quis fazer isto. – Disse alegre observando a ilha a que estavam a chegar.
Tinham passado duas semanas desde que embarcaram em Londres e desde lá tinham visitado a cidade de Nantes, Astúrias em Espanha e Lisboa em Portugal. Tinham passado só um dia em cada cidade porque senão não conseguiriam chegar a tempo mas divertiram-se imenso ao visitar as cidades. Agora, estavam a chegar a Gran Canaria, a primeira ilha que iriam visitar das Canárias.
- Chegamos finalmente. Espectacular! Isto é um sonho. – Dizia o James conseguindo distinguir os vários barcos que estavam ancorados no porto de la Luz.
O John que estava ao lado dele a observar também a paisagem beliscou-o.
- Au! – Saltou o James. – Isso doe, John. O que é que pensas que estás a fazer?
- A mostrar-te que não é um sonho. – Disse com o seu melhor sorriso.
- Tu não me vais por mal disposto. Olha para ali. - Disse apontando para o contorno de uma praia que já aparecia.
- O que é que tem? – Perguntou o John não vendo nada de especial.
- Praias, John, PRAIAS!
- Sim, e?
- Praias, mulheres, sem pais, diste alguma coisa? – Ao ver que ele não respondia ele explicou-lhe. – Nós estamos no paraíso, John, no Paraíso!
- Claro. – Respondeu sem grande ânimo.
- Ah, pois... – Suspirou o James. – Já me tinha esquecido que pessoas apaixonadas são chatas...
- Apaixonado? Quem está apaixonado? – Perguntou a Sarah chegando de mansinho.
O John lançou um olhar irritado ao James que suspirou e se viu na obrigação de responder.
- Nós estávamos a falar de um amigo nosso que está um chato só porque namora. Não posso fazer isto, não posso fazer aquilo... – Disse revirando os olhos. – Tu percebes não é Sarah?
- Claro. – Disse a Sarah não convencida mas foi distraída antes de poder dizer mais alguma coisa.
- Sarinha, – chamou o Albus passando o seu braço pelos ombros dela – que dizes de uma competição?
- De quê?
- Quando chegarmos à praia eu e tu... nós os dois – disse apontando para eles – vamos fazer uma competição na praia.
- Por alma de quem? E de quê?
- Bem, pode ser corrida ou natação. – Disse ignorando intencionalmente a primeira pergunta. – Escolhe!
- Nem uma nem outra. – Respondeu chocada ela.
- Vá lá! – Implorou fazendo a sua melhor cara de inocente.
- Não! – Disse objectiva nem um pouco afectada com a cara desapontada que ele fazia que faria a maioria das raparigas desistir.
- Por favor...
- Primeiro, eu sou uma garota e tu um garoto o que está comprovado é uma desvantagem para mim e segundo – disse agora sorrindo abertamente – se te queres mostrar para aquelas raparigas usa o charme
- Porquê? Eu tenho charme? – Perguntou inocente.
- Não me perguntes a mim pergunta à Ruth. – Disse rindo ao vê-lo corar ao ouvir a última parte.
- Vá lá... Eu preciso de uma competição.
Ela sorriu marota e abriu a boca para dizer alguma coisa mas logo a fechou.
- Vá lá. – Incentivou ele. – Diz o que estavas para dizer.
- Não vais gostar... – Avisou.
- Isso quem decide sou eu.
- Certo, então façamos uma aposta. Eu escolho um desafio para ti e vice-versa e se alguém desistir ou perder o outro ganha... qualquer coisa.
Ele pensou por uns segundos para ver se não havia nenhuma partida no meio e respondeu:
- Feito! Adoro-te. – Disse dando-lhe um beijo na bochecha e indo embora.
- Hum-hum, – pigarreou o James que estava ali – Estão aqui menores. – Disse apontando para a Lily e o Hugo que para não variarem estavam na piscina, completamente alheios a eles.
Ela estreitou os olhos para ele ao dizer:
- Primeiro, não estamos a fazer nada de mal e segundo se bem te lembras tu também és menor.
- Como assim não estavam a fazer nada de mal? Quer dizer que já fizeram?
A Sarah não se controlou e revirou os olhos. Porque é que o seu irmão era sempre assim?
- Que exagero, John. Nós somos amigos como tu e o James, nada de mais.
- Mas nós não andamos por ai aos beijos e a dizer adoro-te. – Protestou ele.
- Um beijo na bochecha, John. – Suspirou ela farta desta característica do irmão. – Que mal tem?
