DCAV no cronograma



- O que faz aqui, Sr. Potter? – Perguntou Snape com arrogância, arqueando uma sobrancelha. – Procurando confusão ou se metendo onde não deve?

- Eu... Eu...

- Tudo bem, Severo. Eu deixei que ele entrasse e ouvisse. – Interrompeu Dumbledore, fitando Harry serenamente. – Acho que essa reunião deixou claro o que o ministério pretende fazer contra os vampiros. Estamos com sérios problemas, Harry, Hogwarts é segura devido às magias que colocamos aqui. Porém, temo que elas não vão durar muito tempo. Os vampiros são inteligentes, assim como nós. Alguns até mais poderosos. A maioria vive em sigilo para não entrar em confronto com as outras raças, mas isso mudou depois que o ministério resolveu se meter onde não devia.

- Tudo por causa dessa tal profecia Apocalipse de Sangue, não é? – perguntou Harry, estava curioso demais e precisava começar a perguntar. – O que ela significa? O que exatamente o ministério decretou recentemente contra os vampiros? Porque tudo isso ta acontecendo agora?

Dumbledore riu gostosamente, meneando a cabeça negativamente.

- Eu gostaria de responder as suas perguntas, mas não o farei.

A resposta de Dumbledore chocara até Snape, que esperava alguma explicação para o precioso Harry Potter.

- Mas, Dumbledore...

- Você deve entender, Harry. Há certas coisas na vida que você deve descobrir por si. Estamos passando por um período difícil. Prometa que não vai se arriscar além do que irá passar. Você está passando por uma nova fase, e tem muito ainda que não sabe.

- Como assim muitas coisas que eu não sei? – Questionou Harry, sem entender aonde o diretor queria chegar afinal.

- Segredos, Potter. Segredos que você nem imagina. – Severo esboçou um sorriso cínico. – E que estão longe de ser descobertos por você.

- Segredos? Que tipo de segredos? – Harry encucou-se e se irritava com a zoação de Severo. Dumbledore havia levantado da cadeira e procurava por um livro antigo.

Este achou-o, era preto e de capa dura sem título. Entregou a Harry, que segurou-o e folheou, as páginas estavam vazias.

- O que é isso?

- Guarde-o. Na hora exata saberá usa-lo. Agora, vá deitar. – Ordenou Dumbledore.

- Eu não terminei...

- Amanhã começaram as aulas, vá descansar. Seus amigos devem estar preocupados com o seu sumiço.

Dumbledore se mostrava imutável. Harry havia ido em busca de respostas, não de mais dúvidas. Não havia entendido absolutamente nada do que se passava, e para piorar ainda tinha conseguido uma baita dor de cabeça. Suspirou e foi em direção a porta, passando-a e fechando assim que saiu. Subiu as escadas que davam para a saída e a passagem atrás de si se fechou. Que livro era aquele? Que tipo de segredos Dumbledore teria sobre si? Porque ele não queria lhe contar a verdade? Harry seguiu para o salão comunal, os alunos ainda jantavam. Deitou-se em sua cama e dormiu com a cabeça repleta de dúvidas.

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O céu escurecia rapidamente. As nuvens negras amontoavam-se para chover e derramar o pranto pelo qual sofria. O vento estava forte e carregava as copas das árvores, forçando-as a se abaixarem para não serem arrancadas do solo. Repentinamente, tudo calou-se. Harry estava de pé, segurando a varinha. As vestes rasgadas, o rosto ferido, os cabelos bagunçados e o corpo sujo de sangue. Os olhos rubros fitavam o chão: Seus amigos, amados amigos, todos mortos. Atirados no chão, misturados com a sujeira e outros vampiros rebeldes.

- Rony! Hermione! Gina! – Gritou ele, assustado. Não fazia a mínima idéia de onde estava, mas sabia que um mau pressentimento assombrava-o. – Neville!

Dera um passo a frente, mostrando os dentes ferinos pela careta que fazia. Voltou os olhos para a frente, muito adiante, uma onda de vampiros corria loucamente em sua direção. Logo a frente, outro destacava-se: Era Alberon. Este possuía asas grandes, corpo animalesco e um sorriso diabólico. Os raios acertavam o chão úmido com freqüência, e alguns bruxos corriam para salvar suas vidas.

