Capítulo 2
Casal Vinte Sem Desejar o Ser
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A coisa toda não foi exatamente como ela pensava. Na verdade, não foi de forma nenhuma o que ela imaginava.
Bem, ela deveria ter imaginado que aceitar assim, tão prontamente, o amor de Harry Potter era um acontecimento.
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Flash-back
(Na biblioteca, após a discussão com Ron)
-Talvez devêssemos falar com Ron – Harry disse ansioso. – Tenho certeza que ele vai entender quando explicarmos melhor – ele luzia bem determinado.
-Francamente, Harry – Hermione escarneceu, lhe indicando um lugar ao seu lado numa das inúmeras mesas de estudo da biblioteca. – Ron é o ser mais... cabeça-dura que já conheci e ele está tão contrariado que seria de se esperar que, se tentarmos nos justificar – ela meneou a cabeça, num gesto ríspido. – Se tratarmos de fazê-lo enxergar, ele se tornará mais resoluto e se julgará no direito de se sentir traído, ainda mais. – A morena virou os olhos. - Como se eu lhe devesse qualquer explicação quanto a minha vida.
-Bom, em teoria... - Hermione estreitou a vista para o moreno, que sorriu de lado, interrompendo-se. – O que você sugere, então?
-Deixemos que se acalme – contrapôs, ainda que parecesse sinceramente duvidosa de que este momento pudesse chegar.
Harry expirou com força, recebendo olhares desagradável das pessoas que estavam a sua volta, em especial de madame Pince. Olhares que ele ignorou, enquanto deslizava sua mão pelos cabelos da amiga e depois pelo lado de seu rosto. – Eu sinto muito, Mione.
A morena forçou um sorriso, dando de ombros. – Não se preocupe com isto, não é sua culpa - Harry a fitou com ironia. E Hermione riu zombeteira. – Está bem, sr. herói, assuma a culpa de todos os males do mundo, se o compraz – Harry fez uma careta e puxou levemente uma mexa do cabelo dela, como se a retaliasse.
Fim do Flash-back
Então, eles não falaram com Ron naquele dia. Ou no dia seguinte. Muito menos dois dias depois.
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[Ironicamente, foi o próprio Ron quem incumbiu a si mesmo a tarefa de repassar a boa nova aos demais (disseminando a discórdia ao dizer que Harry lhe traíra ao pedir meu amor, sabendo que ele próprio, Ron, fizera isso mais cedo naquele mesmo dia – se declarou para mim -, com a mesma flor).
Eu estava com um ódio profundo no momento dele. Então, não me senti especialmente culpada quando ele se acalmou e veio como o bom e misericordioso menino que era me desculpar; tenho pra mim que ele não entendeu bem a minha atitude... ] (Hermione)
Meu Deus, eu pensei que ela iria atingi-lo com um dos jarros postos em pedestais ao longo do corredor onde nos encontrávamos. Foi tenso.
-VÁ-PARA-O-INFERNO!
O olhar de Ron foi um show à parte, ferido e insultado. Ele achava mesmo que estava sendo generoso? Mas que piada.
Eu não podia acreditar no quanto Ron era arrogante.
A minha condescendência quanto aos seus maus modos até aquele momento se esvaiu assim que ele decidiu que estava cansado de bancar a criança birrenta e se tornou “aquele que perdoava”.
Pelo jeito, ele entendera por fim que meu ato não fora com intenção maldosa - o que eu cansara de lhe dizer – e estava disposto a reatar (como se algum dia tivéssemos um compromisso) se eu me desculpasse.
“Me desculpe, Ron” ela dissera, ele só não entendeu muito bem que aquele tom dela não era especificamente amistoso, ou arrependido. Pra ser mais exato, dava pra tocar o cinismo e o escárnio na voz de Hermione. Pareceu sincero o bastante para Ron, no entanto...
Ele aceitava minhas desculpas? Eu iria lhe mostrar onde enfiar aquela aceitação...
Hermione se voltou para o ruivo e, com os olhos bem estreitos se aproximou perigosamente dele - Você pensa que é só estalar os dedos e eu estarei atrás de você, pedindo desculpas por ter sido uma tola – a voz ligeiramente estridente ao dizer a última palavra. - Pois escute bem, Ronald Billius Weasley – a cada palavra seu dedo se afundava no peito do rapaz. – Você deve achar que é muita coisa pra mim, que é muito importante, para pensar que eu iria me humilhar porque você reconsiderou o que desde o inicio eu disse que não era NADA demais. Mas, surpresa, você não é.
