Calmaria - prenuncio da tormen



Calmaria - prenuncio da tormenta



Gina acordou com o barulho das ondas nas pedras e leves feixes de luz que entravam pelas frestas franzidas da janela. O ar denso e salgado misturado ao aroma das flores espalhadas pelo quarto de hotel que estava hospedada.


Vinte e quatro horas atras tinha sido pega de surpresa por Hermione, que afirmava não estar mais disposta a viajar, pois recebera uma proposta interessante de participar de uma série de encontros cientificos entre bruxos rastreados.


Uma hora depois, Rony também desistira da viagem, afirmando vêemente que possuia muitos talentos, mas ser vela de um casal em lua de mel não estava entre eles.


Então de súbito, Harry decidiu que viajariam imediatamente, não lhe dando chance para nada. Sem malas, sem programações. As passagens para o caribe foram canceladas e ele a incitou a seguí-lo sem saber para onde iria.


Ao aceitar, Gina não imaginava que o pacote surpresa incluía, viajar de olhos vendados, aterrisar na Sardenha, hospedar-se num chalé numa área privada da praia de Cagliari onde ficariam isolados enquanto achassem conveniente, e fazer amor intensamente por horas e horas, até que a exaustão a arrebatasse para um sono profundo.


Esticou os músculos languidamente sob os lençóis finos de cetim que davam uma sensação tão maravilhosa ao entrar em contato com seu corpo nu.


Rolou de lado buscando o calor do corpo de Harry, mas não o achou. A quentura que vinha da marca na cama indicava que ele lenvantara-se a pouco tempo.


Sentiu-se um tanto decepcionada, afinal, mesmo com o pouco tempo desde que conhecera e casara-se com Harry, Exatos 1 mês e três semanas, acordar nos braços dele havia tornado-se um hábito, um hábito ao qual ela se viciara.


Abriu os olhos e se viu sozinha no luxuoso quarto do chalé. As velas que estiveram acesas a noite anterior agora estavam apagadas, velas aromáticas que exalavam um aroma delicioso, confundindo-se harmonicamente com o aroma natural das rosas que Harry mandara espalhar por toda a suíte.


Gina virou-se para cima e olhou o teto, sorriu de olhos fechados, logo ela que sempre fora tão prática, tão fria, estava ali, completamente derretida pelos sucessivos gestos romanticos do marido. Vivia um verdadeiro conto de fadas, onde conhecera um principe, caira de amores por ele e fora surpreendentemente correspondida. Estava absurda e infinitamente feliz, mas junto com a felicidade imperava  medo. Medo de acordar e ver que tudo não passou de um sonho bom, medo de que a felicidade fosse embora com a mesma velocidade que chegara.


Puxou o travesseiro de Harry para si e o abraçou, sentindo o aroma delicioso do marido, então suspirou no exato momento em que a porta da suíte fora abertam revelando Harry Potter, vestindo unicamente uma calça larga e solta de pijama, com uma bandeja perfeitamente adornada de café da manhã.


Assim como da primeira vez em que se amaram, acordara sozinha e se decepcionara, para depois encantar-se ainda mais.


Ele sorriu, aquele sorriso a enfeitiçava e ela começava a agir por impulso, como se fossem reações naturais. Ela lhe devolveu o sorriso.


- Por que será que eu nunca consigo te pegar adormecida?


Ela maneou a cabeça sentando-se na cama.


- Simplesmente por que eu sinto quando você não está por perto.


Ele pousou a bandeja em sua frente e sentou-se.


- Então preciso providenciar uma resolução para isso, ainda desejo entrar aqui com o café da manhã e te encontrar dormindo, assim eu poderei pôr a bandeja de lado, e acordar você com muitos beijos.


Ela bateu palmas.


- Por que não me disse antes que estas eram as suas intenções? Eu fingiria dormir com o maior prazer.


- Faça isso da proxima vez.


E ele a beijou.


- Está muito melhor que a primeira. – ele disse divertido – Pelo menos há um pequeno buquê e não apenas uma rosa desta vez.


Ela sorriu.


- Está igualmente encantador.


Ele levou uma torrada até sua boca e ela mordeu.


