Capítulo 28



 





Aclarações:


Itálico– 'esclarecimentos' de Harry. Pensamentos dele. POV's Harry. Ou ênfase em alguma palavra, ou frase.


Negrito – 'esclarecimentos' de Hermione. Pensamentos dela. POV's Hermione.




Disclaimer: Harry Potter não me pertence, blablabla. Tudo é da J. K. Rowling e da Warner, whatever.


Observação: Capítulo NÃO betado. Pode conter atrocidades... Linguagem Obscena.




Capítulo 28


Nós estamos fingindo que aquele devaneio – por falta de palavra melhor – nunca aconteceu. O que é bom. Quero dizer, é mais que perfeito para mim. Se eu - com Hermione traçando todos os meus pensamentos – mal pude ser remotamente coerente, imagine ter de me explicar sem ela compreendendo ao menos minhas sensações?


E não me leve a mal, não é como se eu quisesse Hermione em minha cabeça. Nunca. São muitos pensamentos e sentimentos que eu ainda nem pude me dar ao trabalho de admitir, o que diga compreender! Mas pelo menos, da última vez que ela esteve, bem, vagando em minha cabeça, pude direcionar melhor meus pensamentos para me fazer entender – não que tenha me saído tão bem assim... Que seja.


Tudo que posso dizer é que apesar de uma bagunça infernal, podia ser pior.


Eu pensei que nunca mais poderia fitar Harry nos olhos sem ficar vermelha da cabeça aos pés. Mas aparentemente, eu subestimei nosso dom de negação.


Se não pensamos nisso, não falamos disso e não assimilamos – admitimos (?) - isso, então nunca aconteceu. E obrigada Senhor!


A verdade é que nunca fui tão feliz em simplesmente ignorar a coisa toda. Eu sequer – e que patético – posso me forçar a definir o que é "a coisa toda". São tantos pontos que tenho medo de me perder no caminho...


Só estou agradecida porque – e que conveniente! – depois do fim do meu sonho, perdi a conexão com Harry. Livre de Harry em minha cabeça! Yay! Bem, ao menos, literalmente. Mal posso parar de divagar sobre "o incidente"...


E quando não estou pensando no sonho vergonhosamente gráfico que compartilhei com Harry – a palavra chave de fato é "vergonhosa". -, estou perdida nas palavras de Luna, tentando decifrar até onde o miosótis está me afetando. Estou também – e ainda – tentando me desculpar adequadamente com Harry.


Harry acha que está tudo ok porque tornamos a nos falar, mas sei melhor do que isso. Sei que tenho agido de maneira abominável e possessiva em relação a ele; e apesar dos instintos de possessão ainda estarem muito presentes em nossa... relação, estou me esforçando para reprimi-los.


É pior quando Luna está por perto, é claro. A garota simplesmente admitiu que é apaixonada pelo meu... por Harry. É tão complicado... horrível e irritante e doloroso tentar não surtar que preciso me afastar fisicamente deles para conseguir clarear a mente.


O mais terrível é que meu corpo dói por ele quando busco espaço, quando me distancio. Como se todo meu ser protestasse porque estou voluntariamente me apartando. Como se todas as minhas células, de uma vez, estivessem me implorando para fazer todas as coisas indizíveis que fizemos em meu – nosso – sonho. Ali, bem na frente de Luna, ou no salão comunal ou no inferno, pra ser sincera não importa – aparentemente meu corpo não é exigente -, desde que tivesse Harry sob meu toque.


Estou em constante agonia. Pergunto-me se, por todo esse tempo, Harry se sentia assim. Só de imaginar, meu estomago se revolta.


Preciso dar um fim nisso. E graças a Deus, algo que eu tenho de sobra é obstinação.


-x- Miosótis –x-


Parvati observou Hermione e mordeu o lábio inferior. Ela estava se esforçando mesmo para não se meter. Prometera à outra morena, afinal. Mas observar esse ar esquisito em Hermione fazia sua boca coçar com perguntas. Um batalhão delas. De boas perguntas.


