CAPÍTULOS 40 E 41



CAPÍTULO 40: PAI?
— Vai me dizer onde esteve nesse final de semana ou não? — meu irmão perguntava insistentemente pela 15493280ª vez.
— Cedrico, eu já disse que não quero falar sobre isso. — Merlin não sei da onde tirou um pouquinho de paciência de dentro de mim para usar nessa pessoinha aqui.
— Hermione, você não entende que não pode sair assim sem mais nem menos em um final de semana só porque é autorizada a visita aos pais? Além do mais, Si... Ahn, papai ficou triste em não poder te ver.
— Como você quer que eu veja meu pai se nem sei quem ele é? Você nunca me diz, e quando pergunto, você desconversa!
— É que... Bem... Será um bocado difícil para você aceitar... Eu que não era lá muito chegado nele já abri um barraco, imagina você... — ele estava nervoso e passava as mãos nos cabelos da nuca de 10 em 10 segundos.
— É impressão minha ou você está me chamando de barraqueira? Cuide sua resposta. — o adverti.
— Está bem, você quer mesmo saber quem ele é?
— Óbvio.
— Então venha comigo. — ele puxou minha mão.
Passamos por algumas panelinhas das casas. As lufanas me olhavam torto com raiva por eu estar de mãos dadas ao garanhão da Lufa-lufa. Tinha que ser o meu irmão... Os meninos e meninas da Corvinal babavam. Aquilo foi realmente estranho... Os grifinórios sorriam para mim. Passamos pelo grupo de sonserinos contendo um membro muito importante, dono do meu coração. Meus olhos se encheram de água. Não nos falávamos desde a noite anterior, que foi quando voltamos. Um deles soltou uma piadinha:
— Granger, hein?! Primeiro o Potter, depois o Krum, e agora o Diggory! Quem será o próximo da lista de bruxos populares desejados de Hogwarts? A hora em que resolver nos contar o feitiço que está usando, estaremos esperando... — todos riram. Cedrico estancou ali, tentando se controlar. Se ele fosse um lobisomem, já teria detonado 95% de suas roupas. Droga! Lobisomem. Jacob. Meu sol particular, meu melhor amigo. Sinto falta dele, assim como de Edward. Ai, cala a boca, Hermione! Draco soltou um “cala a boca, cara”. Aquilo provocou um “hu-huuu” de todos. — Será que a próxima vítima da lista maligna da Granger vai ser o Malfoyzinho aqui?
Nesse momento, Cedrico se virou. Eu tentava me controlar para não chorar. Edward. Jacob. Draco. Era muita coisa pra mim. Virei-me olhando para onde ele se focava. O garoto, William Strut, olhava receoso para Ced. Vi que este, assim como eu, muda a cor dos olhos quando está realmente bravo e quer intimidar quem quer que fosse. Mirei em Draco. Seu olhar era de mágoa e nojo.
— William — minha voz saiu extremamente doce. Aquilo me dava nojo. Não acredito que estou prestes a fazer isso, mas... Afastei-me de meu irmão e o chamei com o dedo indicador com um sorrisinho safado no rosto. Ele veio meio abobado. Cheguei perto dele. —, quer ser o próximo da lista?
— E-eu... Eu... — caramba! Não acredito que estou me obrigando a fazer isso! O pior de tudo era que ele é um deus grego. Por que a Sonserina tem que ter os caras mais lindos de Hogwarts? Ele estava todo abobado devido a nossa aproximação. “É óbvio que eu quero estar na sua lista, Granger. Não posso perder a chance de espalhar a toda Hogwarts que peguei a CDF do Potter”. Dei um meio sorriso.
— Então espera sentado, panaca! — gritei no ouvido dele, o empurrando para longe. — Primeiro, porque não existe lista. Segundo, Harry é meu amigo. Terceiro, com quem eu saio ou deixo de sair não diz respeito às cobras. — Cedrico estava estático tentando se controlar. — Calma. Respira. Vamos. — disse baixinho e o levei a continuar o caminho.
— Como agüenta todas essas implicâncias e ainda sai por cima? — ele estava incrédulo. Ri.
— Como anos e anos de prática mais paciência. Então... Para onde estamos indo?
— Chegamos, Mi. — ele parou na frente de uma parede. A porta da Sala Precisa começou a se formar. Entramos. Era escura, mas pudemos ver uma pessoa lá. — Mi, você queria tanto saber quem é seu pai verdadeiro, vou te mostrar, mas tente não fazer escândalo.
Luzes foram acesas e a sala se revelou um quarto grande e espaçoso com materiais de escritório. Pude ver um homem de pé olhando para mim. Ele era alto, cabelos até a altura do queixo, bigode, olhos azuis. Ele vestia roupas trouxas, mas pude ver algumas de suas muitas tatuagens nas mãos e braços. Eu conhecia aquele homem. Ele havia me dito que, das bruxas da minha idade, eu era a mais inteligente. Meus olhos se encheram de lágrimas.
— S-Sirius Bla-Black?