Harry continuou alimentando-a, com delicadeza, fazendo-a experimentar de cada coisa que pudera na bandeja. Enquanto o fazia a olhava com uma mistura de desejo e adoração, como se Gina fosse a obra mais perfeita na face da terra. Conseguia fazer com que o ato de fazer uma refeição juntos se torna-se um jogo de sedução, apenas com movimentos lentos e olhares profundos que pareciam despir-lhe a alma.


- Não vai comer? – Ela perguntou.


- Sim, assim que você termine. – ele disse sugestivamente – E fique livre para aplacar minha fome.


Ela riu.


- Creio que já estou saciada deste tipo de fome. – ela disse e ele sorriu pondo a bandeja de lado.


Depois, lentamente, aproximou seus lábios dos dela iniciando um beijo lento, doce e apaixonado. Começou como uma leve carícia, saboreando os lábios delicados e vermelhos com atenção e sutileza. Beijou-lhe castamente três vezes antes de reclamar sua boca com mais ímpeto, introduzindo a língua macia num confronto delicioso com a dela.


Exploraram os sabores um do outro, primeiro como reconhecimento, como se fosse a primeira vez que se beijavam. Neste instante Harry segurou-a na nuca, estabelecendo os dedos por entre as mechas vermelhas. Gina o seguiu, buscando a cabeleira negra e arrepiada para acariciar.


Harry ficou de joelhos e Gina enclinou-se para trás para não romper o beijo, ele aproveitou e segurou seu rosto com a outra mão, convidando-a a ficar na mesma posição que ele, então Gina ajoelhou-se e o seguiu.


O beijo ficou mais intenso e expressivo, mais sedento e mais exigente.


O romance do primeiro instante desvaneceu-se e a urgencia e a paixão apropriaram-se de seus corpos, tornando-os ardentes e ofegantes em questão de segundos.


Gina cruzou os braços em torno do pescoço do marido enquanto ele descia ambas as mãos para lhe explorar o corpo coberto apenas pelo lençol de cetim. Era tão macio quanto ela, parecia uma segunda pele daquela mulher perfeita, pele que ele faria questão de tirar.


Em pouco tempo, o lençol já não era uma barreira, assim como também não era a calça que ele usava, e neste instante eles estavam entregues, como sempre, em todas as vezes que se amavam.


Gina desceu as mãos redescobrindo o corpo perfeito que aquele homem tinha, um corpo que lhe encantava todas vezes como se fosse a primeira.


Harry a deitou, devagar, cobrindo seu corpo com o dele. As peles em brasa se chocaram.


A lentidão dos movimentos contrastando com a intensidade dos mesmos. A respiração entrecortante, o toque de fogo, a pele suada, os sussurros roucos e partidos, exalando amor.


Os dedos ágeis e firmes de Harry tocavam-na com maestria e precisão e arrepiavam cada ponto onde passavam, era como se a queimasse, como se a marcasse como dele.


Estes mesmos dedos deslizaram do rosto ao pescoço, seguindo pelo colo, redescobrindo as áreas sensiveis do corpo dela, excitando-a até o limite, escorragaram do busto ao ventre para se perder em sua feminilidade.


Gina arqueou e recebeu a caricia, ofegando cada vez mais forte, enlouquecendo ainda mais quando os dedos foram substituidos pela boca doce e excepcional.


Harry amou-a com loucura apesar da calma, a contrariedade dos sentimentos e atos tornava o amor mais sublime.


Gina entregou-se e recebeu cada toque, cada carícia, cada prova com a mesma fome e a mesma paixão que ele lhe oferecia.


Os sussurros de desejo ecoavam no chalé quase desabitado, proferidos de ambas as bocas, eram palavras soltas, ditas a esmo, ora ininteligíveis ora inaudíveis, indicando o ápice da paixão.


No momento em que tornaram-se apenas um um, olharam-se nos olhos, ambas as iris escurecidas, brilhantes, verdadeiros espelhos de suas almas.


Gina o recebeu em si e gritou por seu nome, enquanto ouvia-o chamá-lo febrilmente durante a dança frenética do amor.


Quando o ápice os cegou, eles clamaram um pelo outro, entregando-se aquele amor extremo e verdadeiro.


 


...