- Queria ver o que a Ruth e o Richard diriam. – Comentou o James analisando a reacção da Sarah.
- Eu não tenho nada com o Richard! Quantas vezes é preciso dizer?
- E ele não tem nada com a Ruth.
- Disso eu tenho dúvidas. – Disse ela bem disposta.
- O que é que tu sabes que eu não sei Sarah?
- Eu?! Nada! – Disse indo ter rapidamente com o Scorpius e a Rose.
Eles entreolharam-se desconfiados mas não disseram mais nada, preferindo observar a chegada à ilha.
*****
- Bem meninos, bem-vindos à Gran Canaria. – Anunciou o Sr. Scout.
Eles já estavam no porto e estavam prestes a descer, só estavam à espera que os pais da Susan acabassem de dar a explicação.
- Nós vamos passar uma semana aqui e depois vamos a Tenerife que é a maior ilha. Só escolhemos esta, porque tivemos o pressentimento que vocês iriam querer ir à praia, o que não poderiam fazer em Tenerife.
- Quando nós estivermos a visitar a ilha não se surpreendam com o facto de apesar da ilha ser pequena ela ter vários climas. Ela é considerada um “continente em miniatura” por isso mesmo. As suas paisagens passam rapidamente de desfiladeiros do Oeste Selvagem a pastoris florestas de pinheiros e a dunas como as do Saara, e mesmo que com um pouco de neve no Pico de las Nieves, Maspalomas continuará banhada em sol. Por isso, não se surpreendam. – Avisou a Sr.ª Scout.
- Bem, por agora só quero dar mais um aviso. Nós vamos passar a noite aqui espero que não se importem.
- Importar? – Perguntou o James espantado. – Nós aqui temos tudo o que queremos porque é que havíamos de se importar?
Eles riram e depois dando uma olhada para a figura deles, disseram:
- Num dia nós fazemos a volta inteira à ilha mas como vocês devem de querer sair e não estar presos num carro, acho que ir a Las Canteras vai ser uma boa ideia.
- Las Canteras? – Perguntou a Susan.
- Sim, querida. Las Canteras é para mim uma das praias urbanas mais lindas que eu já vi, coisa que eu acho que vocês quererão ir e é aqui perto.
- Por mim já lá estávamos. – Disse o James com a sua habitual subtileza fazendo os outros mandarem-lhe olhares zangados. – Que foi? Vocês não querem?
- É uma óptima ideia, Sr. Scout. – Disse a Rose. – Desculpa a falta de tacto do meu primo mas eu acho que ele bateu com a cabeça quando nasceu.
- Hey! – Resmungou indignado.
- Já que concordaram com a ideia nós vamos para lá. – Disse a Sr.ª Scout tentado amenizar o clima.
Eles passaram aquele dia na deslumbrante praia de Las Canteras e, agora, estavam num pequeno bar depois de terem jantado num restaurante típico numa pequena aldeia que para seu espanto era bastante simples.
- Então já decidiste? – Perguntou o Albus.
A Susan, o Scorpius, a Sarah, o Hugo, a Lily e o John que estava estranhamente quieto estavam ali perto do bar a ouvir o Albus enquanto que o James estava no bar a falar alegremente com uma rapariga loira.
- O quê? – Perguntou a Sarah sem paciência.
- A aposta...
- Quê? – Perguntou não percebendo o que ele queria dizer.
- Aquela que fizemos mais cedo.
- Por Merlim... Ainda não desististe?
- Era para eu desistir?
- Siiiiim! Pensei que já tinhas desistido dessa ideia maluca.
- Mas, - disse indignado – foste tu...
- Para desistires dessa mania das competições. – Cortou-o ela.
- Ah, mas tu disseste. – Disse lhe apontando um dedo acusatoriamente. – E o John é testemunha. – Disse apontando-lhe a ele o dedo triunfalmente. – Por isso tens que fazer! – Ordenou.
- Eu só faço o que quero! – Disse se exaltando.
- Mas tu...
- Eu sei o que disse ou deixei de dizer, Potter!
- Então vais fazer. – Disse cruzando os braços emburrado.
- Aquela ideia era para tu desistires.
- E lá começa outra discussão. – Cantarolou a Rose revirando os olhos.
- Passaram duas semanas sem discutir. – Observou a Susan.
- Pois, é um novo recorde mundial. – Ironizou o Scorpius.
- Eu só ainda não percebi é como é que eles ainda não arrancaram a cabeça um do outro. – Disse o John farto das discussões deles.