Oh, Merlin, tão incrivelmente boas... bufou amuada, o que acarretou nos olhos inquisitivos de Hermione sobre ela. Bem..., pensou, desde que já estamos aqui.


Verificando seu redor para ter certeza que ninguém as escutava, ela se inclinou sobre a mesa de estudos. – Então...? Vocês estão bem?


A monitora-chefe virou os olhos. – Tão bem quanto minha loucura nos permite.


Parvati franziu o cenho. – Hermione, você não pode se culpar por tudo.


A morena não respondeu, voltando sua atenção para o livro de transfiguração que estudava - ao que parecia à Partavi - fazia horasNovidade!


Apesar de exasperada, a garota indiana tocou a mão de Hermione sobre a mesa, a apertando suavemente, apenas para que a amiga lhe desse atenção novamente. – Não é só culpa sua.


Suspirando, Hermione encolheu os ombros. Ela deixou o livro um pouco de lado, apenas para beneficio de Parvati. – Eu gostaria de poder dizer que eu sei e entendo isso, Parvati. Mas não é dessa maneira que me sinto. É só... minha mente tem estado uma bagunça muito antes do miosótis se fazer presente. E essa florzinha maldita não facilitou em absolutamente nada... Deus sabe.


-Amém! – murmurou zombeteira, trazendo um sorriso fraco aos lábios da amiga.


-Como se não bastasse Luna simplesmente admitiu estar apaixonada pelo Harry – ela parecia uma criança que acabara de descobrir que Papai Noel não existia de verdade.


Parvati riu sombriamente. – Yeah, whoah, que novidade.


Hermione a encarou por um instante em silêncio e então se aproximou. – Não esperava que ela admitisse – confessou.


Foi a vez de Parvati virar os olhos. - Yeah, então não deveria ter perguntado. Por Merlin, Hermione! Estamos falando da Luna! – afirmou secamente, em tom baixo. Seus olhos novamente atravessando a biblioteca, dessa vez encarando de volta uma Madame Pince desconfiada.


-Não pude evitar, ela só... traz o lado mais obsessivo, masoquista e doentio de mim a tona.


-Merlin, está tão melodramática que posso me ver em você – Parvati franziu o nariz em desgosto. – Não combina o mais mínimo, Mione – ela levou a mão para frente do rosto da amiga e estalou os dedos duas vezes. – Volte pra mim, querida. Estou sentindo falta da sua sobriedade. E, merda, isso quer dizer muito.


Chocada, Hermione recuou instintivamente, piscando. – Meu Deus, você é tão cretina algumas vezes – murmurou voltando-se para seu livro.


-Pode me agradecer mais tarde, amor.


Hermione sequer se deu ao trabalho de reconhecer a afirmação. Por mais meia hora o silêncio reinou entre elas.


-Então está tudo okay mesmo entre você e Harry?


-Sim, eu já lhe disse – Hermione afirmou franzindo o cenho enquanto ainda analisava seu livro, movendo a mão como se executasse um feitiço.


-É só que... vocês parecem, hm, esquisitos.


-O que quer dizer?


Parvati batucou as unhas sobre a mesa enquanto observava Hermione com incredulidade, o que, é claro, lhe rendeu vários olhares de lado; e ela quase saltou de sua cadeira quando a mão pequena e gélida de madame Pince segurou seu pulso de maneira firme.


-Silêncio, srta. Patil.


-Put- minha nossa! – Parvati postou exageradamente a mão livre sobre o peito. – Eu poderia ter morrido, Madame Pince. Merlin. Olhe como estou tremendo.


Inalterável, a senhora a fitou reprovadora. – Se estivesse estudando e não fazendo barulho, eu não teria precisado detê-la.


Parvati fez beicinho. – Eu estava estudando. Mas eu compreendo e sinto muito, não vai acontecer outra vez - Madame Pince estreitou os olhos para a morena e Parvati lhe ofereceu seu melhor sorriso até que a mulher se afastar. - Morgana, eu quase fiz uma viagem para o além agora – resmungou e então sua atenção tornou a Hermione. – E a culpa é toda sua.


-Como?


-Sério, Hermione? Vamos mesmo jogar esse jogo?