 


Os corpos se acalmaram proporcionais as respirações. Saciados e felizes eles deixaram a razão voltar a agir. Harry rolou de lado, abandonando o corpo da mulher por uns instantes, para depois puxá-la para si.


Gina ainda tremia, pelos efeitos do clímax poderoso que vivera em suas mãos.


Ele sorriu com satisfação e orgulho masculino. Viu o prazer cegá-la e transtorná-la e sentia-se único por ter sido ele a proporcionar-lhe tamanha sensação.


Quando foi capaz de falar normalmente ela balbuciou com a entonação da voz ainda alterada pelo prazer.


- De onde vem toda esta energia Harry?


A resposta inicial dele foi uma gargalhada deliciosa e um beijo em sua cabeça.


- Não subestime a si mesma Gina. – Ele disse com a voz divertida - Eu já te disse que te amo hoje?


Ela maneou a cabeça negativamente, sorrindo para o nada, feliz como nunca.


- Eu amo você Gina, como nunca pensei que poderia amar alguém.


Com um pouco de dificuldade pela moleza que seu corpo adquirira, Gina se pôs nos cotovelos para encará-lo.


- Nunca? – ela perguntou – Nunca amou ninguém?


Ele sorriu  enquanto negava.


- Nunca, antes de você.


Afirmou veemente.


Gina ajeitou-se nos cotovelos e plantou um sorriso sapeca e infantil no rosto.


- Sei que vai soar imaturo de minha parte Harry, mas eu tenho algumas curiosidades.


Ele se apoiounos braços e levantou o tronco no ângulo agudo e sorriu para ela.


- Pergunte. Saciarei todas as suas curiosidades.


Ela mordeu os lábios antes de perguntar.


- Quantas namoradas você já teve?


Harry a olhou alguns segundos antes que a pergunta fizesse sentido em sua cabeça, teve um impeto imenso de rir da infantilidade da pergunta, mas ela veio tão carregada de curiosidade e insegurança que ele reprimiu o desejo de gargalhar.


Em vez disso, levou a mão ao rosto dela, acariciando-a, recebendo em troca um suspiro mais forte e apaixonado.


- Isto é relevante? – ele questionou-a docemente.


- Não diria relevante, nem ao menos importante – ela se defendeu – É apenas uma curiosidade, você tem o direito de não respondê-la.


Ele mordeu o lábio, era um gesto tão sensual que a estremecia.


- Não preciso recuar diante de algo tão simples. – ele sorriu – Tive algumas mulheres Gina, uns casos de um dia, de uma semana,  algumas com quem me relacionei durante alguns meses, mas ninguém importante. Nenhuma merecedora da minha atenção, da minha devoção, do meu interesse. Não passaram de casos, de diversões e sempre fui muito honesto com todas elas. Nunca tive vontade de me prender a ninguém, até que lhe conheci.


Ela soltou um suspiro que parecia alivio, mas sua curiosidade ainda não parecia saciada.


- Nunca morou com nenhuma delas?


Ele sorriu e balançou a cabeça;


- Nunca. Nunca cheguei sequer a passar duas noites seguidas com alguma delas, eram sempre encontros furtivos, sem compromisso algum. Nunca dei flores, ou fiz declarações, muito menos pedi nenhuma delas em casamento na torre mais importante do mundo.


Gina enrubesceu. O sorriso dele era tão calmo e desconcertante quando sedutor.


- Não o estou acusando de nada Harry.


Ele sorriu ainda mais abertamente.


- Eu sei. Mas quero lhe dizer isso, por que sei exatamente como se sente. É natural que se sinta dona de parte da minha vida agora – ela levantou a cabeça pronta para retificar o que ele disse, mas ele a calou com um dedo pousado de leve em seus lábios. – Não estou dizendo que queria me dominar, apenas que entendo que queira inteirar-se do meu passado e também sei que é normal sentir ciumes. Eu mesmo senti quando encontramos o seu ex-namorado no aeroporto.


A voz não saiu tão natural quanto ele queria e ela notou que ele se sentia da mesma forma que ela.


- Dino? – ela questionou-o – Você sentiu ciumes de Dino?


Algo dentro dela s contraiu.


