Apocalipse de Sangue



O silêncio se fazia presente no salão Principal. Todos os alunos vestiam-se de preto e jaziam com as cabeças baixas. Ninguém ousava a cochichar uma palavra que fosse. O céu mágico estava repleto de nuvens negras e pesadas de chuva, caia neve e relampejava de tempos em tempos, uma mistura estranha para aquela noite. Um gosto amargurado estava presente na mente deles. Faziam três horas que os alunos haviam chegado. Dumbledore fizera algumas mágicas para que o trem voltasse a funcionar e levassem os alunos para a escola.

O ministério não demoraria a bater nas portas da escola, por isso todos se adiantaram para o salão. Uma decisão deveria ser tomada e a abertura da escola deveria ser feita, lá era o lugar mais seguro, mesmo após o incidente no expresso. Os professores sentavam-se em seus devidos lugares, até Snape estava com preocupação no olhar. Romulus estava sentado no lugar de DCAT, e o lugar de DCAV, ao lado de Dumbledore, estava vazio. McGonagall também não estava presente, tratava de outros assuntos. O diretor da escola vestia-se de preto, os olhos por trás dos oclinhos de meia lua estavam vazios. Não expressavam nenhum tipo de sentimento, alegria, tristeza, preocupação ou raiva, todos os sentimentos passavam longe de sua mente agora. Repentinamente ele se levantou, dirigiu-se ao lugar principal como sempre fizera. Batera o garfo na taça de vidro para chamar a atenção, que nem fora preciso, já que todos tinham ouvidos apenas para ele.

- Alunos.

A voz de Dumbledore estava ativa, não energética como sempre fora, mas mesmo assim demonstrando o poder que sempre tivera. Dumbledore fitou as quatro mesas e a fileira de alunos do primeiro ano. Harry estava sentado no canto da mesa. Mione no meio, Rony na outra ponta e Gina próxima a Neville logo a frente da Granger. Naquele momento, além do incidente, não havia mais nada para se pensar.

- Este dia será marcado para sempre, principalmente para certas pessoas. – Dumbledore dera uma olhada para Harry e depois para outros alunos que chegaram bem próximo a morte. – Não iremos mentir, porque vocês certamente já devem saber. Três alunos morreram: Alissa Fleck, do primeiro ano, Julian Melter, do terceiro ano e Michael Gudstock, do quinto. Um incidente que não fora interceptado a tempo, e que apesar de todos os cuidados, não se obteve o resultado esperado. Então, faremos um minuto de silêncio para as três vítimas.

Outra vez, Dumbledore não precisara pedir. Todos faziam isso solidariamente, lembrando e pensando sobre as três mortes. Harry era o único que não baixara a cabeça, focando o nada. A cena das vítimas lhe vinha na cabeça o tempo inteiro, provocando uma sensação de embargo. Este voltou o rosto para a mesa da Sonserina, na qual Draco e cia estavam em silêncio, pelo menos uma vez na vida não faziam alguma brincadeira idiota. Aquele fora o minuto mais demorado para todos, um minuto de reflexão. Finalmente o bom velhinho voltou a falar:

- O ministério me proíbe de abrir o jogo com os alunos e também de falar sobre determinadas coisas. Isso é errado, vocês têm idade o suficiente para saber de certas coisas, e por mais novos que sejam não podemos poupar ninguém. – Houve um burburinho de aprovação. – Como todos sabem, estamos sofrendo um ataque de vampiros. Muitas pessoas estão morrendo, pessoas inocentes e que não tem haver com o decreto que fora imposto contra os vampiros. Os pais já foram informados das mortes, e a recebi algumas cartas urgentes quando estava em meu escritório. A maioria estava aflita, mas preferiu que vocês ficassem aqui.

O silêncio era mortal, nenhum Sonserino fazia piada. Nenhum Lufa-lufa ria, nenhum Corvinal estudava e nenhum Grifinóriano imaginava aventuras. Não havia aventura naquela história, havia medo. Muito medo.

- O destino dos bruxos está abalado, mas, vocês não devem temer. Vocês são bruxos, e com orgulho, devem sempre lutar. Jamais esqueçam que estão aqui por um motivo. Façam-me orgulhar de ter quatro personalidades distintas em uma única escola, trabalhem como uma e serão a própria solução. – Dumbledore pausou. – Faltam três alunos para que a escola torne-se completa. Porém, não podemos parar. Vocês terão aula de DCAV, precisaram conhecer o inimigo e também saber se defender. Não matar, apenas se defender. O novo professor de DCAT será Romulus Lupin.

Romulus levantou e acenou com a cabeça para os alunos, que aplaudiram sem muita emoção de volta. Dumbledore prosseguiu.