- Eu só não sei é como é que eles não se odeiam. – Disse a Lily que observava a discussão dos dois como se fosse um jogo de ping-pong, olhando de um para o outro enquanto eles se atacavam verbalmente.
- Odeiam? – Disse o Albus assustado parando o que ia dizer à Sarah no meio da frase se virando para a irmã. – Odeiam de odiar? Nós? É claro que não! Nós amamo-nos. – Disse a abraçando chocado com a ideia da irmã.
- Mas tu estavas a ouvir-nos?
- Claro que sim, Rose. Eu não deixo escapar nada.
A Sarah escapou do abraço apertado dele e olhou para eles, pensativa. Passados poucos segundos de olhar fixamente para o Scorpius que já estava para dar um comentário sarcástico por isso, olhou de volta para o Albus com um sorriso a iluminar-lhe o rosto.
- Já sei!
- O quê? Que eu sou mais bonito que o Albus? – Perguntou o Scorpius com a sua habitual voz arrastada. – Assim ofendes-me. Isso vê-se à distância amiga.
- Hey. – Indignou-se o Albus ao ver a Sarah rir antes de explicar.
- Não é isso, embora seja verdade. – Disse lançando um olhar malicioso para o Albus que emburrou instantaneamente. – Eu estava a falar da aposta.
- O que é que tem a aposta? – Resmungou o Albus. – Eu já de disse se desistires tens que fazer o que eu quero.
- Não é bem isso. – Disse estranhamente alegre.
- Aceitaste! – Disse feliz indo para a abraçar mas foi interrompido pelas duas mãos dela que o empurraram para trás.
- Não! Fazes tu e o Scorpius.
- O que é que faço eu e o Scorpius? – Perguntou o Albus sem compreender.
- A aposta! Vocês assim já podem correr, nadar, fazerem o que quiserem e o que bem entenderem porque têm a mesma constituição e estão sob as mesmas condições físicas... E eu estou livre disso. – Disse para si.
- Mas é claro que não! Eu quero-te a ti!
Ele disse aquilo de uma forma tão espontânea e sem pensar que todos olharam para ele com a boca surpreendidos. Ele corou ao perceber o que disse e acrescentou:
- Sem ofensas Scorpius.
Ele olhou para ele e o habitual sorriso sarcástico ficou no seu rosto ao dizer:
- Sem problemas. Eu até ficava chateado, ou pelo menos, constrangido se tu me quisesses. É que... tu sabes.
- Eu... não... eu.... – Gaguejou o Albus sem saber o que dizer.
- Olha que não é por seres irmão do James que eu te vou deixar escapar se fizeres mal à Susan.
- Eu não... isto é... – Disse andando para trás ao ver o olhar ameaçador do John.
- O que ele quer dizer é que ele ainda quer a desforra. – Salvou-o a Sarah que já estava a achar patético o constrangimento do Albus.
- Do quê? – Perguntou desconfiado o John.
- Do ano passado, quando o James partiu o braço e o Al esteve a treinar temporariamente como artilheiro até descobrir-mos o Scorpius. Ele ficou com o ego tão bom que quis fazer uma competição. – Disse sorrindo com a lembrança. – Era para ver quem marcava mais pontos num mano-a-mano, e claro, eu ganhei por muitos.
- Se fosse como apanhador ganhava eu! – Defendeu-se o Albus.
- Provavelmente e é por isso que eu não sou estúpida o suficiente para te desafiar. – Disse olhando em desafio para ele pronta para outra discussão, mas o John interrompeu o que o Albus ia dizer comentando.
- Estou a ver que o menino Albus gosta muito de desafiar a minha irmã. – Murmurou olhando para o Albus de braços cruzados numa atitude ofensiva. – Posso saber o porquê Albus Severus Potter?
- Então... é porque... porque... – murmurava tentado se lembrar de alguma coisa.
- Tens a certeza de que não sabes? – Perguntou o James que tinha acabado de chegar ao pé deles.
Todos desviaram a sua atenção para o James que estava ao lado do John sorrindo ao ver o irmão mandar-lhe um olhar do tipo ajuda-me-que-ele-vai-me-matar.
- Onde é que está a tua amiga loira? – Perguntou o John sem desviar o seu olhar assassino do Albus que estava a ficar branco.
- Teve que ir ao Hotel mas ela volta amanhã. – Disse descontraído. – Mas então, não sabes?
- Acho que prefiro não saber? – Respondeu amargurado.
- Então porque é que perguntaste?
- Não é nada disso. – Defendeu-se o Albus. – Eu só a desafio porque ela é minha amiga.