- É obvio. – ele afirmou soando mais impetuoso que o normal. – Incomodou-me a mandeira intima como ele te abordou. – ela abriu a boca novamente, mas ele a interrompeu – Eu sei, eu sei. O que vocês tiveram é passado e claro, vocês já se conhecem a muito tempo, mas é invetável sentir aquela fisgada no peito. Eu vi o modo como ele te olha.


Gina sentiu um bolo formar na garganta, a culpa tomou conta do coração, ao lembrar do beijo forçado que Dino lhe dera e do fato de não ter contado o ocorrido a Harry.


- Se quer saber, eu senti ciumes dele, quando o vi da primeira vez no seu laptop na França.


Ela arfou baixo. Se Harry já se sentia assim a respeito de Dino, então se o contasse o que houve, ele seria capaz de querer mesmo confrontá-lo e ela o estaria pondo em perigo. Engoliu seco e respirou fundo tentando aliviar a dor de esconder algo tão importante do homem que ela amava.


- Dino não significa nada pra mim. – ela disse tentando soar o mais normal possivel e ele a abraçou.


- Eu sei, e fico feliz por isso.


O Calor do abraço dele a confortou um pouco varrendo da mente dela o arrependimento.


- Estou faminto agora. – ele disse e ambos sorriram.


Ela levantou-se buscando a bandeja ainda posta de lado e pegou uma tigela de frutas picadas, levou uma colher cheia a boca dele.


Harry aceitou.


- Não me acostume mal Sra. Potter. Este é meu papel.


Ela o alimentou de novo.


- Você foi fantástico, merece ser mimado.


 


...


 


Uma hora depois, já estavam alimentados e satisfeitos. Harry acabava de sair de um banho relaxante e já estava devidamente vestido. Gina que havia tomado banho primeiro que ele, encontrava-se ainda de robe, arrumando os cabelos.


Ele a abraçou pelas costas, apoiando o queixo sobre seu ombro.


- Não precisa se arrumar tanto, você é naturalmente linda.


Ela riu.


- Ok, espero que continue me dizendo isto daqui a uns vinte anos.


- Direi, ainda que se passem cem anos.


Ela recebeu um leve beijo na nuca.


- Quero conhecer ver o mar – disse Gina – Estou louca para ir à praia.


- Sim, podemos aproveitar a tarde na praia meu amor, mas a ntes teremos de ir ao centro, não sei se você se lembra, mas não trouxemos nada.


- É verdade, você em seu acesso de loucura não me permitiu fazer as malas.


Ele a abraçou mais forte.


- Mas foi um delicioso acesso de loucura concorda?


- Com certeza. – ela virou-se e beijou-lhe a ponta do nariz, ele sentiu os moldes do corpo dela sob a fina seda do robe e algo soou em sua mente.


Ele afastou-a delicadamente, a face já alterada pelo contato e falou com a voz gutural.


- Vá se vestir Gina, ou eu não lhe garanto que vá a praia hoje, ou pelos próximos dias.


Ela sorriu, mas se afastou. Entendia o que Harry estava sentindo, se passava o mesmo com ela, mas ele precisavam sair e comprar as coisas que precisavam, apesar de não sentir a menor vontade de deixar o chalé.


 


 


 


 


Cagliari era fantástica. Poderia mudar de cenário em questão de alguns quilômetros.


Logo a região calma e deserta transformou-se, ao chegarem no centro, depararam-se com uma realidade urbana densa, muitos bares, pubs, restaurantes. Pessoas de todas as nacionalidades indo e vindo freneticamente.


Passaram a manhã inteira fazendo compras. Das peças mais básicas e necessárias, como roupa de banho, roupa casual, escova de dentes, até as mais superfluas como artes locais.


Há poucos metros do centro encontraram uma feira livre. Gina entusiasmou-se com a rusticidade de local.


Um corredor irregular de barracas de madeira, dispostos numa rua estreita de pedra, com uma infinita diversidade de produtos, desde locais a estrangeiros, estava apinhada de gente. Assemelhava-se com as imagens das feiras nômades dos tempos antigos.


Passearam por todas as barracas, ora de mãos dadas, ora abraçados.


A felicidade e a paixão  exalando pelos poros.