- Não haverá quadribol entre casas este ano. E as regras para o campeonato entre as casas irão mudar. As visitas para Hogsmead serão proibidas e para qualquer outro lugar que seja. Aqueles alunos que permaneceram aqui permaneceram APENAS aqui. Agora, voltaremos com o cronograma normal. A seleção será feita, o jantar servido e todos irão para seus aposentos. É proibida a transição para fora da escola depois das seis da tarde, que fique bem claro.

Os alunos aplaudiram mais uma vez, a maioria infeliz por não ter mais passeios nem jogo. A seleção fora feita rapidamente e o jantar fora servido. Hermione e Rony trocaram os lugares para perto de Harry, de modo a conversar. Rony sentou ao lado da amiga, apanhando coxinhas de frango com a mão e mordendo. Ficando de frente para Harry.

- Apesar de tudo, você sempre tem a mesma fome, não é? – Perguntou Mione enfurecida, apanhando um pedaço de pão com o garfo e partindo em pequena quantidade. Ainda estava brava com Harry e sentia remorso, mas não perderia a pose. – Há algo de errado, Dumbledore não contou tudo.

- Dumbledore estava sério demais. Está sem sentimento na voz, será que algo pior aconteceu? – Rony falava com a boca cheia de comida, como sempre, socando o alimento guela abaixo.

A conversa e o burburinho voltavam a ecoar pelo salão principal. Não como de costume, mas mesmo assim matando o silêncio pouco a pouco. Harry permanecia quieto, olhando para o prato vazio. Estava sem fome. Não sentia mais vontade de comer alimento normal, e nem sangue queria no momento. Tomou alguns goles de suco de abóbora apenas para forrar o estômago e não desmaiar de novo. Havia perdido para um vampiro fraco, estava em um nível inferior de força! Hermione de certa forma estava certa em trata-lo daquela forma. Voltou o olhar para a mesa dos professores, Dumbledore não havia apresentado o professor de DCAV e este também não havia vindo. Talvez tivesse desistido da tarefa de ensinar bruxos. O diretor beliscou alguma coisa e levantou-se quando um elfo feioso e vestindo um avental azul percorreu por baixo da grande mesa em que se encontrava, subiu na cadeira vazia do professor de DCAV e murmurou algo em seu ouvido. Dumbledore passou por Snape, que também levantou. A dupla seguiu até a porta e se retirou, deixando certa dúvida no ar.

- Dumbledore saiu com Snape? Isso me dá arrepios. – Comentou Rony, tomando goladas de suco para conseguir engolir a comida.

- Eu vou atrás deles. – Falou Harry, levantando. – Preciso retirar algumas dúvidas.

- O que? Você está louco? – Perguntou Hermione, parando de comer o sanduíche de fígado e fitando o amigo vampiro. – Você não pode se meter em todos os assuntos que lhe vem na frente!

Hermione o estava tratando de forma ríspida e grossa. Desde que se tornara vampiro, o comportamento da amiga havia mudado. Ele sequer respondeu ao protesto dela, e Rony nem tentara impedir, segurando o braço de Hermione que levantava.

- Deixa ele! – Pediu o ruivo, olhando-a com as sobrancelhas arqueadas.

- Mas, Rony! Ele está errado! – Repreendeu Hermione, desferindo um tapa na mão do Weasley.

Rony suspirou, levantou e pegou o prato. Pegou o guardanapo e limpou a boca, encarando Hermione seriamente.

- Você, como amiga, deveria entender o que Harry esta passando. Ele não precisa que estejamos o tempo inteiro atrás dele, ele é o herói. Nós somos apenas aqueles que o acompanham e ajudam, não atrapalhamos! Você deveria pensar mais nos outros, você mudou, não é mais a Mione que eu conheço.

O Weasley dera as costas, seguindo para onde estava antes, ao lado de Dino e Neville. Hermione ficara incrédula com o que acabara de ouvir. Por mais que tentasse, seus amigos jamais entenderiam o seu comportamento diante da situação. Abaixou levemente a cabeça e chorou apenas com lágrimas, eram tantas lembranças!

Enquanto isso, Harry passava pela mesa da Sonserina, trocando olhares com Draco. Este voltava ao normal, atirando pedaços de comida nos alunos do primeiro ano. Harry fizera uma cara de nojo, levando o dedo até o pescoço e riscando, sinalizando morte. Draco ficou parado, observando o comportamento de Potter que também mudava. Os outros sonserinos vaiavam a passagem do grifinóriano, sem sequer saber a verdade. Draco voltou a atirar comida nos outros, tinha poder para acabar com Potter, mas não naquela noite. Não ainda.

Harry passou pelas portas do salão principal, avistando a sombra de Dumbledore e Snape no final do corredor. Apertou o passo, tentando ser o mais silencioso possível, o que não era problema. Os sentidos de vampiro atiçavam-se, tornando-o mais leve e ágil. A audição também melhorava um pouco, captando a conversa dos dois.