Como Ron não pôde ver que ela mentia descaradamente?
Ela tremia dos pés à cabeça e nem sequer se atrevia a fitá-lo diretamente.
-Você me deve desculpas – ela riu sem emoção sob o ar machucado do ruivo, erguendo a sobrancelha. – Na verdade, não só a mim. Ao Harry, também. Principalmente a ele.
Ron não parecia disposto a acatar a sugestão de Hermione.
A morena tentou novamente, fitando-o em repreensão. - Você sabia que por conta da sua mentira ele tem sido hostilizado?
-Verdade?
Ron parecia feliz. Eu quis parti-lo em dois naquele momento. Meu Merlim, eu juro que ainda sinto vontade de fazê-lo.
-E não foi uma mentira.
Hermione assumiu uma pose imperiosa naquele momento, seus braços se cruzaram sobre o peito e ela só faltava dardejar pelo olhar; flechas direcionadas a Ron. E não eram as do tipo que o Cúpido costumava usar...
-Eu me declarei a você – ele explicou.
Não pude conter um virar de olhos. Ele queria mesmo comparar as duas declarações?
Chegava a ser patético.
Hermione expirou com força. – Não estamos fazendo uma comparação aqui, Ron! Harry sequer se declarou de verdade – disse apontando para o moreno.
-Pois a flor na cabeceira de sua cama parece bem real.
A morena parecia estarrecida. – Co-como você...? – franziu o cenho. – Você entrou no dormitório feminino?
-Não negou o caso da flor.
-Você entrou no dormitório feminino?
Era visível que ali, naquele momento propicio, ela era a monitora Granger.
-Você é bastante intragável quando quer, sabia?
A morena ergueu a sobrancelha. - Não é uma pergunta difícil. Estou esperando.
-Não. Não! Eu não entrei no maldito dormitório. Satisfeita? E quanto a flor no seu quarto?
A morena virou os olhos. - Eu não lhe devo satisfações, Ron. Faço o que quero com os presentes que ganho.
-Ótimo. Então, obviamente eu tenho permissão de pensar o que quiser de seus “presentes”. Certo? Vou lhes dizer o que acho – E então se voltou para Harry por um instante. - Acho que: sim, você aceitou a flor de Harry, pois sabia o significado dela. E Harry lhe ofereceu pelo mesmo motivo, não há como ele não saber, e não é porque esteve no mundo bruxo por tantos não é possível que não sabia quando Ginny já foi sua namorada, ela tem obsessão por essa “lenda”.
-A sua irmã nunca me disse nada sequer parecido com isso! Ron, você tem que acreditar em mim!
-Por quê? – O ruivo parecia estranhamente mais calmo.
-Porque, provavelmente, ele está dizendo a verdade. Harry não brincaria com algo tão sério se...
-“Algo tão sério”? Pensei que não acreditasse no que chama de “mito”, Hermione.
-Meu Deus, cresça Ron! Eu sei que entendeu o que quis dizer. Mas, para que fique claro se não o fez: quis dizer “algo tão sério” me referindo a você que, já nos deu mostras, acredita piamente nessa babaquice, mesmo quando estamos Harry e eu aqui, dizendo olhando nos seus olhos que não há compromisso entre nós, que tudo não passou de um mal entendido. Que foi um gesto amigável.
Por que ele não podia entender? Por que não via o que parecia mais claro que água pra mim?
Ron a olhou nos olhos por incontáveis segundos e suas feições continuaram acusatórias. Como ele podia?
Mesmo quando eu não quero, eu posso ver quando ela está dizendo a verdade, apenas relanceando seu olhar. Por que ele precisou de tanto tempo para chegar à conclusão equivocada? Só posso pensar que Ron não queria ver... Que quer castigá-la, machucá-la.
Mas acho que não tem idéia do quanto está sendo eficiente.
-Eu só não compreendo por quê ainda está tentando me convencer do contrário. De que vocês são pessoas leais e amigas. De que não me apunhalaram pelas costa.
Mione desviou o olhar do dele só por momento, imagino que estava tentando se recompor.