CAPÍTULO 41: AMIGO PARA TODAS AS HORAS
Sinceramente, sempre imaginei Sirius como uma pessoa boa, injustiçada e leal, mas não como pai. Principalmente como meu pai. Quer dizer, fala sério. Quem iria querer um pai foragido e praticamente um ex-comensal? Tudo bem, ele não é um ex-comensal, mas é conhecido por...
— Então Hermione, não vai dar um abraço no seu... Ahn... “velho”? — ele disse meio encabulado, mas sorridente. Velho? Fala sério.
Não me movi. Eu estava chocada demais para me mexer. Somente perguntei:
— Quem é minha mãe? — Cedrico, novamente em gesto de nervosismo, bagunçou os cabelos. Sirius ficou pálido, abaixou os braços e ficou sério. — Quem é? — perguntei em pânico. Minha respiração acelerou e meus olhos se encheram mais ainda d’água.
— Hermione... Eu... Nós... — Sirius não falava coisa com coisa.
— Mione, já não acha que é choque demais por hoje?
— Quem é minha mãe, Cedrico?
— Ahn... Bem... É a proftrlwny...
— O quê? — não entendi o nome da criatura. Ele falou muito baixo.
— É a Professora Trelawney...
— O QUÊ?
— Mione, eu disse. — ele me segurou bem na hora em que minhas pernas falharam. Chorava compulsivamente abraçada ao meu irmão.
Por quê? Por que filha da Trelawney? Ela é louca, dá aulas de uma matéria nada interessante e, ainda por cima, praticamente me chamou de fracassada! Ela disse que minha pele era tão seca quanto os livros que eu devorava, que eu podia ser jovem, mas o coração que bate em meu coração é igual ao de uma velha solteirona. Sai correndo da sala quando Sirius tentou chegar perto de mim e colocar a mão em meu ombro.
— Mione! — meu irmão me chamou, mas eu corria feito um foguete.
Eu estava atrás de algo, ou melhor, de alguém. O único que poderia me compreender sem me julgar. O único que me consolaria sem muitas perguntas. O único que se colocaria em meu lugar. O único que me ouviria e concluiria a melhor saída para o problema. O único pelo qual eu faria o mesmo: Harry Potter.
Não foi muito difícil achá-lo. Ele estava a sair do Salão Comunal quando entrei.
— Harry... — o abracei com toda a força que pude e chorei muito, demais. Ele nada disse. Apenas ficou sentado ao meu lado afagando meus cabelos e pensando o que poderia estar errado. Chorei tanto que acho que terei que tomar uns 5l de água para repor a água que escorreu por meus olhos.
Chorei tanto que meus olhos deveriam estar feito dois tomates: grandes, inchados e extremamente vermelhos. Quando pareceu que não tinha mais lágrimas para chorar, afastei-me de seu peito molhado e encarei aquelas duas esmeraldas que me transmitiam confiança e segurança, mas esbanjavam compaixão, pena e confusão.
— Então... O que aconteceu, Hermione?
— Harry... Horrível... Pai... Padrinho... Mãe... Doida... Aberração... — cai no choro de novo. Abracei os joelhos e nem liguei em estar colocando os pés calçados no sofá do Salão Comunal. Logo eu que sempre enchia o saco dos garotos para não fazerem isso. Ele me abraçou e, pacientemente esperou eu me acalmar. Sinceramente eu tinha sorte de ter um amigo como Harry Potter.
— Calma... Respira, Mione. Agora, quer, por favor, formar uma frase? — respirei todo o ar que consegui assim me acalmando. O fitei novamente. Meus olhos estavam cheios d’água e eu enxergava deformações pretas, vermelhas, amarelas, verdes e cor-de-pele que formava o meu amigo.
— Harry, primeiro, prometa me compreender e não me julgar, nem interromper-me. — ele confirmou com a cabeça. — Estou dizendo isso, pois sei o quanto você gosta dessa pessoa... — suspirei. — Aconteceu uma coisa horrível. — eu ignorava as lágrimas que rolavam silenciosamente por meu rosto.
— Meu pai é... Meu pai é o seu padrinho. — o queixo dele caiu. — E... E a minha mãe é a doida da Trelawney. — sua boca se escancarou mais ainda. — Eu sou uma aberração!
Agarrei-me ao seu pescoço e chorei mais ainda. Só o Harry mesmo para me aturar assim. É a terceira vez que eu caio no choro!
— Calma, Mi. Calma... Olha — ele segurou meus ombros fazendo-me olhar para ele —, Sirius não é tão ruim...
— Não, Harry, ele não é ruim, mas eu nunca vou o imaginar como meu pai!
— Ei, ele é meu padrinho! Sirius vai ser um bom pai, você vai ver...
— Então porque ele não me disse isso no dia em que o libertamos? — questionei entre soluços.
— Não sei, Mi. Ele tem os seus motivos. Entenda, ele já estava me revelando que era meu padrinho, fugiu de Azkaban, estava ao lado do Professor Lupin atrás de Rabicho. Era muita coisa...
— E ele esqueceu... Esqueceu da própria filha... Eu não sou importante para ele, Harry. Eu sou só uma aberração fruto do divertimento dele com a Trelawney... Só um ser insignificante...
— Não foi isso que eu quis dizer.
— Eu sei exatamente o que você quis dizer, Harry. Ele estava com tanta coisa na cabeça que se esqueceu de mim. Só isso. Mas, quer saber? Eu não me importo, porque nunca vou aceitá-lo como pai. Nunca...
— Também não é assim, né Mi.
— Pra mim, por hora, Sirius Black não existe.
— Mi, não fale assim...
— Harry, não eu posso te dizer o porquê de eu o odiar tanto, mas tem um motivo, acredite.
Eu não podia conta a ele que foi meu pai quem me obrigou a casar com Tom Riddle 30 anos atrás. Cedrico me fez prometer que não contaria a ninguém mais, e tenho que manter minha promessa. Se ele soubesse seria tão mais fácil...

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