Pararam para o almoço no Al Tuguri. Gina encantou-se com o bom gosto e a riqueza cultural de Harry, que durante todo o percurso demonstrou um conhecimento geral do lugar, além de uma fluencia perfeita no idioma italiano.


Harry provou o famoso Marsala ao ovo, um tradicional licor italiano, e provou do carré de javali de leite ao forno com molho de vin santo,  enquanto Gina se deliciou com uma tagliata de mignon com misto de funghi ao queijo taleggio.


Tudo parecia magico, encantado, com se fosse escrito, com detalhes perfeitos.


Saíram do restaurante e continuaram caminhando, depararam se com violinistas de rua, que tocavam tangos maravilhosos e encantavam os turistas.


Poderiam passar o dia inteiro desbravando a cidade, mas decidiram-se por retornar ao chalé e prepararem-se para uma tarde na praia. No caminho até o carro, Gina encantou-se com uma barraca onde haviam vários tipos de artesanato, entre eles, uma variedade de estatuetas de madeira de anjos e antigos deuses mitologicos.


- Ah Harry, que lindo. – ela disse segurando a estátua de Atena, a deusa da sabedoria.


Ele sorriu.


- Você gostou?


- É maravilhoso!


Ele segurou a estátua de afrodite.


- Esta combina mais com você.


Gina arqueou a sobrancelha.


- Por mais apaixonada que eu esteja meu querido, acho que não combino com Afrodite. – ela baixou a voz em sussurros – Creio que ela seja um pouco burrinha.


Harry gargalhou.


- Ah Gina, não seja preconceituosa, não é por que Afrodite era a mais bela das deusas que era burra, beleza não é antonimo de inteligencia, veja você, é a personificação disso, tão bela quanto inteligente.


- Você sempre consegue me dobrar Potter.


Ele riu de novo.


- Façamos assim – ele tirou a carteira e puxou algumas notas entregando a vendedora – Levemos as duas, você é a união destas deusas, merece as duas representações.


Gina beijou-o com euforia.


- Fiquei tão tola depois que me apaixonei por Você Harry, em outro momento, acharia isto uma cantada cafona.


Ele arqueou a sobrancelha.


- E Agora? – perguntou a ela curioso.


- Agora acho ma cantada muito sexy. – ela disse ao seu ouvido.


Ele tomou seus lábios brevemente. E ela rodeou seu pescoço com as mãos.


- Amo você.


Ela lhe abriu um magnifico sorriso.


- Idem. – ela disse piscando.


Gina ainda estava em seus braços quando uma voz feminina, aguda e carregada de sotaque soou as suas costas.


- Harry James Potter!


No mesmo instante Harry afastou-se um pouco de Gina para virar-se e ver quem era.


O rosto dele se curvou num sorriso estranho, parecia alegre, porém nervoso. Uma contradição no minimo peculiar.


- Cho Chang. – ele disse, a voz firme, porém Gina notou que houve um pequeno esforço para que ela soasse natural.


- Então, está matando trabalho para se esconder na Sardenha?


Gina mirou a mulher a sua frente.


Cho chang, algo em torno de 1,79m, não mais que 60 à 65 kg bem distribuidos, pernas longas, que lembravam as top models mais bem pagas do mundo, cintura e busto proporcionais, cabelos muito pretos e lisos, com uma franja bem feita e reta um pouco acima da linha da sobrancelha que adornavam o rosto perfeitamente oriental. Pele branca e olhos puxados. Exótica da unha do pé ao ultimo fio de cabelo.


Sorria para Harry de maneira que Gina considerou lasciva e perigosa.


Gina estreitou os olhos, os sentimentos se confundindo dentro de si, um ciume absurdo urrando dentro dela, contrastando com a razão que lhe dizia que Harry teve uma vida antes dela e que era muito comum que conhecesse pessoas.


Mas, mesmo sabendo que as sensações que afloravam dentro de si, poderiam e provavelmente eram irracionais, ela não evitou sentir-se acuada, ameaçada e não pôde mentir para si mesmo dizendo que não trinha vontade de pagar o sorriso do rosto da oriental a unhadas.