Hermione cumpriu os lábios ao voltar sua atenção a Ron, antes de lhe falar:
-Por que – ela estava rouca. Suspirou, piscou diversas vezes e pigarreou antes de voltar a falar. – Por que você ainda está aqui, então? – sua voz estava clara e inflexível. – É divertido bancar o coitado para toda Hogwarts? Deixe-me lhe dizer uma coisa: eles não estão ao seu, Ron. Por mais você chore e se amargure, às suas costas, eles riem de você. Às suas costas, eles zombam. Faça um favor para nós todos e especialmente a si mesmo: deixe de ser patético.
Apesar da voz gelada e sorriso fácil nos lábios. Só bastava encontrar os olhos dela para saber que desabaria, aquela máscara, a qualquer instante.
Hermione girou sobre si mesma e se passou a andar com toda confiança que lhe restava.
Eu caminhava a esmo, apenas desejando me afastar. Eu via embaçado e sentia lágrimas deslizando por meu rosto, mas não me importava.
Quando achei que não ia mais suportar, que cairia ali mesmo e choraria e soluçaria até a dor passar, Harry me agarrou pelo braço e, sustentando a nós dois, continuou a caminhar.
Sem olhar para trás – teria ferido Ron até que ele pudesse sentir ao menos um terço da dor que eu via nos olhos da minha amiga -, eu levei Hermione comigo até a sala precisa. Afastando-a de Ron e da humilhação que ela sofreria se eu tivesse permitido que ele a visse chorar.
Naquele dia, ela chorou por horas no meu colo até dormir, exausta.
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Então Hogwarts saiu totalmente do rumo.
-Oh Hermione, é tão romântico.
Eu a fitei como se tivesse vendo uma coisa potencialmente perigosa.
Parvati pareceu sem jeito, mas prosseguiu. – Deve estar muito feliz, quero dizer com a declaração e tudo. Eu pensei que Harry iriam demorar décadas para se tocar e que seria bem tarde quando acontecesse, pois você estaria com o Rony.
Ela me ofereceu uma risada, como se estivesse rindo da própria piada. E eu me ergui e sem dizer qualquer coisa me afastei.
Por mais que eu dissesse ao Harry que não havia problema algum comigo, que eu estava bem. Era evidente que ele não acreditava. Era evidente também que eu mentia.
A partir daquele momento, bem, passamos a ser... “hostilizados”.
As garotas tinham inveja da nossa “relação amorosa”. Elas me odiavam muito mais agora.
Os rapazes me taxavam de traidor, por conta da estória descabida de Ron. Sobre eu lhe roubar a miosótis que ele daria a Hermione.
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Ron lançava olhares de Mártir para todas as pessoas e olhares especialmente odiosos para Harry e para mim. Eram dias agradáveis...
Era estranho não ter a companhia do Ron e, ainda mais, receber seus gestos e olhares de hostilidade. Mas eu não tinha tempo para me culpar, me culpar emdemasiado, quero dizer.
Hermione e eu tínhamos mais que nos preocupar que a atitude infantil de nosso melhor amigo (?). Como por exemplo: por que ninguém mais em todo o castelo nos dirigia a palavra, além dos professores? Além dos afazeres regulares como a monitoria (e para mim, além disso, a capitania do time grifinório) e mais estudos porque prestaríamos os NIEM’s no final do ano letivo.
E fingir que não estávamos vendo a curiosidade mórbida do professor de poções em cada aula sua ou no primeiro encontro no seu “clube seleto”...
Ainda que tivessem dezenas de deveres a cumprir, os dias de Harry e Hermione passaram muito, muito arrastados.
Era estafante quando não estavam juntos porque não havia ninguém com quem pudessem conversar com naturalidade. Se é que poderiam chamar de “natural” a forma como vinham se tratando desde “O incidente”, como intitulavam. Com Harry se sentindo culpado e Hermione, por sua vez, também se sentindo assim.
As pessoas já me viam como “louco”. E agora, com essa estória do “amor eterno em oferecimento por meio de uma flor”, eu estou sendo tachado pelos rapazes como “idiota”. Não me ofende tanto ao pensar que já fui até chamado de “megalomaníaco”...
As garotas – que ficam a pelo menos um metro de distância de mim (Hermione disse que era por conta do pacto que “fizemos”) – não olham para mim quando me falam – e só se dirigem a mim quando se trata de coisas de suma importância – e eu nunca mais fui convidado para encontros por garotas que eu jamais vi na minha vida (eu sabia que essa coisa de pacto não poderia ser tão ruim assim...).
