Segunda carta de Draco



Meu Amor;
 
Quando te escrevi a tua carta, nunca a pensei que tu me fosses responder, aliás apenas ta envie por descargo de consciência, ou nem isso, ou melhor não sei porque ta envie, simplesmente ta envie.
Nunca pensei, simplesmente nunca pensei que alguma vez pudesse chorar, não por ser um Malfoy, ou por ser um Slytherin, mas porque simplesmente me achava demasiado frio para tal, demasiado distante, lembro de ver a minha mãe chorar pelo meu pai todas as noites quando ele saía em missões para o Voldemort, e nunca percebia como, como é que ela era capaz, capaz de chorar por ele, como era capaz de o amar de uma forma tão profunda capaz de a fazer chorar, e quando recebi a tua carta, eu chorei, as lágrimas rolavam pelo meu rosto sem descrição e sem controlo, foi a primeira vez que chorei, e foi por ti, e se alguma vez voltar a chorar é por ti, as lágrimas valem, porque chorar por ti não é demais, é como uma paga por tudo o que passaste, por todas as noites que choraste pela magoa que te provoquei, e meu amor,
perdoa-me por isso. 
Ainda hoje me pergunto como, como é que ainda me amas, e ai está a prova, a prova da tua pureza de espírito, da sinceridade ainda com um toque infantil dos teus sentimentos, porque eles são verdadeiros, porque tu és verdadeira. Não sabes como foi importante para mim ouvir-te chamar-me "meu amor", foi nesse momento que o meu chão fugiu, que me senti completo, que o céu se abriu, que o meu sol brilhou, que tu brilhante, como a anos não acontecia, sai da escuridão que o meu coração se tinha transformado, e foi, nem que por um segundo, Feliz, feliz como era quando os teus lábios tocavam os meus.
 
Era nesses momentos, quando te apanhava pelo castelo e te beijava que eu era eu mesmo, sem ter o peso do nome Malfoy, sem ter o peso daquele maldito conceito de "sangue puro", era só eu, só eu e tu, sem mais nada nem mais ninguém, e meu amor, eu ansiava por todos os nossos encontros, eu ansiava poder-te beijar, eu ansiava tocar na tua pele branca e perfumada, perfumada com os jardins da escola quando nasciam as rosas de inversos, as rosas que mesmo belas nunca equiparavam a tua beleza. Nunca, porque por mais que eu viva, por mais que eu veja, nunca haverá ninguém como tu, nunca haverá cabelos castanhos avelã como os teus, nunca haverá olhos cor de âmbar como os teus, nunca meu amor, mas nunca.
 
Mas a tua beleza interior, essa é ainda mais grandiosa, mais prefeita e incomparável, eu trai-te, eu sei, trai-te quando me entreguei ao Voldemort, quando aceitei fazer aquela maldita marca negra no meu antebraço direito, mas não foi ai que me doeu, porque a marca desapareceu, mas uma ficou, ficou-me cá dentro, mesmo no fundo do meu coração, foi aquele teu olhar, aquele olhar magoada, aquele olhar de que foi traído, de quem lhe mentiram, aquele olhar que mais tarde foi desprezo e agora é a incerteza, ainda me amas, eu sei disso, e não me aches convencido por isto, porque simplesmente não o sou, apenas tu digo porque o sinto, mas também a incerteza me rodeia, não a incerteza de que te amo, porque essa há muito que não existe, mas a incerteza de que será o nosso amor suficiente para tu esqueceres tudo o que te fiz e ser feliz comigo, essa é a incerteza que me rodeia, que me acorda a noite e não mais me deixa ser dormir.
 
Mas se queres saber, eu por ti vou até ao fim do mundo, enfrento que tu queiras que eu enfrente, enfrento tudo e todos e sabes como? Com o nosso amor, porque o nosso amor é tão grande que move mundos, ultrapassa o limite do pensamento humano, porque o nosso amor dá demasiadas felicidades e demasiadas tristezas, mas do que aquela, que até nós feiticeiro, somos capazes de suportar, mais do que a nossa
alma foi concebida para encaixar.
 
Mas é isso que faz de nós quem somos, foi o teu amor que me ensinou a ser humano, a ser um simples mortal no meio de tantos outros, foi apenas isso, foi ver-te tão bela e tão determinada que me fez perceber que ao teu lado não sou nada, sou apenas mais um, que o meu sangue não é mais puro que o teu, que o meu nome não vale mais que o teu, e que tu é que vales mais que eu, e não por teres o que tens mas por seres o que és, e é por isso que eu te amo, e que te vou amar, seja qual for a tua decisão, mas meu amor, se decidires ficar comigo, eu prometo-te,
prometo amar-te, prometo fazer-te feliz, porque a minha felicidade depende de ti, depende do teu sorriso, porque se tu fores feliz eu também o serei, porque eu amarei os nossos filhos e farei tudo para os proteger.
 
Mais uma vez digo que te amo, e que te vou amar pela eternidade fora.
 
Um beijo de quem sempre será teu
 
Draco Malfoy

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