- Você acha que é o melhor permanecer com os alunos aqui? – Indagou Snape, passando os dedos na franja oleosa. – Você sabe que o ministro não irá aprovar.

- Pouco importa o que o ministro pensa, Severo. – O tom que Dumbledore usara assustara até Snape, que continuou apenas olhando-o. – A segurança de meus alunos é mais importante. Um homem como Rufus tem mais coisas para se importar do que apenas alunos.

- Compreendo. – Snape pausou, lembrou-se que queria dar DCAT no início desse ano, mas fora impedido por Dumbledore, que pedira que o mesmo continuasse a dar as aulas. – Espero que saiba o que esteja fazendo, Dumbledore.

Agora, ambos subiam as escadas, em direção ao escritório de Dumbledore. Caminharam calmamente até a porta, sem trocar mais palavras. Harry esgueirava-se nas sombras, evitando a luz das tochas. As estátuas também eram boas para esconderijo. Subira as escadas sem emitir um som, precisava falar com Dumbledore. Fazia muito tempo que não trocava uma palavra com ele. Snape tivera a impressão de ouvir passos logo atrás, porém conteve-se apenas em dar uma olhadela para trás e continuar.

Diante da estátua que protegia o escritório de Dumbledore, estavam dois homens de preto. Um deles Harry reconheceu como Rufus Scrimgeor, o atual ministro da magia. Já o outro era inconfundível: Mr. Avada. Dumbledore abriu um sorriso amistoso para eles, cumprimentando levemente com a cabeça. Harry sentiu nojo de ver a cara de Avada novamente.

- Ministro, Mr. Avada! – Cumprimentou Dumbledore. – Que bom vê-los por aqui, em minha adorável escola. Espero que tenham tempo para...

- Alvo, nos poupe de seus comentários. – Cortou-lhe Rufus, crispando as sobrancelhas. – Vamos direto ao assunto. Temos urgência em tratar.

Mr. Avada mediu Snape dos pés a cabeça, suspirando em seguida. O professor de poções estava com cara de poucos amigos. Alvo parou diante da estátua, dizendo “Jujubetes!” para abrir passagem. A ave esculpida começou a descer em círculos, revelando a escada pela qual seguiriam. O quarteto desceu e Harry apressou-se para não perder o fio da meada. Rufus não perderia tempo com besteiras, tinha que saber. Para sua sorte, a passagem para o escritório não havia sido desfeita. Desceu as escadas agilmente e escondeu-se atrás de algumas caixas próximo a porta encostada. De onde estava, enxergava Rufus e Mr. Avada perfeitamente. Um pedaço do rosto de Dumbledore, já Snape permanecia fora do campo de visão.

Dumbledore sentava-se em sua mesinha, cruzando os dedos sobre a mesma e observando a dupla por de baixo dos óclinhos de meia lua.

- Então, pode começar.

- Pare de satirizar a situação, Alvo. Você sabe porque vim aqui, sabe muito bem. O incidente de hoje abalou muitas pessoas, tivemos que pedir para que os jornais não transmitisse a notícia. Imagine o escândalo! Alunos de Hogwarts atacados, três mortes. “Onde estará a segurança?” – Rufus parecia indgnado. Os olhos intimidadores que lembravam um leão, não poupava energia em encarar Dumbledore como se fosse inferior.

- Rufus, digo, o ministro está certo Dumbledore. Se não fosse por mim, seu queridinho Harry Potter estaria morto. E o resto de sua laia também. – Mr. Avada intrometeu-se, demonstrando pomposidade.

Snape permanecia parado ao lado de Dumbledore, de braços cruzados e cara de bunda. Não falaria até que este lhe pedisse para falar. O direto parecia distrair-se com um quadro antigo, voltando à conversa.

- Você parece mais preocupado com a aparência do que com a segurança, Rufus. – Comentou Dumbledore, sorrindo amigavelmente e ignorando Avada.

- Ministro para você, Dumbledore. – Cortara-lhe rudemente Rufus. – Você não faz idéia de como estão me pressionando. Seu desleixo de hoje foi imperdoável, Alvo.

- Diretor para você, Ministro. – Disse Dumbledore, com a mesma expressão. – O desleixo não foi meu. Os vampiros estão assim por sua causa, portanto, creio que você deveria preocupar-se mais em revelar a verdade para que os bruxos preparem-se, do que mentir para si mesmo e matar muitos mais.

Harry irritou-se quando Avada mencionou seu nome, mas aquietou-se. Dumbledore estava dando a volta por cima no ministro, e isso lhe deixava menos preocupado. Sentou sobre uma caixa empoeirada, coçando o nariz sensível para não espirrar. Rufus estava irritado, e isso era visível. Ele nunca fora com a cara de Dumbledore, e a primeira coisa que iria fazer quando a baderna acabasse seria fechar Hogwarts e tirar o sorriso medíocre de Dumbledore do rosto. Mr. Avada mirava o reflexo no espelho atrás do diretor, alisando as madeixas.