Elas – as pessoas - não podiam burlar o ‘pacto’. Seria desrespeitoso. Então, os garotos não se aproximavam de mim, mesmo quando eu não estava ao lado de Harry. Eles não dirigiam seus olhares para mim, mesmo ao falar comigo – somente o indispensável.
E as garotas... Bem, elas me olharam atravessado. Como se a culpa fosse minha por ter recebido uma declaração de amor eterna! Hunf! De fato a culpa é minha, porém a declaração sequer deve ser válida. Francamente.
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Certo dia, Luna se sentou sem cerimônia no lugar vago à direita de Harry (Hermione estava a sua frente), e distraidamente, enquanto os cumprimentava, beliscava com as mãos o prato de café da manhã do moreno (torradas, ovos mexidos e bacon frito).
Depois de duas semanas sendo a única companhia irrestrita de Harry (nenhuma garota havia chegado tão perto dele, nem mesmo Gina, nesses dias), confesso que me deixei levar pelo ciúme. Não era exatamente esta a palavra. Talvez... sentimento de posse. Era como se ela estivesse me tirando um pedaço de Harry e, por menor que este fosse, não me agradava dividir. Não depois de tê-lo só pra mim por tanto tempo.
-Tudo bem, Luna? – Harry parecia encantado por tê-la tão perto e lhe divertia o fato de falta de compostura da garota. Após só trocar umas quantas palavras, mornas e desconfortáveis, com outras meninas (a exceção de Hermione, com a qual conversava de tudo e por todo tempo) parecia adorável aquele gesto mais que espontâneo.
Diria “impertinente”. Mas eu não estava preocupado...
-Estou ótima. E faminta! - a loira mordiscou mais uma fatia de bacon, lambendo o canto da boca suja dos farelos do pequeno pedaço de torrada que se apossara. – Vocês, no entanto...
Os grandes olhos azuis foram de Harry a Hermione e tornaram a Harry.
-Bom, quando você está excluído de uma convivência normal em sua própria escola... – Harry contrapôs com ironia.
A loira franziu o cenho. – Ora, vocês sabem o que fazer para que tudo volte ao normal.
-Você quer dizer a outra parte do trato? – Hermione indagou incrédula, no que Luna deu de ombros.
-Por que você parece tão espantada? Vocês já deram o grande passo, por que não terminam de uma vez com isso?
–Aquilo não foi real, Luna – Hermione explicou. – Foi um mal-entendido. Harry não sabia o que estava fazendo e--
-E daí? – a interrompeu calmamente. – Não é como se houvesse a anulação do que fizeram, mesmo Harry não estando ciente do que fazia – Luna prosseguiu erguendo uma das mãos e lançando um olhar a Hermione, que se preparava para retrucar. – E ele deveria estar – a morena a fuzilou com o olhar. – Então por que não acabam de vez com isso?
-Como? – Harry parecia interessando. E Hermione lançam mais um de seus olhares fulminantes a Luna.
Eu queria dizer: “não, obrigada. Prefiro ficar marginalizada pelo mundo bruxo a vida inteira a seguir para o segundo e último passo”, mas eu sabia, simplesmente sabia, que Luna iria chasquear com minha decisão (e comigo); que sem dúvida é falsa.
-Depois de tudo isso você ainda não sabe no que está metido? – Luna perguntou erguendo uma sobrancelha.
O moreno corou de vergonha. – Eu pensei que fosse tudo – ele observou Hermione, como se buscasse ajuda, mas a morena tinha a atenção na corvinal e não parecia feliz.
Luna riu com leviandade, ignorando prontamente o olhar da grifinória. – Bem, obviamente que não, Harry. Talvez você devesse passar um pouco mais de tempo com livros que com sua vassoura e pomos de ouro – continuou lhe oferecendo um sorriso alheio, como se falasse da aula que teria em breve. Não era uma recriminação, era uma constatação.
Harry lhe lançou um olhar zangado que esmoreceu, levemente, ao vê-la brincar com a comida de seu prato.
-Eu pensei que ninguém pudesse ficar perto de nós – disse ele.