-Parvati, eu realmente não tenho ideia do que está falando.


Elas se encararam por incontáveis segundos antes de Parvati despejar. – Você, Harry e sua absoluta falta de contato físico?


Para a estranheza da morena, Hermione corou violentamente, desviando o olhar. – Oh, você notou.


-Difícil não o fazer, querida. Quando "de bem" e na mesma sala vocês mal podiam sair dos braços um do outro.


-Hmm - Hermione chiou, aparentemente outra vez concentrada em seus estudos.


-Está tudo bem... mesmo? Quero dizer, Mione... isso não parece certo – murmurou sem conseguir se conter. – Você sabe? Ambos parecem miseráveis. Não do tipo "absolutamente miseráveis" ondedescontavam suas agruras nos mais desprevenidos colegas de casa, na época escura quando não estavam se falando... Não, é uma miséria triste de assistir, na verdade. Quase... enjoativa, pra ser honesta – afirmou meneando a cabeça de forma negativa. - Ambos observando o "parceiro" (por total falta de palavra que se adeque a sua condição, amor) com saudade. É realmente patético, se quer minha opinião.


Hermione ergueu a cabeça de seu livro imediatamente. – Não podemos nos tocar.


Parvati franziu o cenho. – Tolice! Por favor, não me diga que essa é mais uma de suas "brilhantes" ideias sobre como impedir a tradição de seguir?


-Não Parvati. Nós não podemos nos tocar – afirmou novamente a fitando com firmeza.


-Oh. Oh! – então levou as mãos à boca para reprimir o som de suas risadinhas.


-Não é engraçado.


-Eu pensei que era uma coisa boa? – comentou inocentemente, seus olhos maliciosos. Hermione a fuzilou com o olhar, mas Parvati não parecia se intimidar. – Dessa forma, consegue pensar em linha reta... eu suponho?


Hermione abriu a boca para retrucar algo muito feio, mas desistiu. Levando as duas mãos ao rosto e esfregando os lados da testa. – O que quer que eu diga?


-Oh, eu não sei – a garota reprimiu uma risada. – Que eu estava certa e você errada e que você ama passar a mão em Harry?


Hermione a encarou e por um instante Parvati achou que a amiga ia começar a chorar e, MERLIN! Parvati queria realmente ser pelo menos uma vez a alma boa, que dá suporte, altruísta mesmo. Mas, oh Morgana, era tão bom estar certa.


Os lábios de Hermione formavam um beicinho e a indiana tinha certeza que a morena sequer se dava conta. – Eu não sei mais o que fazer. Desde aquele sonho maldito... – a garota silenciou a si mesma e balançou a cabeça, como se pudesse, dessa forma, apagar o tal sonho.


Parvati virou os olhos. – Pelo amor de Merlin, não pode ter sido tão ruim assim. Vamos lá, já lhe disse que drama não combina contigo - Hermione surpreendentemente parecia mais irritada sob sua afirmação. - Você já teve um monte de devaneios, certo? Qual é o problema?


-O problema – Hermione quase gritou e então respirou fundo, buscando regência. Abaixando seu tom de voz, continuou:


– É que Harry nunca esteve em minha cabeça quando tinha esses "devaneios" antes.


-Puta merda! – Parvati imediatamente levou uma mão à boca para evitar gritar, sua outra mão batendo no braço de Hermione animadamente. – Isso é tão quente! – afirmou num guincho.


-Parvati!


-Oh meu Merlin, oh meu Merlin!


Hermione bufou, e fechando o livro a sua frente com rapidez, postou em sua mochila e se ergueu. – Vamos – chamou estendendo a mão, Parvati inclinou a cabeça em confusão e Hermione ergueu a sobrancelha. – Eu não quero ser expulsa da biblioteca enquanto você tem um ataque. Vamos.


Quase correndo, Parvati jogou seu material na mochila. Seu braço se fechando ao redor do de Hermione enquanto elas finalmente deixavam a biblioteca sob o olhar peçonhento de Madame Pince.