- Tens que te esforçar mais do que isso Al. – Disse a Lily fazendo-o lhe lançar um olhar rápido que dizia claramente “obrigado pela ajuda”. – É verdade Al só te estou a avisar.
- Concordo com a Lily. Arranja outra Potter.
A Sarah bufou impaciente para o John que desviou a sua atenção para ela.
- John, pára de ser infantil. Nós só somos amigos e se continuares com isso ficas sem uma orelha. – Ameaçou.
Um rapaz que estava a passar por ali riu do comentário o que fez com o que o John e o Albus olhassem para ele irritados.
- Tem cuidado Sarah. Nós estamos entre Muggles. – Avisou a Susan.
O John agora com outro alvo para a sua raiva disse irritado para a Sarah não despregando os olhos do rapaz.
- Vai vestir alguma coisa, Sarah!
- Eu estou vestida! – Respondeu-lhe ela irritada.
- Vai vestir uma camisola! – Ordenou ele.
- Não está frio!
- Pode não estar mas faz isso Sarah! Podes constipar-te.
Ela como as outras raparigas tinha uma saia e por cima só o biquíni porque o bar era mesmo em frente à praia.
- John, - chamou ela estranhamente doce – és gay?
Ele desviou os olhos dele e olhou para ela com olhos arregalados.
- EU?!
- Sim, não paravas de olhar para o pobre rapaz. Era o que parecia. – Disse sorrindo angelical.
- Sarah... – Rosnou fazendo-a rir.
- Sim?
- VAI VESTIR ALGUMA COISA!
- Ah, não me parece John.
Ele lançou mais um rápido olhar para ele e depois para ela.
- Hum, está bem. Se dizes que não te constipas eu acredito em ti.
- O que é que estás a tramar John? – Alarmou-se ela.
- Eu? Nada. E então já decidiram em relação à aposta? – Perguntou com a sua melhor cara de inocente.
A Sarah olhou desconfiada para ele mas o Albus perguntou-lhe logo:
- Então vais aceitar?
- Se eu ganhar paras de fazer apostas comigo.
- O que quiseres... – cantarolou ele. – Mas se eu ganhar não quero isso.
- O que é que tu queres? – Intrometeu-se o John fazendo rir os outros que só assistiam.
- Não sei... depois decido. Então? Aceitas?
- Sim. – Bufou. – Mas vais parar com isto.
- Se completares o meu desafiou e eu perder o meu.
- Isso nem se pergunta...
- Então já podem começar com os desafios?
- Estás muito interessado John. – Disse a Sarah estreitando os olhos na sua direcção.
- Curiosidade.
- Sim, podemos mas eu vou é buscar um sumo.
Ela foi em direcção ao balcão e o John reparou que o rapaz também se dirigiu para lá.
- Al, - chamou – estás a ver aquele rapaz?
Ele apontou para um rapaz com um cabelo castanho claro que era alto, parecendo estar entre um metro e oitenta e um metro e oitenta e cinco que tinha rido do comentário da Sarah e que agora... agora estava a falar descontraidamente com ela. O que é que ele estava a fazer?
- O que tem cabelo castanho e é moreno? – Perguntou por entre dentes.
- Sim. O que está a falar com a Sarah.
- Sei. O que é que tem?
- John e Al se vocês fizerem alguma coisa a Sarah vai vos enfeitiçar e com razão. – Avisou a Susan que percebeu o brilho nos olhos do John mas eles não lhe prestaram atenção preferindo falar entre si.
- Põe como desafio ela lhe oferecer uma bebida.
- Estás doido John? Eu não vou fazer isso!
- Que eu ponho discretamente na bebida este pó. – Disse lhe mostrando um pequeno saco com as iniciais WW.
- Estão doidos? Ele é Muggle! Vocês podem ser presos.
- Mas ele merece! – Disseram os dois ao mesmo tempo olhando para o rapaz.
- Merece porquê? – Perguntou a Susan tentando pôr juízo na cabeça de eles os dois.
- Ele não tinha nada que dar em cima da minha irmã!
- Mas ele até é bonitinho. – Observou a Rose distraída.
- Hey, eu estou com eles. Ele merece! – Disse o Scorpius saindo do lado da Rose para o outro lado do John.
- Vocês podem ser presos. – Avisou a Susan.
- Xiu, - disse o John – ela vem ai.
Ela como o John observou já tinha saído do bar a beber distraidamente o sumo mas ao contrário do que ele pensou ela passou por eles sem qualquer sinal de que os reconhecia sentando-se numa mesa redonda que estava no final do bar e, agora, olhava distraidamente a decoração do bar que para seu espanto era bastante simples.