-Oh – Luna parecia perceber só agora que havia estado ao lado de Harry todo aquele tempo, mas não parecia se importar com a constatação de ter “quebrado o pacto”. – Bem, não faz grande diferença... Sou a ‘Di lua’, quem pode negar que sou anormal o bastante para ignorar regras? – ela deu de ombros. – Além disso, o que pode acontecer comigo? Além, é claro, de ter “má sorte” por um tempo – ela riu zombeteira.
-Você acredita em scrubs rastejantes e não acredita em maldições?
Luna perdeu o ar risonho. – Vamos Harry, admita, é patético. Ter de me afastar de alguém por conta de uma tradição distorcida dos bruxos! Não sou obrigada a me afastar, e não quero isso, com tanto que não interfira na decisão de vocês. O que certamente não pretendo. Mas eu gosto da companhia de vocês, me sinto bem – respondeu com honestidade, encolhendo os ombros. – Além disso, scrubs existem.
Harry se pôs a rir do ar altivo que a loira adquiria.
Hermione observou detidamente Luna, de forma perscrutadora. A loira a encarou também, franzindo o cenho para o olhar da grifinória.
-O quê?
Mas Hermione deu de ombros.
-Que tal – Harry começou, tocando tentativamente o ombro da loira. - me contar o que devemos fazer para que nossa vida volte ao status “relativamente normal”.
Luna se voltou imediatamente para Harry, com um sorriso maroto. – Acho que você deveria perguntar ao amor da sua vida.
Observei como que estupefata a pequena careta que Luna fizera ao dizer aquilo.
Oh meu Merlin. Ela estava gostando dele, não é?
Harry se voltou para Hermione, expectante.
– Nós teríamos que – A morena, desconcertada, retirou os olhos de Luna, para encontrar os do amigo. – Nós teríamos que selar o pacto. Com um
-Beijo – Luna falou impaciente.
Isto é: beijar Harry na frente de uma pessoa ao menos. Para que a notícia corresse.
Já é desconfortável a idéia de forçá-lo a fazer isso. Com expectadores?
É trágico.
Harry olhou de Hermione para Luna, voltando a Hermione. Que assentiu, um leve rubor em sua face.
Harry parecia ter sido condenado à forca. - Não... Não há outra forma?
-Bem, você sempre pode escolher ficar no ostracismo social aqui no mundo bruxo – Luna retrucou com uma ironia pouco corrente. Hermione desviou o olhar.
Doeu, mais do que deveria, a forma como Harry buscou outra solução.
Será que era tão terrível trocar um beijo?, Eu sei que parece patético ter pensado dessa forma, mas eu não podia evitar.
-Mas... A Mione gosta do Ron! – o moreno exclamou baixinho, para que apenas elas pudessem ouvir, chocado. Os olhos de Hermione se voltaram para Harry de imediato, suaves e penalizados.
Eu estava mais que horrorizado de ter metido a Hermione nessa farsa estúpida. Então, me preparei para nunca mais ter uma vida normal no mundo bruxo.
Eu queria tocá-lo, para dizer que estava tudo bem. Mas eu não fiz.
–Eu não posso fazer isso com eles – falou sem atenção, mais pra si mesmo que para as garotas.
-Deveria ter pensado nisto antes de lhe oferecer a miosótis – a loira alfinetou.
-Mas nem é real!
-Parece bem real para toda Hogwarts.
-Não acredito nessa estória. É uma superstição tola – Hermione falou tentando por fim na embaraçosa discussão.
-Superstição que todos aqui acreditam – Luna contrapôs. – Diga-me Hermione, você está preparada para viver assim? Sem amigos, senão Harry – ela acrescentou, quando Harry franziu o cenho. – Sem que outro rapaz se aproxime de você? Sem que o Ronald se aproxime? - a morena pareceu ter sido estapeada, assim como Harry. – E você, Harry? Também está disposto a ter um arremedo de vida? – fitou a cada um. – Pensem bem. De toda forma, eu posso ser a testemunha – com isso, Luna se retirou.
Eles não puderam ver o sorriso torto da garota, enquanto ela se dirigia à saída do salão principal.
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(continua)
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N/a: Desculpem qualquer erro.
Comentários (2)
Ahhh Luna safadeenha. Loves always <3
2013-05-15Falo mesmo: a Luna tá doida pra juntar os dois!! *-* (e eu também!! \o/)
2011-12-05