- “Apocalipse de Sangue”. Isso lhe é familiar, Ministro? – A pergunta de Dumbledore assustara os presentes, até mesmo Harry que tratou de prestar mais atenção no assunto. – Anos atrás foi imposta por vampiros para que seus direitos fossem garantidos. Isso é muito mais do que uma profecia, chega a ser uma verdade. Como era mesmo, Rufus? Acho que você estava lá também. Madrugada, cinco horas da manhã. Estava apenas eu, você, Cornélio e alguns membros do Conselho de Bruxaria contra dois vampiros. Dois meros vampiros representantes.

A lembrança veio como um flash para Rufus.

“Estava em uma sala fedendo a mofo e escura, tendo como luzes apenas algumas tochas velhas. Estava sentado ao lado dos membros do Conselho de Bruxaria. Cornélio e Dumbledore estavam do outro lado da mesa. A dupla de vampiros conhecida como Alberon e Mael comportavam-se bem até demais. Os vampiros estavam generosos e compreensíveis, defendendo os direitos que tinham.”

“- Então está claro. – Continuou Cornélio, lendo o novo acordo que fizeram. – Que os vampiros estão proibidos de atacar humanos e bruxos. Devem apenas alimentar-se de sangue animal ou receber o sangue do banco de doadores trouxa. Em troca, terão liberdade de transitar sem serem atacados ou o que for. Concordam plenamente com isso?”

“- Plena certeza, Ministro. E esteja claro para o senhor também que, caso o contrato seja quebrado por vocês, representantes dos bruxos e trouxas, haverá conseqüências. Lembrem sempre disso, bruxos, não somos idiotas. Não viveremos a sombra de vocês, nós somos racionais. Nós podemos ser mais fortes do que vocês, se quisermos. Enquanto vocês precisam de varinhas para ter poder, nós precisamos apenas de pernas, braços e um par de presas. – Alberon estava satisfeito, estava causando medo e receio nos presentes. – Caso isso ocorra, e espero que não aconteça, o Apocalipse de Sangue” irá começar.”

“Rufus sentiu um arrepio na espinha. Os vampiros não eram idiotas. No final das contas, Cornélio havia acertado tudo e cedido dos direitos de livre arbítrio com certas restrições aos vampiros. Rufus não deixaria barato, não iria permitir que seres tão imundos como aqueles andassem entre bruxos. Já não bastavam os sangue-ruins, agora teriam que lidar com vampiros?”

O novo ministro encarava Dumbledore, silencioso.

- Isso é apenas blasfêmia. – Defendeu-se ele. – Você acha que aquele vampiro imbecil tem capacidade de completar uma profecia como aquela? Deixa de ser, - Rufus mediu as palavras. – Ingênuo.

- Por mais que negue, Ministro, você teme exatamente o que nega. Onde está ela? No mesmo lugar de sempre? O cérberus ainda a protege? – Dumbledore fala curto e direto, tocando exatamente onde queria tocar.

Rufus levantou, acompanhado de Mr. Avada que não perdia a pose.

- Nossa conversa acabou. – Sentenciou Rufus, lançando o olhar felino para Dumbledore. – Tome cuidado comigo, Alvo. Você pensa que isso é um joguinho de emoções? Eu irei destruir você e essa escola.

Snape iria se meter na discussão, mas Dumbledore impedira com a mão.

- Se quiser, Rufus, pode retirar. Você tem tanto o poder como... – Dumbledore refletiu um pouco. – A força. Estarei esperando aqui, no mesmo lugar.

Entendendo a indireta que Dumbledore lhe mandara, Rufus deu-lhe as costas, seguindo para a saída. Avada ia atrás, lançando um último olhar para Snape.

- Volte sempre! – Exclamou Dumbledore, acenando freneticamente para a porta.

Dumbledore esperou a passagem se fechar e confirmar a saída do ministro para falar.

- Pode sair daí, Harry.

Harry arregalou os olhos. Como ele sabia? “Que pergunta idiota, ele é o Dumbledore! Cem anos de experiência contra dezesseis.” Snape também preverá a presença de Harry, por isso apenas abaixou a cabeça e coçou a ponta do nariz de gancho.

- Agora você entende a gravidade da situação? – Perguntou Dumbledore vendo o garoto sair de trás das caixas e passar pela porta, adentrando a sala. – Entende, Harry?

O vampiro-bruxo não sabia por onde começar, sentou-se na cadeira de madeira velha e olhou desconfiado para Snape. Por mais que houvesse vampiros no meio, jamais esqueceria-se de Voldemort. Snape lhe lembrava Voldemort.

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