- O que é que ela pensa que está a fazer? – Rosnou o John zangado e observou o rapaz que estava a passar por eles parecendo ir para a mesa onde ela estava. – É que nem pense! – Disse andando rapidamente para a mesa dela sentando-se à sua frente enraivecido para espanto da Sarah que só o observava calmamente. Os outros foram ter com eles devagar receosos da reacção da Sarah.
- O que é que estás a fazer? – Perguntou vendo que ela não ia dizer nada.
Ela ergueu as sobrancelhas divertida dizendo calmamente olhando para o sumo:
- A beber um sumo de laranja... que está muito bom por sinal.
- Eu não estou a falar disso! Eu estou a falar do porquê de teres vindo para esta mesa!
- Ora, vim para esta mesa porque estava vazia. As outras estão cheias. – Disse apontando para elas.
- Tu querias era privacidade! – Acusou ele não ligando ao que ela tinha dito.
- Privacidade? – Perguntou incrédula rindo. – John, eu tenho um iate à minha disposição, se eu quiser privacidade vou para lá.
- Com o rapaz!
- Qual rapaz? – Perguntou confusa olhando em volta.
- Com o que tiveste a falar!
- Bem... eu tive a falar com ... hum... – murmurava pensativa quase sorrindo ao vê-lo bufar – o Al, o James, o Scorpius, o Hugo e presumo que tu não contes.
- No balcão! – Rugiu ele.
- Podemo-nos sentar? – Perguntou o Albus atrás do John.
- Claro, nem era preciso perguntar.
Eles sentaram-se mas o John não lhes prestou atenção esperando que ela falasse o que não aconteceu, fazendo-o perguntar:
- Então?
- O quê? – Perguntou já aborrecida.
- O rapaz!
- Por Merlim, tu deves de ser mesmo gay. O que tem o rapaz, queres saber o nome dele é?
- Sarah... – Rosnou ele.
- Eu na realidade não tenho nada contra isso John mas... – começou a tagarelar ela.
- SARAH! Tu sabes do que eu estou a falar!
- Ah, certo, certo... – disse suspirando cansada. – Para tua informação ele deve de estar com os amigos. Feliz agora? Ah e antes que perguntes eu sentei-me porque me apeteceu. Mais alguma pergunta?
- O que falaram? – Perguntou, fazendo-a revirar os olhos exasperada.
- Isso, meu caro, não te diz respeito.
Ela como resposta teve um olhar irritado, que foi correspondido, fazendo-o continuar:
- Diz sim! Tu és minha irmã, sangue do meu sangue e se ele te desrespeitou também me desrespeitou a mim. Uma ofensa a ti é algo de grave e deve ter...
- John, - suspirou a Sarah cansada – ele não me ofendeu, não me desrespeitou, não me fez nada. Satisfeito?
- O que ele disse? – Voltou a perguntar.
Ela inspirou fundo numa tentativa de se acalmar e murmurou entre dentes:
- Ele viu pela minha prenuncia que éramos ingleses como ele e perguntou onde estávamos. Satisfeito?
- Porquê?
- Porquê o quê?
- Porque é que perguntou isso.
- Sei lá! – Disse levantando os braços, impaciente. – Talvez para ver se estávamos no mesmo hotel.
- E tu disseste-lhe?
- Qual é o mal?
- O MAL, O MAL – gritou ele completamente irritado – ELE PODE SER UM LADRÃO, UM SERIAL KILLER, UM RAPTOR E TU PERGUNTAS QUAL É O MAL?
- John, concentra-te. – Disse ela quase não conseguindo esconder o riso. – Nós somos bruxos, ele não é nenhuma ameaça.
Ele abriu e fechou a boca diversas vezes ao ouvir aquilo dando-lhe uma estranha imagem de um peixe fora de água, finalmente fechando a boca.
- Ah, meninos – chamou a Sra. Scout que tinha estado num canto a falar com uns fãs com o marido. – Já está a ficar tarde e devem de estar cansados. Vamos para o iate pode ser?
Eles concordaram em silêncio seguindo-a.
N.A. Aqui está mais um capítulo. Ele é grande mas está muito resumido. No próximo capítulo finalmente vai começar a acção XD.
Lilian Potter 10: Eu as frases na maioria até as tiro de um site, só algumas é que não. Neste capítulo não aconteceu nada de especial mas finalmente no próximo vai haver acção e o trama começa a desenrolar-se.
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