-Por favor, por favor, me diz que vai contar tudo sobre esse sonho – implorou baixinho no ouvido de Hermione. A monitora a encarou com se uma nova cabeça estivesse apenas se formando em seu pescoço. – Hermione! Qual é! Você precisa tirar isso do seu sistema, sim?


-Yeah, boa tentativa – zombou.


-Por favor, por favor, por favor! -


-Não! É totalmente inadequado!


-Jura? – Parvati ergueu as sobrancelhas sugestivamente. Hermione riu, estapeando seu braço suavemente. – Her-mio-nee!


Elas caminhavam lado a lado para os jardins da escola, afastando-se mais e mais dos alunos. Dos olhares. E dos ouvidos.


Quando se sentaram - alguns minutos depois - próximas ao lago negro, Parvati se voltou para a amiga cheia de intenção, Hermione se perguntou o que em nome de Merlin a fizera deixar Parvati se aproximar.


-Então...? – quando Hermione fingiu que não ouvira, a garota insistiu. – Posso fazer isto o dia todo.


-Eu também – ergueu a sobrancelha a fitando de lado.


-Okay. Vamos tentar algo diferente. Porque não podem se tocar? É por conta da tradição, ou...?


Hermione exalou. – Quando nos tocamos é como se choques elétricos nos atingissem. E quanto mais nos tocamos, por mais tempo, hm, dependendo do...lugar, a sensação se intensifica.


Parvati fez uma careta. - É doloroso?


Hermione riu sem vontade. – Todo o contrário. E, honestamente, isso não deveria ser nada apelativo. Mas o é. É viciante. E por isso não podemos nos tocar.


-Oh. Sinto muito?


-O quê?


-Por que não está, uh, eu não sei, encima dele tendo sua maldita maneira?! Sério, Hermione? Você está, tipo, hiper mega sensível ao toque dele e não está aproveitando?! Querido-Merlin! Deus realmente não dá asas a cobras! Argh!


-Parvati!


-Sério, eu o teria jogado no primeiro armário de vassouras e só – Parvati gemeu. – Todas as oportunidades perdidas de fazer do Harry um homem – ela se lamuriou.


-Como pode saber se ele nunca... – Hermione cortou a si mesma, vermelha.


-Espere! Vocês dois já...?


-O que? Não! – Hermione arregalou os olhos e Parvati a fitou com desconfiança. - Não! - insistiu, mas Parvati não parecia remotamente acreditar em suas afirmações, enquanto cruzava os braços sobre o peito. – Nós nunca! - Hermione suspirou. - Exatamente...


-Não acho que tenha entendido.


-Foi o sonho / devaneio / o que quer que seja. Nós – ela pigarreou e fitou Parvati. – Então, não, nós nunca. Não de verdade.


-Hmm, soa pervertido.


-Parvati!


-Então, nesse sonho, hein?


-Eu não vou contar.


-Deve ter sido bom, você está toda corada e sorridente.


-Não estou!


-Oh Hermione... Talvez ainda haja esperança pra você, doçura.


Apesar de si mesma, Hermione riu.




(continua)




N/a: Obrigada pelos comentários!






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Comentários (6)

  • Isis Brito

    Pelo amor de Merlin, esse capítulo é só maldade!!!Maldade por eles não falarem desse sonho (e que sonho!)...Maldade por eles evitarem se tocar...Maldade por eles estarem afastados...Maldade por mal aparecer o Harry nesse capítulo!!!Ai, só maldade, rsrs...Continua, pelo amor de Merlin!!! *--------------* ^^"

    2013-10-15
  • André Alisson Canário

    Continua rapido por favor

    2013-09-24
  • Nety_Potter

    Amo sua fic, por favor, não demore a postar!

    2013-09-08
  • Saito

    Putz! Esse Harry é muito lento! se fosse ja tinha me trancado com a Mione em um armario de vassouras como disse a Parvati!Capitulo incrivel, aguardo ansiosamente o proximo! 

    2013-09-06
  • Bryda Laurens

    plizz posta mais

    2013-09-06
  • r.ad

    Capítulo novo!!!!!!:De não foi pequeno, mas esses dois são burros, viu... 

    2013-09-05
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