- Harry Potter! – Urrou Alberon, voando mais rápido para cima dele.

Harry não sabia o que fazer, era seu fim. Mal sabia lutar, mal sabia com o que lutar. Seus amigos estavam mortos, sua vida estava acabada. As garras do vampiro ergueram-se, mirando o pescoço.

- Harry!

Um frio acertou sua barriga.

- Harry! Acorda, seu preguiçoso! – Berrou Rony, atirando um travesseiro no amigo dorminhoco.

Harry acordou assustado, respirando fundo. Estava encharcado de suor e as mãos estavam machucadas pelas próprias unhas de tanto apertar os punhos. Focou Rony a sua frente, este já estava arrumado e juntava o material.

- Anda logo! Só ta a gente aqui! A aula começa em quinze minutos.

- Ai, já vai...

- Já vai uma ova, seu... – Rony procurou uma palavra. – Sanguessuga!

- Isso não teve graça. – Retrucou Harry, com cara de bunda. Ligeiramente a cicatriz doeu, mas tão rápido como veio, a dor fora embora. – Deixa eu me arrumar...

O vampiro-Bruxo levantou, lavou o rosto, passou um pente nos cabelos, vestiu as roupas da escola, escovou os dentes e juntou o material. Sorte sua que havia um pacote com um bolinho para seu café da manhã, ou acabaria passando fome o dia inteiro. A dupla de amigos desceu as escadas correndo. O salão comunal estava vazio, indicando o grande atrasado. Harry olhou no relógio de pulso, e este não funcionava.

- Tenho a impressão de que é cedo ainda! – Disse Harry, passando pela porta de entrada do SC.

- E é. Dumbledore inseriu DCAV nos horários de aulas em todos os dias, tivemos um aumento de meia hora nas primeiras aulas, dessa forma temos períodos o suficiente para aprender. Ele pôs como prioridade.

Harry pensou em contar sobre a noite passada, mas esperar talvez fosse melhor. Hermione ainda estava brava com ele e era essencial que a amiga estivesse junto. Subiram as escadas para a ala sul do castelo, chegando ao último andar. Lá fora, o tempo estava para chuva. Harry observava as gotas de chuva na vidraça, o céu estava escuro. Na última porta do corredor, uma fila de alunos sextanistas da Grifinória e da Lufa-Lufa esperava para entrar. Conforme chegavam próximo a porta, haviam menos janelas e mais tochas para iluminar. Aproximaram-se de Neville.

- Neville! – Cumprimentou Rony.

- Rony! Harry! Por sorte o professor atrasou. – Neville parecia nervoso. – Esse lugar me dá arrepios.

- Onde ta a Hermione? – Perguntou Rony, esticando-se para ver as várias cabeças de alunos.

- Não vi ela. Achei que vocês três estivessem juntos. – Neville deu de ombros. – Quem será que dará as aulas?

Harry estava calado, pensava na conversa complicada que tivera com Dumbledore. Rony e Neville começaram a falar sobre quadribol e a discutir sobre o fato de não ter mais jogos entre as casas. Depois de alguns minutos, ainda não tinha nada de Hermione. A porta finalmente rangeu, indicando que estava sendo aberta. Alguns alunos exclamaram aleluia e outros arrependeram-se de ter ido para um lugar tão assustador. Alguns garotos apertaram-se para entrar, chegando ao interior da sala.

A sala era escura. Não tinha janelas, apenas algumas aberturas para o vento entrar. Para iluminação, algumas tochas crepitavam pelas paredes. As mesas estavam dispostas como sempre, e a frente, a mesa do professor. Atrás dela, um armário com prateleiras a vista contendo frascos, livros antigos e gaiolas vazias. Algumas teias de aranhas enfeitavam o teto. Neville engoliu em seco, voltando-se para Harry e Rony. Um amontoado de caixas no canto da sala, encobertas por um pano, chamou a atenção do trio.

- Que tipo de professor é esse? – Gaguejou Neville, deixando cair um livro.

- Olha só pra esse lugar! – Exclamou Rony. – Demais!

- É, legal. – Disse Harry secamente. – No mínimo deve ser algum trasgo mágico e dentuço.

