Terceira carta de Draco

Meu amor;
 
 
A tua carta trouxe-me a esperança, uma esperança que a muito julgava
morta, morta pela guerra, pelas escolhas, morta por todas as escolhas
erradas que fiz, morta pela pior decisão que alguma vez fiz... a
decisão de te deixar, de te deixar pelo Toujour Pur, pelos malditos
conceitos de pureza de sangue, foi por isto, só por isto que eu te
perdi? Por ser mais um idiota sangue puro que tem a mania que é melhor
que os outros, só por ter um nome, dinheiro e por a minha família ser
"conceituada" na sociedade feiticeira, foi por isto, por estas
medíocres coisas, por estas coisas que eu perdi? Agora vejo como foi
um idiota, um idiota que perdeu o grande amor da vida dele por nada,
sim meu amor, eu perdi-te por nada, perdi-te e o Voldemort perdeu a
guerra, perdi o meu pai, perdi-o para Azkaban, eu perdi-te, perdi a
mulher que amava, Hermione eu amo-te, eu amo-te e perdi-te.
 
Ainda me lembro do dia, foi durante as férias do 6º ano, em que a
minha tia Bellatrix, a grande e fria Bellatrix Lestrange, a inabalável
e indestrutível Bellatrix, abandonou o Voldemort, abandonou os ideais
em que acreditava desde de criança, abandonou tudo, e para que, para
ficar com o homem que amava, desistiu de todos por o homem que era seu
primo, por alguém que tinha supostamente traído a família, traído os
Black, ela traiu o Voldemort, por um traidor, ela traiu-o pelo Sirius
Black, lembro-me de pensar de como ela tinha sido corajosa, lembro-me
de pensar em fazer o mesmo, fugir contigo, viver uma vida calma, mas
depois o Voldemort chamou-me, e propôs-me algo, algo que eu queria,
não meu amor, não era poder ou riqueza, nada disso mais me
interessava, ele disse que libertava o meu pai, que ele saia de
Azkaban, e meu amor, é claro que eu tinha saudades dele, sabes como eu
sou ligada a ele, mas foi maioritariamente pela minha mãe, nunca
pensei de como ela o amava, achava que o casamento deles não tinha
nada de amor, era apenas um contrato de interesses, um mero
consentimento de ambas as partes, mas não, a minha mãe amava-o e
sofria todas as noites com a sua ausência, e eu tinha de fazer algo, e
o Voldemort deu-me essa hipótese, porque não aceita-la, pensei eu na
altura? Agora percebo de como estava errado, mas quero que sabias que
na altura que tinha de matar o Dumbledor como recompensa, pela ajuda do
Lord, que iria matar a esperança, que iria por Hogwarts em perigo.
Perdoa-me por isto meu amor.
 
O meu amor por ti nunca irá morrer, mas quero acima de tudo que sejas
feliz, feliz e segura, seja comigo ou com o Weasley, sei que isto te
vai soar estranho, mas acho que deves escolher quem te der a
estabilidade que mereces, porque meu amor, tu mereces a paz e a
tranquilidade ao fim de tantos anos numa batalha, mas isso só tu deves
escolher, tu mereces ser feliz, apenas te peço que procures a tua
felicidade, que a procures e que quando a encontrares não penses duas
vezes, porque meu amor, nem sempre a impulsividade é algo mau.
 
Mas nunca te esqueças que te amo, independente de tudo e de todos, e
sabes porque, porque tu és tudo para mim, porque és o meu sol nos dias
de inverno, porque és tuvque me faz sorrir quando estou triste, porque é
essa tua luz que me faz viver, é a tua imagem na minha mente que me
faz viver, aquela imagem tua, com os cabelos cacheados e os olhos cor
de mel, aquela em que estas a sorrir com um sorriso tão puro que
ninguém seria capaz de imitar, o sorriso de alguém que acredita no
amor, foste tu, meu amor que me mostraste o caminho, foste tu, e só tu
que me ensinou a amar, que me ensinou a amar de uma forma tão profunda
e tão prefeita impossível de comparar, porque foi essa tua ingenuidade
que me vez entender a simplicidade de um sorriso, foste tu, é só tu
que me ensinaste a não andar com os pés no chão quando estamos
apaixonados, foi contigo que eu amei e foi a ti que eu amei e é a ti
que sempre te amarei, porque tu és a minha luz, a única razão da minha
alma ainda permanecer viva, és o raio de esperança que alimenta o meu
ser, és só tu que eu amo, e sei, e por favor não digas que não, que me
amas pelo que sou e não pelo nome que tenho, porque tu vês o Draco, não
o Draco Malfoy, tu não me observas, tu vês-me, como ser e não como um
sangue puro ou como uma oportunidade de subir mais alto, é por tu isto
e mais coisas, impossíveis de pôr num papel que eu te amo.
 
Oh meu amor, eu por ti morria, eu por ti dava a minha vida, eu por ti,
enfrentava o mundo todo, e ia contra quem quer que fossei, e eu sei
que dizer isto agora é tarde, tarde de mais, mas como tu dizias, nunca
é tarde demais, nunca é tarde para amar, é foi por isso que eu voltei,
voltei com a esperança de que ainda me amas, e de que há ainda uma
luz, uma mísera luz que ilumina a possibilidade de ficares comigo e de
eu te poder amar.~
 
Na última carta dizias que querias contar aos teus filhos de como foi
a guerra, e o que irias dizer se ficasses comigo, o que irias dizer
aos nossos filhos! pois eu digo-te, nós iríamos lhes contares de como
duas pessoas se apaixonaram quando ainda tinham 13 anos e de como
viveram esse amor, de como o viver apaixonadamente e depois
dirimamos-lhe que a guerra os separou, mas que a mãe deles foi a mais
corajosa e lutou pela liberdade, pela liberdade dele e que o pai deles
cometeu um grande erro, o erro de se juntar aos que não devia, de se
juntar as pessoas que começaram esta guerra sem sentido mas que nunca
deixou de amar a mãe deles e que foi esse amor que o ajudou, que o fez
ver o que esta realmente certo, foi isso que os fez ficar juntos. Era
isto que eu contava, a verdade meu amor, que eu errei e que tu estavas
certa desde o principio, que estavas certa quando disseste que o amor
é mais importante que tudo.
 
É por isto que te digo mais uma vez, Amo-te e eu sei que esta será a
minha carta, a última porque amanhã casas, casas ou foges comigo, mas
por favor responde, responde a esta carta nem que seja apenas para
dizer que não, que queres casar com o Weasley e que me odeias, mas diz
porque a incerteza dói mais que alguma outra coisa.
 
 
Para sempre e eternamente teu
 
Draco Malfoy

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