- Estou de férias – ele disse e depois olhou para Gina. Viu o brilho nos olhos dela e não era felicidade. – E também estou em lua de mel.


Completou.


Viu Chang arquear a sobrancelha como se o interrogasse.


- Gina, está é Cho Chang, trabalhamos na mesma empresa. – A oriental olhou diretamente para Gina e a ruiva se sentiu invadida pelo olhar penetrante da outra, parecia querer decorá-la. – Cho, está é Gina, minha esposa.


A mulher que já se adiantava para cumprimentar a ruiva parou na metade do caminho.


- Esposa? – ela perguntou e a entoação da voz soou cheia de incredulidade.


Gina olhou aturdida para Harry, mas apenas o viu sorrir.


- Esposa? – ela perguntou de novo – Esposa de verdade? Aquela coisa de papel passado e até que a morte nos separe?


Gina enfureceu-se, mas não reagiu por que sentiu Harry passar o braço por sua cintura e aperta-la contra si.


- Exato, minha esposa, na saude e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte nos separe. – ele disse parecia genuinamente feliz, e foi apenas este brilho de felicidade que impediu Gina de avançar contra Cho com toda sua fúria.


Em vez disso, ela sorriu da maneira mais maliciosa que podia.


- Prazer em conhecê-la – ela disse.


A oriental não hesitou em aceitar seus cumprimentos.


- Sendo assim, parabéns casal.


A mulher cumprimentou a ambos. A quem olhasse com outros olhos, veria uma mulher, feliz pelo casamento do amigo. Mas aos olhos de Gina, talvez mais perspicazes que os demais, ou apenas dominado pelo ciume, havia algo mais intenso e muito mais perigoso por tras daquela mascara de satisfação.


- Então o esquivo Harry Potter finalmente foi laçado? – ela perguntou no que poderia ser considerada uma pergunta divertida, mas soou como um questinamento invejoso.


Ele sorriu e Gina forçou o proprio sorriso.


- Fui laçado, domado e quero permanecer cativo pra sempre.


As palavras de Harry seguravam o impeto de Gina, ela mesma se assustava com as reaões violentas despertas em seu intimo.


Trocaram mais algumas palavras, até que Harry se despediu da mulher, alegando que eles tinham compromisso.


Cho ainda lançou algumas frases de suplo sentido a respeito do casamento e do passado “namorador” de Harry antes de sumir completamente.


 


 


 


Alcançaram o carro e durante o trajeto, Gina não falar nada. Apenas tentava a muito custo organizar a respiração irregular.


Harry deu-lhe um tempo, achando que ela logo falaria com ele, mas viu que as coisas não seriam bem assim.


- Gina.


Ele chamou e ela grunhiu algo em resposta.


- Algum problema?


Ela respirou fundo.


- Nenhum. – disse simplesmente não confiando o suficiente na propria voz.


Ele arqueou a sobrancelha.


- Alguma pergunta sobre Cho?


Maldita mania de ele ser tão direto e eu tão transparente” pensou ela.


- Creio que não.


- Tem certeza? – a voz dele veio cheia de diversão


- Tenho uma – ela falou quase com agressividade, eles tinham acabado de chegar ao chalé.


Harry desceu do carro, mas desta vez ela não lhe deu tempo para que ele fosse cavalheiro e lhe abrisse a porta.


- Qual? – ele perguntou entrando no chalé logo atras dela.


Ela o esperou passar e bateu a porta, virou para ele, com as duas mãos na cintura, mais descontrolada do que gostaria.


- Preciso saber algo sobre Cho Chang?


Harry riu enviesado.


- Algumas coisas. – ele disse com calma – Mas falarei quando você se acalmar, existem muitas coisas pontiagudas neste lugar, não correrei o risco de você me lançar algumas delas.


Gina inspirou com força, não queria parecer uma menina desequilibrada. Era uma mulher adulta, tinha que ser racional e agir como tal, mas nunca estivera tão apaixonada e tão entregue antes, e as sensações eram novas demais para que ela soubesse controlar de imediato. Nunca havia sentido tanto medo de perder alguém.


Seguiu para o bar onde se serviu de uma generosa dose de whisky que foi bebido em um  só gole.


- Estou calma o suficiente. – ela disse parecendo mais fria.