O trio sentou numa mesa mais a frente, já que ninguém queria chegar tão perto do tal professor. Assim que todos estavam sentados, a porta da sala abriu bruscamente. De lá, surgia Ângela. (Exatamente, teve gente que já apostou quem era e acertou. Dessa forma vão descobrir a história sem nem mesmo eu terminar! XD) A vampira vestia um manto longo e escuro que possuía o símbolo de Hogwarts nas costas. Harry ficou boquiaberto, observando o caminhar de Ângela até a frente. Os alunos observavam curiosos a tal professora. Ela era pálida, olhos verdes vivos, feições não muito amigas, porém atraentes. Os cabelos estavam mais cumpridos e a franja caia-lhe na face. Ela apontou a varinha para o quadro negro ao lado da mesa do professor. Palavras começavam a escrever-se sozinhas no quadro.

- Meu nome é Ângela, serei a professora de Defesa Contra as Artes Vampíricas. – Apresentou-se ela. A voz mansa encantava os garotos, que não conseguiam retirar os olhos da bela criatura. – Irei ensinar uma aula por dia para todos os anos. Não usaremos livros esse ano, porém vocês terão alguns a disposição nesse armário. São antigos e não existe a venda, mas ainda valem à pena. Peguem seus pergaminhos e penas, anotem o que está escrito no quadro.

Bob, um aluno da Lufa-Lufa, levantou a mão. Estava encantado pela mulher.

- Como serão as aulas?

- É! – Outro aluno da Lufa-Lufa se antecipou. – Aprenderemos a enfrentar vampiros de verdade?

Ângela observou os garotos logo atrás de Harry. Aliás, sequer olhava para o vampiro.

- Vocês irão aprender a sobreviver. Agora, copiem para que eu possa explicar e dar a aula.

O entusiasmo eminente dos alunos ficou entre exclamações e sussurros. Rapidamente apanharam penas e pergaminhos, copiando uma explicação básica sobre os vampiros. Harry chamou Ângela duas vezes, porém a mesma ignorou-o completamente. Rony voltou-se para o amigo vampiro.

- Harry, essa não é aquela que te mordeu? – Questionou o amigo, com a sobrancelha arqueada.

- Fale mais baixo, idiota! – retrucou Harry, terminando de copiar a última frase. – É ela sim.

- Então é mesmo verdade... – Neville ouvia tudo silencioso, então resolveu começar a falar. – Eu vi Harry, você tinha olhos vermelhos! Você é um vampiro.

Harry e Rony fitaram o garoto, espantados. Agora mais um sabia do segredo de Harry, em breve não seria mais segredo se continuasse a se espalhar daquela forma.

- N-Não se preocupe, não vou contar a ninguém. – Alertou Neville, vendo a cara dos dois. – O segredo de vocês está seguro comigo.

Harry Suspirou, falando cada vez mais baixo, para que apenas os dois ouvisse.

- Sofri um ataque na saída de casa. Ângela me salvou da morte, transformando-me em vampiro. E agora estou aqui...

- Harry Potter, Rony Weasley, Neville Longbotton, estão com algum problema? – A voz de Ângela soou fria, atraindo a atenção da turma. – Não quero conversa em minha aula. Qualquer palavra que for dada sem minha permissão, terá conseqüências para quem falou.

- Ângela... – Disse Harry, encarando-a.

- Professora Ângela, Sr. Potter. Estamos em sala de aula e você não tem autoridade para me chamar pelo primeiro nome.

Os alunos em volta começaram a rir baixinho, calando-se ao ver a cara assustadora da professora. Harry emburrou-se e ficou quieto.

- Depois quero falar com você em particular, Sr. Potter.

- Ih, se ferrou Harry. – Sussurrou um dos alunos da lufa-lufa, rindo. – Se bem que eu gostaria de estar em seu lugar!

- Agora, silêncio! – Todos calaram-se, prestando atenção na vampira. – Como vocês sabem, os vampiros estão atacando tanto o mundo bruxo como real. Você estarão lidando com magia diferente do que aprendem desde o primeiro ano. Os vampiros são inteligentes, espertos, ágeis, fortes e tem instintos para lutar. Enquanto vocês só terão varinhas. Ensinarei como lutar, de que forma lutar, com o que lutar e com que tipo de armas lutar. Feitiços serão apenas o caminho para a salvação. O primeiro caminho para o sucesso em uma batalha é jamais ter medo. Vampiros alimentam-se desse sentimento, assim como os bichos-papões, e ganham pontos durante a batalha. Outro quesito que devem aprender, é a trabalhar em equipe.