Ele recostou na parede.


- Bom, então ouça. Conheço Chang a sete anos. Trabalhamos na mesma empresa, em setores diferentes. Há cinco anos atras tivemos um envolvimento de alguns meses, depois decidimos nos tornar apenas amigos, com o passar do tempo o relacinamento regrediu de amizade a parceria de trabalho e pronto. É tudo o que eu tenho para lhe dizer sobre Cho Chang.


Gina serviu outra dose e engoliu.


- Perfeito. – ela disse.


Harry caminhou até ela e lhe tirou o copo das mãos.


- Entendo que isto a assuste, mas preciso que saiba que ela não significa nada para mim.


Gina o olhou nos olhos e a verdade deles não só aqueceu seu coração como derreteu a muralha defensiva.


- Com quantas colegas de trabalho você dormiu?


Ela perguntou ainda enraivecida e ele lhe sorriu.


- Algumas. Mas me casei com você, é você quem amo senhora Potter. Você é a minha esposa.


Ela lhe encarou alguns segundos antes de puxá-lo pela gola da camisa e cobrir seus lábios num beijo tão furioso quanto possessivo.


Harry a abraçou pela cintura e suspendeu-a como se fosse de papel. No ato, ela enlaçou sua cintura com as pernas e aprofundou o beijo.


Ele começou a caminhar a esmo e ouviu a voz dela sussurrada em seu ouvido.


- O sofá.


Não esperou nenhum segundo a mais, até atirá-la sobre o sofá e cobri-la com seu corpo. Ela o puxou com ansiedade e pressa, puxando sua camisa sobre a cabeça quase com desespero.


- O que está fazendo? – ele questionou-a ofegante.


- Mostrando-lhe que tem razão. – ela respondeu em mesmo tom – Sou sua esposa.  Sou sua.


As palavras morreram e as ações assumiram o controle, e eles se amaram com desespero e necessidade.


Foi um ato de amor diferente dos anteriores, mais curto, mas também mais intenso, mais explosivo, mais marcante.


Ao final, Harry estendeu-se no tapete e puxou-a consigo.


- Se é assim que você fica quando está enciumada, vou apresentá-la a todas as mulheres que conheço. Posso até pagá-las para em paquerarem.


Ela não pôde evitar de sorrir.


- Desculpe meu acesso de infantilidade.


- De jeito nenhum, está intimada a ter vários destes acessos, e por favor, se quiser tê-los todos os dias fique a vontade.


Ela sorriu com mais força.


- Pervertido.


- Sou um pervertido louco por você.


- E eu por você.


Ele levantou o tronco e a beijou.


- Ainda podemos ir à praia? – ela perguntou baixo.


- Creio que ainda tenhamos mais duas ou três horas de sol. – ele disse. – Poderiamos fazer um piquenique e ver o sol se pôr o que acha?


- não temos tempo para arrumar uma cesta de piquenique.


- Não precisamos de muita coisa. Um vinho, algumas frutas, uns queijos. Será perfeito.


- Sim, será perfeito. – ela concordou.


 


 


 


 


 


 


- Olá Thomas – a voz carregada de sotaque soou metalizada no aparelho telefonico.


- Novidades?


- Sim, estou lhe enviando um fax com as recentes descobertas neste momento.


Dino desligou o telefone e os papeis começaram a surgir no fax.


Ele pegou e leu-os um a um, e a cada letra que lia seu sorriso se alargava. Depois soltou-os em cima da escrivaninha e foi até o telefone.


- Chang? É Thomas.


Silencio.


- Creio que temos um incoveniente, algoq eu atinge ambas as empresas, mas também creio que tenho uma maneira de resolver isto, deseja receber uma promoção salvando sua equipe de uma alta traição?


Silencio.


- Otimo, preciso que me encontre o mais depressa possível.


Quando Dino desligou o telefone estava ansioso, as mãos esfregavam-se uma na outra e ele tremia de ensiedade. Finalmente teria tudo o que queria, tanto da SAAD quando de Gina. Sua sorte começava a mudar.


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N/A: Gente, e to muito feliz com os comentários de vocês, por favor, continuem comentando ok? Bjos a todas e obrigada.

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