Ângela pausou, focando aluno por aluno. As garotas pareciam temerosos diante da mulher, ela tinha algo que estranho nos olhos. Já os homens queriam chegar perto, tocar-lhe o rosto e sentir a pele alva. Além do trio, ninguém sabia de Ângela. Ela aproximou-se do amontoado de caixas coberto e retirou o pano empoeirado, jogando em outro canto. Apanhou a caixa pelos dois lados, levantou e depositou-a sobre a mesa do professor.

- Hoje vocês receberam um material em comum. Cada aluno deverá ter um, serão essenciais em batalha. Como Dumbledore me falou, todos possuem aniais de estimação aqui. Na próxima aula, quero que tragam os animais. Eles serão seus melhores amigos a partir de agora.

Parvati levantou a mão, os olhos recheados de curiosidade.

- Professora Ângela, o que exatamente tem na caixa?

Ela sorriu satisfeita, estava esperando que alguém perguntasse isso. Fechou levemente os olhos, retirando a tampa da caixa pregada como se não passasse de um papel. Atirou-a contra a parede, assustando os alunos. A poeira levantou, causando tosses.

- Shamans.

- O que!? – Houve uma exclamação continua de alunos.

- Shamans. Cada um receberá um e devera cuidar, futuramente, depois que criarem afinidade com cada qual, aprenderam para que serve. Eles não são muito espertos, mas obedecem a quem eles escolherem de líder. – Ângela ergueu no ar uma esfera de vidro com uma fumaça azul cintilante em seu interior. – Agora venham e peguem cada qual o seu. Essas criaturas são diabretes evoluídos, não são espíritos como muitos imaginam. E também não possuem corpos, se é o que pensam.

Alguns alunos se entreolharam, nunca tinham ouvido falar sobre aquilo antes. Harry fora o primeiro a levantar, seguido de Rony e Neville. Vendo a coragem dos grifinórianos, outros alunos levantavam para pegar as esferas. O vampiro-bruxo procurou encarar a professora, mas esta lhe recusou olhares. Ele enfiou a mão na caixa e puxou uma das esferas, dessa vez com brilho esverdeado. Rony apanhou uma vermelha e Neville um rosa. Dino e Simas gargalharam de Neville, estes com respectiva cor azul marinho e amarelo.

- Quero que façam uma pesquisa sobre os Shamans. Se quiserem vir no final da aula para pegarem livros, podem vir. Setenta centímetros, explicação, origem. Se puderem, quanto mais linhas, melhor.

Harry observava a esfera verde com cara de dúvida. Não fazia a mínima idéia do que era aquela fumaça cintilante, nem do que ela poderia fazer. Jamais havia ouvido falar sobre os tais Shamans. Hermione começava a fazer falta, a essa hora já teria tido alguma explicação que acalmasse suas dúvidas.

- O que fazemos com isso? – Perguntou Dino, cutucando a esfera com o dedo.

- Conversar. Converse com as esferas. – Alguns alunos riram, porém ela lançou um olhar de restrição e percebeu-se que não era brincadeira. – No momento certo, as esferas se partiram e os Shamans se liberaram, indo para o corpo de seus animais de estimação. Se fizerem o trabalho, saberão exatamente para que eles serviram. Não tentem quebra-las, não vai adiantar. Tentem conquistar as criaturas em seus interiores, aqueles que trouxerem as esferas quebradas até amanhã, receberam um extra de pontos para a casa que representam.

Rony encarou Harry, segurando o Shaman sem entender. Já vira em desenhos e revistas sobre esses tais Shamans, mas não eram nada haver com aquilo que segurava. O sinal bateu, anunciando o final do período. A dupla de amigos guardou as esferas de vidro, juntando o material e seguindo pelo corredor. Hermione ainda não aparecera, e os amigos estavam ficando preocupados com a amiga.

- Sr. Potter, eu disse que queria falar com você. – Chamou Ângela, estava com rpessa. Em breve os alunos viriam para a segunda aula.

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